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CHRISTIANO JOSE DE ANDRADE HERMENEUTICA JURIDICA NO BRASIL coronal Ge REVSTADOS TREUNAS, HERMENEUTICA JURIDICA NO BRASIL CHaIst1ANo Jos.ne ANDRADE Produio Editors: Aro Morcondes dor Santor Cope: Mca © dents ett: 199 EDITORA REVISTA DOS TRIBUNAIS LTDA. Ru Conde 60 Pinhal 78 “el (01) 37.2455 ~ Cana Postal 68 — Fax: (1) 375802 1501 Sho Palo. SP Bras “ot oir waren reo on hin regan iin sion, ran Wout, to Cogs en cE shi a 1.0) am pe SUMARIO. INTRODUGAO 1, Colocagio do tems e objetivos desta investigagio 2. Plano de trabalho 1, A INTERPRETACAO JURIDICA. CONSIDERACOES GERAIS 1, Iverpretago. Nogho. © problems da interpretagio 2. Imterpretag jurdiea Desenvolvimento histérico 5.0 métode teleokigico 4. © método histrico-volutivo e outros métodos 5. A interpretagio como conjunto de métodos 2. A INTERPRETAGAO JURIDICA, CONSIDERAGOES ESPECIAIS Interpretagdo « compreensio Interpretao e equidede Interpretago ¢ ideologia Interpetagio, poder ¢ violEnci simbilica 3. A INTERPRETACAO NO DIREITO BRASILEIRO, EVOLUGAO DOUTRINARIA A obra de Francisco de Paula Baptista 2. As “Cinco Ligdes de Hermentutica Juridica", do Ba- io de Remalho 7 3. A Hermenéutca Juridica, segundo Carlos Maximi- liane u 1B 8 2 29 35 48 2 % a 6 HERMENEUTICA JURIDICA NO BRASIL 4. A HERMENEUTICA JURIDICA ESTRUTURAL OU GLOBALIZANTE DE MIGUEL REALE 2. 0 tridimensionalismo juridico concreto 3. A repercussio da teoria tridimensional dinimica de ‘Miguel Resle ne teoria da intrpretagto Pressupostos filosifces da Hermenéuica Juridica [A objetivdade intencional em formas representativas Vinculaglo ¢ liberdade concomitantes do intrprete Adequagio varivel do sto Interpretativo em fungio das disiae eeferat de objtividade 5. NOTAS DISTINTIVAS DA HERMENEUTICA ESTRU. ‘TURAL DE MIGUEL REALE sencilidade do sto interpretative Unidade do processo hermentutico NNaturezs axioligica do ato interpretativo ureza histérico-concreta do ato interpretaivo Natrza rains ou essed in dow in terpretativo 6. Natures ited ou visemttica do sto incre tativo 7 7. Limites objetivs do proeso hermendutic - 8. Destinapho ética do processo interpretative 9, Problemuticidade e razoabilidade do processo her- smendutico 10, Globalidede de seotido do proceso bermentutco 11, Hermenduticeestrutural e daléticn 6, 0 “LOGOS DE LO RAZONABLE* OU “DE LO HUMA. NO” DE LUIS RECASENS SICHES E SUA REPER- CUSSKO NO BRASIL 41. Allpio Silveira € a login do razoével . 2. A Viglen do razoével e a argumentapho retérica ot 93 102 108 105 106 108, 109 110 12 43 116 ne 19 2 25 wr 31 40 suménro 3. A iinflutocia do fetor poltcosocil na interpreta: ‘lo das les 4. Doutrina juridica, argumentasio retérica © deciséo judiciéia, Diseuro juriico ¢ dieito penal 7. SISTEMA DA LIVRE PESQUISA NO BRASIL 1. As poses de R. Limongi Franga, Clévis Beviléqua fe Mério Franzen de Lima ....- +. 2. A Hermentutica Juridica erttice no Brasil 8. EVOLUGAO DOUTRINARIA Interpretagio € lingtistica Imprecsdes semaintcas. Ambigtidade Imprecsio de significado. Vagueza ........ Linguagem natural, Hnguager jordin e interpre tagio bins «vague ds plas 60 claris cessatinterpretatio Problemas sinttioos de interpretagio Problemas semtnticos de interpretagio Os fatores pragméticos na interpretagio [A lmpreciséo semfntice das palavrat da lei © as teoriassubjetive objetiva da interpretacio 9. EVOLUGAO DOUTRINARIA ' 1. A nterpretagéo juridica e ©, modelo lingtisco de Ferdinand de Saussure 2. A, inepeto jen segundo rmodelo de Chomsky | 10. EVOLUGAO DOUTRINARIA 1. O estilo t6pico-etrico ¢ intrpretagio juridica ... 2. Problemas ligicos de interpetagio, Antinomias 102 M5 49 152 156 160 165 168 im 1% 176 7 185 187 191 200 207 3. A redundincia normative PressuporigGes ou inoperincia de ceras normas jo ridieas 11. RELAGAO ENTRE A TEORIA E A PRAXIS 1, A jnterpretagSo como proceso informal de mudan- a de Constiu 2. Peculiridades da interpretagio constitucional como processo de mutagio da Constiuigdo 5. Falores influentes na. interpretagdo constitucional ‘ome proceso informal de mutapio da ConstitigSo 4. Regras de_incerpretacéo 5. A interpretagio no direito positive brasileiro 6. 0 dirito proessual civil 1 8 0 direto do trabatho © direto processual pena 9. 0 direito civil 10. 0 direito comercial 11. 0 irsito administrativo 12, 0 direito penal 15. 0 direito wibut 14, Os direitos acidentiio e prevideneidrio 15. Ort. 5° da Lei de Introdugio 20 Cédigo Civil Bre: sileiro 16. A intorpretapdo nos tibunsis "7 CONCLUSOES BIBLIOGRAFIA, 210 an 218 216 218 25 27 227 28 230 231 235 236 235 28 202 202 246 27 252 262 INTRODUCAO, 1. Colocasio do tema © objetives desta investigasio ‘A interpretagio juridica € um problema em torno do qual se debatem virias propostas de solus. Jé no inicio do séeulo XIX, esta questdo mudava da. posicao| 4o que diz a lei, isto €, do sentido textual da lei, para a afirmacio de que a interpretagio € a compreensio do pensamenio do legislador ‘manifestado no texto da Ie 'A questio da interpretacio deixa assim de sera mera enumeracdo| 4e tenicas interpretativas para evoluir no sentido da consttuggo e tuma teoria da interpretaio, (© problema bisico deixa de ser o sistema de ordem normative para ser a determinagdo do seu sentido, Dai coma e onde cap esse sentido, que & 0 problema do método. E 0 objetivo passa a ser 6s tos intencionas predutores do dreto e dotados de um significado, que deve ser captado ¢ clucdado. Destarte, 0 problema do método do objeto, quesides correlatas, converge para 0 sentido. Neste caso, ‘sede do sentido da norma é a vontade do legislador (teria subjetiva) ou a vontade da lei (toria objetiva). E 0 problema nio se detém nessa querela intenminavel. Vaias auiras tecras interpretatives eur fram, suscitando © problema da interpretaglo, como uma pot fou uma questéo em aberto © presente trabalho, cente dessa naturezs sporitica ou probe rdtice, ata, de inicio, do problema da incrpretaio, de modo gené- reo, e, depois, de modo especfico, ou seja, no Brasil (© empenho visn a verfiear como tem sido sratado o problma dd interpretagdo na doutrina dos nosscs principals autores, ne ju prudéncia e no direto posiivo e dai extra algumat conclstes, fcmo a de que, no campo doutrinério, nao houve estagnagSo. A preccupagio