No tem cabimento p de vento Tempestade No veio ao mundo trazer consolo Ou cantar a glria da humanidade A poesia que me cabe To descabida Tem no esgoto matria prima Na feiura sua engrenagem Nas lgrimas lubrificante Poesia das entrelinhas sujas Dos andaimes bbados Dos motivos bambos Poesia dos tropeos banais A poesia que me cabe No cabe nas rimas No faz msica com as palavras antes cacofonia Chuva cida no estmago da vida Azia Indigesto A poesia que me cabe estridente Dor de dente Encosto Poesia plana Sem eira nem beira Sem ladeira Poesia chata Que se arrasta maltrapilha Por esquinas escuras Mendigando um sorriso Provocando desprezo Indiferente E seguindo sua rbita vadia Uma rima guisa de fastio Se descabida a poesia Descabido o corao arredio