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2av0a2015 Listen Presidéncia da Republica Casa Civil Subchefia para Assuntos Juridicos LEI 140, DE 26 DE JUNHO DE 201 Dispde sobre a mediacao entre particulares como meio de solugao de controvérsias e sobre a autocomposigao de conflitos no Ambito da administragAo publica; altera a Lei n2 9,469, de 10 de julho de 1997, € o Decreto n& 70.235, de 6 de marco de 1972; e revoga o § 22 do art. 62 da Lei n° 9.469, de 10 de julho de 1997. APRESIDENTA DA REPUBLICA Fago saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei Art. 12 Esta Lei disp6e sobre a mediagao como meio de solucéo de controvérsias entre particulares & sobre a autocomposigao de conflitos no ambito da administragao publica Paragrafo Unico. Considera-se mediagao a atividade técnica exercida por terceiro imparcial sem poder decisério, que, escolhido ou aceito pelas partes, as auxilia e estimula a identificar ou desenvolver solucdes consensuais para a controvérsia. CAPITULO! DA MEDIAGAO Segao | Disposigdes Gerais, Art, 2 A mediagao ser orientada pelos seguintes principios: | - imparcialidade do mediador, I isonomia entre as partes; I - oralidade; IV - informalidade; \V - autonomia da vontade das partes; VI - busca do consenso; VII - confidencialidade; Vill - boa. § 12.Na hipétese de existir previsdo contratual de cléusula de mediacéo, as partes deverao comparecer a primeira reunido de mediacao. § 22 Ninguém sera obrigado a permanecer em procedimento de mediagdo, Art. 3° Pode ser objeto de mediagao o conflito que verse sobre direitos disponi indisponiveis que admitam transa¢o, § 12 A mediaco pode versar sobre todo 0 conflito ou parte dele. § 22.0 consenso das partes envolvendo direitos indisponiveis, mas transigiveis, deve ser homologado em juizo, exigida a oitiva do Ministério Publico. Sega Il hitphwvc senate govbrccvil_09/_Alo2otS-2018/201SLef.13140him 19 2av0a2015 Listen Dos Mediadores Subsegao | Disposig6es Comuns Art. 42 O mediador seré designado pelo tribunal ou escolhido pelas partes. § 12.0 mediador conduziré 0 procedimento de comunicagao entre as partes, buscando o entendimento o consenso e facilitando a resolugao do conflito § 22 Aos necessitados sera assegurada a gratuidade da mediagao, Art. 52 Aplicam-se ao mediador as mesmas hipéteses legais de impedimento e suspei¢éo do juiz. Paragrafo unico. A pessoa designada para atuar como mediador tem o dever de revelar as partes, antes da aceitacao da fungao, qualquer fato ou circunstancia que possa suscitar duvida justificada em relago 4 sua imparcialidade para mediar 0 conflito, oportunidade em que poderd ser recusado por qualquer delas Art, 62 O mediador fica impedido, pelo prazo de um ano, contado do término da Ultima audiéncia em que atuou, de assessorar, representar ou patrocinar qualquer das partes. Ait. 72.0 mediador nao podera atuar como érbitro nem funcionar como testemunha em processes judiciais ou arbitrais pertinentes a conflito em que tenha atuado como mediador. ‘Art, 82.0 mediador e todos aqueles que 0 assessoram no procedimento de mediagao, quando no exercicio de suas fungées ou em razo delas, so equiparados a servidor pblico, para os efeitos da legislacao penal Subse¢do II Dos Mediadores Extrajudiciais Art, 92 Poder funcionar como mediador extrajudicial qualquer pessoa capaz que tenha a confianga das partes © seja capacitada para fazer mediagéo, independentemente de integrar qualquer tipo de conselho, entidade de classe ou associagdo, ou nele inscrever-se, Art. 10. As partes poderdo ser assistidas por advogados ou defensores publicos. Paragrafo Unico. Comparecendo uma das partes acompanhada de advogado ou defensor puiblico, o idor suspenderd 0 procedimento, até que todas estejam devidamente assistidas. Subse¢ao