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No regime permanente, a velocidade num ponto é função das coordenadas do ponto mas é
independente do instante considerado ou seja pode variar de ponto para ponto, mantendo-se
Constante, em cada ponto, ao longo do tempo.
No regime variável, a velocidade num ponto é função das coordenadas do ponto e do
instante considerado, ou seja em cada ponto a velocidade das partículas que por ele passam
varia de instante para instante. Como exemplos podem citar-se a onda de cheia num rio e o
escoamento consecutivo à manobra de uma comporta num canal.
Um escoamento sob pressão ou com superfície livre será condicionado pelos seguintes
parâmetros:
Nos escoamentos sob pressão verifica-se ser, em geral, desprezável a influência do número
de FROUDE.
Conclui-se, assim, a partir das experiências de NIKURADSE, que existem três tipos
fundamentais
de regime nos escoamentos sob pressão - o regime laminar, o regime turbulento liso e o
regime turbulento rugoso - separados por regimes de transição. As características essenciais
daqueles regimes são as seguintes:
i) No regime laminar, qualquer que seja a rugosidade das paredes, o coeficiente de
resistência é função exclusivamente do número de REYNOLDS
ii) No regime turbulento hidraulicamente liso, o coeficiente de perda de carga é também
exclusivamente função do número de REYNOLDS.é sensivelmente linear e de coeficiente
angular que se aproxima de -0,25.
iii) No regime turbulento hidraulicamente rugoso, o coeficiente de perda de carga é
exclusivamente função da rugosidade relativa,
1.6.4 Limites de aplicação das equações dos regimes liso e rugoso - regime
de transição
Fórmula de BAZlN(1897)
K é um coeficiente que depende da rugosidade das paredes e que toma valores tanto mais
elevados quanto mais lisas se apresentarem essas paredes; por vezes, surge, em vez de K, o
seu inverso n=1/K
Como tais alterações têm lugar em pequenos comprimentos de conduta e como nessas
zonas as perdas de carga devidas ao movimento variado prevalecem relativamente à perda
de carga contínua, considera-se legítimo assimilá-las a uma descontinuidade da linha de
energia, a montante e a jusante da qual se continuará a verificar a dissipação de energia
correspondente ao regime uniforme.
A linha de energia desce sempre, quando existe uma perda de carga localizada, mas num
alargamento a linha piezométrica pode subir, desde que se verifique a desigualdade:
(caso exepcional)
1.8.4 Aprisionamento do ar
O ar, quando aprisionado em condutas, tem um efeito análogo ao do aumento das perdas de
carga. Ao ser expulso, pode provocar elevadas sobrepressões e dar origem à formação de
água branca (emulsão de ar e água).
O aprisionamento de ar junto dos pontos altos, onde não existam ventosas para a sua
expulsão, pode dever-se à acumulação, nessa zona, do ar atmosférico que preenchia a
conduta antes do seu enchimento por água ou à libertação de gases dissolvidos na água, por
ser menor a pressão nesses pontos.
Pequenas bolhas de ar podem ser arrastadas da bolsa para o interior da corrente líquida,
quando gotículas do líquido são projectadas através da superfície livre por efeito de
turbulência. Essas bolhas são difundidas na massa líquida em movimento turbulento e são
transportadas para o escoamento sob pressão a jusante, se entretanto não se libertarem,
regressando à bolsa de ar. A capacidade da corrente líquida para arrastar o ar, segundo este
mecanismo, pode ser praticamente nula e depende de vários factores, particularmente da
velocidade. Já o ressalto, com grande agitação à superfície, emulsiona o ar na água e
transporta-o rapidamente para jusante.
Quando nas fronteiras sólidas, móveis ou fixas, nascem vórtices que dão origem a
cavidades contendo vapor e cujos limites se situam sempre no interior do líquido (sem
contacto com as fronteiras), diz-se que se está em presença de supercavitação. Não há,
neste caso, lugar à erosão por cavitação, pois o colapso não ocorre junto às fronteiras.