principal, na doutrina e na juriprudéncia, parsce set {© adequasio do texto normativo aos fats valores supetvenintes, no sentido de que(o diteito & um processo hisGreo, que se renova._ tem em vista principalmente a interpelagio operative, a sue 10 MEEMENEUTICA TURIDIEA NO BRASIL ‘modaldade judicial. Trtase, enfim, de uma reorganizasio ¢ relitura de estudos precedentss, vsando A sistematizagéo de idéias que se schavam disperses, 2. Plano de trabalho A parte introdutria ou genéica versa nogéo de interpretagio juridiea para abordar problemas internos como os métodos ou téenicas de interpretasio e a questio da hierarquizacio desses métodos. Trata também dos problemas externos da iaterpetagdo, como a conexdes desta com a Filosofia e @ Teoria Geral do Direito, com a ideologis, com 0 problema do poder ¢ a sua estuturacio simbélia, bem como presenta uma visio da intepretasio como violencia simblics. ‘A pre genica 6 plataforme de onde decola a parte especifca, que € a mais desenvolvida. Esta versa sobre a evolugéo doutindsia dda hermenéutics jurdica no Brasil, pereutindo as obras principals sobre o tems, como a de Paula Baptista, do Bardo de Ramalho, de Carlos Maximiliano (evolucionismo teleoligico), de Alipio Silve (égica do razoével), de Miguel Reale (hermentutica juridica est tural ou globalizante), de Anna Candida da Cunha Ferraz (interpre- taglo come mudanga’nio formal da Constigio), de R. Limongt Franga (0 sistema da livre pesquisa moderada de Gény), de Antonio Luis Chaves Camargo (a interpretagao segundo o modelo lingistico dde Noam Chomsky eo discurso juridico no Direito Pena), de Carlos CCostho Miranda Freire (doutrina Juridica, argumentapso reérice decisio judieidria), de Rosa Maria Cardoso Cunhe ‘(aplicapio do modelo lingiistico de Ferdinand de Saussure na interpretagio. do Direito Penal), de Maria Helena Diniz (a inerpretagio para resolvet conflito de normas sub jude) et. Em outra parte € examinada a interpetagdo no direito posiivo brasileiro e nos tibunais, ressltando que o dispostivo principal sobre hhermenuticajurdica € 0 art. 5° da LICC, o qual expressa « adogio do evolucionismo teleoligic: “na aplicagio da lei, 0 juiz atenderd ‘0s fins soinis a que ela se dirige © as exigénias do bem comum’ ‘A orientagéo interpretative do art. 5° da LICC extensiva & '@ toda a ordenapio juridica,exereendo assim uma funsio 1 ‘A INTERPRETACAO JURIDICA. CONSIDERACOES GERAIS 1. Interpretagio. Noy. O problema da interretaglo — 2. nt pretao fre. Deenvclvimeto Rica ~'5-'O méido tlm. igco =- 4.0 mbiodo Ritecoerchtivo © ouce metodon — 5 ‘A nteretesie como eojons de mAs. 1. Interpretagio. Nogéo. © problema da interpretagio Segundo Carlos Maximiliano, que faz distinglo entre herme- néutica juridiea e interpretagio, eta € a determinagdo do sentido 0 aleance das formas do Direito;* porém tl sentido € circunstancial, feferido as circunstinelas coneretas © a0s valores admitidos na so- ciedade, Mas a interpretagio, como # Cigncia do Dieito, tem ums natu- reza aporéica ou problemética, xem que isto signiique a sua degrs- ddagdo, £ problemica, no sentido de ser questiondvel e questionads hos seus métodose fins.* Dai a existncia de vias teria etésnicas ‘de interpretagio, sendo uldpice una solugdo nica © universal. * ‘A interpretagio juridica 6 uma expressio de campo referencia rmiiiplo, que pots vérias significagdes, sendo vista de modo dif rente pela Filosofia e Teoria Geral do Dircito, a lingitstica, « dos mitica do deito © a teoria da ergumentagio juridica,* 1. Mermenduea ¢ Apia do Diet, 9° ego, Foren, Rio de Te ro, 1980, 9.1 2 Erik Walt, EI Concter Problomctco y Neceserio de fo Clea det Derecho, ta. Eardo A. Vigue, Abledo Petrol. 8. 3. Roberto J. Vereng, Lt Interpretaion Furic, Un. Nacional Auto- oma de Meseo,197, pp 12 © 1. ‘La Alero Was, Moe Teoria: na Inerrepio da Lei Etora Sint’ Le, Pero Alege, 197, 3 2 ERMENEUTICN JURIDICR NO meAStL E preciso convir que a interpretacio juriica € uma interpre Ho prtica. Nese sentido, a operapio consiste em intrpretar textos e sltuagbes # eles eferidas, endo em vista uinafinalidade prétia.* ‘Maso intérprete do direito nio ssi do universo dogmitico: somemte © aplicador entra no mundo real: por iso a interpretagdo € pressu posto da aplic ‘A interprelagdo da lei, na Teoria Geeel do e Kelsen, tem 18s sentidos nucleares: operacdo de determinagio db emiadico, Encanto, num dade moment, o dogo conver. © necewatanete nom monloge pela Intefrtca decried fede dutim como eto do dro uc eonverese eno fim cerum, quer ataves dn crea norma pot, qr Mav Gh venngn reyesidn de imperativiade © de asoriade da cole jnleaa, A sontege preset ambi ra iterpretagio ene mula ponies dada polo "plese fim nlc nese css Sco fonco poe fim'a um confto, sluonandoo, um dado manent, Inv Jeune deci, sje sbre a norma gue deve ter pst eh Se «ss negro. “oda norma no momento em que & apical sempre comporta ma ratiidade de Inerpretsis possi, Eo at de deni, ‘fe un ope por uma ineprearo, sinds ue fundamentado ‘cionlnente &tambén um ato de poder Nese cso, positvidade {uma interpreta, aim como a potividade da noma, eo onernds a uma pradio do poet # peti jarconl€ pol tion mantesiao du wberni: Pan Miguel Reale, & I de um nomatvieno conto, ao normative © a0 interpreta lo ele 1, Teoria da Norma faridicn, po 178 172. {2 dem. Dire. Retinen « Conunicopdo, wp. 1630: A Cidnie do init, 99. 8F130, Coen Later "insta « Poder Apontamentn sobre 8 tee fare de Miguel Reale 1" Enconro Rr de Foss do Dire. Toso Peston, 1980 Ana, T= volume 368 CONSIDERAQDES ESHECIAIS o enios que se coimplicam ¢ se interim, de modo que «8 por absirapio se pode separar norma e stuerao normads, *! Segundo Luhmann, a postivasio do diteto equivale & tese de ue todo dirito € posto por decis: neste cas, leis, atos adminis- vos, sentengas et. so legtimes como decisbes.