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TROMBOSE

Ana Paula Fernandes


TROMBOSE: Definição

• Processo de formação do trombo


dentro dos vasos ou no coração no
indivíduo vivo, resultante da ativação
do sistema normal da coagulação.
FATORES PREDISPONENTES:
Tríade de Virchow

• Lesão Endotelial

• Alteração do Fluxo Sanguíneo

• Alteração da coagulação sanguínea


LESÃO ENDOTELIAL

Placas ateroescleróticas ulceradas Perda do revestimento


Traumas ou inflamações vasculares endotelial
Lesão endocárdica pós-infarto do miocárdio

Exposição da matriz extracelular


subendotelial

Favorecimento a formação
Adesão plaquetária
do trombo

Liberação da trombina e
ativadores do fibrinogênio
vWF= Fator de Von Willebrand
ADP= Difosfato de Adenosina
TXA2 =Tromboxano A
T-PA= Ativador do plasminogênio
tipo tecidual
TURBULÊNCIA DO FLUXO
SANGUÍNEO
Promoção de lesão endotelial Rompimento da configuração laminar
e/ou do fluxo sanguíneo
Indução de estase local

Paquetas passam a circular perifericamente


na coluna de sangue fazendo contato direto
com o endotélio

Favorecimento a
formação Redução capacidade de diluição dos
do trombo fatores coagulantes ativados pelo fluxo
sanguíneo

Redução do fluxo de inibidores do


fator de coagulação
HIPERCOAGULABILIDADE

• Resulta da alteração das vias de


coagulação

– Causas Primárias (genéticas)


• Mutações no gene do fator V e no gene da protrombina

– Causas Secundárias (adquiridas)


• Uso de contraceptivos orais, câncer avançado,
tabagismo, obesidade e idade avançada pelo
favorecimento do aumento da agregação plaquetária.
TROMBOS: Morfologia
• Formados em qualquer local do sistema
cardiovascular (câmaras cardíacas,
cúspides valvares, artérias, veias e
capilares)
• Forma e tamanho variáveis
• Sempre aderidos ao local onde se
formaram
• Divididos em cabeça corpo e cauda
• Geralmente são secos, opacos e friáveis
• Componentes: plaquetas,
fibrina,hemácias e leucócitos
Atrio direito
trombosado
Art, carótida interna
trombosada
Vegetações na valvula mitral
Parede do vaso

trombo
CLASSIFICAÇÃO
QUANTO AO GRAU DE OBSTRUÇÃO

•Oclusivos

•Não oclusivos (murais ou parietais : aorta e câmaras


cardíacas)

QUANTO A EVOLUÇÃO

•Sépticos •Recentes

•Assépticos •Tardios
(mais comuns)
hemácias

leucócitos

fibrina
plaquetas
hemácias
Neoformação
leucócitos
conjuntiva e
vascular
TROMBOSE ARTERIAL E/OU
CARDÍACA
• Formados em área com lesão endotelial (placa ateroesclerótica,
bifurcação de vaso) ou sobre lesão endocárdica

• Trombos Brancos: constituídos predominantemente por fibrina e plaquetas

• Trombos Mistos: mais freqüentes, contendo componentes do trombo branco e


hemácias

• Trombos Hialinos: ocorrem na microcirculação e são constituídos


essencialmente por fibrina

• Crescem em direção retrógrada do ponto de ligação com o vaso (ao


contrario do sentido ao coração).

• Laminações ou Linhas de Zahn : camadas claras (plaquetas e fibrina)


alternadas com zonas mais escuras (hemácias)
trombo com laminações
Trombos intracavitários
TROMBOSE ARTERIAL
• Em geral são trombos oclusivos

• Acometem por ordem de frequência as coronárias, artérias cerebrais e


femorais

• Formados em geral sobre placa ateroesclerótica

• Possuem cor branco acinzentada pela presença de plaquetas, fibrina,


eritrócitos e leucócitos degenerados

• São friáveis e fortemente aderidos a parede do vaso


Art.coronária direita
trombosada
Placas de
aterosclerose

Artéria ilíaca
tombosada
Arteria basilar
trombosada
Infarto recente

Infarto tardio
Art.mesentérica
trombosada
TROMBOSE VENOSA
(FLEBOTROMBOSE)
• Em geral são trombos oclusivos com a criação de um molde ao longo do trajeto
do vaso

