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artigo técnico pré-hidrolise da madeira: influéncia de algumas variaveis PREMIO JOAO CAVALLARI SOBRINHO Margo — 1982 ALBERTO FERREIRA LIMA ROSELY MARIA VIEGAS ASSUMPCAO Centro Técnico em Celulose e Papel/IPT Utilizando madeira de eucalyptus saligna de 7 anos de idade e aplicando certos parametros pre- fixados para experiéncia, os autores estudaram a APRESENTACAO pré-hidrélise, “procurando demonstrar 0 efeito de algumas variaveis sobre certas caracteristicas da madeira pré-hidrolisada, que possam ter influéncia no cozimento kraft convencional”. RESUMO: © cozimento kraft com pré- hidrélise consiste basicamente de dois estagios: uma pré-hidré- lise aquosa eo cozimento kraft convencional, No presente trabalho, estudou- se 0 primeiro dos dois estagios, a pré-hidrélise, procurando de- monstrar 0 efeito de algumas variveis — tempo e temperatu- ra da pré-hidrélise bem como as dimensées dos cavacos — sobre certas caracteristicas da madi ra pré-hidrolisada que possam ter influéncia no segundo esté- gio, A. espécie arbérea__utilizada neste estudo foi Eucalyptus sa- ligna de 7 anos de idade, sendo 08 niveis das varidveis: 150, 160 e 110°C para a temperatura de pré-hidrélise; 30, 60 € 90 minutos para o tempo de pré-hidrélise e 0,95, 1,58 e 2,21 em para abertura de peneira na qual a fracio de cavacos usada ficou retida. Os resultados obtidos revelam influéneia acentuada das varié- veis tempo e temperatura de pré-hidrélise sobre 0 rendimento do proceso e sobre o grau de remogio de pentosanas, e uma influéncia menos intensa no grau de remocéo da lignina Klason e no teor de celulose Cross-Bevan. Uma diminuiggo no tamanho dos cavacos causou um ligeiro au- mento da solubilidade da ma- deira pré-hidrolisada em etanol- benzeno e, em interacfo com as cutras variéveis, 0 mesmo efeito com relagéo & ‘solubilidade em hidréxido de sédio a 1%. A medida que as condigdes de eperacéo tornaram-se mais enérgicas, aumentaram a acidez € a concentracio de acticares redutores no licor residual de pré-hidrélise, ABSTRACT: The kraft cooking with pre- hydrolysis consists basically of two stages: the pre-hydrolysis and the normal kraft pulping. Jn the present paper the author investigated the first stage of the sequence, the pre-hydrolysis, to find out the effect exerted by some variables — the time and temperature of the pre-hydroly- sis and the chip size — on some characteristics of the pre-hydro- lysed wood which may have in- fluence upon the second stage. The wood utilized in the study was Eucaliptus saligna, seven years old, The levels chosen for the parameters were the follo- wing: 150, 160 and 170°C for pre- hydrolysis temperature; 30, 60 and 90 min for pre-hydrolysis time and 0,95, 1,58 and 2,21 cm for the meshes at which the wood chip fractions, used in the pro- cess, had been retained. Based on the results, an accen- tuated influence of pre-hydroly- sis time and temperature on the process yield and pentosans re- “ moval could be noted; and to a smaller degree on Klason lignin and Cross-Bevan contents, Di- minishing the chip size caused a small