* Nessa perspec Cindido R. Dinamarco assinale: “uma observagio fecunda que a eiéncia politica sugere 20 processualista, sem que nem este nem © politicélogo costumenstinar com ela, € de que a sentenca cont Tui ato. de postivasso do. poder, por conter a formal afirmayao, pelo titular deste, de uma valoracdo feta cm torn de fates apreciaer, com 8 subsequente decisto a respeito (8 arbitrro Falarse em post ‘ago somente com referénca Fei. ‘Cosso admite também a dimensto politica da sentenca do juz {que € wma manifestagio do poder estatl, no sentido de prservagie dos valores posios pela sociedade © afirmados pelo Estado. A justia € assim considerada no contexto da politics. ‘Segundo Candido Rangel Dinamarco, a idéia de poder esté 20 centro da ética modera do direito procestual e constitu assim fator de aproximagio do proceso & politica, que € o processo de escolas axiolieas e fixacio des destinos do Fstado.** san: ls « ee» Ha do Di v.45 aude, p24, Tea Samp teas °A Neyo de Nor eres, ne ‘bes ign Ren Testes Cat So Hsia de De. po 864 ‘Sorina Anaioo 4 Olver 14. ikl Lan, Leino Plo Povdiene 32. ad Man 4s Conta Coren os Uy 50. ‘5. A Ininmenalidade do Proc. pp, 1228. ConrmeJor Ea do Far, “ino mule XIX gun enigma eee, Se ween eos ‘nce fendmeno du pita ide por me saul ado € sane “ft ste yor aga ea decio ‘eros pr ets deve fade teen lm doe. o pra to distca con promis ober soe ‘examen shops or dice” Poder © Lpliidaes 93" Ree ‘dn ant ques vide pn do Dito depended am ote ae ee tonpetnc pra decir em ating lana bre oe deve st hes tone noma somo stu norma" (Fn do Dec's do Basdo-b 80 W6" Con Coo, £1 Stu Flic 15, A tearameradde do trot pik. Rat Desc ene gue police's oman decir aes entice” por ee trccipase londanennent com @ sven, a com tego es ue Smiratn de vanar comune pono" Ness van, slice #0 Cour eos ment ingest do spoon, oma, Yom oe ‘ate oo hibeos voles Ge tpoctnta conan Com «amex St Sin con provie™ nda gue “or hr Se nus an 80 os HeRMENEUTICA JURIDICA NO BRASIL © conceito de poder & controvertde, multivco, implicando por isso ume ambiguidade. Falese em poder orginério, poder-forga que um conecito extrajurideo, prenormative. Max Weber afirma que ‘do ponto de vista sociolégico 0 poder € amorf, bruto. Assim, poder Sienifica « probabilidade de impor a propria vontede, dentro de uma felagio socal, ainda contra quslquer reisténcia e qualquer que sea © fundamento dessa probebildade; dominacio jé tem um conceito tais preciso, sigificindo probabilidade de encontrar obediéncis, ‘de um mandato de determinado contesido; o conceto de disipling significa a probabilidade de um mandato encontrar obedizncia, em virtude de hibites arraigados; neste aso, a obediéncia € habitual, sem resetncia nem exten. Do ponto de vista juridico,fala-se em poder constitute, poder competéncia, poder-dreite, poder derivado Em que pese a multivocidade do conceito de poder, parece que no funde a fungao da iia de poder € univoca, consstindo em decidir imperativemente, em impor decsSes compulsérias. * Essa nogdo aten resrvads reforgadoe pela probabildede de corto"; "a cero pode er ‘tadsiga por smeaga cu pieagio de reposts postas ou nepali, 0 ‘sconpensiecsutgr™ Para K-Dassch, plea Vat "Intra {i iorenes — 1 relvinglash e dieebuiso de rcompenss, Ino €, de slo es" (elites Gover, gp. 1213, 2728 639). 1S. Max Weber. Economia y Sociedad. 4S, tad Jot Medinn Ese vata ctx, Fonda de Calrs Eom, Mec "9. "Teco Sampaio Fer r- "A Convecaio da Costunte como roblema de Conti Comuniaconl iI! Corgres Basle de Flix Turtca e Soca, 188, Preside de Dico da USP 50. Para sl, decso pea outrem €-« caracteitca ditinva do poser; “em poser ecolher por stem conse a note dstinve€ erent poder" (Puram. Lberdade, 215). Sepundo Luann, “o poder & ‘bem um mecansmo’ de tammiaio de reader de algo est mesmo (Ge obras de slo predusidas pele deco, Que tem 0 poier pode moter ‘itor nadotar at sone decider cone premise procdimento, portant, « ‘cei como conpuliva una sleao dentro do Ambo de poses alterna: {har de comportmento” (Legiinacio. pelo. Procedimento. 9.28) Laban ‘stoi «letimidade a “me lposictopneraizadn para aciar desaten de ‘ueida inde nla defini, dentro or ceriov Ties de toler (0b ty 301-8 endo a fnglo de uma dest abner e reduirInsgurangs, bast 2 ceeua ‘Segue ua deito ecorer, steve e provement, pts ep Tintin (Tero Sampaio Fear Ir- Apresoigso de Leprimaebo pelo Proce Imes, 3). Em sans sntagier sobre 0 lve de Lohmann, Poder. side ‘Rua Tilo Somes Feat Je a concep comuniccanal do poder abe eeevivan diferentes paras slag pouer® ito, como bate Je ma (Eo°Gntcona eral do eto como tora da decuso™ Asi "na engho de CCONSIDERAGDES FSPECIAIS 6 e & de poder jurisdicional, que nevicaliza, controle conflito de inte- ress. E como toda norma, no momento em que é eplicada, sempre comporta mais de uma intrpretagio, 0 ato decisério de eicolha © ‘pedo por uma interpretaeao ¢ tambim um ato de poder.*" O que covorre € que um critério interpretative ¢ imposto com a neutalizagso de outros isto culmina na discrcionariedade e nio na arbitariedde, significando que a interpreaelo pode ser contolada, A justifieagso a escolha jé € uma etenuacdo do arbitio. ** oder. a complmetaindeenre querer endo querer stor dese gst Ss pont nalear pare seleboroin de uma tern judn cope toe a ‘iso com se nm relat entre ico © pode) Cotas sobre Dita ¢ oer in Reps Brande Fei, 10/338 Se), Outen sonra 0 poet ome a paricperto no proceso Gels, endo. iim sma slo ‘ner fesdl, pls 0 que €deiddo so ae polices que’ outros deve sar. Neste cso, ia de poder como tomaca de deiner ta conan " smear de sangiee para agelr gus nio se conformarem tpl, pcendides (Ateanom Kaplan & Harld Lanrwel, Poder Sovldode. Pp 10, 51, Ceo Laer, “Dirto« Poder, Apoatamentos sob o tems na rele io de Miguel Reale, in Tenor Clr de Floxala do Dio, pp. Y61173 (irdnador Annleto de Oliv Faia, Ed. RT, SP, 198. Sopunde Verengs tn inerpretio operntvg, fu 6 dota de tm grande poder shetva, pit {em o poder srlusivo de procar infrmasies FE equls pon gos. por mae eotbe e conola malt mass de informafes, den” oe Ut ee de ato Soci acct, deve er tab un desi rhea, impure isa, Imi um resnhesneto formal Ge gue ©. SgSo esata tl de poder Schl. Eni, itrpretaio sts dodo asim o modo como © Estado ‘eeu Gras (on grape poe) resolve os conflios de Ite. For. Tanto, cfetvamene exerem o poder (La Ierpreacidn Turd, pp. 128120), Ian Rutén Capella alr ong, ao former que inerpetase se ioe tho por rater Vii, ian pot tanec Poder Assim "To judicamente (erdadero™ eo lo gue in etriad cde” (Sobre af Discurso Turco. Lt {eora General de Ta Norma. {2 Teaco Sompsio I. ants que o esquematsmo jrsico posible“ procedinentalzae do poder, ne é0 extra Jo poder nat Je proce ‘memes stacionaznde, fore dor goat poder ae rela puro arr, Ici, de um In. instcionainngo Hina» poder, embors, deca, ela ‘Eoncie eutracrdiarnmente peu leaner ide ietlger burgers ¢ © homed poser barca) Notas sobre Poder © Comuncagie™, Re. Bras {E"Fowfia 140/355). Sabre ena ambgidade ele nde Novo Bobbio ‘nse une Terie Marit del Ente? Unt, Avtonams de Pacha 98, Cap. 2, Out Altmativa ae Demccrace Reprseltve, pp. 363% “Future ot Decay pin oboe Sait Loui, 61, 1988) © Davtd Beetham (Mex Weber ye Teora Police Moderna, Modi, Cento de. Exuos Const: ‘Somat! 