Cavitação bloqueante ocorre numa conduta sob pressão quando, nalguma extensão, toda a
secção transversal é ocupada por vapor do líquido. Deixa então de ser válida a expressão
usual da perda de carga e a diminuição da pressão a jusante da singularidade, que provoca a
cavitação, não se traduz por aumento do caudal escoado.
Este problema, quando envolve três condutas provenientes de três reservatórios constitui
uma abordagem conhecida por problema de Bélanger, que pode ser formulado de diferentes
maneiras, visando a:
2.3.2 Dimensionamento
No dimensionamento há a considerar dois casos diferentes que se designam por:
- Manobra rápida - t • T
- Manobra lenta - t > T
onde:
Talvegue ou linha de fundo de um canal é o lugar geométrico dos pontos mais baixos das
secções e a sua planificação constitui o perfil longitudinal do leito.
Declive de um canal é o declive do perfil longitudinal do seu leito, sendo medido pela
tangente trigonométrica do ângulo θ que aquele forma com a horizontal. Geralmente
representa-se por i, sendo, portanto:
Consoante o perfil longitudinal é descendente ou ascendente no sentido do escoamento, o
declive é positivo ou negativo.
Como se verifica recorrendo ao traçado da linha conjugada de hu, o ressalto desloca-se para
jusante ou para montante consoante a comporta fecha ou abre; localiza-se imediatamente a
jusante da comporta, para uma altura na secção contraída igual à conjugada de hu - Figura
O ressalto afogado ocorre, assim, quando a altura da secção contraída é superior à altura
conjugada da altura em regime lento na mesma secção. Quando ocorre o ressalto afogado, a
veia líquida procedente da comporta é coberta por uma zona com movimento turbilhonar
dirigido para a comporta, na parte superior, e, em sentido contrário, na parte inferior
Quando existe ressalto livre, a influência de jusante não se faz sentir para montante do
ressalto, onde o regime é rápido, e, como tal, é comandado por montante.
O ressalto afogado permite a influência de jusante sobre montante pois a camada que cobre
a veia líquida à saída da comporta faz elevar o nível a montante desta.
4 MEDIÇÕES HIDRÁULICAS
4.1 Medição de caudal
Dentro dos métodos de medição de caudal são de referir:
— Métodos volumétricos
— Orifícios e descarregadores
— Integração da velocidade
— Aparelhos deprimogéneos ou de pressão diferencial
— Caleiras Venturi e Parshall
— Medidores electromagnéticos
— Medidores por ultra-sons
— Rotâmetro
— Medidores por tomadas de pressão em curvas
métodos volumétricos só é viável para pequenos caudais.
Nestes métodos a medição do tempo de enchimento de um reservatório de volume
conhecido permite determinar o volume escoado na unidade de tempo, ou seja o caudal.
Para utilização de orifícios e descarregadores na medição de caudal é necessário conhecer
as respectivas leis de vazão.
As caleiras Venturi são medidores do caudal nos escoamentos com superfície livre, que
utilizam o ressalto para eliminar a influência de jusante sobre montante. Por meio do
estreitamento da secção ou da sobreelevação do fundo ou ainda pela conjugação destes dois
efeitos, é provocada a passagem do escoamento em regime crítico, pelo que o caudal é
função unicamente da carga medida a montante
A caleira Parshall constitui uma variante da caleira Venturi. A principal diferença consiste
no facto de, na caleira Parshall, tanto a directriz das paredes (verticais) como o perfil do
fundo compreenderem mudanças bruscas de alinhamento – Figura 4.2.
A caleira Parshall é por vezes utilizada para medir caudais em condições de afogamento,
tornando-se então necessário medir as alturas de água a montante, Hm e a jusante, Hj
(referidas ao fundo do trecho horizontal). Enquanto o grau de submersão Hm/Hj for inferior
a 0,60 não há alteração da vazão em relação ao escoamento livre, para caleiras com largura
w de 15,2 e 22,9 cm. O grau de afogamento limite é de 0,70, para caleiras com largura w
entre 30,5 e 243,8 cm.