III Dos Mediadores Judiciais Art. 11. Podera atuar como mediador judicial a pessoa capaz, graduada ha pelo menos dois anos em curso de ensino superior de instituic&o reconhecida pelo Ministério da Educagao e que tenha obtido capacitacéo em escola ou instituigéo de formacao de mediadores, reconhecida pela Escola Nacional de Formacao e Aperfeicoamento de Magistrados - ENFAM ou pelos tribunais, observados os requisitos minimos estabelecidos pelo Conselho Nacional de Justiga em conjunto com o Ministerio da Justiga Art. 12. Os tribunais criarao e manterao cadastros atualizados dos mediadores habilitados e autorizados a atuar em mediagdo judicial. § 12. inscrigdo no cadastro de mediadores judiciais serd requerida pelo interessado ao tribunal com jurisdigao na area em que pretenda exercer a mediagao, § 22 Os tribunais regulamentardo 0 processo de inscrigao e desligamento de seus mediadores. Art. 13. A remuneracdo devida aos mediadores judiciais sera fixada pelos tribunais e custeada pelas partes, observado o disposto no § 2° do art. 42 desta Lei Se¢ao Ill Do Procedimento de Mediagao Subsegao | hp:twww planato gov-briecvl_03) Atog01S-20182015tLeiL13140\him 29 _2aparants sste0 Disposig6es Comuns Art. 14. No inicio da primeira reunido de mediagao, e sempre que julgar necessario, o mediador deverd alertar as partes acerca das regras de confidencialidade aplicéveis ao procedimento. Art. 15. A requerimento das partes ou do mediador, e com anuéncia daquelas, poderdio ser admitidos outros mediadores para funcionarem no mesmo procedimento, quando isso for recomendavel em razéo da natureza e da complexidade do conflto Art. 16. Ainda que haja processo arbitral ou judicial em curso, as partes poderdo submeter-se a mediagao, hipdtese em que requererdo ao juiz ou arbitro a suspenso do processo por prazo suficiente para a solucdo consensual do litigio. § 1° E itrecorrivel a decisdo que suspende 0 processo nos termos requeridos de comum acordo pelas partes. § 22 A suspensdo do processo nao obsta a concessdo de medidas de urgéncia pelo juiz ou pelo arbitro, Art. 17. Considera'se instituida a mediagdo na data para a qual for marcada a primeira reunido de mediagao. Paragrafo unico. Enquanto transcorer 0 procedimento de mediagao, ficaré suspenso 0 prazo prescricional. Art. 18. Iniciada a mediac&o, as reunides posteriores com a presenga das partes somente poderdo ser marcadas com a sua anuéncia, Art. 19. No desempenho de sua fungao, o mediador poderd reunir-se com as partes, em conjunto ou separadamente, bem como solicitar das partes as informagSes que entender necessérias para facilitar 0 entendimento entre aquelas. ‘Art. 20. © procedimento de mediagao sera encerrado com a lavratura do seu termo final, quando for celebrado acordo ou quando nao se justificarem novos esforgos para a obtengao de consenso, seja por declaragao do mediador nesse sentido ou por manifestagao de qualquer das partes. Paragrafo nico. © termo final de mediagdo, na hipétese de celebracdo de acordo, constitul titulo executivo extrajudicial e, quando homologado judicialmente, titulo executivo judicial Subsegao II Da Mediacao Extrajudicial Art. 21. © convite para iniciar 0 procedimento de mediagao extrajudicial podera ser feito por qualquer meio de comunicagao e devera estipular 0 escopo proposto para a negociago, a data e o local da primeira reunio. Paragrafo tnico. © convite formulado por uma parte a outra considerar-se-4 rejeitado se nao for respondido em até trinta dias da data de seu recebimento Att. 22, A previséo contratual de mediagao deveré conter, no minimo: |- prazo minimo e maximo para a realizagao da primeira reuniéo de mediag&o, contado a partir da data de recebimento do convite; 11 - local da primeira reuniéo de mediacao; III - critérios de escolha do mediador ou equipe de mediagao; IV - penalidade em caso de nao comparecimento da parte convidada a primeira reunido de mediacao. § 12,A previsao contratual pode substituir a especificacao dos itens acima enumerados pela indicacao de regulamento, publicado por instituigo idénea prestadora de servigos de mediagao, no qual constem critérios claros para a escolha do mediador e realiza¢ao da primeira reunidio de mediagao. § 22 No havendo previséo contratual completa, deverao ser observados os seguintes critérios para a realizagdo da primeira reuniao de mediagao: I prazo minimo de dez dias titeis e prazo maximo de trés meses, contados a partir do recebimento do hp:twww planato gov-briecvl_03) Atog01S-20182015tLeiL13140\him 38 2av0a2015 Listen convite; I - local adequado a uma reuniao que possa envolver informagées confidenciais; IIL - lista de cinco nomes, informagées de contato e referéncias profissionais de mediadores capacitados; a parte convidada poderd escolher, expressamente, qualquer um dos cinco mediadores e, caso a parte convidada nao se manifeste, considerar-se-A aceito o primeiro nome da lista; IV - 0 nao comparecimento da parte convidada a primeira reunido de mediagao acarretara a assungao por parte desta de cinquenta por cento das custas e honordrios sucumbenciais caso venha a ser vencedora em procedimento arbitral ou judicial posterior, que envolva 0 escopo da mediagdo para a qual foi convidada, § 32. Nos litigios decorrentes de contratos comerciais ou societérios que nao contenham cidusula de mediagao, o mediador extrajudicial somente cobrara por seus servigos caso as partes decidam assinar 0 temo inicial de mediagao e permanecer, voluntariamente, no procedimento de mediagao. Art, 23, Se, em previsdo contratual de cléusula de mediagdo, as partes se comprometerem a nao iniciar procedimento arbitral ou processo judicial durante certo prazo ou até o implemento de determinada condiga0, 0 4rbitro ou o juiz suspenderd o curso da arbitragem ou da acao pelo prazo previamente acordado ou até implemento dessa condicao. Paragrafo unico. O disposto no caput ndo se aplica as medidas de urgéncia em que 0 acesso ao Poder Judiciério seja necessério para evitar 0 perecimento de direito. Subsegao III Da Mediagao Judicial Art. 24. Os tribunais criardo centros judicidrios de soluao consensual de conflitos, responsaveis pela realizagdo de sessdes e audiéncias de conciliagdo e mediacdo, pré-processuais e processuais, e pelo desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a autocomposi¢ao. Paragrafo unico. A composigao € a organiza¢ao do centro serao definidas pelo respectivo tribunal, observadas as normas do Conselho Nacional de Justiga Art, 25, Na mediag&o judicial, os mediadores néo estardo sujeitos @ prévia aceitagdo das partes, observado 0 disposto no art. 5° desta Lei Art, 26. As partes deverdo ser assistidas por advogados ou defensores piblicos, ressalvadas as hipéteses previstas nas Leis n° 9.099, de 26 de setembro de 1995, e 10.259, de 12 de julho de 2001 Paragrafo nico, Aos que comprovarem insuficiéneia de recursos sera assegurada assisténcia pela Defensoria Publica Art. 27, Se a peticao inicial preencher os requisites essenciais e nao for 0 caso de improcedéncia liminar do pedido, 0 juiz designara audiéncia de mediacdo. Art, 28, © procedimento de mediagdo judicial devera ser concluldo em até sessenta dias, contados da primeira sesso, salvo quando as partes, de comum acordo, requererem sua prorrogacao. Paragrafo nico, Se houver acordo, 0s autos seréo encaminhados ao juiz, que determinaré 0 arquivamento do processo e, desde que requerido pelas partes, homologaré o acordo, por sentenga, ¢ 0 termo final da mediagao e determinaré 0 arquivamento do processo. Art. 