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Crises do Feudalismo

As crises do Feudalismo

É a partir do século XI (1001-1100), que essas crises começam a aparecer causando


profundas transformações no modo de produção feudal, como por exemplo, nas relações
sociais entre a Igreja, controladora da cultura, e a Nobreza feudal (dona de terras), o
surgimento de novas classes sociais como a Burguesia, grandes comerciantes, e o
fortalecimento do poder político dos Reis, nobres insatisfeitos com a força papal.

Em algumas regiões da Europa, a causa imediata foi o aumento demográfico,


resultante do fim das invasões bárbaras, e a queda da produção. Em outras áreas, que não
sofreram com a “Feudalização”, a influência dos muçulmanos e do comércio intenso como no
norte da Itália, nas cidades de Florença, Veneza, Pisa e Gênova, o excedente de produção
requeria trocas, negócios, crescimento e expansão. A fome entre os camponeses, a
necessidade de mais terras por parte da Nobreza e de mais mercados para a Burguesia
gerados a partir daí criaram um clima de violência incontrolável. As terras da Igreja corriam
perigo. Grande parte da população foi marginalizada, ficando ainda mais revoltada.

Nesta época, um grupo de turcos islamizados, denominado de Seljúcidas, controlava


a Terra Santa, lugares onde teria vivido Jesus, e estavam impedindo os cristãos de visitarem
os lugares sagrados. O papa Urbano II convocou toda a cristandade européia para uma
guerra santa contra os turcos seljúcidas, no concílio de Clermont (1094), com o objetivo de
recuperar a região. Esta seria a primeira de uma série de expedições militares saídas da
Europa feudal (1097 – 1270) em direção ao Oriente. Tais guerras foram chamadas de
Cruzadas.

As Cruzadas (1094 – 1270)

Com as transformações do século XI e as crises do feudalismo adveio o problema da


terra, era preciso mais para distribuir com os cavaleiros (nobres sem terra) e com a
população servil que aumentava. Essa escassez já tinha consolidado o direito de herança
exclusivo para o 1° filho, denominado de Direito de Primogenitura, e a Lei do Celibato,
proibição que impedia os padres de casar, que juntas aprofundavam as tensões sociais.

Alem disso, crescia o interesse no comércio de especiarias, produtos orientais, por


parte da burguesia, o que motivava ainda mais o contato entre o Ocidente feudal com
Oriente. Lá, a situação mudou quando os turcos seljúcidas conquistaram a Terra Santa e
impediram a visitação de peregrinos aos lugares considerados sagrados, levando, então ao
Papa Urbano II a convocar toda nobreza cristã a “levantar a espada” contra os hereges
muçulmanos.

Como expedições militares, as Cruzadas foram um fracasso completo; contudo, suas


conseqüências foram importantes. Declínio do Poder Papal e da influência da Igreja na
Cultura, fortalecimento do poder político dos Reis, formando o Estado Nacional, provocaram
a circulação de especiarias, mercadorias vindas do Oriente, fizeram renascer o comércio
internacional entre o Ocidente feudal e o Oriente e reativaram as antigas rotas comerciais,
estradas terrestres do Império Romano. Tais fatos fariam ressurgir o comércio europeu no
Mediterrâneo e desenvolvera uma nova classe, a Burguesia. Com ela, vai se formando um
novo modo de produção, o Capitalismo, baseado no comércio internacional, na idéia de
lucro, trabalho pago, atividades bancárias, empréstimos a juros. A Revolução Comercial e o
Nascimento do Capitalismo

Com as Cruzadas, as feiras vão se tornando permanentes, já que o comércio


internacional se desenvolveu e novos produtos vindos do Oriente, as especiarias, passaram a
ter a preferência da população que crescia. Entre os comerciantes, as leis feudais não eram
utilizadas, surgindo outras, baseadas no antigo direito romano. Por conta disso,
desenvolveu-se o câmbio (troca de moedas), surgem as letras de crédito e o cheque. A mais
importante feira era a da Champagne, região da França.
No final do século XIII, as feiras entraram em decadência porque, por toda a Europa,
formam-se os Burgos, cidades comerciais, onde as atividades mercantis eram permanentes.
Estas cidades comerciais se uniam em associações das quais a mais importante foi a grande
Hansa Germânica, reunindo mais de 90 cidades. A população das cidades formava a
Burguesia, nova classe social, desligada das relações de suserania e vassalagem, de domínio
e servidão.

Dentro das cidades, formavam-se as corporações de Ofício. Nelas, o trabalhador


entrava como aprendiz, ainda jovem, e passava ao estágio de Oficial ou Companheiro. Com
o tempo, os oficiais passaram à categoria de trabalhadores remunerados chamados de
Jornaleiros, porque trabalhavam por jornada, sem alcançarem o estágio final de Mestre,
dono da própria oficina. As corporações evitavam a concorrência entre oficinas do mesmo
ramo para não haver superprodução e controlavam a qualidade dos produtos.

Entre 1100 e 1300, o modo de produção capitalista nascente passava por uma fase
de ascensão. Todavia, entre 1301 e 1400, entrou em crise e, a partir de 1401, entra de novo
em crescimento. No século XIV, ocorreu uma epidemia chamada Peste Negra que matou 1/3
da população européia. Além disso, tivemos a Guerra dos Cem Anos (1337-1453). Com
tantas desgraças, faltou mão-de-obra para o capitalismo que nascia.

Entretanto, a partir do século XV, ocorreu um aumento demográfico, ou seja, a população


voltou a crescer e a conjuntura havia mudado. Dois modos de produção, o feudalismo em
crise e o capitalismo nascente geravam tensões sociais, as especiarias, vindas do Oriente,
aumentavam exageradamente de preços, era a inflação, faltavam metais preciosos para
cunhar moedas e pagar importações. A solução, portanto, seria expandir o comércio através
de expedições pelo Oceano Atlântico, tentando descobrir uma nova rota para as Índias, a
terra das especiarias. Tal expansão consolidaria o capitalismo comercial ou mercantil, a
partir do século XVI e ocuparia outras áreas como a África e América, colonizando-as através
dessa Expansão Marítima.

TEXTO: comunidade do Orkut – alunos do professor Gerardo.

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