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BASES MATEMATICAS PARA ENGENHARIA AUTORES DO ORIGINAL ANA LUCIA DE SOUSA ANTONIO CARLOS CASTANION VIEIRA GLORIA DIAS JULIO CESAR JOSE RODRIGUES JUNIOR LUIZ GIL SOLON GUIMARAES MARCELO COUTO BRAGA MARCOS JOSE MACHADO DA COSTA MARIO LUIZ ALVES DE LIMA UBIRATAN OLIVEIRA sees sl Estacio RIO DE JANEIRO 2015, Conselho editorial REGIANE BURGER, ROBERTO PAES E GLADIS LINHARES Organizador Luz Git SOLON GUIMARKES Autores do original ANA LUCIA DE SOUSA, ANTONIO CARLOS CASTANION VIEIRA, GLORIA DIAS, JGLIO CESAR JOSE RODRIGUES JUNIOR, LUZ GIL SOLON GUIMARAES, MARCELO COUTO BRAGA, MARCOS JOSE MACHADO DA COSTA, MARIO LUIZ ALVES DE LIMA, UBIRATAN OLIVEIRA Projeto editorial RoseRTO PAES Coordenagao de produco GLADIS LINHARES Projeto gréfico Paulo viror Bastos Diagramag&io PAULO vitor BasTos Revisdo linguistica ADERBAL TORRES BEZERRA Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transi por queisquer meios (eleirdnico ou mecdnico, incluindo fotocdpia e gravacic) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissao escrita da Editora, Copyright Seses, 2015, Dados Intemacionais de Catalogacao na Publicagéio (ce) 5299 Bases matemsticas para Engenharia Regiane Burger [organizadoral — Rio de Janeiro: Ecitora Universidade Estécio de S4, 2015. 366p 'SDN: 978-85-5548-141-3 1. Célculo. 2. Fungo. 3. Logaritma, 4, Trigonometria. 5. Limite, |, Titulo. co 510 Diretoria de Ensino — Fabrica de Conhecimento Rua do Bispo, 83, bloco F, Campus Jozio Uchda Rio Comprido — Rio de Janeiro — ru — cP 20261-063 Sumario 1. A importancia da Matematica para a Engenharia 7 2. Conceitos fundamentais de Algebra e Aritmética 25 1 Radiciacao e potenciagao 26 2 Poténcia de expoente natural QT 3 Poténcia de expoente inteiro negativo 28 4 Raiz enésima e expoentes racionais. 29 5 Poténcia de expoente racional 31 6 Exercicios resolvidos 32 T Estudos de casos aplicados 33 8 Expressées algébricas 37 9 Produtos notéveis a 10 Fatoraco de expresses algébricas 42 11 Razdo e proporg3o 44 12 Razdo 46 18 Proporgéio 46 14 Grandezas direta e inversamente proporcionais 51 15 Regra de trés simples 52 16 Regra de trés composta 56 17 Porcentagem 59 18 Operagées com porcentagem 62 3. Vetores 67 1 Detinicéo 69 2 Médulo de um vetor 70 3 Tipos de vetores 70 4 Operacdes com vetores 3 5 Angulo entre vetores 73 6 Vetor unitdrio 79 7 Decomposicao de vetores 81 8 Representagdo de um vetor conhecidos seus pontos origem e extremidade 83 9 Igualdade de vetores 86 10 Paralelismo de dois vetores 86 11 Médulo de um vetor 87 12 Vetor unitério de uma dirego 90 13 Obten¢ao de um vetor dados 0 médulo e a diregao 93 4, Matrizes 97 1 Definigo de matrizes 99 2 Matriz quadrada 100 3 Tipos de matrizes 106 4 Operagées com matrizes 108 5. Tipologias textuais 121 1 Plano cartesiano 122 2 Relacdes 128 3. Fungao 131 6. Fungao afim ou polinomial do primeiro grau 149 1 Aplicagdes matemdticas 150 2 Origem da Matemética 151 3 Funcdo afim ou fungéo polinomial do primeiro grau 161 4 O grético de toda funco afim é uma reta 155 7. Fung&o quadratica ou polinomial do segundo grau 179 1 A func&o quadratica 180 2 Determinacao algébrica das raizes da equagao do segundo grau 184 3 Maximo e minimo: 187 4 Vértice 191 5 Imagem 194 6 Soma e produto das raizes 196 7 Fatoracdo do trindmio do segundo grau 198 8 Estudo dos sinais da funedo quadrdtica 201 9 Fungo modular 204 10 Equacdes modulares 210 11 Inequagdes modulares 212 8. Funcg&o exponencial 225 1 Importancia das fungdes exponenciais e suas aplicacdes 226 2 Gréfico de uma fung&o exponencial 207 3 Esbocos graticos de fungaio exponencial 298 4 Propriedades 229 5 Equacio exponencial 231 6 Inequagao exponencial 235 9. Logaritmos e fungdes logaritmicas 247 1 Logaritmo 248 2 Propriedades imediatas dos logaritmos 249 3 Propriedades com operacdes de logaritmos 262 4 Sistemas de logaritmos na base a 256 5 Fungo logeritmica 258 6 Grdfico de uma fungao logarftmica 258 7 Equaciio logaritmica 263 8 Inequacao logaritmica 265 10. Trigonometria 1 Angulo e Trigonometria 2 Razdes trigonométricas no tri2ngulo retangulo 3 Relacio fundamental e relaco entre seno, cosseno, tangente e cotangente 4 Angulos notaveis 5 Razées trigonométricas na circunferéncia 6 As razées trigonométricas T Coroldtio 8 Arcos Céngruos 9 Redugdio ao 1° quadrante 10 Outras relacdes entre arcos e quadrantes 13 Transformagies 14 Resolugao de equagées e inequagées trigonométricas 15. Fungdes trigonométricas Limites 1 Aeevolucao do estudo do conceito de limites 2 Nogao intuitiva de limite 3 Formalizando a aproximagéo 4 Definigao formal de limite 5 Teoremas da unicidade do limite e da conservacio do sinal 7 Propriedades de limites 8 Limites laterais e continuidade 9 Limites infinitos 10 Propriedades dos limites infinitos 11 Teorema 12 Limites no infinito 13 Propriedades dos limites no infinito 14 Limites especiais 15 Complementos sobre 0 estudo de limites 275 276 276 277 280 282 283 286 288 289 292 296 298 307 317 318 318 320 321 324 326 330 333 335 339 340 344 349 362 A importancia da Matematica para a Engenharia # fundamental que desde o infcio do curso 0 aluno de Engenharia va se cons- cientizando das responsabilidades e atribuigdes da profisséio. Como pode-se dizer que o engenheiro ¢ um agente transformador da natureza, que cria novos materiais, dispositivos e equipamentos ou implanta empreendimentos que im- pactam 0 meio ambiente, cada vez mais suas agdes devem ser coerentes, segu- ras e responsdveis tanto no ambito social como no ambiental. E por meio da unido do conhecimento cientifico e da ldgica de raciocinio que um individuo se torna um agente transformador da natureza com respon- sabilidade socioambiental, ou seja, um engenheiro. Nao é possivel o desen- volvimento teenolégico sem o conhecimento das leis do universo. Através dos séculos, cientistas investigam e idealizam as leis que regem a natureza, aperfei- goando e modelando matematicamente essas ideias, construindo o conheci- mento cientifico da humanidade. ‘Vamos refletir um pouco sobre a Matematica antes de abordar sua importancia para a Engenharia. Para nos ajudar, so apresentadas algumas citagdes referentes ‘Matematica de alguns pensadores que influenciaram fortemente a Giéneia: PE eee onneennsoumer ‘Sécrates: 'O estudo da Matemdtica € o mais faculdades, fortalecer o raciocinio e iluminar o espirito". do para desenvolver as Galileu Galilei: “0 livro da natureza foi escrito exclusvamente com figuras e ‘simbolos matematicos". Leonardo da Vinci: ‘Nenhuma investigacéo humana pode ser chamada real- mente Ciéncia, se néo puder ser demonstrada matematicamente’. Albert Einstein: ‘A Matematica pura 6,8 sua maneira, a poesia das ideias légicas’ Agora, em sequéncia, para nos ajudar a pensar em uma definig&o para a Engenharia apresenta-se o pensamento de uma série de pessoas influentes e até um conceito da Wikipedia, que hoje pode ser considerada como uma fonte “popular’ ULO 4 S.E, Lindsay (1920): Engenharia 6 a prética da aplicagtio segura e econdmica das leis cientificas que governam as forgas e materiais da Natureza, através da organizacao, design e construcao, para o beneficio da humanidade. Vanevar Bush (1939): Engenharia, em um sentido amplo, é a aplicacéio da ciéncia de maneira econdmica para as necessidades da humanidade, T. J. Hoover e J. C. L, Fish (1941): Engenharia 6 a plicagao profissional ¢ sistematica da ciéncia para a utilizacdo eficiente dos recursos naturais a fim de produzirriqueza. John C. Calhoun, Jr. (1963): E responsabilidade do engenheiro estar atento ‘as necessidades socials e decidir como as leis da ciéncia podem ser mais bem adaptades através da Engenharia a fim de cumprir essas necessidades, Wikipedia (http://ptwikipediaorg/wiki/Engenharia em 09/03/2015): a Enge- nharia & definida como a ciéncia, a arte e a profissao de adq conhecimentos matematicos, técnicos e cientfficos na criagao, aperfeicoamento e implementacao de utilidades, tais como materiais, estruturas, méquinas, apare- ede aplicar os, lhos, sistemas ou processos, que reelizem uma determinada fungao ou objetivo, Comité de Certificagéo de Engenharia e Tecnologia dos Estados Unidos (1982): Engenharia é a profisséo na qual o conhecimento das ciéncias mate- maticas e naturals, obtido através do estudo, experiéncia e pritica, 6 aplicado com julgamento no desenvolvimento de novos meios de mente, os materiais ¢ as forcas da natureza para o beneficio da humanidade, izar, economica- A andlise dos pensamentos apresentados nos mostra que, quando a Mate- matica nao aparece explicitamente na definigo do que seria a Engenharia, sio mencionados termos como ciéncia, leis cientificas ou leis da ciéncia, que podem ser interpretados como as leis da Fisica modeladas matematicamente, além de nos remeterem aos pensamentos acerea da Matematica apresentados no inicio. Fica claro que existe uma relac&o muito forte entre a Matematica e a Engenharia. capirutot = 9 Se avangarmos para a Mecanica, a Hidrdulica, a ‘Termodinamica, a Eletri- cidade, a Quimica etc. so todas areas do saber regidas por leis demonstradas matematicamente. Cabe ao engenheiro estudé-las, entendé-las e aplicd-las de maneira correta e responsdvel, transformando a natureza e a sociedade. Portanto, espera-se que o engenheiro seja um profissional dotado de racio- cinio légico, capaz de aliar conhecimentos matemiéticos e cientificos para pro- duzir avangos tecnolégicos em prol da sociedade. Como a Matematica € reco- nhecidamente a melhor forma de se desenvolver 0 raciocinio légico e também éimprescindivel para que os conceitos cientificos sejam comprovados, pode-se concluir que a Matemética ¢ essencial para que o engenheiro possa contribuir coma inovacao tecnolégica. Uma vez reconhecida a importancia direta e indireta da Matematica, na for magio do engenheiro, vamos fazer uma viagem motivadora até a sua aplicagio na pesquisa e no exercicio da profissaio de engenheiro. O desenvolvimento da Informatica em geral e da Computacao Grafica em especial, faz com que seja cada vez, mais comum a utilizagéo da modelagem matematica em sistemas de simulacdo de fenémenos fisicos baseados em computacio gréfica em todas as dreas da Engenharia. ‘Segundo Bassanezi, a Modelagem matematica consisie na arle de transformar proble mas da realidade em problemas mateméticos e resolvé-los interpretando suas solugdes rnalinguagem do mundo reel...0 modelo matemético *é um conjunto de simbolos ¢ rela- ‘ges mateméticas que representa de alguma forma o objeto estudado’. Dessa forma, a simulaco computacional de problemas de Engenharia tor- nou-se uma grande drea de pesquisa, impulsionando o desenvolvimento de sis- temas muito sofisticados que jé sao largamente utilizados, tanto em situacées de pesquisa quanto em projetos de Engenharia. ‘A seguir sio apresentadas algumas situacées praticas da Engenharia, alta- mente motivadoras para quem gosta do tema, e que somente sao possiveis pelo uso pesado da Matemitica. Sao exemplos divididos por especialidades, todos envolvendo modelagem matematica e simulagio de problemas de engenharia. Na Engenharia Ambiental a modelagem matematica vem sendo cada vez mais empregada em simulagées diversas como escoamento ¢ dispersao de po- luentes, fluxo de 4guas subterraneas em aquiferos, transporte de sedimentos, hidrodinamica e qualidade da agua. 10 = carituto1 A figura 1 é parte de um estudo sobre os emissdrios submarinos, na costa dos municipios do Rio de Janeiro e Niterdi, realizada com o sistema SisBaHia mostrando as plumas dos emissérios submarinos da Barra, Ipanema e Icaraf em uma determinada condic&o do dia e das correntes. O SisBaHia (Sistema Base de Hidrodinamica Ambiental) é um sistema de modelagem computacional registrado pela Fundagao Coppetec, drgio gestor de convénios e contratos de pesquisa do COPPE/UFRJ - Instituto Aberto Luiz Coim- bra de Pés Graduagao e Pesquisa de Engenharia (COPPE) da Universidade Fede- ral do Rio de Janeiro (UFRJ) (http:/www.sisbahia.coppe.ufrj.br/, em 16/03/2015). Na Engenharia Civil, é comum o emprego de métodos matematicos apli- cados & Mecanica Computacional no desenvolvimento de sistemas computa- cionais aplicados & Teoria das Estruturas, & Mec&nica dos Sdlidos, 4 Mecanica dos Solos e a Mecanica das Rochas. Tais siste- mas s&o importantes ferramentas para a si- mulagéo do compor- tamento de estruturas ou de solo/macigo ro- choso submetidos a condigées especificas de tensio. Recentemente temos visto 0 desenvolvimento da implantagao do BIM (Buil- ding Information Modeling) ou Modelagem da Informagao da Construgao, em frucoi = 1] todo o mundo, inclusive no Brasil. A ideia é que equipes multidiseiplinares compartilhem um tinico modelo 3D que € capaz de armazenar € processar 0 edificio, todos os seus sistemas, planejamento, orcamento e tudo o mais que se deseje. A implantagio do BIM impacta na forma de trabalhar de todos os elos da cadeia da incuistria da construgao civil. A figura 2 mostra modelos capazes de realizar a simulagdo do comporta- mento estrutural em situagées especificas para o Estadio Ninho de Passaro, das Olimpfadas de Pequim e de uma laje de ponte. Também é apresentada uma andlise de vento, na cobertura de um estddio, bem como um modelo BIM exi- bindo estrutura e instalagoes. ‘A modelagem matemética aplicada & Engenharia de Petréleo também é bastante desenvolvida e contempla temas como a modelagem de reservatérios, de fluxo em meios porosos, de elevagio ¢ escoamento de petréleo, modelagem geoldgica e geofisica, por exemplo. O CENPES — Centro de Pesquisa da Petrobras — desenvolve, em parce- ria com a COPPE ¢ com o TecGraf-PUC-Rio, sistemas baseados em modela- gem matemitica para a rea de petrdleo como os contemplados na figura 3, de modelagem geofisica e geoldgica e, na figura 4, de modelagem de reser- vatérios e de risers. 12 = carrito Na Engenharia de Produgio, a modelagem matemitica permitea simulagao ea otimizagao de processos como, por exemplo, testar diversos procedimentos, com alteragées de rotinas, equipamentos e layouts em uma indtistria sem a ne- cessidade de interrup¢io do sistema real que prossegue em funcionamento. A figura 5 mostra estudos de caso da 2014 Winter Simulation Conference (WSC). Na Engenharia Elétrica, a modelagem matematica também € utilizada para realizacdo de simulagées de sistemas elétricos de poténcia, de fontes alterna~ tivas de energia e tecnologias emergentes de controle e operagiio de sistemas elétricos, por exemplo, As técnicas de modelagem e simulacao também sao lar- gamente utilizadas para automagao e controle, A figura 6 ilustra uma simulagdo de automacao, um painel em 3D ea distri- buigao do campo magnético em uma subestacao. carirucot # 43 Por fim, a Engenharia Mecani- ca, que também utiliza largamente a modelagem e a simulagdo para situagdes de projeto. Na figura 7, es- tio apresentados modelos de com- ponentes de motores para andlise estrutural ¢ térmica, ensaio virtual de uma cadeira plastica e o modelo de uma mola helicoidal para simu- lado dinamica. Para dar esse salto realmente motivador, precisa-se comecar langando as bases matematicas para Engenharia, que prepararao o ingressante do curso de Engenharia para a sua formacao. Classicamente, nos cursos de Engenharia, o ensino da Matematica, nor- malmente, se dé de forma abstrata, baseado em simbolos e formulas, e, na maioria das vezes, desconectado das praticas de Engenharia, Enquanto isso, co ensino da Fisica é mais concreto, com a realizacao de préticas complementa- res em laboratérios, que formalizam o comportamento dos fenémenos natu- rais muitas vezes j4 observados pelos alunos. No entanto, como a Fisica quase sempre depende de recursos matematicos, é mais comum a ocorréncia de altas taxas de insucesso, tanto nas disciplinas de Matematica quanto nas de Fisica, desmotivando muitos alunos. A falta de motivagio ¢ uma das grandes causas de insucesso e evaso nos cursos de Engenharia, estruturados de forma que os dois primeiros anos sejam compostos por disciplinas bsicas, tornando 0 ciclo extremamente érido tanto pelas dificuldades enfrentadas quanto pela falta de contato com as especifi- cidades da profissao escolhida. Uma pergunta recorrente dos alunos do ciclo basico dos cursos de Engenharia ¢ “Por que eu tenho que estudar isto?". Sao tantas as ferramentas bisicas estudadas até entrar em contato com as discipli- nas profissionalizantes que muitas vezes ¢ dificil acreditar que elas sejam real- mente necessdrias. Além disso, nao ¢ comum a contextualizagao da disciplina a ponto de tornar clara a sua importancia no curso, motivando minimamente os alunos. Por que falar sobre isso? Por acreditar que uma abordagem mais concre- ta da Matematica, conectada a problemas reais, por mais simples que sejam, ameniza, em muito, a angiistia do aluno ingressante de Engenharia, podendo 14 = capituto1 até chegar ao ponto de se tornar elemento motivador. Arriscamos a dizer que, no contexto da Engenharia, é um equivoco tratara Matematica de forma desco- nectada de situagées da vida real, apenas manipulando férmulas e observando regras, com 0 Unico interesse de achar a resposta correta, pouco importando 0 seu significado. Isso ndo potencializa plenamente o racioe{nio légico do futuro engenheiro em situac6es aplicadas, além de ndo elevar a Matematica ao pata- mar onde ela deve estar na Engenharia. Basta observar sua