29. Solucionado o conflito pela mediagao antes da citagdo do réu, no sero devidas custas judiciais finals. Segao IV Da Confidencialidade e suas Excegoes Art. 30. Toda e qualquer informagao relativa ao procedimento de mediagao sera confidencial em relagao a terceiros, no podendo ser revelada sequer em processo arbitral ou judicial salvo se as partes expressamente decidirem de forma diversa ou quando sua divulgacao for exigida por lei ou necesséria para cumprimento de acordo obtido pela mediagao. § 12 O dever de confidencialidade aplica-se ao mediador, as partes, a seus prepostos, advogados, hp:twww planato gov-briecvl_03) Atog01S-20182015tLeiL13140\him 49 2av0a2015 Listen assessores técnicos e a outras pessoas de sua confianga que tenham, direta ou indiretamente, participado do procedimento de mediagao, alcancando 1 - dectaragao, opiniaéo, sugestéo, promessa ou proposta formulada por uma parte a outra na busca de entendimento para o conflito; I reconhecimento de fato por qualquer das partes no curso do procedimento de mediagao; III - manifestago de aceitagao de proposta de acordo apresentada pelo mediador; IV - documento preparado unicamente para os fins do procedimento de mediagdo. § 22 A prova apresentada em desacordo com o disposto neste artigo néo seré admitida em processo arbitral ou judicial § 3° Nao esté abrigada pela regra de confidencialidade a informagao relativa a ocorréncia de crime de acéo publica. § 42 A regra da confidencialidade nao afasta o dever de as pessoas discriminadas no caput prestarem informagées & administracao tribuléria apés o termo final da mediagao, aplicando-se aos seus servidores a obrigagao de manterem sigilo das informagées compartilhadas nos termos do art, 198 da Lei n° §.172, de 25 de outubro de 1966 - Cédigo Tributario Nacional. Art. 31. Serd confidencial a informagao prestada por uma parte em sesso privada, ndo podendo o mediador reveld-ta as demais, exceto se expressamente autorizado. CAPITULO II DA AUTOCOMPOSIGAO DE CONFLITOS EM QUE FOR PARTE PESSOA JURIDICA DE DIREITO PUBLICO Segao | Disposig6es Comuns Art. 32. A Unido, os Estados, 0 Distrito Federal e 0s Municipios poderdo criar cémaras de prevencao e resolugao administrativa de conflitos, no ambito dos respectivos érgdos da Advocacia Publica, onde houver, com competéncia para: | - dirimir conflitos entre érgaos € entidades da administracao public 11 - avaliar a admissibilidade dos pedidos de resolugao de conflitos, por melo de composi¢ao, no caso de controvérsia entre particular € pessoa juridica de direito pablico; III - promover, quando couber, a celebragao de termo de ajustamento de conduta. § 12.0 modo de composigao e funcionamento das cémaras de que trata o caput sera estabelecido em regulamento de cada ente federado. § 22.A submisséo do conflto as camaras de que trata o caput ¢ facultativa e sera cabivel apenas nos casos previstos no regulamento do respectivo ente federado. § 32 Se houver consenso entre as partes, 0 acordo sera reduzido a termo e constituird titulo executive extrajudicial § 42 Nao se incluem na competéncia dos érgaos mencionados no caput deste artigo as controvérsias que somente possam ser resolvidas por atos ou concessdo de direitos sujeitos a autorizagao do Poder Legisiativo, § 5° Compreendem-se na competéncia das cémaras de que trata o caput a prevengao e a resolugao de conflitos que envolvam equilibrio econdmico-financeiro de contratos celebrados pela administragao com particulares, Art. 33. Enquanto néo forem criadas as cAmaras de mediacéo, os conflitos poderdo ser dirimidos nos termos do procedimento de mediagdo previsto na Subsegao | da Se¢do Ill do Capitulo I desta Lei. Paragrafo unico. A Advocacia Publica da Unido, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municipios, onde