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__ Tecnica 14 = Destilagao simples 173 Técnica Ci Destilagao simples A destilagao o proceso de vaporizagao de um liquido, condensagéo do vapor e coleta do produ- to condensado em outro recipiente. Essa técnica 6 muito «til para a separagéo de uma mistura liquida quando 0s componentes tém diferentes pontos de ebulicao ou quando um dos componentes nao des- tilard. Trata-se de um dos principais métodos de purificagao de um liquido, sendo quatro métodos de destilagao basicos usados pelos quimicos: destilacao simples, destilagao fracionada, destilacdo a vacuo (sob pressio reduzida) e destilacdo a vapor. A destilacao fracionada sera discutida na Técnica 15; a des- tilagdo a vacuo, na Técnica 16; e a destilacao a vapor, na Técnica 18. Um tipico aparelho de destilago moderno é mostrado na Figura 14.1. O Ifquido a ser destilado € colocado no baldo de destilagao e aquecido, geralmente por meio de uma manta de aquecimento. O liquido aquecido evapora e é forcado para cima, passando pelo termémetro, e para dentro do condensa- dor. O vapor condensa o liquido no condensador de resfriamento, e o liquido escoa para baixo através do adaptador de vacuo (nenhum vacuo ¢ utilizado), para o balao coletor. ‘Adaptador de B termémetro Cabega de destilaggo Baldo de destilagao. Baldo coletor Controlador Figura 14.1 m Destilacéo com o kit padrao de laboratbrio em macroescala, 174 PanteUM mAs Técnicas an A evolugao dos equipamentos de destilagao Existem provavelmente mais tipos e estilos de aparelhos de destilagéo do que para qualquer outra técnica em quimica. Ao longo dos séculos, os quimicos imaginaram praticamente todos os projetos con- cebiveis. Os primeiros tipos de aparelhos de destilacdo conhecidos foram o alambique ea retorta (veja a Figura 14.2), que eram utilizados pelos alquimistas na Idade Média e na Renascenca, e provavelmente até mesmo antes, pelos quimicos 4rabes. A maior parte dos outros equipamentos de destilacao foi de- senvolvida como variacdes desses projetos. A Figura 14.2 mostra diversos estagios na evolucdo de equipamentos de destilagao, 4 medida que estes se relacionam ao laborat6rio de quimica organica. A intengdo nao é mostrar uma hist6ria comple- ta; na verdade, essa figura é representativa. Até recentemente, equipamentos com base no desenho da retorta ainda eram comuns nos laboratérios. Retorta ee 720 pcan — ad iy So IU A Equipamento Balto ce + 958 (ea abroiegte “ae Kite aboratro de de ‘cir’ = por vota de) ‘quimica organica tradicional erbive mea ‘ = nncarae [mers er oinecnaon lap Condesnte aca toes Figura 14.2 m Alguns estégios na evalugao dos equipamentos de destlacdo com base nos equipamentos alquimicos (as datas representam, aproximadamente, sua épaca de uso). Técnica 14m Destilacdo simples 175 Embora a retorta propriamente dita ainda estivesse em uso no inicio do século pasado, ela havia evoluido, com o passar do tempo, para uma combinacao de balio de destilacio e condensador resfria- do a 4gua. Esse equipamento primitivo era conectado por meio de rolhas perfuradas. Por volta de 1958, a maior parte dos laboratérios de experimentos introdutérios j4 usava “kits de laboratério de quimica organica”, que inclufam objetos de vidro conectados por juntas de vidro esmerilhado padrao. Os kits de laboratério originais tinham juntas 24/40 grandes. Em pouco tempo, eles se tornaram me- nores, com juntas F 19/22 e, até mesmo, F 14/20. Esses kits mais recentes ainda estao sendo utilizados em muitos cursos de laboratério em “macroescala”. Na década de 1960, pesquisadores desenvolveram versoes ainda menores desses kits para traba- hos em “microescala” (na Figura 14.2, veja o quadro denominado “Uso somente para pesquisa”), mas esses objetos de vidro geralmente sao caros demais para um laboratério de uso introdut6rio. Contudo, em meados dos anos 1980, varios grupos desenvolveram um estilo diferente de equipamentos de des- tilago em microescala, baseados no desenho de um alambique (veja o quadro intitulado "Kit moderno de laboratério de quimica organica em microescala”). Esse novo equipamento em microescala tem jun- tas cOnicas padrao F 14/10; juntas externas com rosca, com conectores rosqueaveis, e um anel interno do tipo O-ring para vedacao por compressao. Atualmente, equipamentos em microescala similares a esse sao utilizados em muitos cursos introdut6rios. As vantagens desses objetos de vidro sao a menor quan- tidade de material a ser usado (menor custo), a menor exposi¢ao do pessoal de laboratério a produtos quimicos, e a menor quantidade de lixo gerado, Uma vez. que 0s dois tipos de equipamentos esto em 1uso, hoje, depois de descrevermos equipamentos em macroescala, também mostraremos 0 aparelho de destilagdo em microescala equivalente. Teoria da destilagao Na destilagao tradicional de uma substncia pura, o vapor deixa o balao de destilagio e entra em contato com um termémetro que registra sua temperatura. O vapor, entdo, passa por um condensador, que reliquefaz o vapor e o faz passar para o balo coletor. A temperatura observada durante a destila- do de uma substincia pura permanece constante durante toda a destilacdo, desde que ambos, vapor ¢ liquido, estejam presentes no sistema (veja a Figura 14.3). Quando uma mistura liquida é destilada, geralmente a temperatura nao se mantém constante, mas aumenta ao longo da destilacao. A razao para isso é que a composicdo do vapor que esté destilando varia continuamente durante a destilacdo (veja a Figura 14.3B). Para uma mistura liquida, a composigao do vapor em equilibrio com a solugao aquecida ¢ diferente da composigao da solugao em si. Isso € mostrado na Figura 14.4, que ¢ um diagrama de fase da tipica relagdo vapor—liquido para um sistema com dois componentes (A + B). ASomente A+B Tempo Tempo —> Tempo——> A 8 ¢ Figura 14.3. m Ts tipas de comportamento de temperatura durante uma destiagao simples. (A) Um dnico componente puro. (B)Dois componentes com pontos de ebulcdo similares. (C) Dois componentes com pontos de ebuligéo muito diferentes. Boas separagdes s4o obtidas em A e C. 176 ParteUM =m As Técnicas Temperatura. ———> (0% — 20% — 40% — 60% — 80% —100% 8 Figura 14.4 m Diagrama de feses para uma tipica mistura liquida de dois componentes Na Figura 144, as linhas horizontais representam temperaturas constantes. A curva superior re- presenta a composigao do vapor, e a curva inferior se refere A composigao do liquido. Para qualquer linha horizontal (temperatura constante), como a que é mostrada em tf, as intersecqdes da linha com as curvas dao as composigdes do liquido e vapor que esto em equilibrio entre si, aquela temperatura. No diagrama, 8 temperatura t, a interseccdo da curva em x indica que o liquido da composicio w estar ‘em equilibrio com o vapor da composigao z, que corresponde a intersecgdo em y. A composigao é dada ‘como uma porcentagem de A e B na mistura. O componente A puro, que ferve a temperatura f,, é repre- sentado a esquerda. O componente B puro, que ferve A temperatura t, é représentado a direita. Para A puro ou B puro, as curvas do vapor e do liquido se encontram no ponto de ebuligao. Assim, tanto A puro como B puro destilarao a uma temperatura