increase in ethanol-benze- ne solubility and in 1% sodium hydroxide solubility of pre-hy- drolysed wood. Under more energic conditions doth, the liquor acidity and re- ducing sugar increased. I. INTRODUCAO As polpas para manufatura de derivados celulésicos requerem técnicas especiais em sua pre- Paragdo de modo a garantir certas caracteristicas ao produ: to final, Segundo Ott (1), a rea- tividade ou a facilidade com a qual a celulose comporta-se em face das reacées de esterificacio ¢ eterificacio é uma das proprie- dades mais importantes da polpa Para dissolugdo, Outras carac- teristicas da pasta que devem ser consideradas sao: a viscosi- dade, 0 teor de alfa-celulose, 0 teor de grupos carboxilicos e re- dutores e a presenca de fons me- télicos. Temming (*) e Kaila (*) comentam que a presenca de um alto teor de hemiceluloses na polpa solivel iré provocar a ‘obteng&o de um produto de qua- Udade inferior, principalmente ‘com relago & aparéncia. Ott (*), além de confirmar este fato, ad- verte que as hemiceluloses, ‘pi ticularmente as pentosanas, fluenciam na reatividade e na conduta de algumas operacbes unitérias do proceso de produ- Go de certos derivados celul6- sicos, por exemplo, na_filtrabi- lidade ‘dos acetatos celulésicos. Desde que Braconnot, em 1819, iniciou os estudos sobre a degra- ago de materiais celulésicos sob a acho de dcido sulférico, sabe-se que algumas fracdes das hemiceluloses so _ facilmente atacadas por Acidos, porém so muito mais resistentes & acdo de Alealis (4). De acordo com Rydholm (*), até 1950, as pastas para dissolu- Ho cram produzidas inteiramen- te pelo processo sulfito, O pro- cesso de pré-hidrdlise, como pri- meira etapa do cozimento kraft, foi introduzido por Richter em 1930 e posteriormente desenvol- vido na Alemanha durante a Segunda Guerra, quando a pri- meira unidade industrial foi ins- talada Ce"). Il, VARIAVEIS DA PRE-HIDROLISE © estagio de pré-hidrélise con- siste em tratar a madeira, a tem- peraturas elevadas, com Agua o2 com Acido mineral dilufdo (Acido sulfrico ow solug&o aquosa de SO,). Kerr (*) assinala que na maioria das instalagdes indus. triais atuais & utilizada apenas gua para a pré-hidrdlise, A. temperatura ambiente a madeira praticamente nfo & atacada pela Agua que solubiliza somente parte dos constituintes denominados como extrativos da madeira. A quantidade de mate- rial solubilizedo pela gua au- menta de um modo significative com a elevac&o da temperatura ‘que provoca a hidrélise e a libe- ragho dos grupos acetilas da madeira, assim como a formagéo de Acido acético o que dé ao meio um pH de 3,0 a 4,5. As condigdes de pré-hidrélise so da maior importancia desde que a polpagéo em multiestégios tenha como objetivo um produto caracterizado por um teor eleva do de alfa-celulose, 0 que depen- de de uma hidrélise dos grupos nativos de pentosanas. A severi- dade da pré-hidrélise determina- r4 0 grau de remoc&o por solubi- lizag&o das hemiceluloses neste estégio e por extracio, na pol- pacdo subsegiiente, das pentosa- nas parcialmente degradadas, Richter (*) salienta que os fa- tores principais do prétrata- mento que