• Acometem em 90% as veias dos membros inferiores

• Em geral possuem cor vermelha-azulada pela grande quantidade de eritrócitos


e tem consistência elástica

• Ocorrem principalmente em locais de estase e se estendem na direção do fluxo


sanguíneo

• Fracamente aderidos a parede vascular: grande predisposição à fragmentação


(embolização)
Veia ilíaca
trombosada
Ponte safena
trombosada
TROMBOS VENOSOS E
COÁGULOS: Diagnóstico
Diferencial Macroscópico

Trombo venoso Coágulos

• Mais firmes • Gelationosos

• Ponto de ligação com


a parede do vaso • Pouco aderidos à
parede vascular
• Superfície de corte
com bandas • Superfície de corte
irregulares de fibrina avermelhada com
áreas amareladas
DESTINO DOS TROMBOS

• Propagação ou
crescimento

• Dissolução ou lise

• Organização e
recanalização

• Embolização
PROPAGAÇÃO OU
CRESCIMENTO

• Ocorre quando a coagulação predomina


sobre a trombólise

• Aumento gradativo do tamanho pelo


acúmulo progressivo de plaquetas e
fibrina

• Pode levar à oclusão vascular: principal


conseqüência dos trombos
DISSOLUÇÃO OU LISE

• Remoção parcial ou total com restabelecimento do


fluxo sanguíneo

• Ocorre quando o sistema fibrinolítico é muito ativo

• Trombos recentes, pobres em fibrina, sofrem lise


mais facilmente
ORGANIZAÇÃO E
RECANALIZAÇÃO
• Ocorre quando há equilíbrio entre a coagulação e
a fibrinólise

• Etapas
1- Reendotelização da superfície: 48 horas após a formação do
trombo

2- Necrose central por ser uma estrutura avascular

3- Fagocitose dos restos de fibrina e hemácias com proliferação


simultânea de fibroblastos e células endoteliais

4- Transformação do trombo em uma massa de tecido


conjuntivo vascularizado

5- Incorporação à parede do vaso ou do coração ou sofrer


recanalização através da perfuração pelos vasos neoformados

6- Eventualmente sofre calcificação ou colonização por


microrganismos
recancalização
recanalização
EMBOLIZAÇÃO

• Pela composição friável pode se


destacar ou fragmentar e viajar
para outros locais do sistema
circulatório causando EMBOLIA,
que é a complicação mais grave
da trombose
artéria poplítea
embolizada
Êmbolo a
cavaleiro
Necrose isquêmica
 ÁREA DE INFARTO

 TECIDO CONJUNTIVO
VASCULARIZADO

 ALVÉOLOS
PRESERVADOS

1 2 3
Embolo veia
mesentérica
TROMBOSE VENOSA
Condições Clínicas

MEMBROS INFERIORES

• Veias Superficiais (safena)


– Varizes

• Veias Profundas (poplítea, femoral e


ilíaca)
– Insuficiência cardíaca, traumas, cirurgias e
queimaduras, estados puerperais e pós-parto,
câncer avançado e imobilização ao leito
TROMBOSE VENOSA:
Evolução

MEMBROS INFERIORES

• Veias Superficiais
– Congestão local, tumefação, dor e sensibilidade ao
longo da veia
– Raramente embolizam

• Veias Profundas
– Assintomáticos em 50% dos pacientes
– Tornam-se sintomáticos quando embolizam
TROMBOSE ARTERIAL E CARDÍACA:

Condições Clínicas
• Arterioesclerose pela alteração do fluxo vascular e
perda da integridade endotelial

• Aneurismas pela alteração do fluxo vascular

• Infarto do miocárdio pela lesão endocárdica

• Doença cardíaca reumática pela formação de


trombos murais atriais e estenose da valva mitral.

• Fibrilação atrial pela associação com estase


TROMBOSE ARTERIAL:
Evolução

• EMBOLIZAÇÃO: cérebro, rins, pâncreas,etc.

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