1977) Cap. 3, Lot Lines de le Rcionaidad Buracracs, pp 1 ” HeRMENEUTICA TURIDICA NO ARASH! [A interpretagdo € um ato de poder, que ¢ exercido através de ‘um eddigo e de um jogo. Neste jo, segundo Tércio Sampaio Ferraz Jr, alquneinrprets vio jopar com autoridade, vires com fideranga, ‘uiros com reputepao: elguns com autoridade, outros com reputagio « lideranga contra’ os que jopam com reputacho € autoridede e. em ‘outros cass, alguns com autoridade. lideranga © repuiagio. ‘A interpretagSo paradigmdtica ou dominante & a que exeree um poder de violinca simbolica em que hé congrofncia de autoridade, Tideranga € reputagdo. De outro lado, as divides de interpretagio significa que hi diersas formas de exereeio de poder em conflito. De sorte que uma interpretacio € hegeminica e prevalece, quando ‘corre a congrudneia das ts formas de exerccio de poder (autor dade, lideranga repotagio). Quando hé essa congruéncia esti sendo utilizado um e6digo forte, que € um eédigo de clareza quanto 20 que 6 legisledor determina e a Tei quer (Os mecanisnos de viléncia simbelica escondem e disimulam ss fungdes diretiva, operativas e fabuladoras das normas sob a apa ‘cia das Fung6es informativastipicas das presriges juridices. En fim, isto provoca uma perverio ideolgica de sorte que as leis € 05, cdédigos slo revestidos de aparente newtlidede, abstragio. genera Tizane, imparciaidade, objetivdade © coeréncia, ocorrendo af uma ccultagio dos valores dos intereses materaissubjacents eo sistemas Tegaiseriedos pelos peredigmas do pesitivismo normativsta, Sem um relorgeideolgico de um sentimento genérco de lepalidade propiciado pela violencia simbica, @ seguranga formal dada pelo sistema ju: ico, por si 36, nfo logra manter a estabildade social. A violencia simbolica cultiva a erenga na legalidade, de modo que os sistemas Simbilicos © a8 artculages das sangGes”penais (negatives) com a5 1121, 1. Verengo tmbm observa que & cratered interpre perulva a wor eonénce no conteno dem jogo ivalado Jnominedo oven Wigan © jo proesual elzado de aeordo com ume norms Fcc tora fina e sepnde repos exptar predcerminaday Es 3 Inti go aue és somega, ye ot bia de conformed com cr nim rapa soos mets imerpetativon. que slo reas de suds fotzr ojo Johial an ais se moifca commas modes esutras "lure de unt raiedade Astin» progrsive rclonaanao do. ieio Sal douartando soap ss miter fraton © impondo ular sale iseuc pombliem que e Mao de informers sua boa no prov ‘ew distnoesenesines (Le Inerpetaice fuses. 9p. 1221281 anges premiai (positives) reforgam a eficdcia do sistem j ‘em efetividade do poder politico, “Todavia, nio hé sociedade sem dominario ¢ sem confltos. Mas dominagdo que se swiliza através da jurisfaezo do poder, o qual se tora controle © comunicacéo nes sociedades moderas e de alta complexidade, Afirmar 0 contririo € pura fantasia ov utopis. Os Confltos sz0.inlimingveis «até salutres, porque propulsores de Inudange © desenvolvimento. Maa ser objeto de canalizagéo fe regulamentagio, para que diminaam em intensidade. A repress ‘© exclsio dos conflites no representam uma solugdo extrpadora ‘de suas rales; apenas os rlegam a um estado de laténa, * 33, lod Edvard Farin, Efile Juric « Viléncie Simba (OD sito came Inrumento de Trastermagio Soi, Sto Paco, 1984 9p. 27, ‘of Ralf Dahrendor. “Elenios para ume Teoria do Conflio Soi in Sonedade'eLiberdad, wads de Varren Chacon. Univeriade de Bre sin Rt p18 3 A INTERPRETACAO NO DIREITO BRASILEIRO. EVOLUCAO DOUTRINARIA 1. A obea de Franco de Pala Baptin — 2. Ax “Cneo Ligdes de Hemendaes Juried Bueso de Rematho — 8A Herman ct Terie, segundo. Cals Maiione 1, A obra de Francisco de Paula Baps Tem sido afirmado que 4 teoria do direito rege @ da interpre- taco, evelvendo esta com aquela, ispirando-se nos seus principos.* De conseguinte, a obra de Paula Baptist, Compéndio de Herme réutica Juridica, que foi dada # lume em Recife, em 1860, contendo 45 pardgrafos, e que teve como finlidade, segundo o autor, tirar 4 hermenéutica jurdiea da confusio, exté Tigada as idias juridicas se sua época.# ‘Observa Miguel Reale que “a expevitncia doutrindvia basices, durante of 67 anos do Império, jd tingea alto nivel em varios ramos do Direito, mantendo fidelidade ax fonts Tusitanes mas coms assi- rails das teorias mais represntaivas do Direito europeu, com predominio do pensamento francés, especialmente da Escola da Exe 85, cujos ensinamentos determinaram sleragSes signiicativas ‘no lamtigo Dirsto portugués”.> Assim, of primelros cinguenta anos do 1, Carlos Maximilno, ob city pp. 152 «155; Mig Real, O Dire como xpi, pp. 239231. Reale Sonsdes 2 iron como tee de Tosofia'e de torn geal odio aim » interretaio eg prelinar ene uma forada de posigso perane © problema do ter memo dod ardo Cove, Unter dar Les" Process, Sl Pauls 1986 Pp 12. "Compindio de Hemenéues Judie, in Clos do Dito Brest ler, Hiermerctes Joris Ba Srtva, So Palo, 1984 3. Honzomes do Dieo e de Mitéra, Ed. Seava, SSo Paso, 197 pp. iam INTERPRETAGAO NO DIREITO RRASILEIRO 6B foram influenciados pelos modelos da Escola da Exegese © dos Pandectstas, com forte vnculagGo 20 velho Direito portugués, com desmedido apego dpraxe, aliado a superados ests escolisticos. “Mais insprado em Herman Post e Ihering, cujas doutrins Ihe pareiam mais aderentes i realidade, Tobias Barreto desencedeou uma luta contra © Praxismo ea Escolistica, exigindo maior conexdo da ciéncia juridica com as eigncis naturais © sue metodologia, Tobias Barreto Inicia entdo uma compreensio culturalista do Dircto, que constitul finda hoje uma corrente bastante significative da flosofia juridica brasileira. * (© processo hermendutico tem aim wm condicionamento histé- icocultural, pois