constante (t, ou f,). Tanto 0 vapor quanto o liquido devem ter a mesma composicdo, em ambos os casos. Este nao é 0 caso para as misturas de Ae B. Uma mistura de A e B da composicao w tera o seguinte comportamento, quando aquecida. A tem- peratura da mistura liquida aumentaré até que o ponto de ebulicdo da mistura seja atingido. Isso corres- ponde a acompanhar a linha wx, que vai de w até x, o ponto de ebulicao da mistura t. A temperatura t, 0 Iiquido comeca a evaporar, o que corresponde a linha xy. O vapor tem a composigao correspondente a z. Em outras palavras, o primeiro vapor obtido na destilacao de uma mistura de A eB nao consiste em A puro. Ele é mais rico em A do que a mistura original, mas ainda contém uma quantidade significativa do componente B cujo ponto de ebulicao é mais elevado, mesmo logo no inicio da destilag0. Como resultado, nunca 6 possivel separar completamente uma mistura por meio de destilacao simples. Entretanto, em dois casos, é possivel conseguir uma separacao aceitavel em componentes relativamente puros. No pri- meiro caso, se os dois pontos de ebuligéo de A e B diferirem em uma grande quantidade (> 100 °C) e se a destilagao for realizada cuidadosamente, sera possivel obter uma boa separagao de A e B. No segundo caso, se A contiver uma quantidade relativamente pequena de B (< 10%), pode ser obtida uma razodvel separacao de Ae B. Quando as diferencas no ponto de ebulicdo nao sao muito grandes e quando se dese- ja obter componentes altamente puros, é necessério efetuar uma destilacao fracionada, que é descrita na Técnica 15, na qual ocomportamento durante a destilagao simples também é abordado detalhadamente. Observe apenas que a medida que o vapor destila a partir da mistura da composigao w (veja a Figura 144), ele se torna mais rico em A do que a soluc4o. Desse modo, a composicio do material restante na destilacdo se torna mais rico em B (se move para a direita, indo de tw em diregao a B puro, no grafico). Uma mistura de 90% de B (linha pontilhada ao lado da Figura 14.4) tem um ponto de ebulicdo maior do que em x. Portanto, a temperatura do liquido no balio de destilagio aumentaré durante a dectilagdo, © a composicao do destilado se modificard (como mostra a Figura 14.3B). Destilagao simples 177 Quando se destila uma mistura de dois componentes com grande diferenca de pontos de ebulicao, ‘a temperatura permanece constante enquanto 0 primeiro componente é destilado. Se a temperatura permanece constante, uma substancia relativamente pura esta sendo destilada. Depois que a primeira substdncia é destilada, a temperatura dos vapores aumenta, e o segundo componente é destilado, no- vamente, a uma temperatura constante. Isso é mostrado na Figura 14.3C. Uma tipica aplicacdo desse tipo de destilacao pode ser um exemplo de uma mistura de reacéo contendo o componente desejado, A (pe 140 °C), contaminado com uma pequena quantidade do componente indesejado, B (pe 250 °C), ¢ misturado com um solvente como o éter dietilico (pe 36 °C). O éter é removido facilmente a baixa temperatura. O componente A puro é removido a uma temperatura maior e coletado em um recipiente separado. O componente B pode, entao, ser destilado, mas geralmente é deixado como um residuo, nao destilado. A separacao nao ¢ dificil e representa um caso em que a destilagao simples pode ser utilizada com vantagens, 114.3 | Destilagao simples — aparelho padrao Para uma destilagdo simples, é utilizado o aparelho mostrado na Figura 14.1. Sao usados seis tipos de objetos de vidro especializados: 1. Balao de destilagao 2. Cabeca de destilagio 3. Adaptador de termémetro 4, Condensador de 4gua 5. Adaptador de vacuo 6. Balao coletor Em geral, a aparelhagem é aquecida eletricamente, utilizando-se uma manta de aquecimento. O balao de destilagio, o condensador e 0 adaptador de vacuo devem ser fixados com garras. Dois dife- rentes métodos de fixagio com garras, para essa aparelhagem, sao mostrados na Técnica 7 (Figura 7.2, pagina 625 e Figura 7.4, pagina 626). O balao coletor deve ser apoiado em blocos de madeira removiveis ‘ou uma tela metalica sobre um anel de ferro preso a um suporte. Os varios componentes sao discutidos individualmente nas segGes a seguir, junto com alguns outros aspectos importantes. Balao de destilagiio. O balio de destilagdo deve ter um fundo redondo, projetado para suportar a entrada do calor necessério e para se ajustar 4 ago de ebuligao. Seu formato propicia maior superficie de aquecimento. O tamanho do balao de destilagéo deverd ser escolhido de modo que nunca seja pre- enchido em mais que dois tergos. Quando o balao é preenchido além desse ponto, a boca se constringe e “sufoca” a acao de ebulicao resultando em ebulicao violenta em razao do superaquecimento. A area de superficie do Ifquido em ebuligao deve ser tao grande quanto possfvel. Entretanto, deve-se evitar um balao de destilagao grande demais, pois, nesse caso, ocorre uma retengio excessiva; retencdo é a quantidade de material que nao pode ser destilado porque parte do vapor deve preencher 0 balao vazio. ‘Quando se resfria o aparelho no final, esse material cai novamente no balao de destilacao. Pedras de ebuligiio. Uma pedra de ebuligao (Técnica 7, Secao 7.4, pagina 72) deve ser utilizada durante a destilacao para evitar ebulicao violenta. Como alternativa, pode-se agitar rapidamente o liquido que estd sendo destilado, utilizando-se um agitador magnético ou uma barra agitadora (Técnica 7, Secdo 7.3, pagina 71). Caso esqueca da pedra de ebulicio, resfrie a mistura antes de adiciond-la. Se for adicionada uma pedra de ebuligao a um liquido superaquecido, ele pode irromper em uma ebuligao violenta, que- brando seu aparelho e espalhando solvente quente por todos os lados Graxa. Na maioria dos casos, nao é necessério aplicar graxa em juntas cénicas padrao, para uma des- tilacdo simples. Essa alternativa diticulta a limpeza e pode contaminar seu produto, 178 Parte UM m As Técnicas Cabeca de destilagao. A cabeca de destilagao direciona os vapores de destilacao para o condensador e permite a conexao de um termémetro por meio do adaptador de termometro. O termémetro deve ser posicionado na cabeca de destilacio, de modo que esteja diretamente no fluxo de vapor que est sendo destilado. Isso pode ser realizado se o bulbo do termémetro, por inteiro, estiver posicionado abaixo do braco lateral da cabeca de destilacdo (veja o detalhe na Figura 14.1, destacado com um circulo). O bulbo precisa estar imerso no vapor, por inteiro, para que se possa obter uma leitura precisa da temperatura. Ao realizar a destilacdo, é preciso que vocé consiga ver 0 anel de refluxo (Técnica 7, Se¢ao 7.2, pagina 69) bem acima tanto do bulbo do termémetro como da parte inferior do braco lateral, Adaptador de termémetro. © adaptador de termémetro se conecta a parte superior da cabeca de des- tilagao (veja a Figura 14.1). Existem duas partes no adaptador de termémetro: uma junta de vidro com uma borda circular aberta no topo e um adaptador de borracha que se encaixa na borda circular e man- tém o termémetro fixo. O termémetro se encaixa no topo do adaptador de borracha e pode ser ajustado para cima ou para baixo deslizando-o no orificio. Ajuste