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RESENHA ARANTES, Ota B, Fiori, Urbanismo em fim de linha e outros estudos sabre o colapso da ‘modernizagao arquiteniea. Sao Paulo: Edusp, 1998.” Nésio TURRA NETO” Um livro provocador OtiiaAranteslecionn Estiica tanto no Departamento de Filosofia quanto na Faculdade de Anpuitetura © Urbaaismo da USP, ¢ jd hd um bom tempo desenvalve reflexes ra rea de critica da erquitetura. Porianto. raise de uma pessoa com bastante ereibildade, no meio cadémico, pam tratar do assonfo a que se prope: a crise da arquitetura moderna scontempornes Sen livro gravita em tomo da contovérsia modemisno-pis-moderismo (apestr da ‘autor se reusar a usar o prefixo és por aceditae que se rata mais Ge umn continua do gue uma ruptua), fadernidade ¢ ps-madernidade no so pols allerntivas.. mas passos tnifleados de um mesmo processo de juste da sociedad ds reviravlias ‘que dé 0 capitalism para comtinuar 0 que sempre fo ¢ de cvias ‘metamorfoses a paisagen urbana & a fachada mats vsiel.*(p. 12/13) Fala do esgotamento do projeto da argiteturn modems © das posteriones mazelas € ‘nacronismos de seus substitutes, por iso, o urbanismo estaria em fim de linha. A mudanga que primeiro veio como resistfncia c/o antidoto ds “patologias urbana” provacadas pela arguitetira ‘modema, aeabou par escti-las, congelilas, pot meio de uma idedlogia da diversidade ~ que ‘stra substiuindo a ideologis do plano global -, dando grande énfase as dferencas cular, hum momento em que a administa;to cultural tm tomado o lugar da agi politica como forma de controle social. As altemativas & arquitcira modema estariam assim servindo coma ‘stratégia usada pelo per polio eecondmico para mantras pessoas sob contol 0 ivro ¢ formado por uma jung de artigos eserios em momentos diversos © & Aiviido em uss partes. Na primeira, encontramos as bates do seu pensamenta. para a formulagto da sua erica de arqutetura, ¢ onde ela estabelece suas premissas bisices. Na Segunda parte aparece, de forma mais explicit, uma avaligdo da arguitetura na cidade, ‘mostrando seu desenvolvimento, dos moernos até 0 momento aul, Também ha um espago Aispeso pelo livo ~ reservado para a arquitetura brasileira. no gual autora argomenta gue © "movimento moderna foi repoduzido aqui com um sugess0 maioe do que no contexte em gue fo coneebid, ‘AS principaispremissas, pelo menos as mals recorrentes, podem ser resumidas em tts Pontos 1 - A arquitetura modema se esgotou justumente por ter cumprido 0 que prometers Apostando no processo de racionalizagoe erdenamento do esp9p0, uma raionalzagaa presente Reel ens pind Lib Pra i mir pel fers Mas Ens tis sponte nosn de. Fess car de git om epi da Void sl Pls UNESP Cpe de Pe x0 tambéni na ligica do cpitalsmo taslorit, a argutetum moderna, & medida mesmo em que is realizando,reproduzia na cidade a ordem da fbricafordista, tomando-a funcional mas coletiva — por is0, buscou-se a superagdo desst arqutetra, Uma arguitewra que Pedronizagto do erpaga ~ desconsiderando antigos conteudos socisis -, sepregaglo Setotizaga0 da cidade, produzindo em série pars um consumo de massa ~ sem considers: necessdades eas dos individues. 2 O espago arquittdnico no & um espaco qualquer ~e sso & dito, sobretuio, erica 4 evtoa da argutetura — endo sendo um espoyo qualquer, mio pode ser exclusivamente como aperéncia estitica, mas deve, ao contin, levarse em consid também como um problema constutive ¢ resolvido, ou sea, 2 adequagto da co finalidades pritcas, que comandam a jrodueSo arguittbaica. Por isso, a rica de ar no deve inconer no eso estetiznte de analisar a obra isolada do processo de raion fondenamenta do espago. ‘= Sobre a "aruitetura depois dos modernos", 9 autora argumenta que, apesar as intense, no resolveu os problemas, mas camflow0s,etti2ou-s, preservou o status gm searepordo social. E €nesse sentida que comsdero o lio bastante provocador. Vamos ‘f muito comum, em momentos de crise generalizida ¢ busce de novos refeens erica ap que passou e 4 apologia ao que ver como substtuto, enearando como aqtils ‘rd mlhor, que resolveri os problemas deixados pelo velho padeo. A exten 4 ag ‘moderna & presente no livia de Oia Arantes, nas &tamibem presente critica & aa ova, Ela no se dea soduzir pelo diseuso do nov, mesmo porque ele jé mosirox 1 suas realiagdes, Assim. rica também, ¢ durament, a arqutetura chamada Articula ess ertca de aguitetura a toda uma flosfia ps-moderna de apologia da puri «4 diferenga, colocundo om eheque qualquer Simpatia com ess tennis. No € fil ‘rgumenie com ela ainda mais por apesetar, de forma Ho contundente, a coneret propostapés-moderna na cidade e seus defitos. 1H porém, um senfo: acredito que a erics Je aruitetura pés-modema so ‘estenida, sem ressalvas flosofia contemporaine. Além disso, ndo di para dizer que flosofia contemporinea & um bloca hamoweneo, por i880, sent falta no Se livro do" bois: a quis autores se refee quando critica a flosofia"pés-modera”, pois sob est sido, comumente coloeadas endEncias muito dispares or fin vale refogar que olivo de Ota Arantes é uma erie de argues ‘analisa apenas enquanio obre de are -revelando exclusivamente sua dimensio estéics vai alm, e tz essa erica pars dena da cidade capitalist, inserindo-a no con leansformagdes atunis no sistema, nas idsias na poiieae ma economia urban, Por iss. tivra pertinenteAgueles que e preveupam com o (re) produglo do espago na cidade © relago com a soviedade (Sobretado a panic das concepydes arquitetnicas que 7 rego desseespago)

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