cada época estabelece os parimetros de sua exegese do direito, calcada nos valores cultursis dominantes, de sorie que a Ihermentuticajuridea deve ser apreciada no respectvo context, vista sempre como expresso da estrutura histérico-ultural em que ela © opdsculo de Franciso de Paula Baptista prima pela concisio, mas no conserva palptante atualidade como pretende Alfredo Bu- ‘aid. Sua orientasdo & tradicional e elissica, Jé em 1924, dele dizia ‘Carlos Maximiliano: “é um compéndio claro, concso, digno de pres pidamente granjeado na sua paca. Em relagio & atualidade, slém de faho, ext atrasadasimo, Nas sucessivas Gragens que mereceu, rio 0 enriqueceram com ampliagGes e retoques. Demais,o professor a Faculdade de Diteto do Recife preferiafiiarse & corrente tradi cionalisia: resistiu a0 influxo avassalador de um sol que esplendi no cfu da juridiidade — Frederico Carlos de Sevigny. Nio bstante isso, etalvez por ser 0 compéndio tnico, 0 livrinho de Paula Baptista ainda hoje goza de bastante autoridade no foro e nas corpo- rages legslativas; gragas a0 ascendente por ele exercido, ouveme, ‘cada In claris cesat interpretatio; Flat justia, pereat mundus; e assim por diante”.? ‘Segundo J. M. Othon Sidou, Paula Baptista fezse_partidéio dda Escola da Exegesec assinala Miguel Reale que até hoje € acentuado Miguel Resi, Horzanis do Dito ds Hiri, 176 Apresentsio do Conpindio, 1 Tier, Apreenaso, 3. Op. ot, X ” HuRMENEUTICA JURFOICA NO BRASIL 6 elemento normativo ou téenico dogmitico.* Assim, jé no § 2°, Aiseorrendo sobre a importinciae autoridade da hermenéuticajuridica, resalia Paula Baptista que o interese pubic “exige que as lis tenham plicagdo fel 20 pensamento do legislador”. “Interpetagso «3 expos do verdad sentido d uma fe obscura por dt redagio, ou duvidosa com relagio aos fatos ccorrentes, ou Slee, Por eonstglten80 tem liar sempre que @ Ha, relagdo as fats sueitos a0 seu dominio, € clare e precisa”, diz Paula Baptista no § 3°, insugindose abertamente contra Sevigny seus diseipulos, que censuram aqueles que limitam a interpretaqa0 0s casos acidentais de obscuridade nas leis (note 1 do § 3°). (© sutor dé muita importincia & histéria da lei © aos trabalhos preparatrios, mas pata aclarar 0 pensamento do legislador, que € ‘bjetivo da interpretagdo que ele domina doutrnal (§. 19, § 33 € § 53). No § 55, ele insste que “acima da vontade do legislader. rnenhuma outra existe; conhecer bem esta vontade para cientemente obedectla é que é tudo”... “usos em guerra com as les, revogando ‘estas, € absurde com que se ultaja 0 legslador, por que se entende ‘que tudo quanto ele quer € © que estd no exterior das leis, © lo to interior dela AA verdade & que a busca do sentido literal da let encerra pro- Dlemas, como demonstra Vernengo.? A interpretagéo literal nfo fesgota 0 sentido do texto, sendo apenas um ponto de paride, ‘nunca o fim do proceso, conforme jé admitia Enneccerus ‘ObservaVernengo que em toda linguagem natural, 2 forma superficial em que um enunciado aparece sempre admite ser referida a estruturasprofundas variadas, a unidades de sentido distinas. £ 0 caso da expressio “amor de Deus” que admite um sentido subjetivo fu objetivo. A ops0 por um ou outro sentido vai depender do contexto linglistico ou nio Tinglistico ou situagio em que o terme for utilizado; € a tcoria dab restrigdes contextuais ou seletivas que esclarece o sentido literal de um enunciado. Nisso, segundo Vernengo, 4, J.M, Othe Sidou, © Direto Lega: hii, iterpreas, retroat ade labore das Te, Forense, Rio de Tonle, 1985, p.266: Miguel Reale, Flsois do Drei, 1/382, 9. ba Interpeacién Literal de lv Ley y sus Probemas. Abledo-Pro, uence Ais, pp. 1 © 10. Tério Sampo Fer J Fungo Soll de Dopmitice Jd. Ist, Ker Eogechs bei pps 1 ae INTERPRETAGRO NO DIREITO BRASILEIRO % reside & essencal ambigtidade da linguegem natural, apesar de sua clareza verbal ou grit, ‘Também Genaro Cersié eponta que as palavras de linguagem natural, da qual faz parte a linguagem juries, sio ambiguas, vagas fou potencialmente vagas (textura aberta)!¥ A vaguera e a. ambi abidade das palavras da lei criam diftculdades tanto para a hipstese de legislador racional (teoria subjetiva), quanto para a hipétese da possbilidade da interpretagio literal da lei, Dificuldades atinentes & relagio univeca entre uma palavra ¢ um objeto, & relaydo semintca. ‘A possibildade de determiner o sentido literal das palavras da lei ¢ consegientemente do legislador racional repousa na possibili- dade de uma definigSo ostensiva das palaveas da lei. A definigso ostensiva & possvel nas linguagens artfcsis, elaboradas segundo regras explicitas, © no nas lingvagens natuais, elaboradas segundo regras impliite. E como o Diteto faz parte desta, us palavras rio podem ser objeto de definio ostensiva, que consiste em mostrar © exemplar da coisa que s palavra design. Logo, & clara a incapacidade das definigdes ostensivas para definirearactersticasessenciis. Assim, ruitas defines tedricss nfo passam de uma detinigao nominal ncoberta, de uma convencio linguistica dissimulada. Uma pelavea vaga quando em certo casos do conseguimes dizor se ela se aplica fu nio ao objeto. Isto € um problema de denotacio, de extensio. Exemplos: careca, jover, calvo, excesso de velocdade etc. Uma palavra é ambigue quando tem véris significados diferentes, comes- pondentes a denotspies distintas. Exemplos: rédio, manga, cadeira, pesado ete. A vagueza & uma imprecsio, indeterminagio (defeito) ha extensio ¢ a ambigdidade ¢ uma improcsio, indeterminagso (defeito) na intenséo. A denotacdo referese & extensio ¢ a conotagio fu designagdo 2 intensbo no uso da palavra Assim a (ese de que a interpretagdo literal da lei possa ou deva partir do significado corrente das palavras & ilusieia. Somente 0 fontexto lingistico e a situaplo permite « determinagio de um sentido razodvel."