o bulbo em um ponto abaixo do braco lateral. A temperatura de destilagao pode ser monitorada mais precisamente utilizando-se um termémetro de merctirio de imersao parcial (veja a Técnica 13, Segdo 13.4). Condensador de agua, Ajunta entre a cabeca de destilacao e o condensador de agua é a mais propensa a vazar no aparelho inteiro. Uma vez que o liquido da destilagao esté quente e vaporizado quando atin- ge essa junta, ele vazaré por qualquer pequena abertura entre as superficies das duas juntas. O angulo incomum da junta, pois nao esté nem na horizontal nem na vertical, também torna mais dificil uma boa conexao. Certitique-se de que essa junta esteja bem vedada. Se possivel, use uma das juntas plisticas comuns, descritas na Técnica 7, Figura 7.3. Ou entdo, ajuste suas garras para garantir que as superficies das juntas estao unidas, nao separadas. ‘Ocondensador permanecera cheio de agua gelada somente se a 4gua fluir para cima, nao para baixo. A mangueira de entrada de agua deve ser conectada a abertura inferior, e a mangueira de saida tem de estar conectada & abertura superior. Coloque a outra extremidade da mangueira de safda em uma pia. Um fluxo de agua moderado propiciaré um bom resfriamento. Um fluxo de égua elevado pode fazer que o tubo se desconecte das juntas e cause uma inundagao. Se vocé segurar a mangueira de saida ho- tizontalmente e apontar sua extremidade para uma pia, a taxa de fluxo serd correta se o fluxo de agua continuar na horizontal por cerca de duas polegadas, antes de comecar a cair. ‘Se um aparelho de destilacao tiver de ser deixado sem vigilancia por algum tempo, é uma boa ideia enrolar um fio de cobre em torno das extremidades do tubo e aperté-lo firmemente. Isso ajudaré a evitar que as mangueiras se soltem dos conectores, se houver uma alteraco inesperada na pressao da égua. Adaptador de vicuo. Em uma destilagao simples, 0 adaptador de vacuo nao é conectado ao vacuo, mas deixado aberto. Trata-se meramente de uma abertura para 0 ar do lado de fora, de modo que a pressao nao aumente no sistema de destilacao. Se tampar essa abertura, teré um sistema fechado (sem nenhuma saida). Sempre é perigoso aquecer um sistema fechado, pois é possivel que a presséo aumente © suficiente para causar uma explosao. O adaptador de vacuo, nesse caso, apenas direciona o destilado para o frasco coletor, ou coletor. Se a substancia que esta sendo destilada for sensivel & 4gua, vocé pode conectar um tubo de seca- gem contendo cloreto de calcio a conexao a vacuo, a fim de proteger o liquido que acaba de ser destilado do vapor d’égua atmosférico. O ar que entra no aparelho terd de passar através do cloreto de calcio e ser seco. Dependendo da gravidade do problema, podem ser utilizados outros agentes secantes, e nio o cloreto de calcio. O adaptador de vacuo tem uma perturbadora tendéncia de obedecer as leis da fisica newtoniana, soltar-se do condensador inclinado e cair sobre a bancada, quebrando-se. Se houver conectores de plis- tico comuns disponiveis, é bom utilizé-los nas duas extremidades desse equipamento. O conector na Técnich 14m Destilagio simples 179 parte superior fixard o adaptador de vacuo no condensador, e o conector na parte de baixo fixaré o balao coletor, evitando que ele caia. Taxa de aquecimento, A taxa de aquecimento referente A destilacao pode ser ajustada para a taxa de eliminago adequada, a taxa na qual o destilado deixa 0 condensador, observando-se gotas de liquido emergirem do fundo do adaptador de vacuo. Uma taxa de uma a trés gotas por segundo é considerada apropriada, para a maior parte das aplicagdes. Com uma taxa maior, 0 equilibrio nao é estabelecido den- tro do aparelho de destilacao, e a separacao pode ser insatisfatéria. Uma taxa de eliminagdo mais lenta também ¢ insatisfat6ria porque a temperatura registrada no termémetro nao é mantida por um fluxo de vapor constante, levando, assim, a um ponto de ebuligéo baixo, impreciso, Balao coletor. © balao coletor, que geralmente é um balao de fundo redondo, coleta o liquide destilado. Se 0 liquido que estiver sendo destilado for extremamente volétil e houver perigo de perder parte dele por evaporacio, torna-se recomendavel resfriar um balio coletor em um banho de agua gelada Fracdes. O material que esta sendo destilado recebe o nome de destilado. Frequentemente, um des- tilado é coletado em porgdes contiguas, chamadas fragées. Isso é realizado substituindo-se o frasco coletor por outro, limpo, em intervalos regulares. Se uma pequena quantidade de liquido for coleta- da no inicio de uma destilacao e nao for guardada nem utilizada novamente, ela seré denominada precursora. Fragdes subsequentes terdo taxas de ebuligéo mais elevadas, e cada fragao tera de ser identificada com seu intervalo de ebuligao correto, quando a fracao for recolhida. Para uma destilacao simples de um material puro, a maior parte do material sera coletada em uma tinica fragao, macroes- cala e intermediaria, com apenas uma pequena fracdo precursora. Em algumas destilagdes em escala pequena, 0 volume da fracao precursora é tao pequeno, que nao seré possivel coleté-la separadamen- te da fracdo intermediéria. O material restante é chamado residuo. Geralmente, é recomendado que a destilacao seja interrompida antes que o balao de destilacao fique vazio. Tipicamente, 0 residuo fica com uma cor cada vez mais escura durante a destilaco, e normalmente contém produtos da decom- posicao térmica. Além disso, um residuo seco pode explodir com 0 superaquecimento, ou © balao pode se derreter ou rachar, quando secar. Nao efetue uma destilacao até que o balao de des: esteja completamente seco! Equipamento em microescala e semimicroescala Quando quiser destilar quantidades menores do que 4 a5 mL, seré necessério usar um equipa- mento diterente, e a escolha deste dependera de quao pequena ¢ a quantidade a ser destilada. A. Semimicroescala Uma possibilidade € utilizar equipamento idéntico em estilo aquele empregado em procedimentos em macroescala convencionais, mas “reduzindo-o” usando juntas F 14/10. Os principais fabricantes produzem cabecas de destilagao e adaptadores de vacuo, com juntas F 14/10. Esse equipamento per- mitiré manipular quantidades de 5 a 15 mL. Um exemplo de aparelho em “semimicroescala” 6 dado na Figura 14.5. Embora os fabricantes produzam condensadores com juntas F 14/10, 0 condensador foi deixado de fora nesse exemplo. Isso pode ser feito se o material a ser destilado nao for extremamente volétil ou se tiver um elevado ponto de ebulicao. Também é possivel omitir 0 condensador se tiver uma grande quantidade de material e nao puder resfriar o baldo coletor em um banho de agua gelada, con- forme mostra a figura 180 ParteUm mAs Técnicas Bulbo de termémetro io da it capi ‘Adaptador de termémetro Cabeca de destiiagao p . ‘Adaptador do vécu0 / inclinado = Barra Baldo de fundo redondo ‘agitadora com capacidade de 10 mL Bioco de aluminio * (otificios grandes) > DSA Aave colada iS Ficuaa 14.5, m Destiagéo em semimicroescala. B. Microescala — equipamento do aluno A Figura 14.6 mostra a tipica configuracao de destilacdo para aqueles alunos que estdo fazendo um curso de laboratério em microescala. Em vez de uma cabeca