iro definir 0 compor- tamento da madeira pré-hidroli sada no cozimento alealino so: - a acidez da solucio hidroli- sante; «a temperatura de pré-hidré- lise; e +0 tempo de permanéncia & temperatura de pré-hidrélise. Logicamente outras varidveis, principalmente as associadas 4 matéria-prima, também podem influir nos resultados da pré-nt- drélise: - espécie de madeira; dimensio dos cavacos; : telacdo madeira — soluedo. Neste trabalho procurou-se demonstrar os efeitos de algumas varidveis da pré-hidrdlise, tempo e temperatura de pré-hidrélise, ‘bem como as dimensies de cava- cos de madeira de folhosas, so- bre certas caracteristicas do ma- terial pré-hidrolisado que possam ter influéneia na polpacdo kraft subseqiiente, Il. PARTE EXPERIMENTAL Conforme recomendado em al- ‘guns textos de estatistica (1° ¢ 1) © estudo foi realizado segundo um delineamento 3 com duas Tepeticées, num total de 54 expe- rimentos. A fim de se evitar er- ros sistematicos a ordem de rea- Waco das experiéncias foi de- terminada por sorteio ao acaso. Os niveis das varidveis foram os seguintes: » temperatura maxima de pré- hidrélise (T): 150, 160 e 170°C «tempo de permanéncia & temperatura maxima de pré- hidrélise (6): 30, 60 e 90 min - dimenso de cavacos (E): 0,95, 1,58 e 2,21 em A dimensio dos cavacos & cor- respondente & fragdo de cavacos que ficou retida’ em peneiras com furos de 0,95, 1,58 e 2,21 cm de diémetro, respectivamente, Com a finalidade de se obter dados mais confiaveis fixou-se a espécie e idade da madeira a ser estudada. Deste modo empregou- se no presente trabalho madeira de Eucalyptus saligna com 7 anos de idade, proveniente da regio de Mogi Guacu, S80 Paulo e que foi conseguida junto ao Departamento de Silvicultura da Escola Superior de Agricultura saiz. de Queiroz" em Piracicaba, Si0 Paulo. As pré-hidrélises foram efe- tuadas em autoclave marca M/K, de ago inoxidavel, com 6L de capacidade, aquecida eletrica- mente, com circulacéo forcada de licor, provida de controle de temperatura e presso. s TABELA 1 — Resultados do rendimento das pré-hidrélises aquésas To T T. (150°C) (160°C) (70°C), a a a % 4 a % a a (30 min) (60 min) (90 min) (30 min) (60 min) (90 min) (30 min) (60 min) __(90 min) E, Ri 96,3 95,8 925 2,3 84,1 2,5, 90,0 80,2 Tr (0,95cm) Ra 96,9 949 92,6 922 43 833 88,9 805 73,0 R 96,6 95,4 92,6 92,3 84,2 22,9 89,5 80,4 719 E R58 58 915 45 81,7 5 87,8 80,2 78,0 (1,58em) Re 96,8 96,1 919 46 87,9 45 89,8 82,2 TT R 96,3 96,0 917 94,6 87,8 83,5 88,8 81,2 19 E R910 94,3 93,1 2,7 88,3 a7 861 «0,7 Tr @ziem) Re 1,3 95,7 92,2 m4 90,3 26 88,1 81,7 79,7 R 97,2 5,0 92,7 93,6 89,3 83,2 87,1 81,2 78,7 ‘T = temperatura de pré-hidrélise @ = tempo de pré-bidrélise E = dimensio de cavacos R = repetigies R = média dos valores TABELA 2 — Resultados do teor de pentosanas da madeira pré-hidrolisada referidos 4 madeira original (%) To Th Te as0*c) asec) _ are’) 9 O 2 bo a Oy 8 A Oa (0 min) (60 min) (90 min) (30min) (60 min) (90 min) G0 min) @ min) __(90 min) R 140 Be 12,1 ~ 84 79 93 67 43 Ry 44 134 133 98 74 97 62 45 R 14,2 135 12,7 z 91 aT 95. 