houver, podera instaurar, de oficio ou mediante provocagao, procedimento de mediagao coletiva de confltos relacionados a prestagao de servicos piiblicos. hp:twww planato gov-briecvl_03) Atog01S-20182015tLeiL13140\him 59 _2aparants sste0 Art. 34. A instaurago de procedimento administrative para a resolugao consensual de conflito no ambito da administragao publica suspende a prescrigdo. § 12 Considera-se instaurado o procedimento quando o érgéo ou entidade publica emitir julzo de admissibilidade, retroagindo a suspenséo da prescrigéo a data de formalizagaéo do pedido de resolugdo consensual do contflito. § 22 Em se tratando de matéria tributéria, a suspensdo da prescrigéio deverd observar 0 disposto na Lei n® 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Cédigo Tributario Nacional. Segao II Dos Conflitos Envolvendo a Administracéo Publica Federal Direta, suas Autarquias e Fundagdes Art. 35. As controvérsias juridicas que envolvam a administragdo publica federal direta, suas autarquias & fundagdes poderdo ser objeto de transagao por adesdo, com fundamento em: | - autorizagao do Advogado-Geral da Unido, com base na jurisprudéncia pacifica do Supremo Tribunal Federal ou de tribunais superiores; ou Il parecer do Advogado-Geral da Unio, aprovado pelo Presidente da Repiiblica. § 12 Os requisitos e as condig6es da transa¢ao por adesdo serdo definidos em resolucao administrativa propria § 22 Ao fazer 0 pedido de adesdo, o interessado devera juntar prova de atendimento aos requisitos ¢ as condigées estabelecidos na resolugao administrativa. § 3° A resolugdo administrativa tera efeitos gerais e sera aplicada aos casos idénticos, tempestivamente habilitados mediante pedido de adesao, ainda que Solucione apenas parte da controvérsia, § 42 A adesao implicaré rentncia do interessado ao direito sobre o qual se fundamenta a agao ou o recurso, eventualmente pendentes, de natureza administrativa ou judicial, no que tange aos pontos compreendidos pelo objeto da resolugao administrativa. § 5° Se o interessado for parte em proceso judicial inaugurado por ago coletiva, a rentincia ao direito sobre 0 qual se fundamenta a agao deverd ser expressa, mediante peligdo dirigida ao juiz da causa § 62 A formalizago de resolugao administrativa destinada a transagao por adeséo no implica a rentincia tacita a prescrigdo nem sua interrupgao ou suspensao, Art. 36. No caso de conflitos que envolvam controvérsia juridica entre érgaos ou entidades de direito pliblico que integram a administracao publica federal, a Advocacia-Geral da Unido deverd realizar composicao extrajudicial do conflito, observados os procedimentos previstos em ato do Advogado-Geral da Unido. § 12 Na hipétese do caput, se nao houver acordo quanto a controvérsia juridica, caberd ao Advogado-Geral da Unido dirimi-ta, com fundamento na legislagao afeta. § 22 Nos casos em que a resolugao da controvérsia implicar o reconhecimento da existéncia de créditos da Unido, de suas autarquias e fundagdes em face de pessoas juridicas de direito puiblico federais, a Advocacia- Geral da Unido poderd solicitar ao Ministério do Planejamento, Orgamento e Gestéo a adequacao or¢amentéria para quitago das dividas reconhecidas como legitimas. § 32 A composigao extrajudicial do conflito ndo afasta a apuragao de responsabilidade do agente puiblico que deu causa a divida, sempre que se verificar que sua aco ou omisséo constitu, em tese, infragao disciplinar, § 42 Nas hipéteses em que a matéria objeto do itigio esteja sendo discutida em ago de improbidade administrativa ou sobre ela haja decisdo do Tribunal de Contas da Unido, a conciliagéo de que trata o caput dependera da anuéncia expressa do juiz da causa ou do Ministro Relator. Art. 37. E