Lejavendeprocutosesampades imagem de Wowa Lisa (La Joconde), cbr de Leora da Vine éuraneexposicéo "Jpeoraisina”na muse Chole, ne Fang, em 2001, Para Benjamin, a possiotidade de reproducao contém um aspecto positivo, pois “democratiza” 0 acesso & arte, que deixava de ser um pri- vilégio das elites, Embora a obra de arte perdesse seu caréter singular, de ser tinica, podia agora ser levada as massas. Ja Adorno e Horkheimer acentuaram o cariter problemitico dessa democratizacao, exatamente por ela vir acompanhada de uma massif cagio das artes. Els afirmavam que a obra de arte reproduzida podia ser transformada em apenas mais uma mercadoria pela légica capitals ta de produgio e circulagio. E, como mercadoria, ela deixava de ser obra de arte. Segundo os dois fildsofos alemes, surgia assim uma nova indistria, a “industria cultural’, destinada a produzir objetos culturais para serem vendidos comio mercadorias. O cinema se tornava uma in- distria que produzia mercadorias culturais (0s filmes) eamisica passa- va a ser produzida segundo a légica de mercado das gravadoras. Em lugar de democratizar a arte, como pensava Benjamin, levando-a a um ntmero maior de pessoas, perdia-se a arte, que se transformava em apenas mais uma mercadoria, © feito desse processo é o que Adorno chamaria mais tarde de semicultura, uma cultura pela metade. Ouvimos as misicas que o mer: cado nos oferece, assistimes aos filmes que a indiistria cultural nos ofe. rece, Pensamos que escolhemos aquilo de que gostamos, mas escolhe- ‘mos a partir das opgSes que a indiistria cultural nos di. ‘Atualizando esse debate, poderiamos questionar em que medida internet, coma meio de comunicagio de massas e como arquivo digital de uma grande quantidade de informagSes e de produtos culturais, pode agir2 favor ou contra a industria cultural. Por ur lado, 2 tecnologia, hoje, permite que um misico tenha um estidio em sua casa, graveas misicas ue compde e as divulgue na rede mundial, cobrando ou néo por seu trabalho. A diversidade de criacdes a que temos acesso, portanto, nunca foi tio grande e 0 acesso a elas é muito mais direto, Nesse sentido, pode- ‘mos penser em como a internet contraria a indistra cultural. Por outro lado, porém, 2 tecnologia ea internet podem ser, elas mesmas, um refor- 0 da propria indstria cultural, Voce jd pensou sobre tudo isso? Artee criagio ‘Ao relacionar-se como mundo, assim como qualquer pessoa, 0 2 tista experimenta sensagSes boas ou ruins, que o afetam, o mobilizam, deicam nele alguma marca. Mas, diferentemente daqueles que no si0 artistas, eles sio capazes de transformar as percepgbes e os sentimen- tos em algo - uma misica, uma pintura, uma escultura, um poema ou outra obra de arte — que condensa esse estado. Outra pessoa, quando entra em contato com o objeto artistico, sente-se afetada por ele, com sensagSes boas, nio tio boas ou mesmo ruins. Por essa razio, Gilles Deleuze e Félix Guattari, quando falam da poténcia crativa da arte, di- em que aquio que o artista cria, a obra de arte, é um “bioco de sensa- Ges’. A obra traz em sias sensagdes do artista, sendo por isso capaz de rovocar novas sensagdes nas pessoas,