histéria para perceber que a Matematica possui um pro- cesso de construgio conectado a certas demandas da sociedade e & necessida- de de recursos especifieos para modelagem de fendmenos do mundo real. A descri¢&o de um fendmeno fisico por um modelo matematico tem um signi- ficado muito grande, pois permite a simulag&o da sua ocorréncia, possibili- tando o seu pleno entendimento e a previso de comportamentos futuros em situagdes hipotéticas. O uso do computador para a realizagao das simulacdes matemiticas viabiliza 0 estudo de uma infindvel quantidade de modelos as- sociados aos mais diversos fendmenos. Apesar do computador nao pensar, ele pode ajudar a pensar. O uso sistematico de simulagées aumenta bastante a per- cepgio do comportamento do fendmeno estudado, justifieando plenamente anecessidade de se aprender a manipular esse artefato matematico que pode ajudara explicar, a organizare, finalmente, a pensar, 0 estudo de programagao de computadores, no curso, permite ao engenheiro produzir modelos matemé- ticos computacionais que representem sistemas de engenharia. Daf a sua obri- gatoriedade na formacao plena do engenheiro. Nesse contexto, percebe-se que 0 uso adequado da Matemdtica pode contribuir de forma substancial, na formagao do engenheiro, para abordar os problemas da profissao. Um metodo capaz de fazé-lo conhecer, explicar e analisar os processos envolvidos nos sistemas de engenharia. Para que isto ocorra é preciso que a Matemitica esteja naturalmente presente em todos os momentos, tornando 0 engenheiro um profissional diferenciado e capaz de tomar decisées adequadas. carirutot = 15 O livro Bases Matematicas para Engenharia Apés a introducao ea contextualizacéio desenvolvida no capitulo 1, 0 contetido deste livro prossegue, no capitulo 2, com a apresentacao de recursos da Algebra e da Aritmética, objetivando resgatar e equalizar os conhecimentos matem4- ticos que vo dar sustentaco, principalmente, ao estudo das fungdes. Serdo abordados os t6picos Potenciagao € Radiciacao, Expressées algébricas, Produ- tos notaveis, Fatoragio, Razio e proporgao, Regras de 3 simples e compostas e, por fim, Porcentagem. O capitulo 3 apresenta os vetores, base para o estudo da Mecanica, area da Fisica onde os vetores representam forcas, por exemplo. No estudo da Fisica, lidamos com grandezas escalares e grandezas vetoriais. As escalares so repre- sentadas apenas por um valor numérico que representa a intensidade da gran- deza em uma determinada unidade. Como exemplo, podemos citara tempera- tura: “Hoje a temperatura est 25 graus”. Essa informagao estd completa. Jd as grandezas ditas vetoriais precisam de mais informagées além da intensidade. Vamos imaginar uma forca aplicada em um ponto, em qualquer diregaoe, para cada dirego possivel, ainda temos possibilidade de dois sentidos distintos, “empurrando” ou “puxando” o ponto, como mostrado na figura 8. Forcas em varias diregGes ‘empurrando’ Forgas em varias diregdes “puxando’ o © ponto. ponto. Portanto, uma grandeza vetorial, como a forga, é perfeitamente represen- tada por um vetor, na medida em que todas as informagdes necessiirias ao seu entendimento esto contidas tanto na representacdo gréfiea quanto na repre- sentac&o numérica. A intensidade da forga ¢ proporcional ao tamanho do vetor, 16 = capituto1 adiregao ¢ definida pelo seu segmento de reta c o sentido pela seta posicionada em uma de suas extremidades. Além de dar suporte a Fisica, a manipulagao de vetores também é funda- mental para 0 estudo do edlculo vetorial, quando eles sao utilizados para mode- lar matematicamente as retas e os planos, de grande importancia em diversas situagées de Engenharia. 0 Capitulo 4, do livro, aborda as operagdes matriciais basicas que darao su- porte ao ensino da Algebra Linear. Por exemplo, muitas das simulacdes apresen- tadas, para as varias engenharias, recaem em problemas de resolugdo de grandes sistemas de equacées, resolvidos computacionalmente pela Algebra Matricial, tornando-se um recurso extremamente valioso para todas as engenharias. No capitulo 5, tem inicio 0 estudo das fungées, talvez o ponto mais impor- tante da Matematica para Engenharia, que serd aprofundado nas disciplinas de Célculo Diferencial e Integral na sequéncia do curso. Os capitulos seguintes apresentam varios tipos de fungdes: afins, quadrdticas, modulares, exponen- , logaritmicas e as funcées trigonométricas. A importancia do estudo das fungées, na Engenharia, decorre do fato de que podemos representar (modelar) fendmenos fisicos através delas, ou seja, per- mitem a simulacdo do comportamento de determinada situacdo especifica de forma antecipada, sem ter que necessariamente recorrer a modelos fisicos em laboratérios, por exemplo. A importancia do estudo das fungdes é tamanha, na Engenharia, que pode- mos transformé-lo em elemento motivador. Para isso, é preciso que seu estu- do seja contextualizado em problemas de Engenharia, por mais simples que sejam ou mesmo em situacées comuns do cotidiano. Somente isso j4 deve ser suficiente para que a percep¢ao do ingressante qualifique aqueles temas estu- dados como relevantes para a profiss&o. A consequéncia esperada é que os in- gressantes comecem ase sentir estudantes de Engenharia o mais cedo possivel. Como exemplo, se nos mantivermos estritamente na Matematica, podemos dizer que a defini¢do formal de fungao pode ser muito abstrata para os alunos de Engenharia. Uma fungao pode ser apresentada como uma relagio especifica entre dois conjuntos A e B, de tal forma que: + para cada elemento x do conjunto A corresponda um tinico elemento y pertencente ao conjunto B; + oconjunto A seja denominado dominio da fungao; + oconjunto B seja denominado contradominio da fungao; cariruot = 47 + o subconjunto de B, utilizado na relagao entre os conjuntos, seja chama- do de Imagem da fungao. Olhando apenas pela ética matematica, pode-se até entender e aceitar, mas € muito dificil visualizar alguma utilidade soba visao de um estudante de Engenharia. No entanto, ao utilizar alguma situagao especifica, como por exemplo, cal- culara area de um circulo (figura 9), pode-se ter o trabalho facilitado, ao se per- mitir o raciocinio com o auxilio de uma situagao concreta. Qual é a férmula da area do circulo? AQ =n. Como nm é uma constante, pode-se dizer que a expressao apresentada mostra que a area do cfrculo depende apenas do seu raio, ou seja,a érea é fungio do raio. 0 que quer dizer isso? Que para cada valor diferente de raio, corresponde um va- lor diferente da drea. Com um pouco mais de formalismo, pode-se dizer que: A) en. Essa notagéio tem o objetivo de explicitar que A (4rea) depende de r (raio) com a regra apresentada na expressio, ou seja, para um dado valor de entrada (1), obtém-se um valor de saida (A). Podemos investi na construgao de um grafico para mostrar como varia essa relagdo entre o raio ¢ drea de um circulo. Inicialmente, elegeu-se uma série de valores distintos para o raio conforme pode ser visto na figura 10. =~ 0 20 + orassee163 © 75 anaisaz6s4 zosaseas7| 12,56837061 40 30 20 ao + ° obatukwe-Bo O05 1152253354455 6 18 = carituot grafico foi construido a partir da tabela apresentada ao scu lado, onde, para cada valor de raio, no intervalo de 0 a 5 — de 0,5 em 0,5 —, obteve-se um. valor de drea, aplicando-se a expressiio da relagio. No gréfico, cada ponto des tacado representa um valor da tabela. O eixo horizontal (r) representa os valores dos raios, ou seja, os dados de entrada da relaco. O eixo vertical (A) representa os valores das areas calculadas a partir dos diferentes raios. Como na relago estabelecida o valor do raio aparece elevado ao quadrado, estamos diante de uma equagao quadratica (de segundo grau), gerando um gré- fico parabélico, portanto representada por uma parabola. Embora uma parabola aceite valores negativos, no nosso caso real, raios negativos nao fazem sentido. Portanto pode-se afirmar que valores de raio su- periores a zero produzem um circulo. Nao ha limite superior, pois sempre & possivel se construir um circulo um pouco maior, aumentando o valor do raio, qualquer que seja ele. A relacdo estudada entre o raio e a drea de um circulo pode ser classifica- da como uma fungao quadratica, pois, para cada valor do conjunto de entrada (raio 1), corresponde a um tinico valor de saida (Area A). Assim, a relago que analisamos para a drea do circulo pode ser chamada de fungio. O estudo das fungdes pode ser desenvolvido de forma dissociada de qual- quer tipo de representacao, com foco apenas matemitico, ou pode se tornar mais concreto ao se buscar apoio em situagées reais. As situacdes listadas a se- guirsio exemplos onde o estudo das fungdes quadraticas foi muito importante: * Queda livre: Na Fisica, o espago (s) percorrido por um corpo submetido auma aceleracdo é dado pela expressao:s = s, + v,t + 4 at, onde s0 éapo- sigdo inicial, v, é a velocidade inicial, t é 0 tempo transcorrido ea representa a aceleragao. Ao aplicarmos esta equagao a uma situago de queda livre, a par- tir do repouso, com s,= reduzas = % a t?, Substituindo pelo valor da aceleracao da gravidade, temos s(t)=4,905 t?, Se compararmos com a expressio que calcula a drea do circulo, jd analisada, a tinica diferenca ¢ o valor da constante. Aproveitando 0 tema, cabe aqui uma referéncia histérica a.uma das mais importantes personalidades da Ciéncia, Ga- lileu Galilei (1564-1642), na figura 11. Galileu estudou, dentre muitos outros temas, a queda li- vre de um corpo ¢ 0 movimento de um projétil, seja ele uma pedra ou uma bala de canhio, , v,=0 € a= 9,81 m/s? (gravidade), nossa equagio se carirucot = 19 O estudo da queda livre foi dificultado pela falta de tecnologia para medi- go precisa do tempo, mas foi viabilizado pela utilizacio de um plano inclinado, conforme a figura 12. Na dificuldade de marcar o tempo, Galileu instalou dispo- sitivos sonoros ao longo do pereurso, de forma que, conforme o corpo passasse, o sinal sonore soava. Contando o tempo mentalmente, Galileu reposicionou os dispositivos sonoros de tal for- ma que emitissem som em intervalos de tempo constante, Feito isso, foi sé medir a distancia percorrida entre os dispositivos sonoros. Galileu percebeu que a velocidade aumentava conforme o tempo passava ¢ que a dis- tancia percorrida a tempo constante, variava no quadrado do tempo, conforme a equacdo da queda livre mencionada. Com isso temos um exemplo de uso de fangdo matematica representando 0 comportamento do movimento. Outro estudo de Galileu mostrou que o movimento deserito por um projétil é uma parabola (equagéo quadratica), figura 12. Além de formular as leis do movimento parabélico, teve a percepgio de que o movimento parabélico podia ser representado por uma parcela horizontal e outra vertical. Isso explica, por exemplo, a razdo de um skatista em movimento, ao dar um salto para cima, conseguir cair exatamente no skate € prosseguir seu movimento. O salto vertical so- bre o skate nao altera a componente horizontal do movimento, nem do skate e nem do skatista, fazendo com ele caia exatamente na mesma posigéo do skate, um pouco a frente. + Antenas Parabélicas: As antenas parabdlicas so construfdas com essa forma (parabélica) com o objetivo de aproveitar a caracteristica geométrica da figura, regida por uma funcdo quadratica. As pardbolas possuem um foco, que tem como caracteristica geométrica concentrar a reflexao de raios inci- dentes paralelos sobre a sua superficie, conforme mostrado no esquema da figura 13. Dessa forma, os sinais emitidos por um satélite so refletidos pela superficie parabdlica de maneira que o captador de sinal da antena, posicio- nado estrategicamente no foco da figura geométrica receba todas as refle- xdes, melhorando a qualidade do sinal recebido. f um exemplo simples da Matematica a servico da Engenharia. 20 = carirutot Ondas (sinal) Superficie { FoCO parabélica Refletidas na direcdo do foco + Faréis de automéveis: de forma inversa &s antenas parabilicas, 0s farsis de automéveis, para tornar a drea da fonte de luz maior em relagdo & kimpada, po- siciona a fonte de luz no foco de uma superiicie parabéliea espelhada, que serd responsével pela reflexio da luzem raios paralelos, conforme mostra o esquemaa seguir (figura 14), de um farol selado (sealed beam), com dois filamentos para o fa- rolalto eo baixo, onde o eseudo defletor tem o papel de direcionar os raios de luz. Filamentoe —_— eae eon, een te aus a Fethe Uanteoee Seguindo esse raciocinio, pode-se enumerar uma grande quantidade de exemplos onde o estudo das funcées ¢ absolutamente fundamental para mo- delar e possibilitar a estimativa de valores associados as grandezas envolvidas nos diversos sistemas de Engenharia, em sua grande maioria baseados em fe- némenos fisicos. ‘A perda de carga em uma linha de transmissdo de energia elétrica, a varia- ‘do de tensées internas em um elemento estrutural pela presenga de cargas ex- ternas ou pela variagao de temperatura, o impacto de ondas do mar ou 0 efeito das correntes marinhas em uma plataforma de petrdleo, o efeito de poluentes em um corpo hidrico, a otimizagao de processos de engenharia, 0 posiciona- mento de antenas de telefonia celular, sao exemplos de situagées que envolvem fendmenos modelados matematicamente de modo a permitir a criagdo de pro- cedimentos de projeto, sempre suportados por Normas Técnicas. frucoi = 9] No Brasil, temos a Associacao Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), res- ponsavel por gerar documentos que estabelecem as regras, normalmente fo- cadas em seguranca e conforto de utilizagao, para as mais diversas situagées de Engenharia. Os procedimentos de projeto sto criados com base no com- portamento dos sistemas de Engenharia, quase sempre baseados em modelos matematicos capazes de representar os referidos sistemas e fornecer os dados necessérios ao projeto (http://www.abnt.org.br/). Por fim, o livro apresenta o tema Limites de fungdes. Estudar o comporta- mento das fungdes torna-se muito importante na medida em que esteja repre- sentando um determinado fendmeno real. Assim, reconhecer o comportamen- to de uma fungao, nessas condigdes, significa reconhecer o comportamento do fendmeno por ela representado. Oconceito de limite ¢ utilizado para expor o comportamento de uma fungaio em situacdo especifica, analisando como a funco se comporta ao se aproximar do ponto de interesse. Obviamente existem fungdes bem comportadas com to- dos os seus valores muito bem definidos e fungdes com comportamentos mais complexos como, por exemplo, a fungéo fix)=1/x, como mostra a figura 15. Do lado esquerdo, est exibida a fungo com valores de x entre -2 ¢ 2 aproximada- mente e do lado direito, entre -15 e 15. Como a fungao se comporta quando o valor de x se aproxima de 0? Nao conseguimos calcular 1/0, mas pelo grafico da direita consegue-se pereeber que, conforme o valor de x vai tendendo a zero, © valor da fungo tem um comportamento especial. Se acompanharmos pelo lado negativo a fung’o responde com um valor também negativo, muito peque- no, e se acompanharmos pelo lado direito, positivo, a fungdo responde com um, valor muito grande. 4 \ c 29 = capitutot © conhecimento dos limites ¢ importante para a sequéncia do estudo do comportamento das fungdes com os temas continuidade, derivadas ¢ integrais que serdo vistos nas disciplinas de Calculo Diferencial e Integral, que sfio muito importantes para a formagao do engenheiro, pois so ferramentas para a andli- se dos fendmenos fisicos associados aos problemas de Engenharia. Antes de encerrar a apresentagio das fungées, que formam a base para o estudo do Célculo dife- rencial e integral, cabe o registro de um fato que talvez seja o mais mareante da histéria da Ciéncia. 0 protagonista ¢ Isaae Newton, que viveu na Ingla- terra entre 1642, ano da morte de Galileu Galilei, e 1727. Logo apés obter o grau de bacharel, em Cam- bridge, Newton foi forgado a retornar & sua cidade no interior, pois Londres foi abatida por uma epi- demia da peste negra (bubénica). Somente pode retornar a Cambridge apés 18 meses quando obteve o titulo de Doutor e se tornou catedratico com ape- nas 26 anos. Ocorre que, no periodo em que passou afastado, dedicou-se ex- clusivamente aos estudos, com uma intensidade que nunea mais conseguiu imprimir. Desenvolveu 0 Teorema Binomial, o Céleulo Diferencial e Integral, a Lei da Gravitagdo Universal e desvendou a natureza das cores. Mais tarde publicou, em latim, o que talvez.seja o livro mais importante da histéria do co- nhecimento humano, o Philosophiae naturalis principia mathematica (Prin- cipios matematicos da filosofia natural). Resumindo, Newton desenvolveu recursos matemsticos para modelar os fendmenos naturais, fato que mareou o inicio da Ciéncia Moderna, Para finalizar, deve-se ter em mente que essa deve ser a inspirago do uso da Matematica pela Engenharia. Que ela € fundamental para o engenheiro, pois fornece os recursos necessérios para a andlise dos problemas envolvidos nos sistemas de engenharia, Pouco adianta, para o engenheiro, o dominio de recur- sos matematicos desconectados do contexto da engenharia. Recomendagio Uma das formas mais efetivas de acelerar 0 aprendizado da Matemitica é tor- né-la um pouco mais concreta através da utilizagdo de ferramentas gréficas computacionais que promovem um aumento no nivel de percepgao do com- carirucot # 93 portamento das fung6es, pois permitem a visualizacao imediata dos efeitos causados pela alteragao de qualquer parametro envolvido na sua definigao. Recomenda-se, portanto, que os alunos comecem a utilizar 0 quanto antes um software grifico especifico. Para facilitar a dissemina¢ao do uso, recomenda- mos a adogio do software GeoGebra (www.geogebra.org), que, livre, pode ser ins- talado sem custo. O nome vem da mistura de Geometria e AlGebra. Criado por Markus Hohenwarter, o GeoGebra ¢ um software de Matematica dinamica desenvolvido para o ensino e aprendizagem nos varios niveis. Ele reu- ne recursos de Geometria, Algebra, tabelas, grificos, Probabilidade, Estatistica ¢ cdlculos simbélicos em um tinico ambiente. Disponivel em portugués, 0 sof- tware é multiplataforma e, portanto, pode ser instalado em computadores com Windows, Linux ou Mac OS. Como exemplo, é reapresentada a plotagem da fungiio y=rx? no GeoGe- bra. Para isso, bastou digitar y=pi'x"2 como comando de entrada. © GeoGebra também possui recur- sos para trabalhar com vetores e ma- trizes, e pode dar suporte para todo 0 contetido da disciplina. Considerando que os fendmenos fisicos podem ser modelados por funcies, ndo resta chivida de que a utilizagio desse tipo de software é o primeiro passo para a modelagem de sistemas de engenharia. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS BASSANEZI, RC. Ensino-aprendizagem com modelagem matemstics. Sao Paulo: Contexto, 2002. httpy/wwa.carroantigo.com/portugues/conteudo/curio_lampadahtm (em 9/7/2018) Website da Profa. Dra. Rita de Céssia Carvalho Siva hitpe//wwwssitaces pro.br/ (em 9/7/2018) 24 = capitutot Conceitos fundamentais de Algebra e Aritmética OBJETIVOS + Associar a poténcia de nimeros inteiros & operagao de multiplicagao de fatores iguais; * Efetuar 0 célculo de poténcias em que a base 6 um numero real diferente de zero e de um qualquer, o expoente inteiro; + Resolver expresses numéricas com poténcias; + Reconhecer as propriedades da potenciago e aplicé-las em célculo simples; * Calcular a raiz de um némero racional de indice impar; * Aplicar as propriedades dos radicais na resolugao de exercicios; * Simplificar radicais; + Simplificar expresses com radicais; + Compreender o significado dos produtos notévels; * Compreender e aplicar as diferentes técnicas de fatoragao; * Compreender o conceito de razio entre duas grandezas; « Reconhecer os termos de uma razao; + Reconhecer razdes inversas; + Identificar proporgdes como igualdade de duas razbes; + Identificar meios e extremos de uma proporgao; + Determinar o termo desconhecido de uma propor¢ao, aplicando a propriedade fundamen- tal des proporgies; + Aplicar as propriedades de proporgées nas diversas situacées; * Resolver problemas que envolvam duas grandezas direta e inversamente proporcionais; * Resolver problemas que envolvam trés ou mais grandezas diretamente ou inversamente proporcionais; + Compreender a ideia de taxa de porcentagem; + Identificar e representar porcentagens; + Representar porcentagens em fragdes e em decimais, e vice-versa; * Resolver problemas, envolvendo porcentagens em sua vida prética, 1 Radiciagao e potenciagao Aoperagées de potenciagio e radiciagao sio ferramentas importantissimas em diversos campos. Intimeras s40 as aplieagdes no cotidiano que requerem o cél- culo de poténcias. 26 = carituto 2 Oestudo ¢ os calculos que envolvem juros compostos sao baseados na po- tenciag&o das taxas de juros. A funcao exponencial também é um exemplo onde utilizamos poténcias, além da notaciio cientifica, que representa nimeros mui- to grandes ou pequenos. CAleulos que muitas vezes apresentam certa complexidade podem se tornar mais elementares e compreensiveis através da aplicagao de certas proprieda- des de potenciacao e radiciagao. S40 propriedades relativamente simples de serem usadas. Oestudo de poténcias e raizes serve como base para entender outros concei- tos dentro da propria Matematica e em outras ciéncias. 2 Poténcia de expoente natural 2.1 Conceito Dados um ntimero real a e um ntimero natural n, diferente de zero, chama-se poténcia de base ae expoente n o ntimero que ¢ igual ao produto de n fatores iguais aa, ou seja: a” = axaxax..xa Omimero natural é chamado de expoente, o ntimero a é chamado de base. Lemos an como “a elevado 2 enésima poténcia”. Para qualquer ntimero real nao nulo a, definimos, paran = 0, @? = 1. No caso den = 1, temos que a? = a E EXeMPLo a) 3? Pela definigao, temos que a = 3 en = 2.Porianto, o nimero 326 igual ao produto de 2 fatores iguais a 3, ou seja, 3? = 3.3 =9 bP Pele definicdo, temos que, para qualquer valor de a # 0, 0 valor a? = 1. Entéo, com a #=1 capitu.o 2 = 27 5! Temos, por definicao, que a! = 0, Neste caso, a = 5, Portanto: 5! = 5. dor Aqui temos que @ = Oe n = 4, Portanto, o numero 0 & igual a0 produto de 4 fatores iguais a0,0u seje,0'=0-0-0-0=0 2.2 Propriedades Sendo a e b niimeros reais e m en niimeros naturais, valem as seguintes pro- priedades: a" gr=ann a"/a'=a™,a#0 (orp =a a/b" = (a/by", b#0 (a- bh =a” Asrestrigdes impostas para ae b, nas propriedades 2e 4, respectivamente, de- vem-se ao fato de nao podermos efetuar a divisio quando o denominador é zero. Na propriedade 2, devemos ter m 2 n para obtermos no valor do expoente um numero natural (0,1, 2...). 3 Poténcia de expoente inteiro negativo Dados um mimero real @, nao nulo, e um ntimero natural n, chama-se poténcia de base ae expoente-n 0 ntimero a , que € 0 inverso de a”, ou seja: ar=1/a 28 = carituto 2 As propriedades enunciadas para poténcias de expoente natural continuam vélidas para quaisquer expoentes ¢ inteiros (positivos ou negativos). ES EXeMPLO Vamos calcular as poténcias a seguir a Pela definigo, temos que o niimero 3? 6 o inverso de 3°, ou seja, 3? = 1/3? = 1/9 b) ay? O niimero (-4)° € o inverso de (4). Entao (-4)? = 1/(-4¥ = 1/16 pois, (-4)? = (-4)(-4) = 16. 4 Raiz enésima e expoentes racionais 4.1 Conceito Um processo relacionado ao de calcular poténcias é o de extrair rafzes. Por exemplo, quando buscamos a raiz cibica do numero 27, ou seja, 27, estamos procurando um ntimero cujo cubo seja igual a 27. Esse mimero é 0 3, pois 3° = 27e, entio, 27 = 3. A expresstio Va é chamada radical, em que Vo ¢ 0 simbolo da raiz, a é 0 radicando en é0 indice. Quando nenhum indice for indicado, 0 valor de n sera 2 a expressio serd chamada raiz quadrada. 2 Indice n é um némero natural impar,n 2 1 Quando estamos resolvendo uma expresso Va , coma € R, en sendo um nu- mero natural impar, n > 1, estamos procurando um valor b de forma que b” = a, combe R. Simbolicamente,Va = b © b"=a Exemplo: V-8 = -2 Pois (-2)? = (-2)(-2)(-2) = -8 capiruto 2 = 99 43 4.3. indice n é um ndmero natural par,n 22 Quando estamos resolvendo uma expresso V(n&a), coma R,anfonegativo,e nsendo um mimero natural par,n 2, estamos procurando um valor b de forma que b*n=a,comb R. Simbolicamente,/a = b # b"=a 9 _ EXEMPLO V100 = 10 Pois, 10? = 10-10 = 100 Se a for negativo, nao existe nenhum ntimero real igual a Va « Por exemplo, néo conseguimos calcular a V-9 porque néo existe nenhum némero real b tal que b? = -9, Nesse caso, temos que Va nao 6 um niimero real. {7 avencao Muito cuidado com a raiz de indice par. Por exemplo, temos que V4 = 2e no V4 = +2 Na verdade, temos como resposta #2, quando estamos lidando com equacoes. Se desejamos resolver a equaco x? = 4, estamos procurando para que valores de x teremos © quadrado destes valores iguais a 4. Agora sim, podemos pensar nos dois valores: +2. 2:2=40(-2N-2)=4 44 Propriedades Sendo ae bmimeros reais nao negativos, m inteiro e n ep ntimeros naturais nao nulos, valem as seguintes propriedades: 30 = cariruto 2 9 EXEMPLO Calcular as rafzes: a) V169 Usando a definicao, temos que V169 é 13, pois 132 = 169. ») YO = 0, pois o7= 0 © 3/32 = 2, pois 25 = 32 d) 4/64 nao 6 um numero real, pois n = 2 @ a = -64, Ent&o, nao existe nenhum ndmero real b tal que b? = - 64. 5 POTENCIA DE EXPOENTE RACIONAL Dados um ntimero real positivoa, um ntimero inteirope um nimero natural q,com 2 1,chama-se poténcia de base ae expoente p /qa raiz qésima de ap, ou seja, 2 aa = Yap As propriedades enunciadas para poténcias de expoente natural continuam validas para quaisquer expoentes racionais. capitu.o 2 =» 3] [9 EXEMPLO 3 3 Vamos calcular o valor de y = 42 — 164. Resolugéo Podemos efetuar este cdlculo de duas maneiras: escrevendo as poténcias em forma de raiz ‘ou usando as propriedades das poténcias. 1* maneira: escrevendo as poténcias em forma de raiz (utilizando a definigao de poténcia de expoente racional). y= V8 — ie = J64 - 1/4096 y=8-8=0 Os céleulos de V64 ¢ de 4096 podem ser feitos fatorando-se os ntimeros 64 @ 4096, mas ‘também poderiamos utilizar propriedades de poténcia ¢ radiciacdo para simplificar as raizes. Va = N04 = V4 V4 = 4-228 2° maneira: Usando as proptiedades de poténcia. 2 2 y =(27)2—(24)4 = 22-24 =23-23 y=8-8=0 6 Exercicios resolvidos 1. Escreva 0s itens a seguir como poténcia de base 2: a) 16 b) 14 o) V32 @ 22 ©) 88 6432 9) 2% 32 = caPiruLo 2 @) V2.2 222 = 2152” €) 8% = (20 =2 8) 6422 = (29)92 = 29 8) W2F= (214) = 2 2. Simplifique as expresses: 102- (102)3-10 —_—_——_— 104 (24)2..25.2-3 (258 Resolugao: 107(107)?-10 _ 1010%10 _ 10? _ 108 = roe OF FS =25-2°3 2825.2-% (2A)?-25-2°8 _ 2825-23 _ 2 _ ois ») (2575 2 es 7 Estudos de casos aplicados 1. Se um capital inicial C for investido por t anos a uma taxa de juros compos- tos i (em decimal) ao ano, 0 valor futuro resultante, ou seja, o montante resul- tante serd dado por M=C(1+i)', e o rendimento ganho éJ = M — C. Determine o valor futuro (montante) quando se aplica R$1.200,00, por 5 anos, com taxa de 12% ao ano, a jutos compostos. capiru.o 2 = 33 Resolugao: Para efetuarmos 0 célculo do M (valor futuro ou montante), basta substituir na formula 0s valores dados no problema. Portanto: cat M = 1200(1+0,12)° 1200(1,12° M = 1200- 1,76 1200 1,762342 M = 2114,78 Orendimento ganho ¢ calculado através da férmulaJ = M-C. Entfo,J = 2.114,81 ~ 1.200,00 = 914,81. Portanto, um capital inicial de R$1.200,00, quando aplicado a uma taxa de 12%aoano, porum periodo de 5 anos, resulta em um valor futuro de R$2.114,81, eemum rendimento ganho de R$ 914,81. 2. Determine o montante resultante quando se aplica R$2.500,00, por 12 anos, com taxa de 11,5% ao ano, a juros compostos. Resolugio: Para efetuarmos 0 cdlculo do M (valor futuro ou montante), basta substituir na formula os valores dados no problema. Portanto: Cai+it M = 2500(1+0,115)2 2500(1,115)}2 M = 1200- 3692312 923078 J = 9.230,78 - 2.500,00 = 6.730,78 Entao, um capital inicial de R$2.500,00, aplicado a uma taxa de 11,5% ao ano, por um periodo de 12 anos, resulta em um valor futuro de R$9.230,78, € em um rendimento de R$6.730,78. 34 = caPituLo 2 (COMENTARIO E muito comum, no calcul de poténcias e rafzes, o resultado final apresentar uma diima infinita no periéica. Nesse caso, devemos trabalhar ficando uma quantidade de casas deci- mais. Quanto maior essa quantidade, mais preciso serd o resultado obtido. 3. De acordo com MORETTIN etal. (2004, p. 93), “denomina-se fungao de pro- ducdo a relago entre a quantidade fisica dos fatores de producdo, tais como capital, trabalho e outros, ¢ a quantidade fisica do produto na unidade de tem- po. Se considerarmos fixos todos os fatores menos um, a quantidade produzida sera fungdo desse fator. Chamando de aa quantidade produzida na unidade de jidade de tempo, tere- mosa fungiio de producao P = f(x). Chamamos de produtividade média do fator varivel o valor indicado por Pm dado por Pm = P/x”. Vamos considerar a seguinte fungao de produgio P = 12 - x°,em que Péo mimero de cadeiras produzidas por semana numa marcenaria (com certo mi- mero fixo de empregados) e x, o mimero de serras elétricas utilizadas. a) Quantas cadeiras serio produzidas por semana se forem utilizadas 7 serras? E seo ntimero de serras for igual a zero? b) O que acontecerd com a quantidade produzida se o mimero de serras ficar 32 vezes maior? tempo e xa quantidade do fator varivel utilizada nau Resolugio: a) Nesse caso, temos x = 7 cadeiras. Substituindo na formula, obtemos: Pa12-x% P=12-7% Podemos reeserever esta formula escrevendo a poténcia em forma de raiz (utilizando a definigao de poténcia de expoente racional): P=127P P= 12-343 P=12-3,2141 capiruto 2 = 35 Portanto, quando forem utilizadas 7 serras elétricas, serdo produzidas apro- ximadamente 38,57 cadeiras. No caso de x=0, temos: P= 12-5 P=12-0% P=0 Portanto, quando nao forem utilizadas serras elétricas, a marcenaria logica- mente nao produzird nenhuma cadeira. b) Se o mimero de serras ficar 32 vezes maior, teremos uma nova formula para a produgio, que ¢ dada por: P= 12-(32xp* Podemos reescrever esta frmula decompondo o mimero 32 ¢ utilizar pro- priedades de potencias. Com isso, obtemos: P= 12- (2x) P= 12- (27°: (x) P= 12+ (QP (95 P=12-8-(x)% P= 96-1) Valor original: P = 12 (2°x}*. Valor com o niimero de serras ficar 32. vezes maior: P = 12-8 - (x)? Entdo, se o mimero de serras ficar 32 vezes maior, a quantidade produzida fieard 8 vezes maior. 36 = cariruto 2 8 Expresses algébricas 8.1 Conceito Uma expresso algébrica ¢ uma expresso matemitica que contém mimeros ¢ le- tras ou somente letras. As letras da expresso algébrica sao chamadas de varidveis. 82 Valor numérico de uma expresso algébrica 0 valor numérico de uma expressdo algébrica é o ntimero real que obtemos quando substituimos todas as varidveis da expresso pelos valores dados ¢ efe- tuamos as operagées indicadas na expresso. 97 EXEMPLO Determine o valor numérico da expressio 2*+8 , 4 +2, parax x5 x” Sx+8 4 _5(5)48 4334 x-5 x 5-5 5 5 Donominador nule A expresso ndo representa ‘um nimero rea 83 Monémio ou termo algébrico Mon6mio € produto entre incégnitas ou produto entre mimeros e incdgnitas. Nos monémios nao se encontra 0 uso da adigao ou da subtragao, pelos menos explicitamente. Ey eXewpio a2 b)x Ox a) -304 capiru.o 2 = 37 8.3.1 Partes de um mondmio. Consideramos um monémio dividido em duas partes: * um numero — coeficiente do monémio e + uma varidvel ou 0 produto de varidveis (letras), inclusive suas poténcias, caso existam - parte literal 9 _ EXEMPLO a) 5x: 5 € 0 coeficiente do monomio ¢ x é sua parte literal; b) -34/: -3 6 0 coeticiente do monémio e xy & sua parte literal az: 16 0 coeficiente desse monémio ¢ xz é sua parte literal 8.3.2 Grau de um mondmio grau de um monémio € definido quando todos os expoentes sio nimeros inteiros, ¢ dado pela soma dos expoentes. 9 EXEMPLO 2eyfz grau: 2+5+1=8 8.3.3 Monémios semelhantes Monémios semelhantes so aqueles que possuem a mesma patte literal. E_EXEMPLO a) 2xy & 3/2 xy so semelhanies, pois possuem a mesma parte literal xy. b) 7a°b? e 0,320°b? so semelhanies, pois possuem a mesma parte literal a°b? 38 = caPiruLo 2 83.4 Operacbes com monémios Adic&o e Subtraco (monémios semelhantes): repete-se a parte literal e so- mam-se ou subtraem-se os coeficientes. 9 EXEMPLO Dey + 14ey + Sey = 21ey Multiplicagao e Divisio: multiplicam-se ou dividem-se as partes literais ¢ os coeficientes. 97 EXEMPLO ney(te)sajinereghenne c) Oxy + 2x! By = (6+ 2+ 3)lE- xt yy) = 36x? 8.4 Polinémios Polinémio é toda expresso racional inteira composta de um ou mais termos, consistindo na adigdo ou subtragao algébrica de monémios [9 EXEMPLO a) ax b) 3x +5 ©) 3AM -1/5 x3 + 3-H 46 capiruLo 2 = 39 8.4.1 Operagées com polinémios Adic&o e subtracao de polinémios Calcule a soma dos polinémios: (0 ~ 7x + 2) + (Bx? + 2x +3) = ix? — 7x + 2 + 3x? + 2x+3-= eliminando os parénteses = 4x? + 3x°— 7x + 2e+2+3= agrupando os termos semelhantes (4 + 3)x2+ (-7 + 2x +5= — reduzindoos termos semelhantes 278 - 5x4 5 Multiplicagao de polinémios Multiplicamos os coeficientes numéricos e multiplicamos as partes literais aplicando, sempre que possivel, a propriedade do produto de poténcias de mesma base (a"- a” = a"*"), 9 _ EXEMPLO a) o)2x* (3x? —4x +3) = 6x* — 8x" + 6x" Conve 2 a d)(4+3)-(3x—4) = 12x? -16x + 9x —12 = 12x? —7x-12 Nowa 4Q = carituto 2 Divisao de polindmios A primeira providéncia para dividirmos polinémios é reduzir os termos seme- Ihantes e ordené+los. A divisio de polinémios é muito semelhante & divisio de ntimeros naturais. E97 EXemPLo xt — 7x3 + 3x? x-2 -2x! + be 2x8 - 3? = 3x - 6 0-30 +38 0 - 3x 3x - 6 0 - 6x 6x ~ 12 0-12 9 Produtos notaveis Algumas expressdes envolvendo dois niimeros reais distintos a ¢ b sfo tao im- portantes, observadas, notadas com tal frequéncia que so denominadas pro- dutos notéveis. ‘Quadrado da soma: (a + b}’ = a’ + 2ab + b? Quadrado da diferenga: (a - b)? = a? - 2ab + b? Diferenga entre dois quadrados: a? - b? = (a + b)(a-b) Cubo da soma: (a + b) = 0? + 3.026 + 3.0.6? +b? Cubo da diferenga: (a - b)’ = a* - 3.02.5 + 3.0.b? - b? ‘Soma entre dois cubos: a? + b? = (a + b)(a?-a.b + b?) Diferenca entre dois cubos: a? - b? = (a - b)(a? + ab + b?) capiruco 2 = 4] [9 EXEMPLO (3x44) =(3x44)-(3x+4)=9x? +12x+12x416 =92x +24x +16 (3x—4)" =(3x—4)-(3x—4) = 9x? -12x-12x +16 = 9x7 — 24x +16 (8-x)-(8+x)=(8) -(2) = 64-3" 10 Fatoragao de expressées algébricas 10.1 Conceito 0 termo fatorar significa decompor uma expresso ou mimero em fatores ou parcelas, de modo que o produto dessas parcelas resulte na expresso ou nti- mero original. A fatoragdo de um numero inteiro consiste na sua decomposi¢ao em um produto de mimeros inteiros primos, sendo os mimeros que aparecem repeti- das vezes agrupados na forma de poténcia. 