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A IDEIA mutacdo na “lingua” (aqui, conjunto de simbolica) culturalista da Mas “comunicacio" é termo de largo espectto e uso variado, Presta-se a confusdes, a erros de demarcago © nem sempre se sabe muito bem do que se quando se emprega tal palavra. Impde-se, por isso, Diz-se comunicac@o quando se quer fazer referencia i agio de por em comum tudo aquilo que, social, politica ou existencialmente, nao deve permanecer isolado. Isso initio criado pela diferen- A ordem de acolhimento das diferengas ¢ de promo- ‘imica mediadora entre os homens, dé-se o home generico de finguagem. A acio comunicativa é as- linguagem, da qual a lingua natural é ape- (© QUE QUEREMOS MESMO DIZER COM COMUNICAGAO E TECNOCULTURA? A IDEIA comunicagao € seus avatares industriais ocupam, na segunda metade do século XX, o centro das discus: ses em torno dos acontecimentos ¢ mudancas abarcados pela idéia de uma mutagao na “lingua” (aqui, conjunto de } formas instituidlas da expressao simbélica) culturalista da modemidade que se diz “tardia”, Mas “comunicaco" é termo de largo espectto e uso "Se a confusdes, a eros de demarcagao ceitual, € nem sempre se sabe muito bem do que se . quando se emprega tal palavra, Impde-se, por isso, a elucidlacao. Diz-se comunicagao quando se quer fazer referé 2 agdo de pér em comum tudo aquilo que, social, po! ou existencialmente, nao deve permanecer isolad. ica que 0 afastamento originario criado p ntre os individuos, pela alteridade, atenua-se gracas a m lao formado por recursos simblicos de atracao, me- vinculaca nto das diferengas ¢ de pr a entre os homens, di se 0 ico de finguagem, A acao comunicativa ¢ as- da qual a lingua natural é ape- & s a 3 3 8 3 a 2 $ 2 5 2 3 8 2 $ 8 8 a 2 3 = 8 3 & 3 3 3 3 ° jus politicas deslo- nal dos cida- figurem camrse da linhage fo de linguagem ou aros de fala implicam dos — quem inv iio pobli Rloséficas de © Fedro). Gangias das indivicluos. Da retorica a dialética Em qualquer orga encontrem “estruturas comuns” part Iso presente o laco atrativo ou comunicativo que impleme: vos € mortos. Este iltimo caso é ‘onde a comunicagio iniciitica iduos presente: Roma Antigs va od como Acoi que ela 56 se torna “qui do século XX, mas aparece sob ov iferente capaz de por um vocab ive em momentos “mode guidade, a exemplo do caso geego magem clo mundo que se impoe como instr Na democr ia grega, esse de politica"), condicto de dos interesses politicos (eunomia). As astiicias e dissimulagoes (depois condenadas mico, contraposto & por Plato como "mi retérica") tinham, a s— no século V, na passagem de Mi- mente, pleno sentido no campo judiciirio ¢ politico. No tempo de Socrates, entretanto, mudam as condigoes de sociabilidade, e surge a exigencia de uma téenica do pen- sar em comum, cujo objeto & a recede. mais de convencer a qualquer cus nas de formar pelo discurso, para integrar 6 cidhukio na pais, A isto Pla to chama de psicagogic = “Iva veitnica’, a dialéticn » di falsidade ineren- te ao ilusionismo do discurs («jattr, ensejado pela ret6= rica, Por isso, no Glirgiets, orisle Sox © que preocupa Plarin én peti les discute e ironiza 6 pontos de vista das interlactuenes, aparece uma con denagao radical dit ic, apresentaclt como um conhecimento ad pente indtil: “A re Motion, Varin © Uti 1 culinsivia est para a me- icine Gabngis, interlocutor le Socrates no diilogo platéni- versificados (por exemplo, os elogios fi- iclem-se a prosa, clando ensejo ao apareci- mento do género epiditico (escritos omamentais, préprios art 0 espetaculo) co, &0 reponsivel pola estetizagiie cle, textos nebres) sul No dislogo, Sécrates ¢ Querofonte chegam A casa de Calicles, onde Gorgias acaba de dar uma prova de sua ite. Os recém-chegados pedem para ser informados so: bre os dons da ret6rica © sio atendicos inicialmente por Polo, depois substituide por Gérgias, a quem Platio inter- oga diretamente. Estabelece-se na discussio a diferenca entre retériea ¢ dialética, crenga e saber reas diversas do saber, como a linguagem, a ética, a politica ~ é extrema- mente importante, porque deixa Claro © que esti em jogo para a classe dos filésofos: no © poder puro e simples, mas a petfeicio de um projeto educativo. O critério exis- tencial escolhido pelo fildsofo é dado pela ewdaimonia Celicidadle), definida pela correta integracio politica do O debate — em que se articulam individuo, gragas i posse «da saber, que Ihe permite iden- tificar a verdacle Para Sécrates, epquanto que o saber, susiliads pts elial rene pode ser fulst ou verdadeiza, sempre a verdadle. Ao inves «las Lal discurso cujo objeto € a crenc:t, por ter « mero poder (ret6rica), impoe-se & xis das idéias, com definigdo precisa dos teria. ¢ (ialética) A questio do poder comparece, posigae | sofica, mas encoberta pela questa da verdhtde. Na dade, 0 poder colimado pela classe dos filos6fos & 0 « sc legitima pela episteme (o saber, a ciéncia), Part Soc

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