Os resultados da medição por meio destes aparelhos não são afectados pela temperatura,
viscosidade e densidade do líquido, nem pelo tipo de regime de escoamento, laminar ou
turbulento, mas são-no pela presença de partículas que provoquem heterogeneidade das
propriedades magnéticas do líquido.
Os rotâmetros utilizam-se para a medição de caudais muito pequenos num trecho vertical
de um tubo sob pressão. Este medidor de caudal consiste num tubo vertical tronco-cónico
de material transparente, dentro do qual o fluido em movimento ascendente impulsiona um
elemento móvel
Para medir a pressão usa-se um manómetro ligado à tomada de pressão por meio de um
tubo. Os manómetros podem ser simples, em U, metálicos do tipo Bourdon, etc.
A medida da pressão num ponto afastado da parede faz-se com um tubo piezométrico.
Este método de medição aplica-se a qualquer tipo de escoamento, mesmo em escoamentos
rapidamente variáveis.
Os molinetes são constituídos por uma roda e um detector mecânico ou electrónico, que
mede o nº de rotações da roda, o qual se pode transformar em velocidade de escoamento.
Ao detector em geral está associado um registador.
A utilização de traçadores na determinação da velocidade baseia-se na determinação do
tempo que um traçador demora a percorrer um determinado espaço.
Os anemómetros de fio quente e anemómetros laser são em geral reservados à
experimentação laboratorial.
4.5 Orifícios
4.5.1 - Orifícios em parede delgada
Com um tubo adicional interno a contracção aumenta. Para um comprimento igual a pelo
menos cerca de 2.5 vezes o diâmetro do orifício e o coeficiente de vazão é de cerca de 0.51,
se a veia líquida não voltar aderir à parede,
4.6 Descarregadores
4.6.1 Generalidades
Um descarregador é um orifício a que se suprimiu a parte superior.
Os descarregadores podem ser de parede ou soleira delgada, se o contacto da veia líquida
descarregada com a parede se limita a uma aresta cortada em bisel, e de parede ou soleira
espessa, se existe um comprimento apreciável no contacto da lâmina com a parede.
Este descarregador é também designado por descarregador de Bélanger, autor que estudou
a lei de vazão em função do nível a jusante, para carga a montante constante. Não há,
evidentemente, escoamento quando o nível de jusante se torna igual ao de montante. À
medida que diminui o nível de jusante, o caudal aumenta e a espessura da lâmina líquida
sobre o descarregador reduz-se.
5 TURBOMÁQUINAS HIDRÁULICAS
5.1 Generalidades
As máquinas hidráulicas promovem a troca de energia mecânica entre a água (ou outro
líquido) e um dos seus órgãos. Existem máquinas hidráulicas de vários tipos:
- Turbomáquinas;
- Rodas de água (em que a água actua pelo peso);
- Bombas de êmbolo;
- Carneiros hidráulicos;
- Ejectores.
As turbomáquinas têm como elemento fundamental a roda ou rotor (no caso das bombas,
também denominado impulsor). A sua designação provém do latim, onde turbo significa
movimento circular.
Nas turbinas e nas bombas axiais ou hélice o escoamento à entrada e à saída da roda é axial
aproximando-se a trajectória de uma partícula, ao longo do percurso da roda, de uma hélice
cilíndrica. As turbinas e bombas deste tipo podem ter as rodas com pás fixas ou orientáveis,
sendo as de pás orientáveis designadas pelo nome do engenheiro que concebeu a sua
realização na década de 1920-1930:
As turbinas axiais (hélice e Kaplan), aplicáveis a quedas baixas, têm rodas com a forma
de hélice, dotadas de pás curtas e em pequeno número.
As turbinas Kaplan têm as rodas com pás orientáveis pela actuação de mecanismos
comandados pelo regulador de velocidade e alojados no interior dos veios. Pode admitir-se
que a cada posição da pá corresponde uma turbina hélice, pelo que uma turbina Kaplan
mantém bons rendimentos para regimes de funcionamento muito diferentes.