10.2 Fator comum em evidéncia Esse caso ¢ aplicado a expressdes algébricas que possuem um fator comum a todos os termos. © EXEMPLo Fatorar a expressdio 2x + 4y - 6z. * O fator comum entre os termos é 2; + Dividimos cada termo da expresso pelo fator comum 2, 2x + dy - 62 =2. (x +2y -32) 4) = capituto 2 10.3 Agrupamento Aexpressio x? + ax + bx + ab nao possui um fator comum a todos os seus ter- mos. No entanto, agrupando os dois primeiros ¢ os dois ultimos termos, perce- bemos que existem fatores comuns a cada um dos grupos, ou seja: x tax + bx+ab =x-(x+a)+b-(xt+a) =(x+a)-(x+b fa, ee eee ee © EXEMPLO 6x° -9ax+ Abr —6ab = 3x(2x-3a) +2b(2x—3a) = (2x-3a)(3x+ 2b) fator conuum ator comum 10.4 Trinémio quadrado perfeito (@ + b)?éa forma fatorada de a? + 2ab + 6? (a - b)?éa forma fatorada de a*- 2ab + 6”. 97 EXEMPLO Fatorar 4x? + 12x + 9, 4x2 +12x+ 9 =(2x+3)° Wears ¥ capiruto 2 = 43 10.5 Diferenca de dois quadrados a?-b? = (a—b)(a + b) E97 EXEMPLO 2 =(x- Fatorar BB 7e 3)(x+3) 11 Raz&o e proporc&o Utilizamos as nogées de raziio e proporcdo muitas vezes em situagdes cotidia- nas, seja em ocasi6es cientificas, seja em casos envolvendo negécios. Na culinéria, hé um exemplo de utilizagdo de razio e proporcao. Se temos 3 ‘ovos para cada 2 colheres de farinha de trigo, e precisamos aumentar ou dimi- nuira receita, estamos usando a nogio basica de proporcao. Quando so ministrados medicamentos, temos também um exemplo do uso de proporeao de quantidades. ‘Temos outras tantas utilizagdes de razdes e proporgdes, tais como, quando construimos a planta de uma casa, utilizamos escalas; para encontrar a veloci- dade média de um automével; no célculo da densidade demografica ete. Numa sociedade, a divisio dos lucros deve ser proporcional ao tempo em que cada sdeio pertence aela eao capital empregado por cada um. Quem aplica mais tem direito a uma fatia maior do lucto, Nao é justo? Em nosso dia a dia, comumente nos deparamos com informagées do tipo “1 a cada 5 consumidores dessa regitio prefere o produto A”. Essa frase tem 0 mesmo significado que “20% dos consumidores dessa regidio preferem o pro- duto A”? Lembre-se de que a razdo 1 para 5 ¢ igual & raztio 20 para 100 e que essa igualdade determina uma proporcao. Autilizagao do conceito de razdo é a maneira mais comum de se procedera comparagio relativa entre duas grandezas. Quando dividimos uma grandeza por outra, estamos comparando a primei- ra grandeza com a segunda, que passa a ser a base da comparagao. 44 «= capituto 2 12 Raz&o Razfo significa o quociente ou a diviséo entre dois ntimeros Xe Y, com Y= 0. Indica-se: X/¥ ou e lé-se: X para Y. © numerador X ¢ denominado antecedente e o denominador ¥ ¢ denomi- nado con-sequente, Também podemos expressar a razdo na forma de divisao entre duas grande- zas de algum sistema de medidas. Vejamos alguns exemplos: 97 EXEMPLO 1. Numa partida de futebol entre Brasil e Argentina, havia 80.000 torcedores, senda 50.000 brasileiros e 30,000 argentinos. Podemos dizer que a razao entre 0 niimero de argentinos e ‘©. ntimero de brasileiros é 30.000/50,000=3/5, 0 que significa que para cada 3 argentinos hd 5 brasileiros assistindo a partida, 2. Em uma empresa de seguros de automéveis, 150 novos contratos sao feitos por més © 30 sinistros so registrados no mesmo perfodo. Deseja-se saber qual a razZo de sinistros desta ‘empresa com relacdo 20 numero de seguros feitos no mesmo periodo. Resolugéo: Para descobrirmos a razo de sinisttos dessa empresa com relacao ao nimero de seguros feitos no mesmo periodo, fazemos: 30/150=1/5, 0 que significa que a empresa registra 1 sinistro para cada 6 automéveis segurados no periodo estudado. 8. Uma montadora de automéveis testou um novo motor para seus carros populares. Esse motor foi ‘estado em um carro popular, o qual percorreu 270 km em 8 horas. Qual foi a velo- cidade média do vetculo nasse percurso? Resolugao: 270km/3h=90km/h Isso significa que a velocidade média do automével com 0 novo motor foi de 90 km/h; ou podemos dizer que 0 automével percorreu 90 km a cada hora, em média. 4, Numa determinada cidade do interior de So Paulo, foi realizada uma pesquisa sobre o némero de leitores que leem regularmente determinados jomnais. A cidade tem 200.000 capiruco 2 = 45 habitantes, sendo que 2.000 pessoas lem o jornal X, 8000 leem o jornal Y e 190,000 nao leem nenhum jomal. Pergunta-se: a) qual a razao entre 0 ndmero de leitores do Jornal ¥ com retaco ao do Jornal X? b) qual a razo de habitantes da cidade que tem o habito de ler jomal? Resolucao: a) Para se descobrir a razo entre o ntimero de leitores do jornal Y com relago ao do jornal X, basta fazer o quociente entre os dois valores, ou seja: 8000/2.000 = 4. Isso significa que ‘© Jornal Y tem 4 vezes mais leitores do que o jornal X. b) A razo de habitantes da cidade que tém o habito de ler jomal é dada por 10.000/200,000=1/20, ou seja, apenas 1 em cada 20 habitantes dessa cidade tem o hé- bito de ler jornal. 13 Proporg&o 13.1 Conceito A igualdade entre duas razdes X/Y e Z/W (com X, Y, Ze W #0) é chamada de proporgao. Na proporeao X/Y=Z/W (é-se: X estd para Y assim como Z esta para W), os valores X e W so chamados de extremos, enquanto os ntimeros ¥ e Z so cha- mados meios. 13.2 Algumas propriedades das proporgées a) Propriedade Fundamental das Proporgdes Em toda proporedio, o produto dos meios ¢ igual ao produto dos extremos ¢ vice-versa. Se X/Y = Z/Wentiio, X*W=VeZ Por exemplo: De fato, temos que 2/3 = 6/9, pois 2+9=3+6 = 18=18 4G = capituto 2 b) Soma dos termos de uma proporgao Numa proporgdo, a soma dos dois primeiros termos esta para 0 22 (ou 19) ter- mo, assim como a soma dos dois tiltimos esta para 0 42 (ou 32). Se X/Y = Z/W entiio, (X+Y)/X = (Z+W)/Z ou (X+¥)/Y = (Z+ W/W Exemplo: Se 2/3 = 6/9, entio (2+3)/2. = (6+9)/6 ou ainda, 5/2.= 15/6. ¢) Soma dos antecedentes e dos consequentes Numa proporcao, a soma dos antecedentes est para a soma dos consequentes, assim como cada antecedente esta para o seu consequente. Se X/V = ZW entéio (X+Z)/(Y+W) = XV ou (X+Z)/¥+W) = Z/W Exemplo: Se 2/3 = 6/9, entio (2+6)/(3+9) = 2/3 ou ainda, 8/12 = 2/3 4) Produto dos antecedentes e dos consequentes Numa proporedo, o produto dos antecedentes estd para o produto dos conse- quentes, assim como o quadrado de cada antecedente esta para 0 quadrado do seu consequente. Se X/Y = Z/W entlio XZ/YW = X7/Y?_ ou XZ/YW = Z7/W? Exemplo: Se 2/3 = 6/9, ento (2-6)/(3-9) = 22/3? ou ainda, 12/27 = 4/9 Fay’ EXERCiciO RESOLVIDO Determinar 0 valor de X para que a razao X/5 esteja em proporcao com 6/10. Resolugao: ‘Temos que X/5 = 6/10 Como sabemos que o produto dos meios é igual ao produto dos extremos, temos 10X = 30 = X=3 capituo 2 = 47 Portanto, para que a razio X/5 esteja em proporcéio com 6/10, o valor de X deve ser igual a 3, 13.3 Estudos de casos aplicados 1, Na escolha de um profissional para ocupar o cargo de gerente de marketing de uma grande empresa, 0 setor de Recursos Humanos contou com um proces- so seletivo composto de 3 fases. Na primeira fase desse processo, sabe-se que a raziio entre o ntimero de homens e o mimero de mulheres era 4/6. Se o total de inscritos era 2.400 pessoas, determine: a) o ntimero de mulheres que participaram da seleco; b)arazo entre o ntimero de aprovados ¢ o ntimero total de inseritos, sabendo que 3/12.dos homens foram aprovados e 12/20 das mulheres nao foram aprovadas. Resolugao: a) Como o niimero total de inscritos era de 2.400 pessoas e a razo entre o ni- mero de homens ¢ o mimero de mulheres era de 4/6, ou seja, quatro partes do todo eram compostas por homens e 6 partes do todo eram compostas por mu- Iheres, desta forma, basta dividirmos 0 total de pessoas (2.400) por 10 (4 + 6) para sabermos quanto corresponde a uma parte 2.400/10=240. Se uma parte corresponde a 240 pessoas, enti o mimero de mulheres que participaram da selecao ¢ 240 + 6 = 1.440 mulheres. b) Como queremos encontrar a razdo entre o ntimero de aprovados eo mimero total de inscritos, precisamos encontrar cada uma destas quantidades. O nui- mero total de inscritos jé foi fornecido pelo problema e corresponde a 2.400 pessoas. Agora, precisamos determinar qual o numero de aprovados. Por meio do item (a), sabemos que o ntimero de mulheres que participaram da selecao é de 1.440, de um total de 2.400 inscritos; portanto, o ntimero de homens € 2.400 - 1.440 = 960. Agora, precisamos determinar a quantidade de homens e de mulheres que foram aprovados. Se 3/12 dos homens foram aprovados (0 que significa que 3 em cada 12 ho- mens foram aprovados), podemos obter a quantidade de homens aprovados dividindo 0 total de homens por 12 e pegando 3 partes deste valor, ou seja: (960/12)*3=240 homens aprovados. 4Q = carituo 2 © mesmo raciocinio deve ser usado para encontrar o mimero de mulheres aprovadas, porém, devemos notar que problema forneceu a propor¢aio de mu- Iheres que nao foram aprovadas. Para encontrarmos a propor¢aio de mulheres que foram aprovadas, deve- mos ver o que “falta” para termos um inteiro nesta proporeio, ou seja, 1(12/20) =8/20 das mulheres foram aprovadas. Isso significa que 8 em cada 20 mulheres foram aprovadas. Ovalor 1 utiliza- do nesse cdlculo representa o inteiro da proporcio (corresponde a 100%). Dividindo o total de mulheres por 20 e pegando 8 partes deste valor, tere- mos o numero de mulheres aprovadas, ou seja: (1440/20)*8 = 576. Somando 240 com 576, teremos o niimero total de aprovados, que é igual a 816. Entio, a razdo entre o ntimero de aprovados e o ntimero total de inscritos € dada por: (816/2400) = (51/150). Isto significa que 51 pessoas, a cada 150 que prestaram 0 concurso, passa- ram na primeira fase do processo seletivo. 2. Uma empresa quer dividir uma parte de seus lucros, mais precisamente R$12.000,00, com 3 gerentes. 0 critério utilizado para fazer a divisdo serd pro- porcional ao tempo de servigo de cada um na empresa. O gerente X trabalha na empresa hé 12 anos, o gerente Y trabalha ha 5 anos e o gerente Z hd 3 anos. Quanto cada um deve receber? Resolugao: Esta muito claro que se trata de um problema que envolve proporeo, pois cada ge- rente deve receber uma quantidade proporcional ao seu tempo de servigo (justo!). Vamos montar uma tabelinha para visualizar melhor o problema: ES |S A A ‘Tempo de servico (anos) Valor a receber (R$) Para resolver este problema, devemos encontrar trés valores, x, y, € z, que so diretamente proporcionais a 12, 5 e 3 anos, respectivamente. Entao, dizemos que x esta para 12, assim como y estd para 5 ec assim como zest para 3. Utilizando a linguagem matematica, podemos escrever da se- guinte forma: capituto 2 = 4Q X/12 = Y/5 = 2/3 Utilizando a propriedade da soma dos termos de uma proporcio, obtemos: (x4 y42)/124543) =x/12 12.000/20=x/12 600=x/12 x=7200 Usa-se o mesmo raciocinio para determinary ez. (xty+Z(12+5+3)=y/5 600=y/5 y=3.000 (xty+2)/(12+543)=2/3 600=2/3 z=1.800 Concluimos, entao, que, para dividir o lucro de R$12.000,00, de forma propor- cional ao tempo de servico de cada um, o gerente X deverd receber RS7.200,00, ‘0 gerente Y, RS3.000,00 ¢ o gerente 2, RS1.800,00. 13.4 Estudos de casos aplicados propostos 1. Em uma empresa de telemarketing, a razio do numero de homens para o mimero de mulheres é 2/3. Se nessa empresa existem 60 mulheres, qual é 0 ni- mero de homens? Quantos funciondrios tem a empresa? Gabarito: 40. 100 2, Numa propaganda de supermercado, um aniincio dizia: “Leve 3 cremes den- tais e pague 2”. Se um fregués resolve levar 15 cremes dentais, por quantos ele, efetivamente, pagou? Gabarito: 10 50 = carituto 2 3. Determine dois ntimeros positivos, x ey, sabendo que a razao entre eles ¢ 5/4 ea diferenga dos seus quadrados ¢ 81. Gabarito: x 15ey=12 4, Araziio das idades de duas pessoas € 2/3. Achar estas idades sabendo que sua soma € 35 anos. Gabarito: 14 e 21 anos 5. Trés pessoas (A, B eC) formaram uma sociedade. O sécio A investiu R$60.000,00, o B investiu RS90.000,00 e 0 sécio C investi RS30.000,00. No final de 1 ano, registraram um lucro liquido de R$360.000,00 e querem reparti-lo de forma proporcional ao investimento inicial de cada um. Quanto deve receber cada sécio? 0 que esse valor representa em relagdo ao investimento i cada sécio? Gabarito: Sdcio A =R$120.000,00; sécioB=R$180.000,00; sdcio C = RS60.000,00. Cada um recebeu o dobro do que investiu inicialmente. 14 Grandezas direta e inversamente proporcionais 14.1 Grandezas Diretamente Proporcionais Grandezas diretamente proporcionais variam na mesma razio. Quando uma de- Jas aumenta, a outra aumenta na mesma razao. Ainda, duas grandezas sao direta- mente proporcionais quando, multiplicando o valor de uma delas por um nime- ro positivo, o valor da outra fica multiplicado por esse mesmo ntimero positivo. Considere que um produto custa 40 reais a unidade. Se quisermos comprar duas unidades, pagaremos 80. Se quisermos comprar trés unidades, pagaremos 120, ¢ assim por diante. Dobrando a quantidade de unidades de produtos que compramos, dobrara ovalora ser pago, se triplicarmos a quantidade, pagaremos 0 triplo. capiruco 2 = 5] 14.2 Grandezas Inversamente Proporcionais Grandezas inversamente proporcionais variam segundo razées inversas. Quan- do aumentamos uma delas, a outra diminui na mesma razo. Ainda, duas gran- dezas so inversamente proporcionais quando, multiplicando o valor de uma delas por um nuimero positivo, o valor da outra é dividido por esse mesmo nu- mero positivo. Se estamos percorrendo um trecho em uma rodovia que consiste em 240 km, com velocidade média de 24 km/h, com os conceitos de velocidade, espago ¢ tempo conhecidos, levaremos 10 horas para percorré-lo. Se percorrermos esse mesmo trecho, com velocidade média de 48 km/h, le- varemos 5 horas para percorrer. 15 Regra de trés simples 15.1 Conceito Os problemas de regra de trés simples envolvem duas grandezas direta ou inver- samente proporcionais, Essas grandezas formam uma proporedo em que sio co- nhecidos 3 valores (por isso o nome Regra de Trés) ¢ o quarto valor é 0 procurado. pees T/L 2NST TIES) Envoive duas grandezas diretamente proporcionais. DIRETA pees J 21S) TIES Envoive duas grandezas inversamente proporcionais. aN 15.2 Procedimento Para montarmos a Regra de Trés Simples, podemos seguir o roteiro: 1. Organizamos os dados em colunas ¢ linhas. Nas colunas, colocamos os valores de mesma grandeza. 52 = capituto 2 2. Verificamos se as grandezas sao direta ou inversamente proporcionais. Se as grandezas forem diretamente proporcionais, colocamos ao lado de cada co- luna flechas com 0 mesmo sentido (11 ou 11) e, se as grandezas forem inversa~ mente proporcionais, indicare-mos com flechas no sentido contrario (11 ou t!). ov |e As letras indicam os valores conhecidos e x é 0 valor procurado. 3. Se as grandezas forem diretamente proporcionais, escrevemos uma propor¢io tomando os elementos da mesma maneira que estilo escritos nas colunas, ou seja: 4, Se as grandezas forem inversamente proporcionais, escrevemos uma propor- o invertendo os termos de uma sé das razdes: 5. Aplicamos a propriedade fundamental da proporcao e encontramos o valor da ineégnita (valor procurado). 97 EXEMPLO Exemplo 1 ‘A produgao de uma tecelagem era de 10.000 m de tecido/dia. A industria admitiu 500 no- vos funciondrios e a produgéo passou para 16.000 m de tecido/dia, Qual era o ntimero de funcionérios antes da contratacao dos novos? Resolugdo. Vamos seguir 0 roteiro proposto no texto: 1. Estamos trabalhando com duas grandezas: numero de operérios e produgao (metros/dia). Colocando as informagdes de mesma grandeza nas colunas, obtemos: capiruto 2 = 3, Numero de operérios Prodiugao (metros/dia) x 10.000 x +500 15.000 2. As grandezas so diretamente proporcionais, pois, aumentando o ndmero de funcionérios, aumenta também a produgao (metros/dia). Entdo, as flechas so colocadas no mesmo sentido. 3.A proporgo obtida é: x__ 10.000 x+500 15.000 4, Aplicando a propriedade fundamental da proporgao e isolando a incégnita, temos: 15.000x = 10.000(x + 500) 15.000x —10.000x =5.000.000 5.000x = 5.000.000 x =1.000 Portanto, a indtistria tinha 1.000 funcionérios antes das novas contratagées. Exemplo 2 Um automéve! com velocidade de 90 km/h percorre certa distancia em 4 horas. Quanto tem- po este automével gastaré para percorrer a mesma distancia com velocidade de 110 km/h? Resolugo Seguindo © mesmo procedimento do Exemplo 1, temos: 1. As grandezas so: velocidade (km/h) e tempo (horas). 2. Estas grandezas so inversamente proporcionais, pois, aumientando a velocidade, o tem- po para percorrer a mesma distancia é menor. Entdo, as flechas so colocadas em sentido contrétio: 5A = capituto 2 Velocidade (km/h) Tempo (horas) 90 4 110 * 3, Para escrevermos a propor¢ao, devemos inverter os termos de uma das razies, ou seja: 90 _x 110 4 4. Aplicando a propriedede fundamental da proporgao ¢ isolando a incdgnita, temos: 110x = 360 360 110 },27 horas 0 automével levaré aproximadamente 3 horas, 16 minutos e 12 segundos para percorrer a mesma distancia com velocidade de 110 km/h, 7 Avencdo Para convertermos um valor decimal referente em horas, minutos e segundos, devemios, em primeiro lugar, separar a parte inteira que se retere as horas, Nesse caso, 3.27 correspondem a3 horas mais a porcao referente a 0,27 da hora. Como uma hora tem 60 minutos, ent&o podemos escrever que 0,27 da hora igual a 0,27 x 60 minutos = 162 minutos. Da mesma forma, se quisermos estabelecer a quantidade de segundos, fazemos 0,2 x 60 segundos = 12 segundos. Portanto, 3,27 horas correspondem a 3 horas, 16 minutos e 12 segundos. capiruco 2 = 55 16 Regra de trés composta 16.1 Conceito Os problemas de Regra de Trés Composta envolvem mais de duas grandezas. Segundo TEIXEIRA E NETTO (1998, p. 17), “em problemas deste tipo devemos considerar que quando a variacdo de duas ou mais grandezas € diretamente proporcional a variagao da grandeza que contém a incégnita, entao 0 produto das razdes destas grandezas também é diretamente proporcional variagao da grandeza que contém a incégnita”. 