de destilacao, do condensador e de um adap- tador de vacuo, esse equipamento utiliza uma tinica peca de vidro, chamada condensador Hickman, a qual proporciona um “atalho” que é percorrido pelo liquido destilado, antes de ser coletado. Bulbo do termémetro abaixo da linha tracojada Condensador Hickman | Palheta giratéria Blaco de aluminio Fiauna 14.6 m Destlagdo bésice em microescala, Téonich 14m Destilagio simples 181 Abra e remova, ‘com a pipeta Abertura lateral I Femova com a pipeta H através da abertura lateral Ficuna 14.7. m Dois catlos de condonsador Hickman, O Iiquido ¢ fervido, se move para cima pela haste central do condensador Hickman, se condensa nas paredes da “chaminé" e, entdo, escorre pelas laterais 0 poco circular em torno da haste. Com liquidos muito voldteis, um condensador pode ser colocado no topo do condensador Hickman, para melhorar sua eficiéncia. O aparelho mostrado utiliza um frasco c6nico de 5 mL como balao de destilacao, o que significa que esse aparelho pode destilar de 1 a3 mL de Iiquido. Infelizmente, 0 poco, na maior parte dos condensa- dores Hickman, retém somente quase 0,5 1,0 mL. Portanto, o poco precisa ser esvaziado diversas vezes, utilizando-se uma pipeta Pasteur descartvel, como mostra a Figura 14.7, que apresenta dois diferentes estilos de condensador Hickman. O que tem a abertura lateral torna mais facil a remogao do destilado. C. Microescala — equipamento de pesquisa A Figura 14.8 mostra uma cabeca de destilagao com atalho muito bem projetado, do tipo utilizado em pesquisa. Note como o equipamento é bem “unificado”, eliminando diversas juntas e reduzindo a retencio. Figura 14.8 m Um aparelho de destilagdo com atalho, na estilo usado em pesquisa, 200 ParteUN = As Técnicas 6. Descreva o comportamento, durante a destilacao de uma solugao de 98% de etanol através de uma coluna eficiente. Consulte a Figura 15.10. 7. Construa um diagrama aproximado da composigao do ponto de ebulicéo para um sistema de ben- zeno-metanol. A mistura mostra comportamento azeotr6pico (veja a Tabela 15.3). Inclua no grafi- co 0s pontos de ebuligao do benzeno puro e do metanol puro, e o ponto de ebuligio do azeétropo. Descreva o comportamento para uma mistura que inicialmente é rica em benzeno (90%) e, entao, para uma mistura que inicialmente é rica em metanol (90%). 8. Construa um diagrama aproximado da composigéo do ponto de ebulicio para um sistema de acetona-cloroférmio, que forma um aze6tropo no ponto de ebulicéo maximo (veja a Tabela 15.4). Descreva 0 comportamento durante a destilagio de uma mistura que inicialmente é rica em ace- tona (90%), ¢ entao, descreva o comportamento de uma mistura que inicialmente é rica em cloro- formio (90%). 9. Dois componentes tém pontos de ebuligao de 130 °C e 150°C. Faga a estimativa do ntimero de pra- tos tedricos necessarios para separar essas substancias em uma destilacdo fracionada. 10. Uma coluna de espiral giratoria tem uma HETP de 0,25 polegada/prato. Se a coluna tiver 12 pra-~ tos tedricos, qual é seu comprimento? Técnica 16 Destilacao a vacuo, manémetros A destilagao a vacuo (destilagao a pressdo reduzida) € utilizada para compostos que tém elevados pon- tos de ebulicao (acima de 200°C). Tais compostos frequentemente sofrem decomposicao térmica nas tem- peraturas requeridas para sua destilagio & pressio atmosférica. © ponto de ebuligéo de um composto é reduzido substancialmente pela diminuicdo da pressao aplicada. A destilagao a vacuo também é empregada para compostos que, quando aquecidos, podem reagir com 0 oxigénio presente no ar, assim como quando é mais conveniente destilar a uma temperatura mais baixa devido a limitactes experimentais. Por exemplo, um dispositivo de aquecimento pode ter dificuldade de aquecer a temperaturas que excedam 250°C. efeito da pressdo no ponto de ebulicao é discutido mais completamente na Técnica 13 (veja a Seco 13.1). E fornecido um nomograma (veja a Figura 13.2) que permite estimar o ponto de ebuligao de um liquido a uma pressao diferente daquela na qual ¢ relatada. Por exemplo, foi relatado que um iquido entrou em ebulicao a 200°C, a 760 mmfig, quando se esperava que a ebulicao ocorresse a 90°C, 20 mmHg. Esta é uma reducao significativa na temperatura, e seria titil usar uma destilacdo a vécuo se fossem esperados quaisquer problemas. Entretanto, para contrabalangar essa vantagem, esta o fato de que separagoes de Iiquidos que tém diferentes pontos de ebuligéo podem nao ser tao efetivas com uma destilagao a vacuo como ocorre com uma destilagao simples. Métodos em macroescala Ao trabalhar com objetos de vidro de laboratério sob vécuo vocé tem de utilizar dculos de seguran- 220°C) para destilacéo ou uma pressdo extrema mente baixa (< 0,1 mmHg), para sua prépria seguranga, vocé com certeza deve trabalhar em uma capela de exaustio, atras de um anteparo. ‘Um aparelho bésico, similar ao mostrado na Figura 16.1, pode ser utilizado para destilagdo a vacuo. ‘As principais diferencas a serem encontradas quando se compara este conjunto a um conjunto para desti- ago simples (veja a Técnica 14, Figura 14.1) so que uma cabega de destilagao Claisen tem de ser inserida entre o balio de destilagdo e a cabeca de destilagao, e que a abertura para a atmosfera tem de ser substitu- fda por uma conexao (A) a uma fonte de vacuo. Além disso, um tubo de entrada de ar (B) foi adicionado a parte superior da cabeca de Claisen. Ao se fazer a conexio com uma fonte de vacuo, pode ser utilizada uma trompa de vacuo (veja a Técnica 8, Secdo 8.5), uma bomba mecanica a vécuo (veja a Segdo 16.6), ou uma linha de vacuo conectada diretamente a bancada de laboratorio. A trompa é provavelmente a mais simples dessas fontes, ¢ a fonte a vacuo com maior probabilidade de estar disponivel. Contudo, se pres~ sbes abaixo de 10-20 mmElg forem necessarias, deve ser utilizada uma bomba mecanica a vacuo. Buibo do termémeto abaixo da nha > véevo @ Entrada de ar “Tuo ebulidor Cabeca __| de Claiser Figura 16.1 m Destilagdo a vacuo em macroescalautilizando um kit padrdo de laboratorio de quimica organica 202 Parte Um m@ As Técnicas Montagem do aparelho Ao montar um aparelho para destilagao a vacuo, é importante verificar os seguintes detalhes. Objetos de vidro. Antes da montagem, verifique todos os objetos de vidro para se certificar de que nao exis- tam rachaduras nem trincas nas juntas cénicas padrao. Se os objetos de vidro estiverem rachados, poderao se quebrar ao serem manipulados. juntas que apresentem trincas podem nao ser herméticos, e vazarem. Juntas lubrificadus, Cou equipamento ein macivescala, € necessério lubrificar levemente todas as jun- tas cénicas padrao. Tome cuidado para nao utilizar lubrificante em excesso, pois este pode se tornar um contaminante muito importante, se escorrer para fora da parte inferior das juntas em seu sistema Aplique uma pequena quantidade de lubrificante (uma fina pelicula) completamente em toro da parte superior da junta interna, entao, alinhe as juntas e pressione ou gire-as ligeiramente para espalhar a gra- xa por igual. Se vocé estiver utilizado a quantidade correta de lubrificante, ele nao ir vazar para fora do fundo da junta; em vez disso, a junta inteira parecer transparente