* Mas, segundo ‘Vernengo, analities. transfor: 1.1. Vernengo, Le Inerpretecn Juridica, pp, M48; Le Inere ‘océn Literal. pp. 98 100 ¢ TOL. Genato R. Cai, Nows sobre Derecho ‘Lenguaje 2° cd AbelesoPet, Bue: Aes, p29; Ls Recs She, Intotuceién. p20; AIC Ros, Sobre of Derecho lsc, ted. Gana Cas Ed Unvera de Boones Air, 4 ed 1972, p12 14 10, PR Vemengo, Le Inerprtacion Litera Fit Rox Sobre of Drecho fa Tas, XXIV. 16 HERMENEUTICA |URIDICA No BRASIL mscional (Chomsky) permite explicar com maior precisio as carac- tevsieas contextuais do fendmeno da interpretagio itera. [Nio obstante ressate o “exterior das leis” para se atingir a wontade do legislador, Paula Baptista ndo € tio taxaivo quanto iat leis, como precetes da azo eminentemente socal, devemos achar tés coisas: palavras, pensamento exate conformi- dade destes pensimentos com a razi0 natural, jstga, ordem © bem eral, insepardveis de todas as associagdes humans”, diz Paula Baptista (§ 8). Assim entende ele que os elementos de interpretagéo vem ser ts: gramatical,Idgico e cientfico. O primero € concer- nents 2 "forma exterior da lei", sua letra; 0 segundo e 0 teretro slo atinentes & sua forya intima, seu esprto (§ 8:). Segundo Paula Baptista, 0 elemento cientifico abrange 0 sstemético eo histéico de Savigny (nota I do § 8°). E no ato interpretativo pode haver preponderdncia de um destes tes elementos © mesmo © concurso Simultineo dele (§ 152). Mes conclui que “no conherimento. do to das lis € que consste& verdadeira cigncia do jurisconsulto" (Seire leges non est verba earum, sed vim ac potestatem tenere) rare ‘A palavea espirito € muito vags © polisémica, Luis Reeaséns| Siches entende que © esplrito da Tei slo as valoragSes que real € cfetivamenteserviram de base para a elaboracio da lei em questi. 6 ademais a finalidade cuja realizegzo se propés essa le (© “esprito da lei” conduz assim 2 primazia da finalidade da lei sobre sua letra, 20 logos de lo rezonable, versio refinada do pense. mento de eqUidade,enfim, a0 evolucioismo tleolgica, No § 28, Paula Baptista propde a comparagio da parte obscu com outras partes da mesma le, de modo que "convém, em muitos casos, estudar a lei em todas as suas partes, ou no complexo de suas prescriges indviduai, comparando a parte obscura com outras, exjas fexpressées empregidas em sentido determinado, ou eujo pensamento mais claro ¢ desenvolvido possa fazer cessar toda ambighidade ou cequivoco, pois que o mesmo espitto deveria ter presiido 8 redacio de toda ale. Também propde © autora comparasao da pare obscur 4 lei com outtas leis (§ 30), pondo em relevo no § 31 que “os rotivos da let (ratio legis), mostrando 0 pensamento do legislador, podem servir de base a conjectures moi tas ¢ & argumentos mui 15, RJ Vereng, La Interretacon Literal de Ta Ley y sus Problems, 10 16, Introduccion... p 260 INTERPRETAGLO NO DIREITO BRASILEIRO ” Tuminosos, para com alto grau de certeza indicerem um sentido, que desfaga toda ambighidade © equivoco, resultante de defeito na redagio". F "o fim da lei € sempre andlogo aos seus motivos tunds- rentals, de sorte que, conbecidos estes metivos, conhecidos esto fs efeitos, que ela tem de produzir. e para cujo fim fora fet 32, or conseguinte, Paula Baptista no se dem somente nos limites 4a iterpretacio gramatical ou litera, que é assim 0 inicio do process. pois admite ele © concurso de outros clementor pare deswendar o pensamento do legslador. ‘Assim, admite ele, com outras palavras, na perspectiva de Alf Ross, Cartié, Vernengo © Recaséns Siches." que & a tcoria das resiig6es contextuais ou scetivas (contexto linguistico © no lin slstca) que exclarace 0 sentido literal de ug enunciado "Mas o reconhecimento da vagueza e da ambighidade das palavras da lei'e 0 recurso a contextoslinglistcos © no lingUisticos para 4 sua remosio inviabilizam a possbilidade de um legislador rational, cujo pensamento Paula Baptista parece ter em vista, © conseqiente: mente a possiblidade de uma interprtagdo literal, recusada como ‘um absurdo por Luis Recaséns Siches. © De resto, embora Paula Baptista busque, através da interpretardo, © significado da vontade do legislador, a admissio dos vires elementos jf apontados, lém do gramatical ou literal, pode conduzr, nfo com muito esfrgo, 20 procesto do evolucionismo teleoligio, tornandose 2 ratio leis objtiva (no aquelasubjeiva do eriador da lei) e atl, (ado aquela histrice do tempo em que a lei fot criada). Avulta aio carter contraditérioe paradoxal da posicio exegttica de Paula Baptista no que conceme & nogio de Direto, mormente ‘quando escrave gue “o elemento centfico compreende principalmente 0 direto natural, 0 publico, a moral, a histria das lei, a matéria Sobre que elas versam © a ligacéo entre todes es leis, segundo as diversas insttuigdes de diveto a que pertengam”. Em soguida aces: centa: “O dirito civil nfo € sendo 0 complemento da lei naturel, cujoe principio eters e imutéveis deve ser aplicades, no siléncio a lei positiva, os ftos suits 20 dominio do direto em sue vniver- Salidade, e, nos casot ambiquos © duvidosos, devem determina 0 sentido qué for mais conforme com a justiga ea eqhidade”. 17. Laie Rect Sicha roduc. p20 19. Ob. ct $F IS 16 18 HERMENEUTICA JURIOICA No BRASIL Demis disso, o elemento cientfico ebrenge em segundo lugar cs usos cortumes, 0 diteto romano, a5 decreas, os eseritos dos ddoutores © a5 Ics estrangeiras. * Assim, pela vastidao do elemento cient inclusive o dieito naturale a eqlidade, a norio de Direito de Paula Beptista vai muito além de do dieito pesiivo identificado exclust- vamente com a lei, que é um dos dogmas da Escola da Exegese,cujas as principals fo: 0 culto do texto da lei, 0 predominio da intengio do legislador na interpretagdo do texto da Tei, carter profundamente esttsta, derivado da onipotéacia do legislador e de fa inflblidade, respito excessva. 38 autoridades © 205 prece- entes ete. ‘A admissio do dircto natural © da eqUidade significa uma frande ebertara na orientagdo exegstica de Paula Baptista. E notese ‘que Luis Recaséns Siches considera o logos de lo razonable uma ‘ersfo refinada e qualficada da idéia de equidade, que esti conectada Bfinalidade da lei, que ¢ 0 bem comum, as intengdes e as fat ‘que. motivaram e agg0 do legslador, enfim, a0 que corresponde fquilo que se denominava o esprito da lei.