16.2 Procedimento © procedimento para andlise de problemas de Regra de Trés Composta ¢ 0 mes- mo que o utilizado para resolugaio de Regra de'Irés Simples, ou seja: 1. Organizamos os dados em colunas e linhas. Nas cohunas, colocamos os valo- res de mesma grandeza. 2. Verificamos, separadamente, se as grandezas que nao contém a inedgnita so direta ou inversamente proporcionais grandeza da incégnita. Nessa ané- lise, supomos constan-tes as demais grandezas. Indicamos 0 tipo de proporcio- nalidade por meio de flechas de mesmo sentido ou sentido contrario. 3. Se as grandezas analisadas forem proporcionais & grandeza da ineégnita, o produto das razées dessas grandezas sera proporcional & razo que contém a incégnita. 4. Se alguma das grandezas analisadas nao for diretamente proporcional & grandeza da inedgnita, invertemos os valores dessa grandeza na coluna corres- pondente. Desta forma, todas as grandezas passam a ser diretamente propor- cionais A grandeza da ineégnita. Apés este procedimento, fazemos o célculo descrito no item 3. 56 = carituto 2 97 EXEMPLO Exemplo 1 Cinco operdrios, trabalhando durante 6 dias, produzem 600 peas. Quantas pegas desse mesmo tipo produzirao sete operérios, rabalhando 8 dias? Resolugéo Este exemplo 6 um caso de regra de 3 composta, pois envolve 8 grandezas. Vamos seguir 0 procedimento sugerido para a resolugao de problemas deste tipo: 1. Colocando os valores das grandezas nas colunas, obtemos Numero de operérios Numero de dias Numero de pecas 5 6 600 7 8 x 2. Analisando as grandezas que nao contém a incégnita com a grandeza “numero de pe- gas” (que contém a incégnita), concluimos que, se aumentarmos 0 ntimero de operérios, aumentaremos também 0 niimero de pegas produzidas. Portanto, essas duas grandezas so diretamente proporcionaiis. Se aumentarmos 0 niimero de dias trabalhados, também aumentaremos 0 ntimero de pe- as produzidas, Neste caso, as duas grandezas também so diretamente proporcionais. Entao, todas as flechas tém o mesmo sentido. 5 5 6 600 8.0 produto das razBes — « —é proporcional a razio you seja; —-— = —— 78 * 78 x 4, Fazendo @ multiplicago, aplicando a propriedade fundamental da proporcao ¢ isolando a incdgnita, obtemos: 30 _ 600 56 x 30 x = 33.600 x=1.120 Portanto, sete operérios, trabalhando 8 dias, produziréo 1.120 pecas. capituco 2 = 57 Exemplo 2 Quinze operérios, trabalhando 9 horas por dia, fazem 72 metros de muro em 92 dias. Quantos dias serao necessérios para 18 operérios fazerem 180 metros do mesmo muro, trabalhando 8 horas por dia? Resoluco 1. Nimero de operdrios Horas/dia Metros (muro) Niimero de dias 15 9 n 32 18 8 180 x Nao importa o sentido que vocé escolhe para a seta da grandeza que contém a incégnita (). Vocé pode colocé-la para cima ou para baixo. O importante 6 estabelecer o sentido correto das demais setas, tomando como base o sentido da seta dessa grandeza, 2. Analisando as grandezas que nao contém a incégnita com a grandeza “numero de dias”, cconeluimas que, se aurentarmos 0 ntimero de operérios, diminuiremos o numero de dias ne- cessérios para a construgao do muro, Portanto, so grandezas inversamente proporcionais Se diminuirmos a quantidade de horas trabalhadas por dia, precisaremos de mais dias para a construgao do muro, Entdo, essas duas grandezas sao inversamente proporcionais, Se aumentarmos 0 tamanho do muro, precisaremos de mais dias para a sua construcéo. Portanto, so grandezas diretamente proporcionais. 3. Deveremos inverter os valores das grandezas ‘némero de operérios" e “horas* nas suas respectivas colunas para que estas grandezas passem a ser diretamente proporcionais & grandeza ‘namero de diag’ 4.0 proditodas msies a0... 7g proporcional a rmto 32 . Ente 15 9 180 x 18 8 72 _ 32 159 180 x 10.368 32 24.300 x 10.368x = 777.600 x =75 Serdo necessérios 76 dias para que 18 operétios, trabalhando 8 horas por dia, fagam 180 metros de muro. 58 = carituo 2 17 Porcentagem Em varias situagdes do dia a dia nos deparamos com célculos percentuais: des- conto no prego de determinado produto, aumento salarial, queda no nivel de desemprego, intengao de voto na préxima eleicdo presidencial etc. Nas ques- tes de matemética financeira, que tratam fundamentalmente do céleulo do dinheiro ao longo do tempo, as operagdes envolvendo porcentagens também sfo bastante comuns. Aporcentagem ¢ uma raziio cujo denominador ¢ igual a 100. Esta razio tam- bém é chamada de razdo centesimal. Podemos substituir, nas raz6es centesimais, o denominador 100 pelo sim- bolo % (“por cento"). Quando fazemos isso, obtemos a taxa de porcentagem. Por exemplo, a razio centesimal vo pode ser expressa como 5%, que ¢ de- nominada taxa de porcentagem. Esta razio também pode ser expressa na forma decimal (dividindo-se o numerador pelo denominador). Nos exemplos que se seguem, estudaremos métodos para a resolugaio de problemas envolvendo porcentagem. E97 EXEMPLO Exemplo 1 Um cortetor de iméveis vendeu um apartamenio por R$ 350.0000. Sua correiagem & de 4%, Quanto ele ganhou? Resolugao Podemos resolver esie problema de duas maneiras: 1° maneira: usando a regra de trés simples: Valor (RS) Taxa de porcentagem (%) 350.000 100 x 4 Escrevendo a proporcdo, obtemos: capiruto 2 AQ 350.000 _ 100 x 4 100x = 1.400.000 x =14.000 0 vendedor ganhou R$ 14.000,00 com a venda do apartamento. 2° maneira: podemos calcular diretamente 4% de 350.000: 4 49% de 350.000 = Too. 350.000= 0,04. 350.000 = 14.000 Exemplo 2 Uma calga 6 vendida por R$ 110,00. Se 0 seu prego fosse aumentado em 15%, quanto passaria a custar? Resolugao © aumento seria 15% de 110 = 0,15- 110 = R$ 1650 Portanto, o novo prego seria 110,00 + 16,50 = R$ 12650. Ou poderfamos fazer simplesmente: 110 + 0,15 - 110 =110-(1+ 0,15) = 110-115 =126,50 wT as —— prego aumento reso inicial Fat Isso quer dizer que 0 prego final fica multiplicado por 1,15, Portanto, se tivéssemos um au- mento de: 20%, multiplicariamos o prego original por 1,2; 36%, multiplicariamos prego original por 1,35; ‘7% muttiplicariamos 0 prego original por 1,07, ¢ assim por diante, Se, num outro momento, a loja estivesse liquidendo suas pecas e a calca estivesse com um desconto de 15% sobre o prego original, o célculo seria: 110 - 0,15 + 110=110-(1—-0,15) =110-0,85 = 93,50 wo ao prego aumento prego inicial final Ou seja, 0 prego final fica multiplicado por 0,85. Portanto, se tivéssemos um desconto de: 60 = carituto 2 20%, multiplicarfamos o prego original por 08; ‘35%, multiplicariamos o prego original por 0,65; 7%, multiplicarfamos o preco original por 0,93, @ assim por diante. Exemplo 3 Uma bolsa que custava RS 45,00 passou a custar R$ 54,00. Qual a taxa percentual de aumento? Resolugdo Este problema também pode ser resolvido de duas maneiras: 1® maneira: devemos primeiramente encontrar 0 valor do aumento: 54 - 45 = 9 (valor do aumento) Agora, devemos dividir 9 por 45: 9 ra 0,2 = 20% (taxa percentual do aumento) 2o maneira: podemos simpiesmente dividir 0 prego novo da bolsa (R$ 54,00) pelo prego antigo (R$ 45,00), obtendo: 54 = =1,20=14+0,20=100%+ 20% 45 taxa percentual de aumento Exemplo 8 Coloque na forma de razao centesimal, némero decimal e porcentagem as seguintes razes: 8/100; 8/100; 12/100; 45/100; 23,143/100. Solugéo: As razdes sugeridas ja se encontram em sua forma de razo centesimal, Logo, calculando, temos: 3/100 = 003=3% 8/100 = 008 19/100 = 0,19 = 19.% 259/100 = 2,59 = 259 % 28,143/100 = 0.23143 = 23,143% capituco 2 = 6] Assim, RAZAO CENTESIMAL | NUMERO DECIMAL faa Eta) 3/100 093: 3% 8/100 0,08 8% 19/100 0,19 19% 289/100 259 259% 23,148/100 023143 23,143%. 18 Operagdes com porcentagem © conceito de porcentagem € bastante utilizado nas mais diversas atividades produtivas. Sua aplicacdo tem por objetivo basico comparar grandezas e por isso seu uso ocorre com frequéncia no comércio, no mercado financeiro, no cdleulo de lucros, prejuizos, empréstimos, prestagoes, juros ou ao se fazer algum tipo de negdcio, ao se exprimir quanto de um trabalho jé foi realizado ou jé evoluiu, no proceso inflaciondrio, na estatfstica, dentre outras aplicagdes. 9 EXEMPLO Exemplo 1 Em uma eleic&o para prefeito de uma cidade com 300 mil eleitores, os candidatos A, Be C receberam respectivamente 110 mil, 95 mil ¢ 80 mil dos votos vélidos. Os demais votos foram brancos ou nulos. Calcule 0 porcentual de votos brancos ou nulos nesta eleicao. Solugéo 1: Célculo de todos os votos validos: votos validos = 110,000 + 95.000 + 80,000 = 285.000 Célculo de porcentual dos votos validos: 62 = capituto 2 Votos Percentual (%) 300.000 100 285.000 x +X = 95% de votos validos ‘Cilculo de todos os votos brancos ou nulos: 100% - 95% = 5% Logo, o percentual de votos brancos ou nulos na eleigao é de 5%. Solugao 2: Calculo de todos os votos validos: votos validos = 110,000 + 95.000 + 80.000 = 285.000 Célculo de votos brancos ou nulos: votos brancos ou nulos = 300.000 - 285.000 = 15.000 Célculo do percentual de votos brancos ou nulos: Voios Percentual (9) 300,000 100 16.000 y ~ y = 5% de votos brancos ou nulos Logo, o percentual de votos brancos ou nulos na eleicao é de 5%. Exemplo 2 Um cliente em uma determinada loja, deseja adquirir dois produtos, sendo um no valor de R$100000 (produto A) e outro no valor de RE 250,00 (produto 8), No caso do pagamento & vista, a loja oferece descontos de 15% e de 10%, respectivamente, para cada produto. Calcule ovvalor que o cliente economizard na compra a vista Solugao: Célculo do valor total da compra sem desconto: valor total sem desconto=R$ 100,00+R$ 250,00= R$ 350,00 Célculo do valor de cada produto com desconto (@ vista): Valor do desconto do produto A (15%) = 15% de R$ 100,00 = R$ 1500 Valor do produto A com desconto (@ vista) = R$ 100,00 - R$ 15,00 = R$ 85,00 Valor do desconto do produto B (10%) = 10% de R$ 250,00 = R$ 25,00 Valor do produto B com desconto (@ vista) = R& 250,00 - RS 25,00 = R$ 225,00 Calculo do valor total com desconto (a vista): capiruto 2 = §3 Valor total com desconto = RS 85,00 + R$ 225,00 = R$ 310,00 Célculo da economia no pagamento & vista: Valor sem desconto ~ valor com desconto = R$ 350,00 ~ R$ 310,00 = R$ 40,00 Economia de R$ 40,00 no pagamento a vista (2 ESTUDO DE CASO Aplicado er agistica O armazenamento de 100 caixas de um produto ocupa uma érea de 6 metros quadrados de um galpo. A empresa possui dois gelpdes para armazenamento deste produto, sendo um de 2.000 metros quadrados e outro de 1.250 metros quadrados. Quantas caixas destes produtos poderdo ser armazenadas nesse galpao? ‘Solugdo: Neste caso a érea total para armazenamento € de 8250 metros quacrados. Como ‘cada metro quadrado armazena 100 / 5 = 20 caixas, poderao ser armazenadas 3250 * 20 = 65000 caixas. fay ATIVIDADE 01. Uma costureira pagou R$ 70,00 por 2 metros de tecido. Quanto ela pagaria se tivesse comprado 5 metros do mesmo tecido? 02. Sabe-se que 4 méquinas de uma pequena confecgdo, todas de igual eficiéncia, so capazes de produzir 400 pegas em 4 dias, se operarem 4 horas por dia Se 8 maquinas iguais as primeiras operassem 8 horas por dia durante 8 dias, qual seria o niimero de pecas produzidas? 03. Um automével, com velocidade média de 90 km/h, percorre a distancia entre duas cidades em 4 horas e 15 minutos. Qual velocidade média ele deverd desenvolver para fazer 0 mesmo trajeto em 3 horas e 30 minutos? (04, Maria aplicou R$ 1.500,00 durante seis meses ¢ obteve uma renda de R$ 2.00000. Considerando que a renda € proporcional ao valor investido € ao tempo de investimento, quanto obteria de renda no mesmo negécio se aplicasse R$ 5.000,00 durante 4 meses? 64 = carituto 2 05. Um consumidor obteve 5% de desconto na compra de um televisor de RS 2.500,00. ‘Quanto ele pagou pelo produto? 06. Atualmente, 30% do saldrio de Cléudio sao destinados ao pagamento do aluguel da casa onde mora que é de RS 360,00. Qual é 0 valor do salério de Cléudio? 07. Uma pessoa investiu R$ 3.000,00 em aces. No primeiro més, ela perdau 30% do total investido e, no segundo més, ela recuperou 15% do que havia perdido. 8) Com quanto ela ficou apés os dois meses? ') Qual foi seu prejuizo apés os dois meses, em porcentagem, sobre o valor do investimento inicial? 08. O prego de venda de um bem de consumo 6 de R$ 150,00. 0 comerciante tem um ga- nho de 20% sobre o prego de custo deste bem, Qual o preco de custo deste bern? 09. Um determinado setor de servigos é taxado em impostos @ 225% do seu faturamento. Determine o valor a ser pago em impostos ao se prestar um servico por R$ 15,000.00 neste setor, £3) GABARITO - R$ 175,00 3.200 109,29 km/h, aproximadamente R$ 4.44444 R$ 2.375,00 R$ 1.200,00 a) R$ 2.235,00 b) 25.5% RS 125,00 R$ 3.375,00 883882882 capiruco 2 = 6 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS BEZERRA, Ml; PUTNOK\ J.C. Novo Bezerra ~ Maternstica 2° grau: volume tinico. 4.ed. S80 Paulo: Scipione, 1996, DANTE, L. R. Matemtica: contexto e aplicagées. 2. ed, Séo Paulo: Atica, 2008, GIOVANNI J. R; BONJORNO, J. R; GIOVANNI JR, J.R. Matematica completa Séo Paulo: FTD, 2002. IFZZ1, @; DOLCE, 0,; DEGENSZANJ, D,; PERIGO, R Matemética: volume (nico. 4, ed. Sao Paulo: Atval, 2007. PARENTE, E; CARIBE, R. Matematica Comercial & Financeira. Sao Paulo: FID, 1996, SANTOS, A, Ay M. Matemética para concursos ~ Avitmética, 2. ed. Rio de Janeiro: Ciéncia Moderna, 2006. SANTOS, C. A. M; GENTIL, N; GRECO, S. E. Matemdtica - v, nico. Sto Paulo: Atica, 2002. ‘TEIXEIRA, J; NETTO, S. P. Matemtica Financeira. Sdo Paulo: Makron Books, 1998. = CAPITULO 2 Vetores 0 estudo de vetores ¢ uma das mais importantes atividades no estudo da enge- nharia. Por meio dele, podemos calcular esforcos presentes no sistema, possi- bilitando com isso antever problemas ou mesmo simular situagdes que envol- vam otimizagoes de recursos. © "Dome", Lisa Wilding Figura 1.1 Imagem de estrutura metélica de telhado Para tal, faz-se necessirio o estudo desde o primeiro periodo, de modo que © aluno possa evoluir em seus conhecimentos no estudo da engenharia sem maiores dificuldades. Oestudo devetores ¢ de carter multidisciplinar nas engenharias e sua apli- cago ¢ voltada para os célculos, as fisicas, a mecnica geral, a resistencia dos materiais etc. Embora saibamos que as ferramentas teendlogicas disponibilizadas no mundo atual propiciam ao o engenheiro grande facilidade rapidez em seus projetos, hé que se ressaltar que sempre ser4 o homem que introduziré os da~ dos iniciais no programa. Por mais perfeito que seja o software, ele sempre de- penderd do ser humano para que possa funcionar da melhor forma possivel. 0s célculos na engenharia nunca serdo abandonados, eles sero utilizados nem que seja na validagio dos dados obtidos pelas ferramentas computacio- nais e, em toda situac&o de andlise de engenharia, os vetores sempre sero fer- 68 = caririto 3 ramentas fundamentais na obtengao dos objetivos do projeto. 97 _EXEMPLO Exemplo de aplicacao de vetores © Chernova23 Dripro em Kiev, Uerania Construcéo de ponte através do rio 1 Definigao Um vetor ¢ uma grandeza matemdtica que possui médulo ou intensidade, di- regio e sentido. Omédulo ¢ 0 tamanho do vetor, sua direcdo é a mesma da reta suporte que ocontém, ¢o sentido ¢ para onde ele est apontado. Uma mesma diregao possui dois sentidos. Por exemplo, a dire¢ao horizon- tal apresenta o sentido para a direita ¢ o sentido para a esquerda; a dirego ver- tical apresenta o sentido para cima e 0 sentido para baixo. Um vetor é representado geometricamente por uma seta, que apresenta ori- gem e extremidade. capiruco 3 = 69 Figura 1.2 Representagdo geométrica de um vetor Na figura acima, 0 ponto A é a origem e o ponto B éa extremidade. Um vetor pode ser designado por uma letra, normalmente mimiscula, com uma seta na sua parte superior ou por duas letras, normalmente indicativas da origem e extremidade, também com uma seta na sua parte superior. ———_! Pure 1.3 present elec do un oir Na figura acima, vemos o vetorU ou AB. 2 Médulo de um vetor © médulo de um vetor, que indica seu tamanho, ¢ representado pela mesma designacaio do vetor, porém sem a seta em sua parte superior ou com a seta na parte superior e entre duas barras verticais. Vetor ui a médulo u ou ul] Vetor AB a médulo AB ou |AB| 3 Tipos de vetores 8.1 Vetores iguais Dois vetores U € V sao iguais se apresentam mesmo médulo, mesma direcio e sentido. 