Você está na página 1de 29
3 - BACIA DO SOLIMOES Jaime F. Eiras!, Carlos R. Becker!, Edson M. Souza” Flavio G. Gonzaga’, José G. F. da Silva’, Luisa M. F. Daniel, Nilo S, Matsuda’ e Flavio J. Feijo> As grandes dreas sedimentares paleozticas si- tuadas na Regio Norte do Brasil receberam inicialmente denominagao generica de Bacia do Amazonas. Por razdes ‘operacionais, foram divididas em trés bacias, denominadas Alto, Medio e Baixo Amazonas, separadas pelo Arco de Purus e pelo Alto de Monte Alegre, respectivamente, Caputo (1984) sugeriu a designagao de Bacia do SolimBes em substituicao a Alto Amazonas, em face da evolugao geoldgica diferenciada em relagao as bacias do Médio © Baixo Amazonas, hoje referidas simplesmente como Bacia do Amazonas. ‘A Bacia Paleozoica do Solimées estende-se por cerca de 400 000 km? no Estado do Amazonas, limitada a sul ea norte pelos escudos Brasileiro e das Guianas. Seu limite este com a Bacia do Acre € no Arco de Iquitos, e o limite leste com a Bacia do Amazonas se dé no Arco de Purus. Dentro desta bacia, podem ser distinguidas as sub-bacias do Jandiatuba e a do Jurud, separadas pelo Arco de Carauari, Esta feig&o positiva, de orientago aproximada norte-sul, exerceu forte controle sobre a sedimentag&o, em especial a pré-pensilvaniana, A Sub-bacia do Jurua € bem mais conhecida, em fungao da intensa pesquisa para petroleo desenvolvida pela PETROBRAS a partir de 1978, com a Perfuraglo de 109 pocos € o registro de 56 000 km de linhas ‘sismicas. O parco conhecimento da Sub-bacia do Jandiatuba advem em parte de restricées legais & prospeceao em areas indigenas. O arcabougo estratigrafico ora apresentado para ‘a Bacia do SolimBes baseia-se no de Silva (1987, 1988), com modificagdes significativas introduzidas em consequéncia de datagtes bioestratigraficas efetuadas por Quadros (1986, 1988), Lemos (1989), Grahn (1989, 1990), Savini e Altiner (1991) e Melo (1983) (fig. 3.1). Proterozdico © substrato proterozdico sobre o qual se implantou a Bacia do Solimées é constituido por rochas Igneas e metamérficas na Sub-bacia do Jandiatuba, ao passo que na ‘Sub-bacia do Jurué se destacam, além dessas, rochas sedi- mentares depositadas numa sucesséo de bacias que constituiam um sistema de rifts proterozéicos. Essas coberturas de plataforma pré-cambrianas do craton amazénico so ainda pouco conhecidas, assim como 08 varios depésitos sedimentares aflorantes e subaflorantes sotopostos ao Eratema Paleoztico da Bacia do Solimées. Dentre estes, foram formalizadas as formagées Prainha (Almeida e Nogueira, 1959), Prosperanca e Acari (Caputo et al. 1971). A partir de dados obtidos em investigagdes de ‘subsuperficie pela PETROBRAS, propée-se a unificagao destas formagées no Grupo Purus. Grupo Purus - 6 constituido por arenito caulinico fino a grosso avermelhado, siltito e folhelho avermethados e niveis conglomeraticos. A Formagao Acari é caracterizada por dolo- rTito esbranquigado e acastanhado, Emafloramentos, a espes- ura medida deste grupo esta entre 750 e 1 250 m. A maior ‘espessura perfurada é de 985 m, mas estimam-se a partir de dados sismicos possangas superiores a4 000m. Adeposicao do Grupo Purus se deu provavelmente no Mesoproterozéico, por intermédio de sistemas fluviais com influéncia marina (Lopes, 1989) preenchendo bacias rif. Na Bacia do Solimées, o perfil de referencia do Grupo Purus ¢ 0 intervaio 2 917-3 065 m do poco 1-JR-1-AM, perfurado em 1978 pela PETROBRAS no municipio de Carauari (fig. 3.2). Mantém-se a secdo-tipo definida em superficie por Caputo et al. (1971). Fanerozéico Pode ser dividido em duas seqdéncias de primeira ordem: a paleozbica, ndo afforante e intrudida por diques e soleiras de diabasio, e a mesozdica-cenozbica. As rochas sedimentares paleozbicas foram formalizadas nas formagoes Benjamin Constant e Jutal e nos grupos Marimarie Tefé. A ‘segd0 pés-paleozdica resume-se ao Grupo Javari Formacao Benjamin Constant - proposta por Silva (1987, 11988), é composta por arenito mal selecionado cinza-esbran- quigado, com estratificagao plano-paraleia e cruzada de baixo Angulo e folhelho cinza-escuro a preto. Esta unidade ocorte somente na Sub-bacia do Jandiatuba, interposta em discordan- cia entre o embasamento e a Formacéo Jutai. O ambiente aan 000 9 RATIOS GAMA COAPID Se JARENITO muito fino heaTes see! FORMAGAQ_JURUA ANIDRITA branca FOLHELHO vermelho ARENITO beanco fine e muito 2712 om Fig. 3.14 - Perfil-tipo da Formagao Jurua. B. Geoci, PETROBRAS, Rio de Janeiro, 8 (1): 17 - 45, jan./mar. 1994 35 Altitude. RAIOS GAMA _CGAPID 1-LUC-1- AM 4° 53° us" 5 65° 11" 28" H ENSIOADE_co/cna> 2332 _m FOLHELHO castanho avermelhado ho ANIDRITA bronca ARENITO fino branco acinzentado Fig. 3.15 - Perfil de referéncia da Formagao Jurua. <4 ARENITO nédie——— esbranquigado———__ ARENITO muito fino cinza esbronquigado 4 “GRMACAO JANDIATUBA ae 36 B. Geoci, PETROBRAS, Rio de Janeiro, (1): 17 - 45, jan /mar. 1994 Altitude RAIOS GAMA 3° ait 66° uw 3° sin FOLHELHO variegado avermethado a FOLHELHO castanho ANIDRITA branca SILTITO costanhog"~ 4 FORMAGAO CARAUA\ Fig. 3.18 - Perfil-tipo da Formagao Fonte Boa. Ri] B, Geoci, PETROBRAS, Rio de Janeiro, 8 (1): 17 - 45, jan./mar. 1994 39 Altitude 4? 3u 13" Ss 65° us" 13" HW RAIOS GAMA (CPS > INDUCKO_conMM => SILTITO cote cl é ME TASSILTHEQ, creme claré— DIABASIO fino verde escuro FORMACAO FONTE 80, ro oo os Fig. 3.19 - Perfil de referéncia da Formagao Fonte Boa. 40 B. Geoci. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 8 (1): 17 - 45, janJmar. 1994 S RATIOS GAMA Altitude 1-JT- 4- AM 5° 28' uer Ss sa° ss iit LATERAL conMmD SILTHT| 687 FORMACAO ALTER DO CHAO IFORMAGAO FONTE 80, vermeiha escure ARENI 10. muito bance fino SILTITO caste avermethado Fig. 3.20 - Perfil de referéncia da Formagao Fonte Boa. B. Geoci, PETROBRAS, Rio de Janeiro, 8 (1): 17-45, jan./mar. 1994 4 a2 Altitude RAIOS GAMA (CPs? Fig. 3.21 - Perfil de referéncia da Formagao Alter do Chao. 4S ust ug s 72° 117 us" Wy NORMAL LONGA coHRM FORMACAO SOLIMOES ARENITO. branco médio avermethado ARGILA vuriegada B. Geoci. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 8 (1): 17 - 46, jan.imar. 1994 Altitude RAIOS GAMA CGAPD. = & 4? 1s 32a" s 65° 25" a" W sénrco_cnery FORMACAO Neate DO CHAO <7 : ARENITO grosso singe esbranquigado 4 XL, = CONGLOMERADO. variegado Fig. 3.22 - Perfil de referéncia da Formagao Alter do Chao. FORMACAO SOLIMGES B. Geocl, PETROBRAS, Rio de Janeiro, 8 (1): 17 - 45, jan./mar. 1984 a3 Altitude RAIOS GAMA crs? 2-RJ-1- AM uous: Te 4s" vis usr NORMAL GURTA COHMD ARGILA cinzo escura AREIA fina cinzenta ARGILA amorela clard ARGILA voriegado ARFIA fina branca ARGILA castanha escu 765 om Fig. 3.23 - Perfil-tipo da Formagao Solimées. oz 8. Geoci. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 8 (1): 17 - 45, jan./mar. 1994 4 ait 32" 5 5° ast AREIA grossa amarela esbranquigede} yrare 4 Z = FORMAGAO “SGLIMOES cmty 3 ARGILITO cinza cfore <= te

Você também pode gostar