® Assim, interpretar por ‘cqlidade 6 interpretar de forma evolutvotleogica, [Nio obstante a problematcidade concetual da ejidade, ele parece ter wind wnivocidade funcional, no sentido de dar primazin 2 finaidade da lei sobre a sua letra e assim adequéla as novas circunstincias ¢ de valoréla a fim de que a li se ajuste & realidade conerela, © que significa uma interpretacdo do tipo evoluivoteleo- 16gieo. 2. As “Cinco Lise Hermenéutica Juridica” do Bardo de Ramalho Conforme Moseyr Lobo da Costa, “em 1872, 0 Conselheiro Jou «qvim Tgndcio Ramalho reunia em volume, em 2” edi publicada pela Tipografia Americana, sob o titulo de Pasles de prtica, a colegao completa das ligdes de pritica do ano de 1865, precedidas de cinco ligdes de hermenéuticajuniiea« seguidas de dez do processo criminal, ineiramente corretas”... "em suat aula sobre’ hermenéutica © CConselheiro examina os tdpicos fundamentais do Compéndio de Paula 20. Ob. ct, § 25 21 trducen, pp. 24, 240 © 244 22. Matin Helena Diniz, Ae Lavunos no Dito, wp. 222 © 25 INTERPRETAGZO NO BIREITO BKASILEIRO 9 Beptista, © se empenha em esclarecer 0 sentido ¢ © contesido dos omespondentes textos, tal como faz com at outro matérias. Suse cexplicages, entretanto, no se reduzem & simples intrpretacio do Compéndio, mas traduzem, seguidamente, 0 entendimento pessoal do reste, revelando a vasta erudgso portentosa acuidade intelectus de que era dotado. As cinco ligdes de hermenutica, por esse motivo, onstituem, também, complemento natural do Compéndio de Paula Baptista”. Paula Baptista © Ramatho foram, na época do Império, o& autores dos dois Unicos tabalhos sobre hermenéutica juridea, Ramalho conecta # hermengutica juries & hermenutica filo- séfiea, cujos principios orientam aquela, © observa que todos os tseritores de hermenéutica juridica escreveram debsixo da influénc es idéias de seu tempo, reconhecendo assim o carter epocal det "Mas ainda na Ligao I fez 0 seguinte reparo: “Nés limitamo-nos 4 hermendutica das leis pris, Convém conbecer a razio por que izemos leis pétrias; sabem os senhores que cada Tepslagio tem seu sistema, sepue um principio que The serve de hase e que domina todas disposigses de Ii, afm de que toda « legislagéo ressento nem retrocesto, nem aroubo revaluciondra”. © Segundo Ihering, © motivo da exsténcia de. uma instituiglo e de sus forma se acha no fim, que se propée lograr, relacionsdo com as necessdades de uma época determinada; a eriagio do direito tem em vista determinades situagdes reais, tem concebido como fim ctos resultados para tas situagdes: assim 0 fim é eriador do dicta, (que € um meio a servigo de um fen, um critério relativo de finalidade no um critrio absolto de verdade; * ese fim consiste na existéncia Ge sociedade, Para Ihering, a contradicio, a perene mudanca perece constitir, intrinsecamente, a essncia do ditelto; dat que o seu conteddo mio 6 pode, como também deve, ser infnitamente verivel; por io, © direto deve adaptar suas disposigdes & condiedo do povo, a0 seu estigio cultural, &s necessidades do tempo, ov melhor, 0 direto nl0 ©um simples Sollen, mas um fato social que se procesa necestai mente sempre e em toda pate, No pensar de Ihering, a finalidade do direto & a reslizagio das condigdes exstenciais do ser vivente: dai definir ele 0 dieito como a forma de asseguramento dat condigies vitais da sociedade produzido através do poder coeritivo do Estado. Estas condigies vitais compreendem no somente at da existnci fisea, mas todos aqueles bens © gozos que, eonforme o modo de pensar do sujeto, 63, 0b. et, reicio da Primein Elli, XI 6. Rudo von Ihering. A Fialidade do Diet, vo. 1/2, td, lone “Anion Faia Coes, Ealora Rio, Rio de Jani. 1973 (7. Ndeo, bs et, p25. 8. dem, 0b. et, p25. INTERPRETAGZO. NO DIREITO BRASILEIRO 88 cmprestam a vida sou verdadero valor. Esta concepsio de Ihering tem fundamental semelhanga com preconicio das enigincias do bbem comm dos fins socials du lei, estabelecidos no art. 5.° da Lice. Depreendese dele uma perspectiva socioligiea e, portant, evolutva, Pois atender aos fins sociais da lei e is exigencies do bbem comum, na sus aplicagSo, conduz & sua adaptacio & vida real, de acordo com as neceasidades da vida contemporinea ‘Sopesando varias pasagens de sua obra, parece-me que o sistema ‘edianciro e combinatério de Carlos Maximiliano culmina no evo- Tucionisme teleolépco, de feigdo moderada, que engloba 0 método {eleoligico © 0 bistérico evolutivo ou progressive, de conotapio Ssocildgica, Para Carlos Maximilian, Savigny e_ Ihering foram hefes de escola universal: “aguele da Histéra; este, da Evolucionsta ‘ou Monizma juridico eleolico ainda predominante’na atalidede”, Carlos Maximilino, baseado em Ihering (O Espirito do Direito Romano) entendia que 0 método evolutiva jf era pratcado habilmente pelos primitivos jursconeultes romanos, para atender bs necessidades dda vida real ¢ is exigincias da época.* ‘A regra do art, 52 da LICC enguadrase na orientagio dos étodes teleoligico © hisirico evolutivo ou progressive. Als, 0 sistema histricoevolutve € o que mais profundas raizes tem em nossa tradigio juridica, segundo R. Limongi Franga.”™ Para R. Limongi Franga, os prOprios Estatutos da Universidade de Coimbra jf consagravem esse sistema, que aflora em Antonio Toaquim Ribas, "em Trigo de Loureto,® em Teixeira de Freitas © em Carlos Alipio Silveiea adepto do método progressive. Como no meio termo estd a verdade, Carlos Maximiliano nto ‘que 0 juz decide conta legen, como se fosse 0 legslador 8. dem, ab eit, p. 25. 40; Ob. city Preto de Peineea Ea, XI, XIN 22, $51, «748, 50, 66,75, Be Te Obit, Precio. XI, nla 1 72. Ob eit, p30. $34 nts 1 25. lemenio de Hermenutica« Aptcapb do Direo, EA. Sev, Sto Paulo, 888. 94 "Canto de Die Ci 32 ed 1908. p21, 4S. tale do Diet Cini 1/23. 