6,5 44 Rh 47 140 125 2S 105 81 97 70 55 Ry 44 13,7 13,3 13,0 92 79 10,5 62 45 R 14,6 13,9 12,9 12,8 9,9 8,0 10,1 66 EL Ri a 15,0 14,0 12,9 13,5 10,2 8,0 93 61 53 (2,21em) R, 14,6 145 12,7 13,0 12,2 82 11,5 5 5A R 14,8 143 12,8 1B 12 BL 10,4 68 54 ‘T = temperatara de pré-hidrélise 9 = tempo de pré-hidrélise E = dimensio de cavacos R = repeticées R = média dos valores 2 Na madeira pré-hidrolisada m3 oar 4 determinaram-se os teores de: Dentosanas, coluose Crosse! | fe] | gs E UU) pleslgs A van, lignina Klason, sotiveis em §°§ z | etanol-benzeno, soldveis em solu. 2 3 = o go aquosa de hidréxido de s6- B2| slals | £8lslals | dio a 1%, pentoses e hexoses;e 22 | | i| § Blais no lcor de pré-hidrélise: acides #8 | & e g aa ? 5 € concentracéo de acticares re- el else ge see dutores, 3 | a3 : A metodologia utilizada nos 2 $ a | 2 ae a experimentos assim como a des- z || 8 & 8 & crigdio do modelo estatistico em- ; £/ 8) 8) 87 5 FIZZ as pregado estfo descritas em um e E g E g trabalho prévio (1%). A andlise 1 e 2 de variancia dos resultados perimentais e a determinacao g la ala lz dos modelos matematicos atra- | as 3. es gigiz s 5 : vés do método de regressao nidl- e)Slala} g° = es) alale Be a: tipla paso a passo (“step wise") Bio lay aaa foram executadas com o auxilio : | : de um programa de computador i elaborado pela equipe de Enge- 3 e #@ 3 F hala de Sistemas do IPT (*). gS] 8 88) = z of slslgly : &|5| Be 2) S/E IV. RESULTADOS E 3 g e ef] ole DISCUSSAO E é ‘Os resultados das diversas de- : 5 2 i terminagées e andlises quimicas F a z a 5 relativas & madeira pré-hidroli- ss] {| Se glalal? sada so apresentados nas tabe- w/e] bol B slal el ae las La 7. |é | & = As tabelas 8 e 9 contém respec- 5 tivamente um resumo da andlise F F de variincia e os modelos mate- ale? Ble _|é méticos determinados a partir BIE/E]g= as S/s)5 an dos dados experimentais. eyelele ls i ele lSlBe! IV.1 Rendimento da gz Pré-Hidrélise ay a ; = eee g/gisis gia/a/= resultados dos rendimentos das e/a e ge & Pelee S pré-hidrélises aquosas em func&io = le das variéveis: tempo (0), tempe- | E 3 ratura (T) e dimensio de cava- 5 cos (E). a & Observando-se os valores da wlele| Se alalal® tabela 1 em conjunto com o re- B/E/8/e7 S/8/3) a5 = sultado, da andlise de variancia & 5 & (tabela 8) vé-se que foi correta a adoc&o de um modelo com re- peticéo para o teste de hipéteses, 2 le ale Pela anilise de variéncia tem-se 2 g 3 ainda que a temperatura e o tem. gsig a2] 3? 2/8)/8) 2.) 32 po de pré-hidrélise sio signif gS E*/o antes nos resultados de rendi- mento, Os dados experimentais, sub- _|./3 z metidos ao programa para cél- SlS|Els 2/8 s ‘culo de regresso passo a passo, | & oe Be resultaram na equagdo I da ta- on ~ bela 9, @ TABELA 5 — Resultados da solubilidade em etanol-benzeno da madeira pré-hidrolisada referidos 4 madeira original (%) Te h ‘Ts (50°C) (160°C) (170°C) 8 Oy % Go Oy Oe Bo a Oy (30 min) (60 min) (90 min) (30 min) (60 min) (90 min) (30 min) (60 min) (90 min) Ey Ry 19 34 5,0 46 55. 66 86 96 10,0 (0,95em) R, 09 3,7 38 3,0 64 10 82 84 9,0 R 14 3,6 44 38 6,0 68 84 9.0 95 Ey Ry, Li 29 45 2,7 64 8,0 78 9,3 10,0 (1,58cem) Re 16 33 45 3,7 6,0 TL 9,2 88 92 R 17 31 45 3,2 62 18 85 91 96 E R 20 4... 