70 = carituco 3 Lo a Figura 14 Vetoes ua 3.2 Vetores opostos Dois vetores U € V’ sfio opostos se apresentam mesmo médulo, mesma direc3o e sentidos contririos. Neste caso o vetor V também é representado por U. Lo Lo Figura 18 Vetores opostos 3.3 Vetor unitario Umvetor é definido como unitario quando apresenta médulo igual aum. SeX 6 unitério, entod = Lou fk] = 1 capitu.o 3 = 7] 3.4 Versor Umversor de um determinado vetor U nao nulo é um vetor unitario de mesma direcao e sentido do vetor U. 3.5 Vetores colineares Dois vetores U eV so colineares se apresentam a mesma direcao. Para tal, po- dem estar sobre a mesma reta suporte, ou em retas paralelas. pode ser expressa através dos unitérios das diregdes dos eixos, portanto: g-a7 sendo T= wens 9 U, = usen @ capiru.o 3 = Bf logo cos@i tusen@) u NoR® x Figura 1.18 Decomposicio de um vetor no R3 Osvetores U,,U, eT, sdo.as componentes do vetor U nas diregdes dos eixos x yez, respectivamente. Ga, +0, +0, Cada componente do vetor U pode ser expressa através dos unitdrios das diregdes dos eixos, portanto: 82 = cariruLo 3 sendo u, = U.cos @ u,=useng u, = ucos 8 logo T=ucosp7 +usenpj +ucosOk 8 Representacdo de um vetor conhecidos seus pontos origem e extremidade Se forem conhecidos os pontos origem ¢ extremidade de um vetor, as coor- denadas deste sero definidas pela diferenga entre as coordenadas dos pontos extremidade e origem, nesta ordem. Esta forma é chamada de analitica. B A Figura 1.19 Representacao de um vetor por pontos Sejam os pontos A (xA, yA, 2A) eB (xB, yB, 2B), entdo o vetor AB é: AB =B-A AB= (5 —Xy Ye Yu 20-2) capiru.o 3 = 83 EY eXeupo Sejam os pontos A (-2, 1, 5), B (1, 0, 2) eC (1, -2, 3) AB= (1-(-2),0-1,2-5) = @,-1,-3) AC= (1-(-2),-2-1,3-5)= 3, -2) -0,3-2)=(0,-2,) Os vetores representados por suas coordenadas tém esses valores como os médulos das ‘suas componentes nas direcdes x, y e z. Logo, esta represeniago também pode ser feita pelos unitérios dessas diregées. AB = (X3 —Xy Yp—YVy Zp Z,) = (Ky-X,) § + Yy-YyJ> + (2, -Z,) k No exemplo anterior: AB= (3-1, -3) = 31-7 -3k AC= G,-3,-2)= 7 -F-2 BC= (0, -2,1) =-3F +k fay’ EXERCICIO RESOLVIDO 1) Dados os pontos A (1, 1, 2), B (-2, 0, 3) eC (2, -3, 2), determine os vetores: a) AB byac 0 BC Solugao 0) AB=(-1-1,0-1,3-2)=(2,-1.1) b)AC= @-1,-3-1,2-2)= (1,-4.0) ©) BC= (2-(-1),-3-0, 2-3) = @,-3,-1) 84 = cariruLo 3 2) Dados os vetores abaixo, determine o vetor W. U=H+F-k a)2(@ +V¥)-2W =3(V -2W) +7 0) 3W —4(¥ - 20) = 420 -V) + 307 Solu¢éo a) Podemos inicialmente representar 0 vetor U na forma analttica U=@G,2,-1) Desenvolvendo a expressao, buscando isolar 0 vetor W, vem: Bis WW W+T Bi + 6d = BV + T-2-20 aw = 7-7 4W = (1, 0, -2)- 3, 2,-1) = (2, -2,-1) #029 b) 3W-4V + BUT = Bw -4V + 30" 3W - 8) = AV + 30° + 4V - 80" Si = So" wet W=@,2,-1) capiruco 3 = 85 9 Igualdade de vetores Doisvetores U (u, U, U,) eV (v, ¥, V) Sdo iguais se, e somente se: Dados os vetores U' = (2,-1, 4) eV (2 + m,—1, 3 + 2n), determinar os valores de me n para que os vetores sejam iguais. Solucéo Para que 0s vetores sejam iguais, suas coordenadas deverdo ser iguais. Entéo: 2=m+2 =i. 4=3+2n Das igualdades acima, vé-se: m=Qe2n=1,logo.n=1/2 10 1.10 Paralelismo de dois vetores Dois vetores U (u, u, U,) € V (Vy Vy V,) sao paralelos ou colineares se existir um escalark tal que U = kv. (uy UU) = kv, Wy ¥) 86 = cariruto 3 ou (uy uy U) = (ku, ky, kev,) 23)’ EXERCICIO RESOLVIDO Dados os vetores @ (2, -1, 4) e (2 + m, 3, 3 + 2n), determinar os valores de me n para que 08 vetores sejam paralelos. Solu¢éo Para que os vetores sejam paralelos, suas coordenadas devem ser proporcionais, com mes- mo coeficiente de proporcionalidade. Logo Da equacao acima temos: 241 Sem g Oe e-mam=-8 12 =-3-2n2n=-15 +n = 3 349, 11 Mdéddulo de um vetor O médulo ou intensidade de um vetor é 0 seu tamanho. F a parte escalar do vetor. Sua determinagao pode ser feita por: NoR2 Figura 1.20 Médulo de um vetor no R2 capiru.o 3 = 87 Na figura acima, vemos que o médulo do vetor u- ¢ a hipotenusa de um triangulo retangulo que tem como catetos, os médulos das suas componentes ux e uy. Portanto, para sua determinagao, podemos aplicar o teorema de Pitégoras. Logo: u?+u? usVru Por exemplo, nos vetores: U=(3,-3)=7 -F vou |U| = \3? + C3 = ¥18 = 3y2 V=(1,-2=7-3F vou|V| = ji? + C2? = 5° W = (0,-2) = -2k wou || = ors cay? = Va =2 Estes valores finais representam os tamanhos dos vetores u-, V+ e W=, respectivamente. NoR3 Figura 1.21 Decomposicao de um vetor no R3 88 = cariruLo 3 Na figura acima, vemos que o médulo do vetor U é a diagonal de um parale- lepipedo, cujas arestas sio 0s médulos das suas componentes U,, Ut, € U,. 9 Figura 1.22 Médulo de um vetor no R3 Como 0 médulo do vetor U € a diagonal do paralelepipedo, entao: we u? + uP + u? Por exemplo: AB= (3,-1,-3) = 31 -j - 3k AB ou |AB=/3? + CIP +3 = 19 AC= @,-3,-2)= 37-3) -2k AC ouAC| = 54 Cay + aye = VOD ij 8C= 0,-2,1)=-F+K BC ou |BC|= Ors ae+ = V5 capiruto 3 = BY Estes valores finais representam os tamanhos dos vetores AB, AC ¢ BC, respectivamente. ES EXERCICIO RESOLVIDO Dados os pontos A (-1, 2, 0),B (2, 0, -2) eC (-2, 1, -1), determinar os médulos dos vetores AB, ACe BC. Solugao Dados os pontos, os vetores sao obtidos pela diferenca das coordenadas entre os pontos extremidade e origem. AB = (2-(-1), 0 - 2, -2-0) = (3, -2, -2) AC = (-2-(-1),1-2,-1-0) = ¢4,-1,-1) (-2-2,1-0,-1-(-2)) =(4,1,) K R= Agora que determinamos os vetores, iremios determinar os médulos: AC = yay + Ch? + Ces V1 +1 +153 Vere Ps P= 16 +141 = Vi8 = 32 12 Vetor unitario de uma diregao Dados pontos determinantes de uma direcao, podemos estabelecer o unitario dela. A importancia disso é que a partir deste unitdrio qualquer vetor desta dire- cdo poderd ser determinado, desde que se conhega seu médulo. Seja.a dire¢do mostrada na figura abaixo, determinada por pontos Ae B: Bik, v2) Als, ¥, 2) Figura 1.28 Direc definida por dois pontos 90 = cariruto 3 Desde que conhecemos as coordenadas dos pontos A ¢ B, podemos deter- minar o vetor AB. AB - Ya Yu 2-2) Seja X o vetor unitério desta diregao: B(x, YZ) AK % 2) Figura 1.24 Dirogio o sou unitério Ovetor Ab é um miiltiplo do vetor unitario A, jd que eles possuem a mesma diregdo e, como o vetor unitario tem médulo um, o vetor AB é exatamente o pro- duto do seu médulo pelo vetor unitério. Assim: AB= ABA (Xe Ve Vu ZZ) AB Yi - x) + -y? + ZF 9 EXEMPLO Sejam os pontos A (-2, 1, 5), B (1, 0, 2) € C (1, -2, 3), determinar os vetores unitétios das diregdes dos vetores AB, ACe BC. AB=@,-1,-3)= 77 FR capiruto 3 = Qf -3,-2)= 7 Ff 2K BC= (0,-2,1)=-F +k AB ou [AB] = «3? + Cl)? + C319 ACou |AC| = (3? + C3)? + CQe= 22 BC ou |BC| = fo? + C2) + P= V5 Portanto, Rpg Bb) vig vig ZX 32/3 3,2) 35 3-5 24 =|—= * = 1 + jf + Me Aa (es 22 e) 22 pz’ * Ve Fn OD (0 2 2) 25,44 ee a ery 5B BE EI GE ES EXERCICIO RESOLVIDO Dados 0s pontos A (2, -2, 0), B (-1, 1, 0) ¢ C (0, 0, 1), determinar os vetores unitérios das ditegdes dos vetores AB, ACe BC. Solugao Primeiro precisamos determinar os vetores AB, ACe BC. AB= (1-2, 1-2), 0-0) = 3, 3,0) AC= (0-2, 0-(-2),1-0) = (2,2) C= (0-(-),0-1,1-0) = (1-1) 9) = caPiruLo 3 Feito isto, determinaremos seus médulos. AB ou [AB] = (3) + 37+ 08 = V8 = 32 AC ou |AC| = (caes a+ 2 = V9 =3 BC ou [BC| = 17+ C4 + P= V3 ‘Agora podemos determinar os vetores unitérios das direcBes dos vetores AB, ACe BC. Kage 23-0) (= 8 (= za. jr ND ne Ne Tee Te OP Rye 22D) -2 2 4)-27 254% ACS [TS 3 3 a 3°33 13 Obtenc&o de um vetor dados 0 médulo ea direc&o Em determinadas situagdes, temos o médulo de um vetor e sua diregao. Por exemplo, na engenharia, em um determinado sistema em equilibrio, através de um dinamémetro, definimos 0 médulo de uma forga, temos sua direcio ¢ precisamos determinar o vetor forca que apresenta aquele médulo, seja para levantar outras forcas atuantes em outras partes do sistema, seja para caleular o momento desta forca em relagdio a um ponto ou eixo etc. Quando temos 0 médulo de um vetor U e a sua diregdo, podemos determi- nar um vetor daquela direc&o. Logo podemos definir o unitério daquela dire- do. Se temos 0 unitério e conhecemos o médulo do vetor U, basta multiplicar- mos 0 médulo do vetor pelo unitario daquela diregao. capiruto 3 = 93 A Figura 1.25 Dirego de um vetor dado seu unitério Seja a figura anterior, na qual conhecemos os pontos A ¢ B por onde passa uma determinada dirego, seja um vetor U qual conhecemos apenas seu mé- dulo e desejamos descobrir o vetor. Primeiramente, devemos definir um vetor desta direeao, o vetor AB, Logo: AB = (%y— Ku Yo“Yu 28-2) Em seguida, devemos determinar o unitario desta dire¢ao, isto ¢, 0 vetor Portanto: A= 49," ¥-2) TABS VO,—x)? + ,-y,? + @-Z,P Ovetor U ser obtido pelo produto do seu médulo u pelo unitério 2. U-ur 94 = caPiruLo 3 9 EXEMPLO Sejam os pontos A (-1, 1, 3), B (1,1, 1) eC (1, 0, 2). Sejam u = 20, v = 30. ew = 50, médulos dos vetores U, ¥ e W, que se encontram nas direcdes dos vetores AB, AC e BC, respectiva- mente. Determinar os vetores U, 7 e W. AB=1-(-1),-1-1,1-3) = (2,-2,-2) AC= (1-2), 0-1, 2-3) = (2,-1,-1) 8C= (1-1,0-(4),2-1)=@1,) AB ou |AB| = 2? + (2)? + (2) = V12=2V3° AC ou [AC] = 4/22 + Cy? + C= V6 BC ou [BC| = Ors CPs P= 2 Tog ce _( 2 2 2) 1 1 y2y.27 Oe er TB’ a) EFEE we X _ 2-1-1 ad (2 2 1 =) Jie mg WEE el We We eS eeu, 2o{1 1-1 =F oe se] 207 yee ONE EEE BB BE aia -1 -1 60 730 -30' OF, =. 30; MASE eee ee ee ee capiruto 3 =» 95 fay ATIVIDADE 1) Dados os vetores U (1, -5, 2) eV = (0, 3, 3), determinar 0 vetor Wi, tal que: a)2@ +3) +20 =0-20 +3) baw + 57-7) = 20 + 2) Dados os pontos M (1, 2, 3), N (0, 1, -2) e P (-1, -1, 0), determinar 0 ponto Q tal que PQ= 2MN. 3) Veriticar se os pontos M (1, 2,-2), N (0, 1, 2) e P (-1, 3, 1) sao colineares. 4) Determinar o valor de x de modo que sejam colineares os pontos M (-1, 2, 3), N (1-1, 2yeP (2,1). ) Determinar x e y de modo que os vetores U = (2, 1, -2) eV = (8, x, y) sejam paralelos. 6) Determinar os valores de xe y, tal que W = xi + yW, sendoi = (1, 2,5),¥ = (1,2, 2)e W= (12,2) ‘7) Dados os pontos M (-1, 2, 3),N (Z, 3, 0) € P (2,2, 4), determiner os unitérios das direcoes dos vetores MN, MB e NP. 96 = cariruto 3 4 Matrizes OBJETIVOS O leitor deverd ser capaz de: * Representar situacSes do cotidiano por meio de matrizes. * Reconhecer os diferentes tipos de matrizes, bem como extrair informacoes relevan- tes de uma determinada matriz que traduz uma situagao-problema, + Efetuar as diversas operagées com matrizes @ reconhecer as suas principals pro- priedades, * Ser capaz de associar matrizes aos diversos campos do conhecimento. (27 CURIOSIDADE Vocé sabia? A Algebra das matrizes foi descoberta pelo matematico inglés Arthur Cayley (1821-1895) ‘em 1857, em conexéio com as transformacées lineares do tipo x = ax + by y=atdy onde a,b, c,d s80 ntimeros reais; estas transformacées lineares podem ser concebidas como aplicagdes que levam 0 ponto (x, y) no ponto (x,y), como veremos mais adiante. Consideremos a seguinte situacao: Nos trés primeiros meses do ano (janeiro, tevereito e marco) as unidades vendidas de um certo produto P, foram respectivamente iguais a 100, 120 e 130, enquanto as de um outro produto P,, foram respectivamente iguais a 110, 80 € 40. 98 = caPiruLo 4 Podemos transmitir essas informacées de uma outra maneira, facilitando 0 entendimento dessas informagdes. Podemos estabelecer um quadro com esses dados, vejamos: janeiro fevereito margo 100 120 = 120] 110 80 401 Avantagem de escrevermos dessa forma é que as informag@es sao assimila- das mais rapidamente e atingimos nossos objetivos de uma maneira mais facil. ‘Uma outra possivel disposicao seria: Pi PS 100 110 120 80 130 40 Nas duas representagdes fica evidente que as vendas do produto Pa esto aumentando, enquanto as vendas do produto Pb esto diminuindo. Essa forma de formatar esse conjunto de mimeros podemos chamar de matrizes. 1 Definig&o de matrizes Denominamos de matriz real do tipo m x n (leia: m por n) um con- junto de mxn nuimeros reais dispostos em m linhas e n colunas. Utilizaremos as letras maiusculas do nosso alfabeto para repre- sentar as matrizes. capiruco 4» OQ [9 EXEMPLO 100 120 130 110 80 40 oof C=[2 4 Ghtipo: 1x3 pae| frso:2%8 ipo: 2x2 Podemos substituir os colchetes pelos parénteses. Assim, temos: 135 As | tipo: 2x3 G3 :) te * 2 Matriz quadrada Quando a matriz apresentar nimero de linhas igual ao nimero de colunas dire- mos que a matriz é quadrada. Nesse caso, chamaremos de ordem o ntimero de linhas (ou ntimero de colunas) da matriz. E97 EXEMPLO 1 3 rel 2houes 1 2 4 oa-f 2 1 fo@)=3 o v3 v5 2.1. Representacao Em uma matriz. qualquer A, cada elemento ¢ indicado por a,. 0 indice iindica a linha e 0 indice j a coluna as quais 0 elemento pertence. Podemos tomar como 100 = cariruro 4 base os exemplos abaixo. 3 21. _ - - = A i eban=3a,= 2, = 40a, 0 B [3 t afbn = 2,,, = 1,b,=4,b,,= 3, b,, =4eb,, Diagonal principal - f formada pelos elementos da matriz quadrada onde o indice da linha ¢ igual ao indice da coluna (i = j). Diagonal secundédria - & formada pelos elementos da matriz quadrada onde 0 indice da linha adicionado ao indice da coluna é igual an adicionado a 1, onde n éaordem da matriz (i + j = n + 1). 97 EXEMPLO 3 2 Considerando a matriz A = ( Elementos que formam a diagonal principal:a,, = 3 a,, = 0 ( Elementos que formam a diagonal secundéria: a,, = 2¢a,, =1(+j=n+ 1). EY EXERCICIO RESOLVIDO 1) Construa uma matriz A = (a,) 2 x 3 definida por a, = resto da divisdo do produto ij por3. Solugdo Cada elemento da matriz dada é 0 resto da divis8o do produto do indice i que indica allinha pelo indice j que indica a coluna, por 3. Assim teremos: a, =1a,,=2ea,,=0 ay = 2,8) = Lea, =0 a-[, 2 3 210 2) Na matriz A = (a,),,,4 Cada elemento da matriz representa 0 ntimero de passes carmuo 4 # 101 que 0 jogador i fez a0 jogador j, ambos do mesmo time, durante uma partida de futebol realizada pelo campeonato estadual, Nessa matriz, os jogadores escolhidos para serem avaliados foram representados pelos niimeros 1, 2 € 3; assim sendo, elemento da matriz a,, = 5, por exemplo, sigfMfic@qu@b jogador 2 realizou 5 passes para o jogador 3, Considerando amatrizA=|4 0 5|pergunta-se: 3 01 a) Qual o jogador que realizou o maior nimero de passes? b) Qual 0 jogador que recebeu 0 maior niimero de passes? Solugo Devemos notar que os passes dados serao obtidos pela soma dos elementos que formam cada uma das linhas da matriz, enquanto os passes recebidos serao conta~ bilizados nas colunas. Logo, teremos: Passes realizados pelo jogador 1: 5 Passes realizados pelo jogador 2: 9 Passes realizados pelo jogador 3: 5 Passes recebidos pelo jogador 1: 6 Passes recebidos pelo jogador 2: 6 Passes recebidos pelo jogador 3: 7 Mediante o que foi exposto acima é facil concluir que: a) O jogador que mais realizou passes foi o de ntimero 2, com um ntimero de passes iguala9. b) 0 jogador que mais recebeu passes foi o de numero 3, com um niimero de pas- ses igual a7. 3) Na maitiz A = (a,),,, cada elemento a, da matriz significa o niimero de vezes que uma aero-nave decolou do aeroparto i tendo aterrissado no aeroporto j. Sabe-se que uma aero- nafi@nunca afsitissa no mesmo aeroporto do qual tenha decolado. Com base na matriz A =|2x 0 = sabendo que esses aeroportos foram designados pelos ntimeros 1, 2 3, Lgterritne ndimero de decolagens do aeroporto 2 e que o ndmero de decolagens e aterrissagens no sabendo que 0 triplo do ntimero de decolagens do aeroporto 1 é igual a0 aeroporlo 3 € 0 mesmo, Solucao ‘Tendo a matriz A como referéncia e prestando atengZo nas informacies dadas no 102 = cariuo 4 problema, podemos escrever as seguintes equacdes: 3(0 + x + 5) = 2x + 20 (@s linhas nos indicam o niimero de decolagens, enquanto as colunas nos fornecem o ntimero de pousos) y+7+0=5420+0 Resolvendo o sistema de equacdes, encontramos x = Sey = 18 4) (UFRJ) Uma confeccao vai fabricar trés tipos de roupas utilizando materiais dife~ rentes. Considere a matriz A= (a,) a seguir, em que a, representa quantas unidades do material j sero empregadas para fabricar uma roupa do tipo i: 5 0 2 As|O 1 3 421 a) Quantes unidades do material 3 sero empregadas na confecggo de uma roupa do tipo 2? b) Calcule o total de unidades do material 1 que seré empregado para fabricar cinco roupas do tipo 1, quatro roupas do tipo 2 e duas roupas do tipo 3. Solugao a) A pergunta feita no item a é equivalente a: “Qual é o elemento que se situa na segunda linha com a terceira coluna, ou seja, 0 elemento a,,?. Portanto, a resposta éimediata: 3. b) A pergunta do item b é equivalente a: ‘Qual é o valor de: 5a,, + 4a,, + 2a,,?". Basta que observernos 0 fato de que a pergunta é referente ao material 1, 0 que nos remete para a primeira coluna, O que varia, na verdade, € 0 ntimero da linha, pois 0 mesmo representa o tipo da roupa. Logo teremos: 5x (5) + 4x (0) + 2x (4) = 33 ©’ cunosioave Uma estranha relagao entre numeros naturais e consecutivos: F+P45=6 27+ 64+ 125 = 216 216 = 216 (verdadeira) Outra relaco muito interessante: capiruco 4 # 103 10? + 112 + 122 = 132+ 1? Devemos observar que os dois membros da igualdade apresentam soma 365, que corresponde ao ntimero de dias de um ano. (a7 ATIVIDADE 1) (FGV) Trés 6nibus levaram alunos de uma escola para uma excursao. Em uma parada, todos os alunos safram dos 6nibus. Todos prosseguiram a viagem, mas nao necessariamente no 6nibus de onde tinham safdo. Na matriz abaixo, ay representa o nmero de pessoas que salu do énibus i e subiu no Snibus j apés 4 parada. 30 5 7 2 25 8 3 6 20, Entéo, podemos concluir que: a) Participaram da excursao 75 alunos. b) Um dos énibus permaneceu com o mesmo niimero de passagei ©) O Onibus 1 perdeu 6 passageiros. d) 0 onibus 2 ganhou 4 passageiros. e) 0 énibus 3 ganhou 6 passageiros. 