32 od 184, te Ropes de Dirt Rio de anc, 882 39, Mermendu Tarde, 4738 %0 HERMENEUTICN JURIDICA NO BRASIL do caso concreo, conforme 0 socilogismo jurdico ultraavangado (livee indagagio) de Kantorowice, que despreza os valores da eerieza fe seguranga do diteto e viola a concepgso moderna do Estedo de poderes separados ‘Também, segundo ele, alive indagasio moderada de Gény, que inspirou 0 art. 1° do Cédigo Civil Suigo, nfo se distancia mult dda Escola Evolutiva, endo em grau, porém favorece mais a hipe trofia do judiciarismo. “Em verdade, este sistema, que autoriza a later a autonomia somente na falta de precelto exstente,e, sinds assim, atento B Jurisprudéncia © & doutrina consagradas, no se ds- Xingue da escola histrico-evoutiva, nem sequer de tradicional, sendo ‘ou melhor, em audécia de expresso", diz Carls’ Max- Carlos Maximilian fala em leis lingUiscas, leis © usos de linguagem em interpetaydo, mas em termes tradicional de gramétice normativae flog.” Segundo cle, o processo verbal ou filolégico orientese no eetido| de entender a linguagem empregada, atendendo & forms exterior do texto, preocupando-se com as scepgées vériss do voeabulo, o manejo © conhecimento das leis e usos da linguagem; gragas a0 emprego desses recursos & possivel descobrir qual deve ou pode ser o sentido ‘de uma frase, disportve ou norma. Era 0 proceso primitiva; hoje ‘2 sua importincia € decrescente. Nio obstante astinalar “a crescente deevalia do processo filo logico", Carlos Maximiliano resslva que “singuém contesta 0 sub- sido que pode prestaro conhesimento das leis uso da inguager”. Carlos Maximiiano aceta a teoria de projesio de Carlos Jorge \Worzel, que em similtude com a teoria ds penumbra, mencioneds por Genaro R. Care." 18. Ob. ct, p68, § 73. 79. Ob et, PP. 96 18 & 17 #0. Ob city pr 107 BL Ob et, pp. 2425, 12. Ob eit, pp. 1516 112 Nowe sobre Devcko y Langue, 2° [beter Buss Ales 1979, pp 353 4 A HERMENEUTICA JURIDICA ESTRUTURAL ‘OU GLOBALIZANTE DE MIGUEL REALE 1 A widiensonldade ipecifien — 2, © sidimensonalamo jor Uicecontee = 3s A rpecanio Ga (ora imental dina {de Miguel Rese na tc de inerpetgio — 4 reposts lo: ‘Soto ds Hermentuin Tories = 3. objevide tienciood ‘on formas represents — 6, Vinculagso eiberéade_ concer incr dn inert =F Adeqiago varivel dat itepreavo Sofood’ Stns efor Se obediade 1. A tridimensionalidade especitica {A tridimensionalidade genérica ou abstrats, também denominada cstitca,oscila entre uma justaposigho ow superposigao extrnseca de petspetivas uma antinomia ot aporia entre os trés pontos de vistas possveis do Fendmeno jrideo. Destrt, s€ a realidade juridica era composta ports elementos, ‘ad um dels tinha plena jurdicdade, quando destacado dos dems Foi por volte de 1940 que W. Sauer na Alemanha comesou a ressltar a incongrogncia dessus teorias, desenvolvendo uma teria Tvialsta do diteito, na qual tenta superar o impasse criado pelo ‘ualismo insedutivel entre ser e dever ser, explicando a ligagdo entre ‘estes mediante uma concepgdo cultraista inspirada na monadologia fe. Leibnite.* De conseguinte, © pensamento de Miguel Reale, nfo obstante algumss eoineidénciae, formowse independentemente do. de. Saver. (© livto Fundamentos do Direto, de Miguel Reale, fo redigido entre dezembro de 1939 ¢ marzo de 1940, quando ainda mio havia sido 1 Miguel Rese, Fundamenios do Diet, 2 ed, Ba, Saraiva, So Palo to12,p. Doe Teoria Tlmeninal do Dirt, Ed. Saaiv, Sao Paulo. 19. 2 HERMENEUTICN |URIDICA NO ARASIL publicada a obra de Sauer, Jurisische Methodenlehre, Staiger. 1940. Nao obstante alguns pontos coincidentes, as diferenas foram releventes desde o infeio © aumentaram com © desenvolvimento da {eoria tridimensional especifice ¢ dindimica.* E consoante Miguel Reale, “de tridimensionaidade especifiea s6 se pode falar quando (os trés fatores deixam de ser ‘pontos de vista! para serem compo- nentes essncias da experincia juridica”. ¢ Sauer concebe fato, valor e norma como perspectvas jnelimi nvels da experincia juridica e, fundado na sua teoria da mOaada de valor, di mais reale 20 elemento sxiligico, 20 qual os outros dois se subordinam, Nao obstante, a assertiva de uma trcotomia essencial, 0 trie rmensionalismo especifico apresenta véris formulagées, as vezes con- trastantes. Assim, posteriommente, Jerome Hall desenvolveu uma teoria integrativists do dito, ssinalando que qualquer experitncia sobre 1 realidede juriica, Flsotica, sciolgica ou téeniconormativa deve Ser necessria e esvencialmente tridimensional. Mas os elementos valor e norma ficam subordinedos a uma compreensio fética, nio empirica, nio se reduzindo 0 direito 20 puro fato, visto que, na concepgio de Hall, iia lgais,fatos e valores se fundam na conduta As posigfes de Saver € Hall ainda sio ins problema que fica em aberto, segundo Real, como € que os ts elementos se cortelacionam na unidade essenc 4 exporgncia jridica, pois sem wnidade de integracio ‘de rmensées', mas simples “perspectivas’ ou “pontce de vista’. Penso que € 46 gragas & compreensio dislética dos irs fatores que se toms Possvelatngir uma compreensio concreta da esrutura tridimensional do direio. Ao meu ver, a experénci juridca,articulandose e proces sandose de maneira tridimensional, nem por iso perde a sua essencial unidede © concrettude, a quel 56 pode ser unidade de proceso ov 2. Thsopilo Caaleani Fo, “Papel Dexempeado por ‘Fandamenios 4 Dieta" nn Floste Jurides Nacional”, in Fundamentor de Di de Miguel Real 5. Fundamentos do Drs, p. 205. 4 Miguel Rese, Teoria Trdimonionl do Dito, 0. 4 5 “Integrative Torisprodence” in Interpretations of Maer Ln! Ph sophie, 1941 ERMENEUTICN JURIDICA DE MIGUEL, REALE % ialétce, © que implica a insergdo do probleme particular de wih mensionalidade do direlo no quadro feral de uma diverss com- preensio do homem. da sociedade e da histéria 2. O tridimensionalsmo juridico concrete [A tcoria tridimensional do direito na plenitude do seu sentido tem virias implicagdes, Se os ts elementos se correlacionam esse sialmente, nenhum deles pode ser iolado para consttur objeto de ‘walquer pesquisa, sein ela de naturera flosstica, socilégica 08 juriica ‘A experitncia ica também apresenta_um eunho de natureze tridimensional: mas a bilteralidade stributiva € note distintiva de experitncia juviica. Demais disso, os estudos do diveito podem se esenvolver em diversos planes e ambos de pesquss: 0 transcen ‘ental (ilosico) « 0 empirico-posivo; neste ve diseriminam campos tistintos de pesquitas, onde atuam a Sociologia do Direito, a Politica do iret, a Ciéncia Dogmética do Direito, ou 2 Histéia do Direto. ‘Todavia, @ unidade do direito ¢ uma unidade de processes, csencialmente dialéica e histrica, Assim a conduta x6 & juridica ‘enguanto se revelafaticoaxioligiconormativamente, dintinguindo- das demais espéces de conduta éica por set o momento bilateral sributivo ds experiznia socal”. ” De conseguinte, 2 teoria tridimensional do Dieta © do Estado, esenvolvida por Miguel Reale, dee fine de 1939, dstinguese das

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