facultado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municipios, suas autarquias e fundagdes puiblicas, bem como as empresas ptiblicas e sociedades de economia mista federais, submeter seus litigios com érgaos ou entidades da administracao publica federal a Advocacia-Geral da Unido, para fins de composi¢ao extrajudicial do confit. hp:twww planato gov-briecvl_03) Atog01S-20182015tLeiL13140\him 69 2av0a2015 Listen Art. 38. Nos casos em que a controvérsia juridica seja relativa a tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil ou a créditos inscritos em divida ativa da Unigo: I- nao se aplicam as disposi¢6es dos incisos Il ¢ III do caput do art. 32; Il - as empresas publicas, sociedades de economia mista e suas subsidiarias que explorem atividade econémica de produgao ou comercializagao de bens ou de prestagao de servicos em regime de concorréncia ndo poderdo exercer a faculdade prevista no art. 37; III - quando forem partes as pessoas a que alude caput do art. 36: a) a submisso do conflito a composi¢ao extrajudicial pela Advocacia-Geral da Uniéo implica rentincia do direito de recorrer ao Conseiho Administrativo de Recursos Fiscais; b) a redugao ou o cancelamento do crédito dependerd de manifestagao conjunta do Advogado-Geral da Unido e do Ministro de Estado da Fazenda. Pardgrafo Unico, © disposto no inciso Il e na alinea a do inciso III nao afasta a competéncia do Advogado-Geral da Unido prevista nos incisos X e X| do art, 4° da Lei Complementar n® 73, de 10 de fevereiro de 1993, Art. 39. A propositura de ago judicial em que figurem concomitantemente nos polos ativo e passivo 6rgaos ou entidades de direito publico que integrem a administragao publica federal deverd ser previamente autorizada pelo Advogado-Geral da Unido. Art, 40, Os servidores e empregados puiblicos que participarem do processo de composigo extrajudicial do conflito, somente poderao ser responsabilizados civil, administrativa ou criminalmente quando, mediante dolo ou fraude, receberem qualquer vantagem patrimonial indevida, permitirem ou facilitarem sua recep¢ao por terceiro, ou para tal concorrerem. CAPITULO II DISPOSIGOES FINAIS Art. 41. A Escola Nacional de Mediagao e Conciliagao, no Ambito do Ministério da Justiga, podera criar banco de dados sobre boas praticas em mediagao, bem como manter relagao de mediadores e de institui¢des de mediagao. Art. 42, Aplica-se esta Lei, no que couber, as outras formas consensuais de resolugao de conflitos, tals como mediag6es comunitarias e escolares, e aquelas levadas a efeito nas serventias extrajudiciais, desde que no ambito de suas competéncias Paragrafo Unico. A mediagao nas relagdes de trabalho serd regulada por lei propria. Art, 43, Os érgdos e entidades da administracdo pliblica poderdo criar cémaras para a resolu¢do de conflitos entre particulares, que versem sobre atividades por eles reguladas ou supervisionadas. Art. 44. Os arts. 12 22 da Lei n® 9.469, de 10 de julho de 1997, passam a vigorar com a seguinte redagao: ‘Art_ 12 O Advogado-Geral da Unido, diretamente ou mediante delegagao, © os Girigentes maximos das empresas piiblicas federais, em conjunto com o dirigente estatutério da area afeta ao assunto, poderao autorizar a realiza¢do de acordos ou transag6es para prevenir ou terminar ltigios, inclusive os judiciais. § 12 Poderéo ser criadas cémaras especializadas, compostas por servidores Publicos ou empregados puiblicos efetivos, com o objetivo de analisar e formular propostas de acordos ou transagées, § 32 Regulamento dispora sobre a forma de composigao das cémaras de que trata 0 § 12, que deverdo ter como integrante pelo menos um membro efetivo da Advocacia- Geral da Unido ou, no caso das empresas publicas, um assistente juridico ou ‘ocupante de fungao