e sem estrias ou areas nao cobertas. Cabeca de Claisen. A cabeca de Claisen é colocada entre o balio de destilagao e a cabeca de destilagao para ajudar a evitar que 0 material seja ejetado no condensador no caso de ebulicao descontrolada. Tubo ebulidor. © tubo para entrada de ar no topo da cabeca de Claisen é chamado de tubo ebulidor. O uso de uma pinga com rosca, ou pinga de Hoffman (B) na parte superior do tubo de paredes grossas (veja a discussao a seguir acerca de tubos e presséo), permite que se ajuste o ebulidor para permitir a entrada de um fluxo continuo de bolhas no balao de destilayav durante o experimento, Uma vez que as pérolas de ebuligdo nao funcionam no vacuo, estas bolhas mantém a solugao agitada e ajudam a prevenir a ebulicio descontrolada. O tubo ebulidor possui uma ponta afinada na sua extremidade. Esta extremidade deve ser posicionada de modo que fique logo acima do fundo do balio de destilacao. A maiotia dos kits padrao de vidro esmerilhado contém um tubo ebulidor. Se nao houver disponi- bilidade de um tudo ebulidor, pode-se preparar um facilmente, aquecendo uma segao de tudo de vidro € puxando-o em aproximadamente 3 cm. O vidro é entao quebrado na metade dessa segio puxada, produzindo dois tubos de uma s6 vez. Na Figura 16.1 0 tubo ebulidor esta inserido em um adaptador de termémetro. Se vocé nao possuir um segundo adaptador de termémetro, use uma rolha de borracha com um orificio encaixada diretamente na junta no topo da cabeca de Claisen. Varetas aplicadoras de madeira. Uma alternativa a um tubo ebulidor, é a tala de pinho ou vareta apli- cadlora de madeira. O ar fica preso nos poros da madeira. Sob vacuo, a vareta emitiré um lento fluxo de bolhas para agitar a solugao. A desvantagem 6 que cada vez que vocé abre o sistema, precisa utilizar uma nova vareta, Colocacio do termémetro. Certifique-se de que o termémetro esteja posicionado de modo que o bulbo de merctirio esteja inteiro abaixo da safda lateral na cabega de destilacao (veja o destaque dentro do circulo, na Figura 16.1). Se for colocado mais alto, nao poderd ser cercado por um fluxo constante de vapor do ‘material que esté sendo destilado. Se o termdmetro néo estiver exposto a um fluxo continuo de vapor, nao poderé atingir o equilibrio da temperatura. Como resultado, a leitura da temperatura sera incorreta (baixa). Garras para juntas. Se garras plasticas para juntas estiverem disponiveis (veja a Técnica 7, Figura 7.3), deve- ‘Go ser utilizadas para fixar as juntas lubrificadas, particularmente as que estio em cada lado do condensa- dor e a que se encontra na parte inferior do adaptador de vacuo, onde o balao receptor esta conectado, Tubo de pressizo. A conexao com a fonte de vacuo (A) é feita por meio do tubo de pressao (também chamado tubo de vacuo) que ~ diferentemente do tubo de paredes finas, mais comum, que ¢ utilizado para transportar égua ou gés ~ tem paredes grossay, portant sufierd Lulapso av ser esvaziado. Uma comparagao dos dois tipos de tubos é mostrada na Figura 16.2. Tecnica 16 m Destilagdo a vacuo, mandmetros 203 ‘A.Tubo comum com Paredes finas ®BTubo de vacuo Figura 16.2 m Comparagao de tubos. Certifique-se duas vezes de que as conexdes com o tubo de vacuo esto firmes. Se nao for possivel obter uma conexao firme, pode ser que vocé esteja utilizando o tubo de tamanho errado (seja 0 tubo de borracha ou o tubo de vidro ao qual ele esta conectado). Mantenha o comprimento dos tubos de vacuo relativamente pequeno. O tubo de vacuo deve ser relativamente novo e sem rachaduras. Caso o tubo apresente rachaduras quando vocé esticé-lo ou dobré-lo, pode ser que ele esteja velho e deixe vazar ar no sistema. Substitua qualquer tubo que parega estar desgastado. Rothas de borracha. Sempre utilize rolhas de borracha macias no aparelho a vacuo; rolhas de cortiga nao possibilitam uma vedagéo hermética. As rolhas de borracha endurecem com o tempo e 0 uso. Se uma rolha de borracha nao for macia (se no ceder ao ser apertada), descarte-a. O tubo de vidro deve se encaixar firmemente em qualquer rolha de borracha. Se vocé puder mover o tubo para cima e para baixo somente com uma pequena forca, ele esta muito solto, e € preciso obter um tubo de didmetro maior. Balao coletor. Quando se espera obter mais do que uma fracao de uma destilagao a vacuo, ¢ recomend vel dispor de diversos bales coletores, previamente pesados, incluindo 0 original, disponivel antes de a destilacao comecar. Essa preparacao permite a répida troca de bales receptores durante a destilagao, A pesagem prévia permite um répido célculo da massa do destilado em cada fragio, sem a necessidade de transferir o destilado para outro balao. Para trocar baldes receptores, o aquecimento deve ser interrompido, e o sistema tem de ser venti- lado nas duas extremidades, antes de substituir 0 baldo. Na Secio 16.2, so apresentadas orientagdes completas para este procedimento. ‘Traps ou Traps de vacuo. Ao realizar uma destilacao a vacuo, é habitual colocar uma “armadilha”, ou “trap”, na linha conectada a fonte de vacuo. Dois modelos comuns de traps sao mostrados nas Figuras 16.3 e 16.4. Esse tipo de trap é essencial se a fonte de vacuo for uma trompa ou uma linha de vacuo “doméstica” (uma linha de vacuo instalada no laboratério, geralmente conectada a uma fonte de vacuo) externa, Uma bomba de vacuo mecénica requer um tipo diferente de trap (veja a Figura 16.8). Esperam- se variagdes na pressdo quando se utiliza uma trompa ou uma linha de vacuo. Com uma trompa, se a pressdo diminuir o suficiente, o vacuo no sistema iré puxar a égua do aspirador para a linha de conexao. O trap permite que vocé veja que isto esta acontecendo, a fim de tomar medidas corretivas (isto é, evitar que a gua entre no aparelho de destilagao). A agdo correta para qualquer situagao, exceto uma pequena quantidade de agua é “ventilar” o sistema. Isso pode ser conseguido abrindo-se a pinga de Hoffman (C) na parte de cima do trap para deixar o ar entrar no sistema. E também desse modo que o ar é admitido no sistema no final da destilagao. > ADVERTENCIA Observe também que sempre é necessério ventilar o sistema antes que a trompa seja desligada. Se o sistema nao for ventilado, a agua pode entrar nele, contaminando seu produto. Contudo, certifique-se de ventilar ambas as extremidades do sistema. Apés a ventilar o trap a vacuo, vocé deve abrir imediatamente a pinga de Hoffman, na parte supariar do tuba ebulidor 204° Parte UM m As Técnicas Ficura 16.3 m Trap a vicuoutilizando uma garafa de gs. O conjunto se conecta & Figura 16.1, unindo o tubo ao ponto A. (A conexao do tubo Y ao manmetro € opcionl.) Manémetro ot (Gogse0 16.7 16.8) ——> Trompa ou vcuo Baldo grande ‘com nit Figura 16.4 m Trap a vacuo utilizando um frasco Kitassato corn paredes espessas. 