2) Trés pessoas, que chamaremos de 1, 2 e 3, se comunicam invariavelmente por e-mail. Na matriz abalxo, cada elemento a, significa o ntimero de e-mails que i en- viou para j no més passado. oO 14 18] 16 0 22 12 24 0 Podemos concluir que: a) Quem mais enviou e-mails foi 1. b) Duas pessoas enviaram 0 mesmo numero de e-mails. ©) Quem mais recebeu e-mails foi 2, 4d) Quem mais recebeu e-mails foi 3, e) Duas pessoas receberam o mesmo nimero de e-mails. 104 = carimuro 4 3) (FGV) A organizacao econdmica Merco é formada pelos pafses 1, 2 ¢ 3. 0 vo- lume anual de negécios realizados entre os trés parceiros representado em uma matriz A, com 3 linhas e 3 colunas, na qual o elemento da linha i e coluna j informa quanto 0 pals i exportou para o pats |, em bilhdes de délares. 0 12 31 SeA=|5 1g 245} €m4800 pais que mais exportou e o que mais importou no 09 32 0 Merco foi, respectivamente: ajle2 b)2e2 c)2e3 d)3e1 e)3e2 4) (UNESP) Considere irés lojas, L,, L, e L, e trés tipos de produtos, P,, P, € P,. A matriz a seguir descreve a quantidade de cada produto vendido por cada loja na primeira semana de dezembro. Cada elemento a, da matriz indica a quantidade do produto P, vendido pela loja Ly i,j = 1.2.3. Lob u P30 19 20 PJ15 10 8 P12 16 11 Analisando a matriz, podemos afirmar que: a) A quantidade de produtos do tipo P, vendidos pela loja L, é 11. b) A quantidade de produtos do tipo P, vendidos pela loja L, € 30. ©) Asoma das quantidades de produtos do tipo P, vendidos pelas trés lojas € 40. d) A soma das quantidades de produtos do tipo P, vendidos pelas lojas L, i = 1, 2, 3,652. @) Asoma das quantidades dos produtos dos tipos P, e P, vendidos pela loja L, 6 45. (7 CURIOSIDADE Uma maneira répida e eficiente de efetuar a multiplicago pelo ntimero 11: 1) NGmeros de 1 algarismo — Basta escrever esse ntimero duas vezes, uma ao lado da outra. cariruto 4 # 105 Exemplos: a)2x11 = 22 b)5x11=55 o)9x11=99 2) Numeros de 2 algarismos - E suficiente escrever cada um dos dois algarismos nas extremidades, deixando um espaco entre eles, que deverd ser ocupado pela soma dos mesmos. Exemplos a) 23 x 11 = 2 +3) 3 = 253 b) 34x11 = 3 +4) 4 = 374 ©) 45 x 11 = 4 (445) 5 = 495 d) 89x11 = (8+9) 9 = 8 (17)9 = (8+1)7 9 = 979 3 Tipos de matrizes Matriz nula - é a matriz onde todos os seus elementos sao iguais a zero, Je-[p 6 a Matriz linha - é aquela que apresenta uma tinica linha. E_ EXEMPLO A= (24); tipo: 1x 3 B=[ Alitipo:1x2 (7 cOMENTARIO Podemos chamar essa matriz de vetor linha. 106 = carimuo 4 Matriz coluna - é aquela que apresenta uma tinica coluna. [97 EXEMPLO x 0 (SY cOMENTARIO Podemos chamar essa matriz de vetor coluna. Matriz diagonal - é aquela matriz quadrada onde os elementos que nao perten- cem a diagonal principal sao iguais a zero. ES _ EXEMPLO a= 9) 0 5 100 B=|0 5 0 00 4 Matriz unidade (matriz.identidade) - é toda matriz diagonal onde os elemen- tos que formam a diagonal principal sao todos iguais a unidade. Ey eXempio 1 QO L= La 0 or oro Loo cariruo 4 # 107 4 Operagdes com matrizes Vamos iniciar 0 estudo das operacées com matrizes. Da mesma forma que efe- tuamos operagdes com os ntimeros, ¢ possivel fazer o mesmo com as matrizes, desde que, para isso, obedecamos algumas condigdes. 4.1 Adig&o de matrizes ‘Chamamos de soma das matrizes Ae B do mesmo tipo m x n, a matriz do tipo m Xn, cujos elementos sio obtidos a partir da soma dos elementos corresponden- tes de A e B. Devemos atentar para o fato de as matrizes A e B serem do mesmo tipo pois, se forem de tipos diferentes, a operago nao ser definida. (9 EXEMPLO a-( 2 s)ee 3 4 2, (7 aTencio Note que cada elemento da matriz soma é a soma dos elementos correspondentes nas si 2 fA Bt ronsare matrizes Ae B. 4.2 Propriedades da adicao de matrizes Sejam A, 8, Ce O matrizes do mesmo tipo, temos: La | A+B -=B +A (comutatividade) | 2 | A+ +0 (A+) + Cleat) 108 = carimuo 4 A +0=0+A=Alemento neutro) A+ CA) = (A) + A = O (elemento oposto) COMENTARIO Q A matriz O 6 a matriz nula jé definida anteriormenta. 4.3 Subtragao de matrizes Desde que as matrizes A e B sejam do mesmo tipo, podemos definira diferenca A—B =A + (-B), ou seja, a matriz A adicionada com a matriz oposta da matriz B (-B), lembrando que -8 ¢ obtida a partir da troca do sinal de cada um dos ele- mentos da matriz B. ES EXEMPLo af Jefe aocacemeft [2 7]-2 9 4.4 Multiplicagao de um numero real por uma matriz Quando multiplieamos um mimero real K por uma matriz A do tipo m x n, en- contramos para resultado uma matriz do tipo m x n, que representaremos por KA, obtida multiplicando K por cada elemento da matriz A. E97 EXEMPLO a3 1 fxes “L123 4p" cariruto 4 # 109 45 Propriedades da multiplicacao de um numero real por uma matriz Sendo Ae B matrizes do mesmo tipo eae b ntimeros reais quaisquer, temos: a (bA) = (ab) A a(A+B)=aA+aB (a+ b)A=aA+ bA LA=A 46 Multiplicagao de matrizes S6 podemos multiplicar duas matrizes quando o mimero de colunas da primei- ra matriz for igual ao mimero de linhas da segunda matriz. A matriz produto teré o ntimero de linhas da primeira matriz e o nimero de colunas da segunda matriz. A matriz produto ser obtida multiplicando cada linha da primeira ma- triz por todas as colunas da segunda matriz, conforme exemplos abaixo: 9 EXEMPLO 1 c= Gy2Lx2+2x1+2x2=8 C= 1x4+2x3+2x C= 3x2+1x1+4x Cae 3x441x3 44x 2) 19 110 = carimuo 4 Cy ©, =2x1+3x3=11 (x) “\g 11, 4.7 Propriedades da multiplicag&o de matrizes a Sejam A, Be Cmatrizes e K um numero real. Admitindo as operagdes indicadas abaixo possiveis, temos: A(B.C) = (AB).C A(B +O =AB+AC 48 Matriz transposta Denominamos de matriz transposta de A, representada por A’, a matriz obtida quando trocamos as linhas de A por suas colunas ordenadamente, Portanto, se amatriz.A é do tipo m x n, entao a sua transposta A’ serd do tipon x m. 10 132 a=[i 2 sl A=13 2 25 caro 4 # 111 Nés devemos observar que a primeira linha da matriz A se transformou na primeira coluna da matriz transposta ¢ que a segunda linha da matriz A se transformou na segunda coluna da matriz. transposta. Assim, a transposta da matriz transposta da Avoltaa sera matriz A. 49 Propriedades da matriz transposta La] aroeeee (AB) = BAY 4.10 Matriz simétrica Denominamos de matriz simétrica de uma matriz quadrada A a matriz com a mesma ordem de A, tal que: AHA [ 3], 3 ah At= Ao Aé simétrica 214 214] 2B=|1 0 Sipt=|1 0 5 45 3, 453 Bt = B+ B é simétrica 112 = carimuo 4 4.11 Matriz antissimétrica Uma matriz quadrada A é dita antissimétrica quando a sua transposta for igual a matriz oposta da prépria matriz A, ou seja: At=-A ES _EXEMPLO [dele 3 Al =-A AG antissimétrica 3 _EXERCICIO RESOLVIDO 5) (CESGRANRIO) Na rea de informatica, as operacdes com matrizes aparecem com grande frequéncia. Um programador, fazendo levantamento dos dados de uma pesquisa, utllzou as matrizes: 521 aa 2 ack 1 shee 1 2C=AB uid O elemento C,, da matriz C é igual a: aig b) 15 14 d)12 9 Solugéo Devemos observar que para responder a questo nao é necessério efetuar o pro- duto das matrizes A e B. Devemos lembrar que o elemento pedido € formado pela mmultiplicagao da segunda linha da matriz A pela terceira coluna da matriz B, logo: G2 3K2+1x24+4x1=642+4= 12 Resposta: d) carro 4 113 6) (VUNESP) Sejam A e B duas matrizes quadradas de mesma ordem. Em que condigéo pode-se atirmar que (A + B)? = A? ++ 2AB +B? a) Sempre, pois é uma expansao binomial. b) Se e somente se uma delas for a matriz da identidade. c) Sempre, pois 0 produto de matrizes é associativo. 4) Quando 0 produto AB for comutativo com BA. e) Se e somente se A = B. Solugdo. Devemos lembrar que: (A+ BY =(A+B)(A+8)=AA+AB+BA+BB=A?+AB + BA +B Sabemos que 0 produto de matrizes nao é comutativo e, portanto, para a igualdade ser verdadeira € necessario que AB = BA. Claro que se estivermos tratando de nu- meros reais a afirmagao sera sempre verdadeira. Resposta: d) 7) (FGV) A mattiz A € do tipo 5 x 7 & a matriz B, do tipo 7 x 5. Assinale a alternativa correta, a) A matriz AB tem 49 elementos, b) A matriz (AB)? tem 625 elementos, ©) A matriz AB admite inversa. d) A matriz BA tem 25 elementos. e) A matriz (BA)? tem 49 elementos. Solugao A matriz AB serd do tipo 5 x 5 e portanto tera 25 elementos e (AB)? também teré 25 elementos. Observe que a matriz BA é do tipo 7 x 7, tendo 49 elementos. Esse numero de elementos 6 0 mesmo da matriz (BA)?. Resposta: €) 305 8) (UNIRIO) Considere as matrizesA=|2 1 is-| Jec (2 1 3). 0 -1 A adigéo da transposta de A com o produto de B por C é: a) Impossivel de se efetuar, pois nao existe 0 produto de B por C. b) Impossivel de se efetuar, pois as matrizes so todas de tipos diferentes. 114 = cariruto 4 c) Impossivel de se efetuar, pois nao existe a soma da transposta de A com 0 pro- duto de B por C. 4d) Possivel de se efetuar e o seu resultado é do tipo 2 x 3. e) Possivel de se efetuar e 0 seu resultado é do tipo 3 x 2. so Podemos observar que a matriz transposta de A é do tipo 2 x 3 e que a mattiz pro- duto de B por C também é do tipo 2 x 3, logo a soma serd do tipo 2 x 3 Resposta: d) 9) (UFRJ) Anténio, Bernardo e Cléudio sairam para tomar chope, de bar em bar, tanto no sabado quanto no domingo. As matrizes a seguir resumem quantos chopes cada um consumiu e como a des- pesa foi dividida: 414 553 S=|0 2 OjeD=|0 3 0 31 5, 213 S refere-se As despeses de sdbado e D as de domingo. Cada elemento a, nos dé o ntimero de chopes que i pagou para j, sendo Anténio o niimero 1, Bemardo 0 nimero 2 e Claudio o ntimero 3 (a, representa o elemento da linha i e coluna j de cada matriz). Assim, no sébado Antonio pagou 4 chopes que ele proprio bebeu, 1 chope de Ber- nardo e 4 de Claudio (primeira linha da matriz S). a) Quem bebeu mais chope no fim de semana? b) Quantos chopes Cléudia ficou devendo para Anténio? Solugéo a) Somando as duas matrizes encontraremos quantos chopes cada um dos trés pagou para o outro no fim de semana. 969 $+D=|0 50 523 carat 4 « 115 ‘Asoma dos elementos de cada coluna nos informa quanto cada um dos trés bebeu no final de semana, ou seja: Antonio — 14 chopes Bernardo ~ 13 chopes Cléudio ~ 12 chopes Portanto, quem bebeu mais foi Anténio, 14 chopes. b) Anténio paga para Claudio 9 chopes (a,, = 9) e Claudio paga para Antonio 4 chopes (a,, = 5). Assim, Cl4udio fica devendo para Ant6nio 4 chopes. 10) (UFF) Toda matriz de ordem 2 x 2, que é igual a sua transposta, possui: a) Pelo menos dois elementos iguais b) Os elementos da diagonal principal iguais a zero. c) Determinante nulo. d) Linhas proporcionais. €) Todos 0s elementos iguais a zero. Solugaio ab fac SejaA=|" | @matriz procurada. Sebemos que A'=|1, | logo: ja b]_fa c a eat tte af 222 implica que b = c. Resposta: a) 11) (IBMEC) Considere as matrizes: Ay,» tal quea, = i-9j By» tal que: b, = 31-2} Se C = AB, entdio, C,, 6 igual a: a)-4 b)-6 )-8_—d)-10_— e) -12 Solugaio Sabemos que o elemento pedido é formado utilizando a segunda linha da matriz A com a terceira coluna da matriz B, portanto formaremos esses elementos: a, =2-2x1=0 a,=2-2x2 116 = carmmuo 4 by =8x1-2x3= b,,=3x2-2x3=0 byg = 8x3-2x3=3 Oxy = OK (-4) + (C2) KO + C4) KS =-12 Resposta: e) [Sy ATWIDADE 5) (UEL-PR) Uma matriz quadrada A se diz antissimétrica se A‘ = -A, Nessa xyz condigées, se a matriz A = | 2 0 -3] 6 uma matriz antissimétrica, entdo 13 0 x+y +Z6 igual a: a3 1 0 dt @)3 6) (ITA) Seja A uma mattiz real 2 x 2. Suponha que a e B sejam dois nime- ros distintos © V e W duas matrizes reais 2 x 1 no nulas, tals que AV = oVe AW = BW. Se a, b € R dio tais que V + bW é igual A matriz nula 2 x 1, entdo a + ovale: a0 b)1 o-t dh e)-% 7) (UNIFESP) Uma inddstria farmacéutica produz diariamente p unida- des do medicamento X e q unidades do medicamento Y, ao custo unita- tio de r € s reais, respectivamente, Considere as matrizes M, 1 x 2, e N, 2x 1, r M=[2pqleN = (3 ‘A matriz produto M x N representa o custo da produgao de: a)idia b)2dias” c)3dias_ = d)4dias_—e) S dias 8) (FATEC-SP) Sendo A uma matriz quadrada, define-se A” = AAA ... A. No wl? tle caso de A sera matriz)) |, € correto afirmar que a soma A + At + A? + + At +... + A® + AM 6 igual a matriz: caro 4 «117 40 40. 20 0 (2 “| [2 20 °) e) 20 0 0 40 Ly le 4.12 Matrizinversa ‘Uma matriz quadrada A de ordem n possui matriz inversa A-1, se A.A-1 = A-LA = In, onde A-1éa matriz inversa de Ae In ¢ uma matriz identidade de ordem n. Ey EXEMPLO = 21 A=|, g]eB=|3_ -1|sd0 matrizes inversas, pois AB = B.A = 1, vejamos: 2 > 5 1" ow BN seo he 7 oo He, AB = BA=1, logo Ae B so inversas. (OY COMENTARIO 1) Se uma matriz quadrada de ordem n é inversivel (ou seja, possul inversa), entéo a matriz Al tal que AA-1 = A-LA = In 6 tnica, 2) Toda matriz identidade de orem n tem como inversa ela mesma. 118 = cariruo 4 (297 CURIOSIDADE Determinando quadrados de ntimeros terminados pelo algarismo 5. Deveros lembrar que o quadraco de ur nimero 6 o resultado da multiplicagdo desse nd- mero por ele mesmo, Nunca é demais frisar que a regra sé se aplica a ntimeros terminados pelo algerismo 5. Exemplos: a) 15x15 = (1x2) 25 = 225 b) 25 x 25 = (2x 3) 25 = 625 0) 35x 35 = (3x4) 25 DAS x45 = (4x5) 25 fay caariro 1.2 Matriz quadrada 1) e) O dnibus 3 ganhou 6 passageiros. 2) d) Quem mais recebeu e-mails foi 3. 3)d2e3 4) A soma das quantidades dos produtos dos tipos P, e P, vendidos pela loja L, & 45. 1.4 Tipos de matrizes 8)d)-1 6)a)0 7)b) 2 dias 20 20) 9 lo 90 carro 4« 119 ES avotacdes Fungoes e analise de graficos OBJETIVOS + Representar pontos no plano cartesiano; + Formalizar 0 conceito de funcao; + Reconhecer uma fungao em relagdes do cotidiano; + Reconhecer 0 dominio, o conjunto imagem e o contradominio de uma func; + Identificar fungées crescentes, decrescentes ¢ constantes; * Analisar e interpretar gréficos. 1 Plano cartesiano 1.1 Conceito Um plano cartesiano é um sistema de coordenadas ou sistema gréfico de coor- denadas formado por dois eixos perpendiculares entre si, sendo um horizontal © outro vertical. Esses eixos possuem diregao e sentido a partir da origem que se estabelece no ponto de eruzamento dos eixos. Essa origem torna-se o refe- rencial que permite uma localizagdo organizada e grifica das coordenadas nos quatro planos ou regides que surgem a partir do cruzamento dos eixos. Essas quatro regides, chamadas de quadrantes, sfio numeradas no sentido anti-horé- rio. O primeiro quadrante possui abscissas e ordenadas com valores positivos. HQ 10 (2° quadrante) | (1° quadrante) mg WQ (2° quadrante) | (1° quadrante) 0 eixo vertical, y (ordenadas), possui sentido crescente de baixo para cima ¢ 0 eixo horizontal, x (abscissas), possui sentido crescente da esquerda paraa direita. 122 = cariruo 5 ‘A origem do nome Plano Cartesiano ¢ uma homenagem ao matematico francés nascido na Idade Média, René Descartes. 1.2 Coordenadas de um ponto no plano cartesiano Considere um ponto P do plano cartesiano. Chamamos de projecio ortogonal de P sobre o eixo Oxa intersec¢ao do eixo Ox com a perpendicular a ele, tracada por P. Chamamos de projecio ortogonal de P sobre o eixo Oy interseceao do eixo Oy com a perpendicular a ele, tragada por P. (Ordenadas) F pr P’ x (Abscissa Na figura, P’ é a projecdo ortogonal de P sobre o eixo Ox ¢ P” & a projecdo ortogonal de P sobre o eixo Oy; As coordenadas do ponto P serio a abscissa do ponto P’ e a ordenada do ponto P”. 1.3 Par Ordenado As coordenadas desse sistema sao chamadas de pares ordenados e tem uma re- presentacao propria, sendo organizadas de forma que o primeiro numero seja semprea abscissa eo segundo sempre a ordenada, estando os dois entre parén- teses e separados por uma virgula. cariruto 5 # 193 * (Ordenadas) (par ordenado x=-2 e y=-1) 9 EXEMPLO 2,3) (par ordenado x=2 e y=3) x (Abscissas) ‘Assinale no gréfico os pares ordenados e coordenadas (4,2); BCI, 1); C3,4); DC 1-4); E(2,0). Resolugao: 124 = cariruto 5 Ey EXERCICIO RESOLVIDO Identifique o par ordenado cujos pontos est2o representados no plano cartesiano abaixo. Resolugéo: AG3,4); BC2,3); C-2,-3); DC1,0); E(1,4); F(2,2); G(5,4); (5,2); (4,0), J(2,1); K(4-2). (© comentirio Um ponto P pertence ao eixo das abscissas se, e somente se, sua ordenada for zero. Um ponto T pertence ao eixo das ordenadas se, ¢ somente se, sua abscissa for zero. Identificando os sinais dos elementos do par ordenado e relacionendo-os aos quadrantes, temos: + Pl@,b) € 1° Quadranie # a> Oeb > 0; + P(@, b) € 2° Quadrante @ a< Oeb > 0; + P(a,b) © 3° Quadrante © aOeb<0. E_EXEMPLO * O ponto A(5, 0) pertence ao eixo das abscissas; + O ponto B(0, 4) pertence ao eixo das ordenadas; + 0 ponto C3, 4) pertence ao | Q; carat 5 « 195 * Oponto D(-2, 5) pertence ao IG; + O ponto E4, -6) pertence ao Ill O; * O ponto FG, -2) perience ao lV . 1.3.1 Propriedade fundamental dos pares ordenados Dois pares ordenados sao iguais se e somente se suas coordenadas correspon- dentes sao iguais, isto é, (a,b) = (¢,d) © (a=c e b=d) Assim, para que dois pares ordenados (a, b) ¢ (¢, d) de ntimeros reais sejam iguais, devem estar associados ao mesmo ponto do plano cartesiano. 