88 “46 63 82 88 94 36 @ziem) 24 35 49 33 63 Ta 85 95 95 R 22 38 44 4,0 63 78 87 95 96 eee ‘T — temperatura de pré-hidrélise @ = tempo de pré-hidrélise E = dimensio de cavacos R = repetigées R = média dos valores TABELA 6 — Resultados da solubilidade em hidréxido de sédio a 1% da madeira pré-hidrolisada referidos & madeira original (%) To T. as0'o) aro) 80 Oy 0 Cy Oy 6 Oy Oy (30 min) (60 min) (90 min) (30 min) (60 (90 min) (30 min) (60° min) (90 min) E, R, tod 18,1 20,0 10,3, 18,0 20,3 18,9 19,8 20,8 (0,95em) Re 14,4 17,3 18,0 16,7 19,6 20,3 18,7 19,4 19,2 R 13,9 17,7 19,0 16,5 18,8 20,3 18,8 19,6 20,0 Ey Ry 18,4 17,0 20,0 19,0 18,0 20,0 18,8 19,5 218 (1,58em) Re 19,4 , 19,0 18,6 22,0 18,0 18,9 22,2 R 18,9 19,5 18,3 21,0 18,4 19,2 2,0 EB R, 17,5 19,5 21,0 21 20,5, 19,2 20,7 21,0 (2,21em) Rs 16,1 18,3 20,4 19,9 20,1 18,3 20,7 21,8 R 16,8 18,9 20,7 20,5 20,3 18,8 20,7 21,4 ‘T — temperatura de pré-hidrélise 6 = tempo de pré-hidrélise E = dimensio de cavacos R = repeticées R = média dos valores FIGURA 1 — Variagao do rendi- mento da pré-hidrélise em fun- cio: ‘Como ja era esperado e é evi- denciado pela figura 1, quanto mais enérgicas forem as condi- des de pré-hidrélise maior sera @ solubilizacéo ocorrida com a madeira, fato este que explica o baixo rendimento do processo kraft com pré-hidrélise (30 a 40%) quando comparado ao pro- cesso kraft normal (45 a 50%). 1V.2 Pentosanas Pela anlise de varidncia (ta- bela 8) nota-se que somente os fatores tempo e temperatura de pré-hidrélise so significantes ao nivel de 5% na remocao das pentosanas da madeira. FIGURA 2 — Variacdo do teor do pentosanas na madeira pré-hi- drolisada em fungao; a) do tempo de pré-hidrdlise b) da temperatura de pré-hidré- lise ‘Como verificou-se que a inte- reco entre tempo e temperat ra de pré-hidrélise & significat va, a apresentagio dos resulta dos da tabela 2 pode ser feita em forma de uma tabela de dupla entrada (tabela 10). Analisando-se os valores da ta- bela 10, tem-se que quanto maior © tempo e temperatura de pré-hi- drélise, maior seré a remocao das pentosanas. Considerando-se © teor de pentosanas na madeira original igual a 15,8% a pré-hidrd- lise aquosa promoveu uma remo- ¢&o das pentosanas entre 8 e 69% desse valor, relativos aos valores das condigées extremas estuda- a) do tempo de pré-bidrélise b) da temperatura de pré-hidré- Use a ce “a (wre) (auog'T) Sooeawo ap ovsusmyp = 3 (ax096'0) asnosprygad op eanyesadary = 1, ‘sop ogdesqusueg — 2 VIRAL arene ve or asnioaprr-gad op odmay = 9 se 06 om oor (2/8) *n9xpHF-944 9p soz007| som syey0) soz0Mpor F er vor out va esr eer ore Vw ov (ouoet) Te id re TABELA 8 — Resumo da anilise de varidncia dos resultados experimentais Fator Celulose Lignina Solubilidade Solubilidade Concentracao Ensaio. Rendimento Pentosanas Cross Bevan Klason em Etanol- em NaOH 1% de Agiicares Benzeno E NS * NS NS * = é ” ” ” a ” ” T os ae ae on ” ” Es NS NS * NS N NS ET NS NS NS NS NS NS a ” a NS - “ NS for ae NS _ NS ” ~ réplica “" NS - NS NS = NS — nio significante — significante (6%

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