0 conjunto se conecta a Figura 16.1 unindo 1 tubo 0 ponto A. (A conexao do tubo T ao mandmetro ¢ opcional.) O trap, que contém um grande volume, também atua como um amortecedor no caso de alteracoes na pressio, nivelando pequenas variagGes na linha. Nas linhas de vacuo domésticas, o trap evita que 0 6leo e a Agua (frequentemente presentes em linhas domésticas) entrem em seu sistema. Conexiio do manémetro. Um manémetro permite a medica da pressdo. Um tubo de conexao (D) em formato de Y (ou em formato de T) é mostrado na linha do aparelho para o trap. Essa conexao ramifica- da ¢ opcional, mas é necesséria se vocé quiser monitorar a pressdo real de seu sistema, quando utilizar uum mandmeuv. A operaao de uanOmetros € discutida nas Segdes 16.7 e 16.8, Um manometro ade- Técwich 16 m Destilagdo a vacuo, mandmetros 205 quado deve ser incluido no sistema, pelo menos parte do tempo, durante a destilacao, a fim de medir a pressao na qual a destilacao esté sendo conduzida. Um ponto de ebulicao tem pouco valor, se a pressio nao for conhecida! Apés 0 uso, o mandmetro pode ser removido, se uma pinga de Hoffman for empre- gada para fechar a conexo. a haa | (© manémetro precisa ser ventilado muito lentamente, a fim de evitar que o merctrio saia pela extremidade do tubo. a Um mandmetro também é muito titil na solugdo de problemas em seu sistema. Ele pode ser co- nectado a um aspirador ou sistema de vacuo para determinar a pressio de trabalho. Dessa maneira, um aspirador defeituoso (0 que ndo é incomum) pode ser identificado e substituido. Ao conectar seu aparelho, vocé pode ajustar todas as juntas e conexdes para obter a melhor pressao de trabalho, antes de iniciar a destilacao. Geralmente, uma pressao de trabalho de 25-50 mmHg é adequada para os pro- cedimentos abordados. Aspiradores. Em muitos laborat6rios, a fonte de vécuo mais conveniente para uma destilacao sob pres- sio reduzida € 0 aspirador. Ele, ou outra fonte de vacuo, é conectado ao captador. Teoricamente, a trom- pa pode imprimir um vécuo igual & pressdo de vapor de gua que flui através dele. A pressao de vapur de agua fluindo depende de sua temperatura (24 mmElg, a 25°C; 18 mmHg, a 20°C; 9 mmHg, a 10°C). No entanto, no laboratério tipico, as pressdes obtidas sao mais elevadas que o esperado por causa da redugao na pressao da égua devido a utilizacao simulténea dos aspiradores pelos alunos. Boas praticas de laboratério exigem que somente alguns alunos em uma determinada bancada usem o aspirador a0 mesmo tempo. Pode ser necessario estabelecer um cronograma para o seu uso ou, pelo menos, fazer com que alguns alunos esperem até que outros tenham terminado. Sistema de Vécuo. Assim como para 0s aspiradores, dependendo da capacidade do sistema, talvez nao seja possivel que todos utilizem o sistema de vacuo ao mesmo tempo, sendo necessério que os alunos se revezem ou trabalhem em ciclos. Um tipico sistema de vacuo tera uma pressao base de aproximada- mente 35-100 mmHg, quando nao esta sobrecarregado. ETH2 Destilacao a vacuo: instrugdes passo a passo Os procedimentos na aplicagao da destilagao a vacuo sao descritos nesta secao, ae ae a (Os éculos de seguranga precisam ser utilizados o tempo todo, durante a destilagao a vacuo. e Esvaziamento do aparelho 1. Monte o aparelho mostrado na Figura 16.1 conforme orientacao na Seca 16.1 ¢ conecte um trap (veja a Figure 16.3 ou 16.4). A conenay € feita 1s pontos identificados como A. Em seguida, co- 206 Parte UM m As Técnicas necte o trap a um aspirador ou um sistema de vacuo no ponto E. Nao feche nenhuma das garras, neste momento. 2. Pese todos os bales coletores vazios a serem utilizados para receber as varias fracdes durante a destilacdo. 3. Concentre o material a ser destilado em um frasco de Erlenmeyer ou béquer, removendo todos os solventes voléteis, como o éter, utilize um banho de vapor ou um banho de agua na capela de exaustdo. Use pedras de ebulicao e um fluxo de ar para ajudar na remogo do solvente. 4, Remova 0 balao de destilagao do aparelho de destilagao a vacuo, remova a graxa limpando com uma toalha, e transfira o concentrado para o baldo, utilizando um funil. Complete a transferéncia Javando com uma pequena quantidade de solvente. Mais uma vez, concentre o material até que mais nenhum solvente volatil possa ser removido (a ebuligao seré interrompida). O baldo nao deveré ser preenchido além de metade de sua capacidade apés a concentracao. Lubrifique novamente a junta e reconecte o baldo ao aparelho de destilagao. Certifique-se de que todos as juntas esto firmes 5. Na montagem do trap (veja a Figura 16.3 ou 16.4), abra a pinga de Hoffman em C e conecte um manémetro no ponto D. 6. Ligue o aspirador (ou sistema a vacuo; veja a Figura 163) até a poténcia maxima, 7 Aperte a pinga de Hoffman em B (veja a Figura 16.1) até que o tubo esteja quase fechado. 8. Volte ao trap (veja a Figura 16.3), aperte lentamentea pinca de Hoffman no ponto C. Observe a aao de borbulhar, no tubo ebulidor, para verificar se nao esté apertado ou solto demais. Quaisquer sol- ventes voléteis que néo puderam ser removidos durante a concentragio sero removidos agora. Assim que a perda de volateis diminuir, aperte ao maximo a pinga de Hoffman C. 9, Ajuste o tubo ebulidor em B até que se forme um fluxo de bolhas leve e continuo, 10. Espere alguns minutos e, entio, registre a pressao obtida. 11. Se a pressdo nao for satisfatéria, verifique todas as conexdes para checar se estdo apertadas. Gire delicadamente as mangueiras para ajusta-las melhor. Aperte as rolhas de borracha. Verifique as juntas de todos os tubos de vidro. Aperte as juntas umas contra as outras até que estejam unifor- memente lubrificadas e bem encaixados. Se vocé estrangular com suas maos o tubo de borracha entre o aparelho e 0 trap, e a pressdo diminuir, vocé perceberd se existe algum vazamento na montagem dos objetos de vidro. Se no houver nenhuma mudanga, o problema pode ser com 0 aspirador ou o trap. Reajuste a pinca de Hoffman do ebulidor, em B, se necessarto. Nao prossiga até que vocé tenha obtido um bom vacuo. Pega ajuda ao seu instrutor, se necessario. 12, Assim que o vacuo tiver sido estabelecido, registre a pressio.O mandmetro pode entao ser remo- vido para ser utilizado por outro aluno, se necessério. Coloque a pinga de Hoffman a frente do ma- németro, em D, e aperte-a. O manémetro, ventilado cuidadosamente, agora, pode ser removido. Inicio da destilagao 13, Eleve a fonte de calor até a posigéo adequada, utilizando blocos de madeira, ou outros meios, ¢ inicie o aquecimento. Técnica 16m Destilacdo a vacuo, manémetros 207 14, Aumente a temperatura. Eventualmente, um anel de refluxo entrar em contato com o bulbo do termémetro, e a destilacao terd inicio. 15. Registre o intervalo de temperatura e a variagdo de pressao (se o manémetro ainda estiver conec- tado) durante a destilagao. O destilado deverd ser coletado a uma taxa de aproximadamente uma gota por segundo, 16. Se o anel de refluxo estiver na cabega de Claisen, mas nao subir para a cabeca de destilacao, pode ser necessério isolar essas pecas envolvendo-as com algodao e papel-aluminio (com o lado bri- Ihante para dentro). © isolamento deveré ajudar o destilado a passar para o condensador. 