Nos grupos bolbo, a turbina é do tipo Kaplan e o alternador está alojado no interior de
um invólucro com a forma de um bolbo, na periferia do qual se dá o escoamento
Os grupos bolbo têm, em relação aos grupos convencionais como as turbinas Kaplan, a
vantagem de exigir menor largura para a central, menor profundidade e menores volumes
de escavação e de betão; permitem, portanto, uma redução apreciável do custo da
construção civil.
A experiência mostra que as turbinas do tipo Pelton, para apresentarem bons rendimentos,
devem ter um baixo número específico de rotações, ns, seguindo-se, por ordem crescente de
valores de ns as turbinas Francis e as turbinas axiais.
No domínio das turbinas de reacção, ns cresce com a velocidade periférica específica e
permite, tal como aquela velocidade, classificar as turbinas em lentas e rápidas.
Define-se altura de aspiração de uma turbina (de reacção) como a diferença entre a cota
de uma secção característica da roda (ou de um ponto característico para o caso de o eixo
não ser vertical) e o nível da água a jusante. Diz-se que a turbina funciona em contrapressão
quando a altura de aspiração é negativa.
O valor máximo que pode tomar a altura de aspiração de uma turbina é limitado pelo
fenómeno de cavitação.
A cada par de valores do caudal e da queda útil com que uma dada turbina funciona em
regime permanente (n = constante) corresponde um determinado valor do rendimento. O
mais elevado dos rendimentos para os possíveis pontos de funcionamento, com n constante,
designa-se por rendimento óptimo, dizendo-se que lhe correspondem as condições óptimas
(ou o ponto óptimo) de funcionamento.
O rendimento mais alto de uma turbina, rendimento óptimo, corresponde ao cume da colina
de rendimentos e tem lugar para uma abertura parcial do distribuidor e não para a plena
abertura. A queda útil para a qual se obtém o rendimento óptimo denomina-se queda dos
melhores rendimentos, ou queda de projecto, H0.
5.7 Miniturbinas
Designam-se por miniturbinas as unidades com potência inferior a um limite ainda não
consagrado, o qual se situa entre 1000 e 5000 kW, consoante os autores e os fabricantes. Às
unidades de potência inferior a 100 kW (ou a 50 kW) reserva-se a designação de
microturbinas.
As miniturbinas mais frequentemente oferecidas em séries normalizadas são do tipo axial,
podendo ser instaladas em câmara aberta ou no interior de condutas - turbinas tubulares.
Nas turbinas tubulares o alternador é montado no exterior da conduta.
As turbinas axiais destas séries podem ter rodas de pás orientáveis ou fixas e directrizes (do
distribuidor) móveis ou fixas. Uma turbina com roda de pás fixas e com directrizes fixas
tem um ponto de funcionamento, para uma dada queda. Uma turbina de directrizes fixas e
pás da roda orientáveis permite variar o caudal, mantendo bons rendimentos.
5.8 Bombas centrífugas
5.8.1 Generalidades
As máquinas elevatórias mais utilizadas nas estações de bombagem são as bombas
centrífugas.
Embora existam outros tipos como sejam:
Impulsor recuado (próprias para águas residuais);
Parafuso (injecção de produtos químicos),
Êmbolo - injecção de reagentes viscosos;
Membrana (águas residuais com materiais de aves).
Em linguagem corrente chamam-se bombas de tipo centrífugo, aquelas que possuem uma
roda de palhetas, denominado impulsor, propulsor ou rotor, que rodando em torno de um
eixo (veio), impele a água para a carcaça cujo feitio a encaminha para o orifício de saída.
Conforme o feitio do impulsor e inclinação das suas palhetas assim as bombas tipo
centrífugo sepoderá classificar:
de impulsor fechado;
de impulsor aberto;
de impulsor em hélice;
Há outros tipos de classificação também usados, mais ou menos paralelos a este. Por
exemplo:
de impulsor radial ou escoamento radial;
de impulsor semi-axial ou escoamento misto;
de impulsor axial ou escoamento axial.
conforme o líquido sai do impulsor perpendicularmente, obliquamente ou paralelamente ao
veio.
Quando a pressão P atingir o valor tv verifica-se uma 2ª fase: o líquido entra em ebulição e
aparecem cavidades no seu seio formadas por bolhas de vapor - é o fenómeno de cavitação.