equivalente. § 42 Quando 0 litigio envolver valores superiores aos fixados em regulamento, o acordo ou a transagdo, sob pena de nulidade, dependera de prévia e expressa hp:twww planato gov-briecvl_03) Atog01S-20182015tLeiL13140\him 78 2av0a2015 Art. 46. Listen autorizagao do Advogado-Geral da Uniao e do Ministro de Estado a cuja area de competéncia estiver afeto 0 assunto, ou ainda do Presidente da Camara dos Deputados, do Senado Federal, do Tribunal de Contas da Unido, de Tribunal ou Conselho, ou do Procurador-Geral da Reptiblica, no caso de interesse dos érgaos dos Poderes Legislativo e Judiciério ou do Ministério Puiblico da Unido, excluldas as ‘empresas ptiblicas federais nao dependentes, que necessitarao apenas de prévia e expressa autorizacao dos dirigentes de que trata 0 caput. § 5° Na transagao ou acordo celebrado diretamente pela parte ou por intermédio de procurador para extinguir ou encerrar processo judicial, inclusive os casos de ‘extensdo administrativa de pagamentos postulados em julzo, as partes poderao definir a responsabilidade de cada uma pelo pagamento dos honordrios dos respectivos advogados.” (NR) ‘Art_2° O Procurador-Geral da Unido, o Procurador-Geral Federal, o Procurador-Geral do Banco Central do Brasil e os dirigentes das empresas publicas federais mencionadas no caput do art. 12 poder autorizar, diretamente ou mediante delegagao, a realizacéo de acordos para prevenir ou terminar, judicial ou extrajudicialmente, litigio que envolver valores inferiores aos fixados em regulamento. § 12 No caso das empresas publicas federais, a delegagao é restrita a érgao colegiado formalmente constituido, composto por pelo menos um dirigente estatutario. § 22 0 acordo de que trata 0 caput podera consistir no pagamento do débito em Parcelas mensais e sucessivas, até o limite maximo de sessenta § 3° O valor de cada prestagao mensal, por ocasiéio do pagamento, serd acrescido de juros equivalentes taxa referencial do Sistema Especial de Liquidagao e de Custédia - SELIC para titulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir do més subsequente ao da consolidagao até o més anterior ao do pagamento e de um por cento relativamente ao més em que o pagamento estiver sendo efetuado. § 4° Inadimplida qualquer parcela, apés trinta dias, instaurarse-4 0 processo de execuugdo ou nele prosseguir-se-4, pelo saldo.” (NR) Decreto n° 70.235, de 6 de marco de 1972, passa a vigorar acrescido do seguinte art. 14-A: “Att. 14-A. No caso de determinagao e exigéncia de créditos tributarios da Unido Cujo sujeito passivo seja érgao ou entidade de direito publico da administragao publica federal, a submissdo do litigio a composi¢ao extrajudicial pela Advocacia- Geral da Unido é considerada reclamagao, para fins do disposto no inciso_LIl_do art 151 da Lei n®.§.172, de 25 de outubro de 1966 - Cédigo Tributario Nacional. Art. 48. A mediagao poderé ser feita pela intemet ou por outro meio de comunicagao que permita a transagao a distancia, desde que as partes estejam de acordo Paragrafo unico, E facultado a parte domiciliada no exterior submeter-se & mediagao segundo as regras estabelecidas nesta Lei Art. 47. Art. 48. Esta Lei entra em vigor apés decorridos cento e citenta dias de sua publicagao oficial. Revoga-se 0 § 2° do art. 62 da Lei n® 9.469, de 10 de julho de 1997. Brasilia, 26 de junho de 2015; 1942 da Independéncia e 1272 da Repiblica. DILMA ROUSSEFF José Eduardo Cardozo Joaquim Vieira Ferreira Levy Nelson Barbosa Luis Inacio Lucena Adams Este texto ndo substitui 0 publicado no DOU de 29.6.2015 hp:twww planato gov-briecvl_03) Atog01S-20182015tLeiL13140\him ae 2av0a2015 hp:twww planato gov-briecvl_03) Atog01S-20182015tLeiL13140\him Listen 90

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