1%. O ponto de ebulicao deveré ser relativamente constante, desde que a pressio seja constante. Um répido aumento da presséo pode ser em decorréncia do maior uso dos aspiradores no la- boratério (ou a mais conexdes com o sistema de vacuo ). Mas também pode ser em razao da decomposicao do material que est sendo destilado. A decomposigéo produziré uma densa nu- vem branca no balao de destilagio. Se isso acontecer, diminua a temperatura da fonte de calor ou remova a fonte, e espere até que o sistema esfrie. Quando a nuvem se dissipar, vocé poder investigar a causa. Troca dos baldes receptores 18, Para trocar os baldes receptores, durante a destilacao, quando um novo componente comegar a destilar (maior ponto de ebulig4o sob a mesma pressio), abra cuidadosamente a pinca de Hoffman no topo do trap, em C, e abaixe a fonte de calor imediatamente. on ae a) Verifique se 0 ebulidor nao contém excessivo actimulo de residuos! Tamibém pode ser a necessario abrir a pinga de Hoffman, em B. 19. Remova os blocos de madeira ou outro suporte sob o baldo receptor, solte a garra e substitua 0 balao utilizado por um que esteja limpo, faca a pesagem prévia do receptor. Use uma pequena quantidade de graxa, se for preciso, para restabelecer uma boa vedacao. 20. Feche novamente a pinga de Hoffman em C, e espere alguns minutos para que o sistema resta~ beleca a pressio reduzida. Se voc® abriu a pinga de Hoffman do ebulidor em B, terd de feché-lae reajusté-la, As bolhas nao se formarao até que o liquido retorne para fora do ebulidor. Esse liquide pode ter sido forgado para dentro do ebulidor quando o vacuo foi interrompido. 21. Eleve a fonte de calor de volta para a posigao sob 0 balio de destilagio e continue a destilacao. 22. Quando a temperatura cair no termémetro, isto geralmente indica que a destilacao esté completa. Contudo, se uma quantidade significativa de liquido permanecer, as bolhas podem ter parado de se formar, a pressao pode ter aumentado, a fonte de calor pode nao estar quente o suficiente ou, talvez, o isolamento da cabeca de destilagao seja necessério. Faca os ajustes necessarios. Desligando o aparelho 23. No final da destilacdo, remova a fonte de calor e, lentamente, abra as pincas de Hoffman, em Ce B. Quando o sistema for ventilado, vocé poderé desligar o aspirador ou o sistema a vacuo e des- conectar 0 tubo. 208 Parte UM m As Técnicas 24, Remova 0 balao coletor e limpe todos os objetos de vidro assim que possivel, logo apés a desmon- tagem (deixe esfriar um pouco), para evitar que as juntas de vidro esmerilhado grudem. ‘Se vocé usou graxa, limpe muito bem as juntas, eliminando qualquer vestigio de graxa, ou esta ird contaminar suas amostras em experimentos posteriores. 116.3 | Coletores de fragao rotativos Com 0s tipos de aparelhos que discutimos anteriormente, 0 vécuo deve ser interrompido para que seja possivel remover fragdes quando uma nova substancia (fracao) comegar a destilar. Sao ne- cessdrias algumas etapas para efetuar esta mudanca, que é bastante inconveniente quando existem varias fragdes a serem coletadas. Duas pecas de um aparelho em semimicroescala, que so projetadas para diminuir a dificuldade de coletar fragdes enquanto se est trabalhando sob vacuo, séo apresenta- das na Figura 16.5. O coletor, que é mostrado a direita, algumas vezes é chamado “teta de vaca”, pot causa de sua dparéncia, Com esses dispositivos de coleta de fragao rotativos, basta girar 0 dispositivo para coletar fracdes. iz ~ Métodos em microescala — aparelho do aluno A Figura 16.6 mostra o tipo de equipamento de destilacdo a vacuo que seria utilizado por um aluno em um curso de laboratério em microescala. Este aparelho, que utiliza um frasco cénico de 5 mL como balao de destilacio, pode destilar de 1a 3 mL de liquido. O condensador de Hickman substitui a cabega de Claisen, cabeca de destilacao, o condensador e o baldo receptor por uma tinica peca de vidro. Aterna “Teta de vaca" Figura 16.5 m Coletor de fragbes rotativo. Técwica 16m Destilago a vacuo, mandmetros 209 ‘Adaptador ‘muttfuncional Bulbo do termémetro abaixo da linha, Pinga de Hoffman Paeta (Ser8es 167— 168} magnética Bloco de aluminio Figura 16.6. m Destilacdo em microescala sob pressto reduzida, Ta Destilagado de bulbo para bulbo ‘Actltima palavra em métados em micrnescala é tilizar sim aparelho de destilacaa de hulbo para bulho, mostrado na Figura 16.7. A amostra a ser destilada é colocada no recipiente de vidro conectado a um dos bbracos do aparelho. A amostra é congelada, geralmente utilizando nitrogénio Kquido, mas gelo seco em 2-propanol ou em uma mistura de gelo, sal e égua também pode ser utilizado. O recipiente de refrigerante mostrado na figura é um frasco de Dewar, que tem uma parede dupla, com o espago entre as paredes es vaziado e vedado. O vacuo é um bom isolante térmico, e hé pouca perda de calor da solucao refrigerante. Depois de congelar a amostra, esvazie todo o aparelho abrindo a torneira. Quando o esvaziamento estiver completo, a torneira é fechada, e o frasco de Dewar 6 removido. Deixa-se que a amostra descon- gele e entao, é congelada novamente. Este ciclo de congelamento ~ descongelamento ~ congelamento remove todo o ar ou todos os gases que ficaram retidos na amostra congelada. Em seguida, a torneita é aberta, a fim de esvaziar o sistema novamente. Quando o segundo esvaziamento estiver concluido, a torneira ¢ fechada, e 0 frasco de Dewar é movido para o outro braco, a fim de resfriar o recipiente vazio. A medida que a amostra aquece, ela se vaporiza, passa para 0 outro lado, e congelada ou liquefeita pela solucao refrigerante. A transferéncia do liquido de um braco para outro pode demorar um pouco, mas rtenthum aquecimento € necessério. 210 Parte UM m As Técnicas Vacuo Figura 16.7 m Desilagao de bulbo para bulbo. A destilacao de bulbo para bulbo é mais efetiva quando o nitrogénio liquido é utilizado como re- frigerante e quando o sistema de vacuo € capaz de atingir uma pressao de 10° mmHg ou menor. Esse procedimento requer uma bomba de vacuo; nao é possivel utilizar um aspirador. EGG A bomba mecanica a vacuo O aspirador nao é capaz de produzir pressdes abaixo de 5 mmfig. Esta é a pressdo do vapor de agua a 0°C, ea agua congela a esta temperatura. Um valor de pressao mais realista para um aspirador éde cerca de 20 mmHg. Quando forem necessérias pressdes abaixo de 20 mmHg, uma bomba de vacuo terd de ser empregada. A Figura 16.8 ilustra uma bomba de vacuo mecanica e os objetos de vidro a ela associada. A bomba de vacuo opera com base em um principio similar ao do aspirador, mas ela utiliza um 6leo com elevado ponto de ebulicao, em vez de 4gua, para remover ar do sistema conectado. 