Este fenómeno é em geral prejudicial: as bolhas de vapor têm uma acção físico-química
intensa.
A aplicação do teorema de Bernoulli entre o reservatório de aspiração e a secção de entrada
da bomba numa situação de regime permanente permite escrever:
Define-se NPSH - "net positive suction head" - da bomba como sendo a diferença entre a
altura piezométrica absoluta no eixo da secção de entrada da bomba e altura piezométrica
no ponto de pressão absoluta mínimo possível, isto é:
Os valores do NPSH exigidos por uma dada bomba são definidos, em função do caudal e
da velocidade de rotação com base em ensaios normalizados.
As características atrás enunciadas podem ser expressas através das seguintes curvas:
- Curva caudal/altura de elevação, que estabelece as variações da altura manométrica em
função do caudal - H = f (Q);
- Curva de rendimento da bomba em função do caudal - η = f (Q);
- Curva de potência absorvida pela bomba em função dos caudais elevados P=f(Q).
Fazem-se, além disso, as seguintes observações de carácter geral:
1 - O ponto correspondente a Q = 0 da curva H = f(Q) deve ser superior ao ponto
correspondente a Q = 0 da curva característica da instalação.
2 - A área a tracejado deve ser o maior possível, compatível com um bom rendimento.
3 - A estabilidade de regime da bomba é tanto maior quanto maior for o raio de curvatura
das curvas H = f(Q) e da curva característica da instalação.
4 - O ponto de funcionamento deve localizar-se ligeiramente para lá do ponto
correspondente ao ponto de rendimento máximo para ter em conta uma eventual
diminuição de caudal devido ao envelhecimento da instalação.
Assim de um modo geral, para altura manométrica <15 m e caudal>100 l/s utilizam--se
bombas centrífugas, de impulsor em hélice; para altura manométrica> 15 m e qualquer
caudal utilizam-se outras quaisquer bombas centrífugas.
A selecção de bombas de grandes potências é realizada mediante o recurso ao nº específico
de rotações (velocidade específica).
Assim:
Assim, se:
1450 n rpm = ⇒ a altura de elevação deverá ser inferior a cerca de 60 m;
2900 n rpm = ⇒ a altura de elevação deverá ser inferior a cerca de 100 m.
Em conclusão:
• Para alturas de elevação inferiores a 60 m utilizar bombas monocelulares.
• Para alturas de elevação compreendidas entre 60 e 90 m: se os motores são eléctricos faz-
se um estudo económico entre a bomba monocelular de velocidade de rotação elevada
(2900 rpm) e a bomba multicelular de pequena velocidade de rotação (1450 rpm); se os
motores são térmicos deve-se preferir, à priori, a bomba multicelular de pequena
velocidade.
• Para alturas de elevação superiores a 90 m utilizar bombas multicelulares.
• Relativamente às bombas centrífugas de eixo horizontal ou vertical, as primeiras
utilizarse-ão quando a bomba estiver em carga ou com altura de aspiração inferior a 6 ou 7
m; as segundas utilizar-se-ão em poços profundos ou furos. Não deve, no entanto,
dispensar-se a execução dum estudo económico.
Para cada par de valores Q, H determina-se um ponto que se situa no interior duma das
áreas a ponteado. O dimensionamento das bombas de uma instalação de bombagem não se
apresenta duma forma simplista como a referida anteriormente, principalmente, se se trata
de uma instalação de certas dimensões que acarreta, em geral, a existência de mais de um
grupo electro-bomba em funcionamento, caso que não se verifica numa instalação de
pequenas dimensões, em que é vulgar funcionar um só grupo de bombagem. Consoante o
objectivo que se pretenda atingir, podem ser utilizados dois tipos de associação dos grupos
de bombagem: em série e em paralelo. No primeiro caso, pouco utilizado em sistemas de
abastecimento de água, onde as alturas de elevação são praticamente constantes, para um
dado caudal a altura total de elevação é igual à soma das alturas
de elevação de cada bomba.
