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Gregrio de Matos
mesma D. ngela
Anjo no nome, Anglica na cara,
Isso ser flor, e Anjo juntamente,
Ser Anglica flor, e anjo florente,
Em quem, seno em vs se uniformara?
Quem veria uma flor, que a no cortara
De verde p, de rama florescente?
E quem um Anjo vira to luzente,
Que por seu Deus, o no idolatrara?
Se como Anjo sois dos meus altares,
Freis o meu custdio, e minha guarda
Livrara eu de diablicos azares.
Mas vejo, que to bela e to galharda,
Posto que os Anjos nunca do pesares,
Sois Anjo, Que me tenta, e no me guarda.
Eplogos (trecho)
Que falta nesta cidade?................Verdade
Que mais por sua desonra?...........Honra
Falta mais que se lhe ponha..........Vergonha.
O demo a viver se exponha,
Por mais que a fama a exalta,
numa cidade, onde falta
Verdade, Honra, Vergonha.
Quem a ps neste socrcio?..........Negcio
Quem causa tal perdio?.............Ambio
E o maior desta loucura?...............Usura.
Notvel desventurade um povo nscio, e sandeu,
que no sabe, que o perdeu
Negcio, Ambio, Usura.
Soneto VII
Ardor em firme corao nascido!
Pranto por belos olhos derramado!
Incndio em mares de gua disfarado!
Rio de neve em fogo convertido!
Tu, que em um peito abrasas escondido, (*?) Tu, que em mpeto abrasas
escondido,
Tu, que em um rosto corres desatado,
Quando fogo em cristais aprisionado,
Quando cristal em chamas derretido.
Se s fogo como passas brandamente?
Se s neve, como queimas com porfia?
Mas ai! Que andou Amor em ti prudente.