0 6leo utilizado, nesse caso, um éleo de silicone ou um dleo baseado em hidrocarbonetos com alta massa molecular, tem uma presséo de vapor muito baixa, e pressGes de sistema muito baixas podem ser atin- gidas. Uma boa bomba de vacuo com dleo novo pode atingir pressdes de 10° ou 10+ mmHg. Em vez de descartar 0 éleo, depois que é utilizado, ele é reciclado continuamente através do sistema Um trap resfriado € necessério quando se utiliza uma bomba de vacuo. Este trap protege 0 dleo na bomba de quaisquer vapores que possam estar presentes no sistema. Se vapores de solventes organicos ‘ou de compostos organicos ~ que esto sendo destilados - se dissolverem no leo, a pressdo de vapor do 6leo iré aumentar, tornando-o menos eficaz. Um tipo especifico de trap a vacuo é ilustrado na Figura 16.8. Ele € projetado para se encaixar em um frasco de Dewar isolado, de modo que o liquido refrige- rante dure um longo perfodo. No minimo, o frasco deve ser preenchido com agua gelada, mas uma mistura de acetona e gelo seco ou nitrogénio liquido é necessério para se obter temperaturas mais baixas e proteger melhor o 6leo. Em geral, sao utilizados dois traps: o primeiro deles contém agua gelada, e 0 segundo, uma mistura de gelo seco e acetona ou nitrogénio Kiquido. O primeiro trap liquefaz vapores com baixo ponto de ebulicio, que podem congelar ou solidificar no segundo trap e bloqueé-lo. Técnica 16m Destilagdo a vacuo, manémetros 211 Conexdio com a aparetnagem t Captador Bomba de vacuo Figura 16.8 m Uma bomba de vacuo e seu captador. EGRM 0 mandmetro com extremidade fechada O principal dispositivo utilizado para medir presses em uma destilacao a vacuo é 0 manémetro com extremidade fechada. Dois tipos basicos estdo nas Figuras 16.9 e 16.10. © manémetro mostrado na Figura 169 6 amplamente utilizado porque é relativamente facil de ser construido. Ele consiste em um tubo em formato de U, que é fechado em uma extremidade e montado em um suporte de madeira. Vocé pode cons- truir 0 mandmetro com tubos capilares de vidro de 9 mm e enché-lo, como mostra a Figura 16.11 Um pequeno dispositive de preenchimento é conectado ao tubo em U, com uma mangueira de pres- sio. O tubo em U ¢ esvaziado com uma boa bomba de vacuo; e entao 0 merciirio é introduzido, inclinan- dose o reservatério de merctirio. Toda a operacao de preenchimento deve ser conduzida em uma panela rasa, para conter quaisquer derramamentos que possam ocorrer. E preciso adicionar merctirio suliciente pata formar uma coluna de aproximadamente 20 cm, em seu comprimenty total. Quando v vacuy & itm terrompido pela entrada do ar, o merctirio é forcado pela presséo atmosférica para a extremidade do tubo esvaziado. Entio, o mandmetro esté pronto para uso. A constri¢ao mostrada na Figura 16.11 ajuda a prote- ger o manémetro contra a possibilidade de se quebrar quando a pressao for liberada. Certifique-se de que a coluna de merctirio seja suficientemente longa para passar por essa constricio. aN eae © merctirio é um metal muito téxico, apresentando efeitos cumuulativos. Como 0 mer- ctirio tem uma pressao de vapor elevada, ele nao deve ser derramado no laboratorio. Vocé nao deve deixé-lo tocar sua pele. Procure ajuda imediata de um instrutor sehouver a1 qualquer derramamento de mercuirio ou se um manémetro se quebrar. Derramamentos. devem ser limpos imediatamente. 212 Parte UM mAs Técnicas > vacuo Figuna 16.9 m Um mandmetro simples com tudo em U, —— vecuo Figura 16.10 m Mandmetro comercial em forma de haste, Quando um aspirador ou qualquer outra fonte de vacuo for utilizada, um manémetro pode ser conectado ao sistema. A medida que a pressdo é reduzida, o merctirio se eleva no tubo a direita e cai, no tubo a esquerda, até que Ah corresponda a pressao aproximada do sistema (veja a Figura 169). n= (P, — Prag derenca) = (Pyitema — 10° mmHg) ~ Psistema Um pequeno segmento de régua ou um pedaco de papel milimetrado é colocado na placa de suporte, a fim de permitir que Ah seja lido. Nao € necesséria nenhuma adicéo ou subtracdo, porque a pressdo de referéncia (criada pelo esvaziamento inicial, quando ocorre o preenchimento) é aproximadamente zero (10°? mmHg), quando sc trata de leituras no intervalo de 10-50 mmllg. Para determinar a pressio, conte 0 mimero de milimetros, iniciando do topo da coluna de merciirio, a esquerda, e continuando Técnica 16 m Destilagdo a vacuo, manémetros 213 Capiar de 9 mm (Ctifcio de 2 mm) —=—> Bomba de vacuo 7 Figura 16.11 m Preenchendo um mandmetro com tubo em U. para baixo, em direcdo ao topo da coluna de merctirio a direita. Este é a diferenga de altura Ak que for- nece diretamente a pressio no sistema, Um modelo equivalente ao manémetro com tubo em U, utilizado comercialmente, é mostrado na Figura 16.10. Com esse manémetro, a pressdo ¢ fornecida pela diferenca nos niveis de merctirio nos tubos interno e externo. Os manémetros descritos aqui tém um intervalo de cerca de 1-150 mmHg na pressao. Eles sio convenientes quando um aspirador é a fonte de vacuo. Para sistemas de alta vaciio (com presses infe~ riores a 1 mmHg), deve ser empregado um manémetro mais elaborado ou um dispositivo de medigao eletrénico. Esses dispositivos nao sero discutidos aqui. Tz Conectando e utilizando um manémetro ‘O.uso mais comum de um manémetro com extremidade fechada é para monitorar a pressio du- rante uma destilagdo sob press4o reduzida. O manémetro € colocado em um sistema de destilagao a vacuo, como mostra a Figura 16.12. Geralmente, um aspirador é a fonte de vacuo. Tanto 0 manémetro como o aparetho de destilacdo devem ser protegidos por um trap contra possiveis retornos na linha de gua. Alternativas aos traps mostrados na Figura 16.12 aparecem nas Figuras 16.3 e 16.4. Observe, em cada caso, que os traps t8m um dispositivo (pinga de Hoffman ou torneira) para abrir o sistema para a atmosfera. Isso é especificamente importante ao se utilizar um manémetro, porque as alteracbes de pressdo sempre devem ser feitas lentamente. Se isso nao for feito, existe o perigo de espalhar merctirio em todo 0 sistema, quebrando 0 manometro, ou de espirrar mercurio pelo laboratorio. Se um sistema utilizando um manémetro com extremidade fechada for aberto repentinamente, o merctirio corre para aextremidade fechada do tubo em U, com tanta velocidade e forga que a extremidade iré se quebrar. O ar deve ser admitido lentamente, abrindo-sea valvula com cuidado. De maneira similar, a valvula deverd ser fechada lentamente quando vacuo for iniciado, ou 0 mercirio pode ser forgado para dentro do sistema através da extremidade aberta do manémetro. Sea pressiio em uma destilagéo com pressio reduzida estiver abaixo do desejado, 6 possivel ajusté- -la por meio de uma valvula de sangria. A torneira pode cumprir essa funcao na Figura 16.12, se for aberta somente um pouco. Nesses sistemas com uma pinga de Hoffman no trap (veja as Figuras 16.3 e 164), remova a pinca de Hoffman da valvula do trap e conecte a base de um bico de Bunsen no estilo Tirrill, A vlvula de agulha na base do bico pode ser utilizada para ajustar precisamente a quantidade de ar que é admitida no sistema (sangria) e, desse modo, controlar a pressao. 214 Parte UM mAs Técnicas ‘Arranjo alternativo composto de valvula e aguiha Figura 16.12 m Conectando um mandmetro ao sistema, Na montagem de uma ‘sangria’, a valvula da agulha pode substtur atomeira COE 1, Dé algumas razdes que levariam vocé a purificar um Ifquido utilizando destilagao a vacuo em vez de destilagao simples. 2. Ao utilizar um aspirador como fonte de vécuo em uma destilagio a vacuo, € preciso desligar 0 as- pirador antes de ventilar o sistema? Explique. 3, Um composto foi destilado a pressio atmosférica ¢ teve um intervalo de ebuligéo de 310-925 °C. Qual seria o intervalo de ebulicéo aproximado desse liquido, se fosse destilado sob vacuo a 20 mmHg? 4, Pedras de ebuligéo geralmente nao funcionam bem quando se esté fazendo uma destilacaoa vacuo. Quais substitutos podem ser utilizados? 5. Qual éa finalidade do trap que é usado durante uma destilacao a vacuo realizada com um aspirador?

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