Na associação em paralelo (mais vulgarmente utilizado por uma dada altura de elevação), o
caudal elevado é a soma dos caudais correspondentes a cada grupo de bombagem. No
entanto quando se associam várias bombas em paralelo, o caudal total que é possível elevar
é sempre inferior à soma dos caudais que cada grupo pode elevar se funcionar isoladamente
5.8.4 - Escorvamento
Diz-se que uma bomba instalada acima da superfície livre do líquido no reservatório de
alimentação está escorvada (ou ferrada) quando o seu interior está cheio de líquido, que
assim pode ser bombeado. A operação de substituir, por líquido, o ar contido na bomba e na
conduta de aspiração designa-se por escorvamento ou ferragem e pode ser realizada
manual ou automaticamente.
Para o escorvamento manual usa-se uma válvula de pé no tubo de aspiração e para o
escorvamento automático usam-se dispositivos capazes de produzir a depressão.
As válvulas de pé são válvulas de retenção que se colocam na base das condutas de
aspiração.
Quando a bomba pára, a válvula fecha e a conduta de aspiração mantém-se cheia de
líquido, a menos das fugas através da válvula, normalmente pequenas.
Um ejector funciona como uma trompa que mediante um jacto remove o ar do corpo da
bomba e da conduta de aspiração.
As bombas de vazio podem ser de vários tipos, estando muito difundido o sistema do anel
de água, em que existe uma câmara cilíndrica no interior da qual gira urna roda em estrela,
montada excentricamente.
Um meio poroso com os vazios totalmente preenchidos por líquido diz-se que está
saturado.
Uma formação geológica ou um conjunto de formações geológicas que contêm água e que
permitem que em condições naturais a água se desloque através delas, pela acção da força
de gravidade chama-se aquífero. Uma formação impermeável que não contém nem conduz
água em quaisquer circunstâncias designa-se aquífugo. Uma formação geológica que pode
conter ou não água, não permitindo a sua circulação, pelo menos em quantidades
intermédias e em condições naturais designa-se aquiclude. Uma formação geológica,
semipermeável, que permite a condução de água em condições intermédias entre o aquífero
e o aquiclude, designa-se aquitardo.
Um aquífero sujeito apenas à pressão atmosférica e no qual o nível da água coincide com o
nível freático ou piezométrico, diz-se um aquífero freático. Quando um aquífero se
encontra limitado superior e inferiormente por formações impermeáveis e no caso de se
abrir um furo de observação a água subir neste furo acima do nível de separação entre o
aquífero e o estrato impermeável superior, o aquífero diz-se confinado ou cativo. O nível a
que a água sobe no furo é o nível piezométrico naquele ponto. O escoamento neste aquífero
dá-se sob pressão. No caso especial de o nível piezométrico ser superior ao nível do solo,
caso em que a água jorrará do furo, o aquífero confinado diz-se repuxante ou artesiano.
Este nome deriva da região francesa de Artois onde era frequente a existência de furos
deste tipo.
Num mesmo terreno a permeabilidade pode variar quer segundo a vertical (infiltração de
águas meteóricas), quer segundo a horizontal (circulação de água nas toalhas aquíferas).
6.4 Porosidade
o que mostra que a curva de depressão da superfície freática provocada pela existência de
uma trincheira é independente da permeabilidade, a qual, porém, influi no caudal escoado.
expressão dos poços, 6.36, aplica-se então aos poços artesianos sob a condição de se
substituira altura média
Para que não haja interferência mútua entre poços é indispensável que se localizem a
distâncias tais que não se permita a interferência das superfícies de depressão dos diversos
poços.
Em geral, a água nos terrenos permeáveis naturais possui um certo movimento ao longo das
camadas que a contêm. Por meio de poços testemunhas, convenientemente localizados,
podem determinar-se as cotas representativas da superfície livre, no caso de aquíferos
freáticos ou da superfície piezométrica de aquíferos confinados. Com estas cotas, podem
traçar-se numa carta, por meio de curvas de nível, estas superfícies freáticas ou
piezométricas obtendo-se as chamadas cartas freatimétricas