9 EXEMPLO x=T7 waecne {ery 1.4 Divisdo dos Eixos A divisao dos eixos deve ser igual entre os eixos nao sendo rigorosamente neces- sdrio que, entre os eixos, as divisdes sejam as mesmas, isto é, podemos ter um. eixo x com divisdes diferentes das divisdes no eixo y. Assim, considerando um segmento de reta como padrao de unidade em um eixo, os mimeros consecutivos do eixo devem ser separados por esse padrao de unidade estabelecido, que pode ser diferente para cada eixo. Oeixo x pode ter um padrao de unidade u, ¢ 0 eixo do Y pode ter um padrio u, sendo u,#u, ou U,=U, (mais utilizado). Eixo x e eixo Y com divisées iguais u,=u, Eixo x € eixo Y com divisdes iguais u,=u, 126 = carimuo 5 1.5 Aplicagdes do Plano Cartesiano Aaplicagao do Plano Cartesiano, na vida cotidiana, cresceu em importéncia ao longo do tempo. Com o aumento dos deslocamentos da populacao mundial, tornou-se ainda mais necesséria a seguranga nas rotas aéreas, marftimas, ferro- vidrias, rodovias e metrovidrias tornando evidente a necessidade da utilizagdo de um sistema de coordenadas confidvel no mundo atual. Sem informagées confiveis e seguras de posicionamentos aéreos, maritimos e terrestres, qual- quer deslocamento acarretaria em um grande risco. Os principais meios de transportes necessitam de um sistema de localiza- do no tempo e no espago. Nao haveria a possibilidade da existéncia simulta- nea de diversos voos e navegacées pelo mundo sem um sistema de coordena- das utilizado internacionalmente que permitisse o controle de todas as rotas. Em vias urbanas, a circulagao de trens e metro no mundo seria arrisca- da ¢ invidvel se os controladores que organizam os trajetos ¢ os hordrios nao tivessem informacées precisas da localizagio exata dos vagées. Seria impossivel também chegar a algum lugar sem uma correta coordenada lon- gitudinal e latitudinal. Levantamentos cartogréficos e a propria construgao organizada de cidades e prédios seria tarefa muito dificil sem as devidas coordenadas geograficas. Todas estas atividades baseiam-se em um sistema de coordenadas cartesianas. No passado, usava-se a buissola como principal instrumento que permitia a localizac&o, por exemplo, em alto mar. Hoje, modernamente, fazemos uso de alguns sistemas de localizacto na qual o mais difundido no momento é 0 GPS, Sistema de Posicionamento Global (Global Positioning System), que, através de um sistema de satélites, permite saber, dentre muitas outras informacées, a localizagaio de qualquer coisa ou pessoa no planeta. Para que isso possa acontecer, ha a necessidade de um processo que tem sua origem no sistema de coordenadas cartesianas (Plano Cartesiano). Os auto- méveis mais modernos jé possuem GPS permitindo que qualquer pessoa possa se deslocar pelo mundo com extrema facilidade. Outra aplicagao bem cotidia~ na est na aviacio que faz também um grande uso do GPS. Neste capitulo, serd apresentado 0 conceito matemitico de fungdo, permi- tindo analisar, de forma grafica, comportamentos entre varidveis relacionadas por uma expressdo matematica. carirutos © 197 1.6 Produto cartesiano Considerando A eB conjuntos, 0 conjunto {(x,y)/ x € Ae xeB} €0 produto car- tesiano de A por Be escrevemos AxB (lé-se A cartesiano B). Geometricamente, o produto cartesiano pode ser enearado como a regio: ES EXEMPLO Considerando A = {1, 2, 3} ¢ B = (5, 8), 0 produto cartesiano AxB sera: ASB = {(1, 5), (1, 8), 2, 5), ©, 8), (3, 5), (3, 8)} 2 Relacdes 2.1. Introdugao Suponha que se deseje, durante 7 dias, analisar a variagdo de temperatura em uma determinada regitio. Apés a medigao, registrou-se a temperatura média didria, em cada um dos dias, obtendo a seguinte tabela: EASY 1 @ 3 4 5 6 7 saa 18 19 16 16 16 13 15 128 = cariruo 5 Em termos matemiticos, podemos dizer que estabelecemos uma relagao do conjunto de dias da semana A = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7} no conjunto das medidas das temperaturas B = {18, 19, 16, 13, 15}. Associamos a cada dia da semana, a temperatura média correspondente. Podemos representar essa relacdo de algumas maneiras: Através do diagrama de flechas, Através do grafico cartesiano, Altravés do conjunto de pares ordenados. Diagrama de flechas A B \——— {oT pt _———— Gréfico cartesiano Temperatura (°C) eominiaicarnnene ne! ° ‘Tempo (Dias) Conjunto de pares ordenados R={(1, 18), @, 19), (, 16), (4, 16), G, 16), ©, 13), (7, 15)) carro 5 « 199 Observe que o primeiro elemento de cada par ordenado pertence ao conjun- to A (dos dias) e 0 segundo elemento pertence ao conjunto B (das medidas de temperatura). Note que R é um subconjunto do produto cartesiano AX B. 2.2 Conceito Seja R um conjunto. Suponhamos que todos os elementos de R sao pares orde- nados. Dizemos entao que R é uma relacao. Se (x,y) € R, entiio dizemos que x ey estiio associados (ou relacionados) atra- vés de R. Exemplo: Relagdo R de Aem B, dada por R= {(x,y) © AXB|y x, tém-se f(x,) 2 flx,). Quando se tem, em um intervalo, f(x,) > f(%,) a fungio é dita estritamente crescente. carro 5 « 137 [9 EXEMPLO 3.13 Fungao Decrescente Dizemos que uma fungao f(x) é decrescente, em um intervalo numérico, no qual é definida, se, para dois valores quaisquer x, ¢ x, desse intervalo, com x, > x, tém-se f(x.) < f(x). Quando se tem, em um intervalo, f(x2) < flxt) a funcdo é dita estritamente decrescente. 3.14 Fungao Constante ‘Uma fungao F(x) é constante em um intervalo numérico no qual ¢ definida se, para dois valores quaisquer x1 e x2 deste intervalo, com x2 # x1, tém-se F(x2) = F(x1). [sto $6 ocorre se F(x) =¢, onde ¢ é um niimero real constante, ou seja, ndo se verifica, na definigdo da fungao, a variavel independente x. 138 = carmuros 97 EXEMPLO Exemplo: f(x)=2 Ye 2 —_ 1 SaaS A Sn. Se Se saa Tar & 3 _EXERCICIOS RESOLVIDOS 1. Observe o gréfico de fa seguir. Determine {(0); (1); (8); f(6); (1); £3); f(5). Resolugao: 1O)=5 #1)=0 Ya —__1 HH capmuos « 139 2.Considere 0 grafico a seguir que representa uma funcdo f do intervalo [1,3] em IR. Quanto a imagem & somente correto afirmar: a) I(t) = [1,4]; b) Im(f) = (2,3) ©) Im(f) = 11,4); 4) Im(®) = 12,35 e) Im() = {1,3} Resolugao: menor valor para imagem é y = 1 ¢ 0 maior é y = 4. Assim, 0 conjunto imagem seré Im(f) = [1,4} 140 = carituto 5 a) (1/2, 1[¥ +2, 1]. b)]1/2, 1] UL2,AL E12, 1]u 1, 2. AD, 172] v ]1, 2 OE, 172] u [1,2 Resolugéo: Observe que 0 dominio considerado é [-1, 2[, a abscissa x = 2 nao faz parte do dominio. Assim, na imagem, o elemento f(2) também nao estaré. Ovalor y = 1 € imagem para um valor x > 2, fora do dominio [- 1, 2[ Assim, f(1) no seré elemento da imagem nesse dominio. Observe a funco com a imagem e o dominio sinalizados. 4, Identifique, no gréfico a seguir, quando a fungao 6 crescente, decrescente e constante, Resolugao: Crescente: [-2, 1] ¢ [23] Decrescente: [3,4] Constante: [1,2] carat 5 « 144 5. (FGV) Seja uma funcao y = £6), cujo grafico esté representado na figura. Assinale a afir- magao correta, a) {) =0 b) (<1) = 16) = 15) = 0 ¢) @ fungo € crescente no intervalo [x3 x5] 4) atungao € decrescente no intervalo [x3 x5] ) (<2) = (4) = 0 Resolugdo: Analisaremos cada uma das opcées. a) Falsa, Para que f(0) = 0, 0 grafico precisaria passar ne origem (0,0), 0 que nao acontece. b) Verdadeiro. f(x,) = f(x,) = f(x.) = 0, ou seja, x,, x, € x, sfio zeros da fungao. Graficamenta, so 0s pontos onde o gréfico corta o eixo x. ¢) Falsa. A fungao é decrescente no intervalo [x, %,] . 4d) Falsa, A fungio é crescente no intervalo [xy x, ©) Falsa. O grafico nao corta o eixo x nas abscissas x, ¢ x, . Além disso, (,) # f(x). 6. (UFF) O grafico da fungéo f esté representado na figura. y 142 = cariruto 5 a) Determine 0 dominio de f. b) Determine a imagem def. c) Analise o crescimento e decaimento da fungao. d) Determine os intervalos onde f > 0,f = Oef < 0. 2) Calcule f(0) - 2F0V26) + £08). Resolugéo: a) Determine o dominio def. D(f) = [0, 8] b) Determine a imagem de f. Im(f) = [0, 4] ¢) Analise o crescimento e 0 decaimento da fungao. Crescente: [0, 4]; Decrescente: [6, 8] =Oef<0. 4) Determine os intervalos onde f > 0, {A fungéo néo assume valores negativos. AA fungao 6 positiva (F > 0) no intervalo 10, Bf ‘A fungio se anula nos valores onde o gréfico intersect 0 eixo X. F = 0 nos pontos (0, 8}. ©) Caleule f(0) - 21V26) + 1(8) A raiz de 26 € maior que a raiz de 5 € menor que a raiz de 6. (0) - 2(V26) + (8) =0-4+0=-4 7. (UFF) Considere a fungao real de variével real f ¢ a funcdo g tal que D(g) = [-1,4]e 90%) = f(2x) - 1. 0 gréfico de g é representado na figura @ seguir. a) Determine a Im). b) Calcule os valores de g(0), (1/5), g(r). ©) Determine 0 elemento negativo do dominio de g(x) cuja imagem vale 1. d) Determine f(0) e 14). ©) Analise os intervalos de crescimento e decaimento da fungo g(x). Resolugao: CO cdilculo de g(x) depende de f(x). a) Im(g) = 10, 21. b) g(0) = 0 g(1/5) = g(0,5) = 0 g(r) = 2 ©) O ponto (1, 1) significa que f- Assim, x = — 1 € 0 elemento do dominio que aiende a essa condicéo. d) Para calculatmos {(0), precisamos calcular f[2.(0)] carruvo 5 « 143 Para x = 0, substituindo esse valor, na expresso que associa g(x) ¢ f(x), buscamos aimagem de g(0) no grdfico. f =0= 2) = f2()-1 [g(0)=0 O=f@-1 SO=1 Analogamente, faremos 0 célculo de (4) = #[2.(2)]. Assim, para x = 2 { =2=>8(2)=/2Q)-1 (g(2)=2 2=f@)-1 f()=241=3 8 (UERU) O gréfico abaixo representa o consumo de oxigénio de uma pessoa que se exer cite, em condigées aerdbicas, numa bicicleta ergométrica. Considere que 0 organism libera, ‘em média, 4,8kcal para cada litro de oxigénio absorvido. A energia liberada no perfodo entre 5 ¢ 15 minutos, em kal, 6 ‘Consumo de ©, (Limin) o's 15 20 (min) (A) 48,0 (8) 524 (jer (02) 936 Resolugao: Entre 5 ¢ 15 minutos, passaram-se 10 minutos. Com o consumo constante de 1,4L/min, temos que foram consumidos (10)(1,4) = 14 litros de oxigénio. Se 0 organismo libera 4,8kcal por litro, liberaré (1 4).(4,8) = 67,2kcal 144 = carituto 5 9, (UFPE) No grafico a seguir, temos 0 nivel da 4gua armazenada em uma barragem, 20 longo de 3 anos. O nivel de 40m foi atingido quantas vezes neste perfodo? nivel (mm) 4 100} 90 80 ‘tempo a)! b)2 3 d)4 5 Resoluco: Determinando a intersecao da reta y = 40 com o gréfico, obtemos dois valores. nivel (mm) 10, (Enem 201 1).0 tetmo agronegécio ndo se refere apenas & agricultura e & pecusra, pois as atividades ligadas a essa produgdo incluem fornecedores de equipamentos, servicos para a zona rural, indusitializagao e comercializagao dos produtos. O grafico seguinte mostra a participaco percentual do agronegécio no PIB brasilei x a ‘woo tesco Seat RO“ HRN ao RESOS__ sear vec Fonte: Centro de Estudos Avancados em Economia Aplicada (CEPEA). Almanaque Abril 2010. Sao Paulo: Abril, ano 86 (adaptado) capil 105 = 145 Esse gréfico foi usado em uma palestra na qual o orador ressaltou uma queda da partici- pagao do agronegécio no PIB brasileiro ¢ a posterior recuperagao dessa participacao, em termos percentuais. Segundo o gréfico, o perfodo de queda ocorreu entre os anos de a) 1998 e 2001 d) 2003 2007 b) 2001 e 2003 e) 2008 e 2008 ©) 2008 e 2006 Resolu¢do: O perfodo de queda da participagiio do agronegécio no PIB brasileiro se deu no perfodo entre 2003 e 2006 Esta informago ¢ obiida através de leitura direta do gréfico: em 2003 a participagao era de 28,28%, caiu para 27,79% em 2004, 25,83% em 2005, chegando a 23.92% em 2006 - depois deste periodo, a participagao volta a aumentar. Resposte: c) 11. (ENEM). Apds a ingestéo de bebidas alcodlicas, o metabolismo do élcool e sua presenga no sangue dependem de fatores como peso corporal, condigdes e tempo apds a ingestdo. © grafico mostra a variagao da concentracao de dlcool, no sangue de individuos de mesmo peso, que beberam trés latas de cerveja cada um, em diferentes condigdes: em jojum e apés © jantar. Tendo em vista que a concentragéo maxima de élcool, no sangue, permitida pela legislaco brasileira para motoristas é 0,6g/L, 0 individuo que bebeu apés o jantar, e o que bebeu em jejum, sé poderao dirigit apés, aproximadamente: gil Ingestéo de dtcoot 10 0,9 08 — apis ojentar 07 08 0s 04 0,3 0,2 of —— em jejum Alcool no sangue horas 4234567 Tempo apés ingestéo (Revista Pesquise FAPESP n° 57. setembro 2000) 146 = cariruto 5 a) uma hora e uma hora € meia, respectivamente, ») trés horas e meia hora, respectivamente. ) trés horas e quatro horas e meia, respectivamente. 4d) seis horas e trés horas, respectivamente, @) seis horas, igualmente. Resoluga Observando o grafico e identificando os pontos, temos as abscissas (horas) correspondents. GIL Ingestéo de alcool 1,0 —— emjejum 08 — 2pés ojantar o7 f 06: 08 04 03 02 of Atco! no sangue horas 4234567 Tempo apés ingestéo (Revista Pesquisa FAPESP n° 67. setembro 2000) Resposta: c) carirutos « 147 [37 ANoTAGGES 148 = cariruto 5 Fungao afim ou polinomial do primeiro grau OBJETIVOS 1. Definir uma fung&o afim e estudar suas particularidades; 2. Esbocar 0 gréfico de uma fungao afim; 3, Identticar os pontos notéveis do grafico de uma funcao afim; 4, Identificar 0 dominio e a imagem de uma fungao afim; 5, Resolver equacdes e inequages envolvendo fungSes afins. 1 Aplicagées matematicas Assim como outros contetidos da Matematica, inimeras sdo as aplicagdes inte- Tessantes ¢ titeis das fungdes de maneira geral. pormeio dessas aplicagées que conseguimos empregar as nogdes ¢ teorias da Matematica para obter resultados, conclusées e previsées em situagdes comuns do nosso dia a dia, e também em questdes cientificas, teenolégicas e até sociais. VTE A ep U EEUU BY (E57 REFLEXAO “Como as entendemos, as aplicagdes do conhecimento matemético incluem a re solugao de problemas, essa arte intrigante que, por meio de desalios, desenvolve a criatividade, nutre a autoestima, estimula a imaginagao e recompense o esfor¢o de aprender.” (LIMA, 1999) 150 = casruo 6 Para Elon Lages Lima, as aplicagées representam a parte mais atraente da Matematica, e, se forem ligadas aos fatos ¢ questées de vida, justificam seu estudo descaracterizam 0 aspecto de complicag4o que muitas vazes a disciplina apresenta. 2 Origem da Matematica Acredita-se que a Matematica ¢ anterior & escrita e, por isso, nao hé provas hist6ricas precisas. Porém, alguns registros arqueoldgicos, como 0 Plimpton 322, indicam que a Matemtica sempre esteve presente na atividade humana. Esses registros apontam justamente a aplicabilidade, como, por exemplo, a contagem do tempo. Isso mostra que a Matematica vem nos auxiliando na reso- lugdo de problemas desde os primérdios da civilizago, mantendo sua importan- cia vilida e itil até hoje. £, devido ao seu desenvolvimento continuo, tudo indica que serd indispensdvel no futuro. 3 Fungao afim ou fungao polinomial do primeiro grau Para compreendermos bem as aplicagées, devemos, a princfpio, dominar a te- oria que embasa o estudo das fungdes e seus gréficos. Vamos comegar com a funedo afim ou funcao polinomial do primeiro grau. (CY conceiro No estudo das fungdes matematicas, toda fungo do tipo fix)=ax+b, com abe Rea #0,6 denominada fungéo afim ou fungéo polinomial do 1° grau. Podemos, ainda, expressar f por: FR-R x f)=ax+b Note que ab sao parémetros e x & variével, enquanto que f(x) € 0 valor da funcao afim na varidvel x. capiruto 6 # 15] Nao esquega que podemos usar qualquer letra para representar parémetros, varié- veis e valores da fungao. E97 EXEMPLO a) y=6x+9 é uma fungdo afim, em que a=6 ¢ b=9. b) ©) y=2e-4 6 uma fungdo afim, em que a=2¢ b=-4. 4) y=-0,8%-0,7 6 uma funcdo afim, em a=-0,8 © b 3x é uma funcao afim, em que a=5 e b=0. (5) ATIVIDADE Agora vamos fazer a primeira atvidade deste capitulo. Veja se voc8 consegue resolver este problema: Uma empresa da drea de vendas paga um salério fixo de R$900,00 mais uma comissao de R$4,00 por cada produto vendido, Como vocé pode representar esta situagao através de uma fungdo afim? Resolugao Podemos representar a situago apresentada da seguinte forma: y=4x+900 Neste caso, podemos dizer que o salério recebido pelo empragado y depende da variago de x (quantidade de produto vendida). 152 = casiru.o 6 3.1 Casos particulares de uma fung&o afim 8.1.1. Fungo constante Funcdo constante ¢ a funcio fR-R, definida por fix)=b, onde a=0. Observe o grafico da fungao constante Fo)=-3: 3.1.2 Fungo linear Fungi linear é a fungo RR, definida por : flx)=ax, onde b=0. Observe o grafico da fungao f(x)=4x. 3.1.3 Fungo Identidade of! Fungio Identidade é a funcao fR-R, defini- da por f()=x, onde a=1 e b=0. Observe o grafico da fungao f(X)=x: =a e capiruto 6 = 153 3.2 Determinacgdo de uma fungao afim a partir de duas coordenadas Uma fungao afim f(x)=ax+b pode ser determinada através de duas coordena- das (x,, ¥,) € (&,, ¥,) quaisquer, com x, # X,. Lembre-se que uma fungdo afim ¢ determinada pelos valores de seus para- metros. £37 EXERCICIO RESOLVIDO Determine a funcao afim sabendo que f(2)=5 ¢ f(3)=7: Resoluc&o Sabe-se que as coordenadas s4o (2,5) ¢ (3,7). Entao, substituindo esses valores diretamente na fungao fix)=ax+b, obtemos o seguinte sistema: (25) > 2a+b=5 an- (ene Nele os parémetros precisam ser determinados Da primeira equagao do sistema, temos que b=5-2a. Inserindo este resultado na segunda equacio, temos que: 3a+b=3a+(5-2a)=1a+5=7 = a=7-5=2 Lembre-se que o simbolo *=*" significa “implica em’ Substituindo agora a=2 na primeira equagio, verifica-se que: 2a+b=2(2)+b=5 = b=5-4=1 Assim, @ fungao afim & dada por f(x)=2x+. 3.3 Grafico de uma fungao afim De acordo com a tabela a seguir, vamos construir um gréfico correspondente aos valores registrados. Observe que para cada valor na coluna de tempo em x existe um valor cor- respondente na coluna de temperatura emy. 154. = castro 6 x y 0 15 1 30 2 45 3 60 4 5 Agora, podemos construir o gréfico interligando os pontos no eixo das abs- cissas (0x) aos pontos correspondentes nas ordenadas (Oy). syCC) 75+ Percebemos, deste modo, © que para esta tabela o graf- co correspondente é de uma 454 semirreta, pois somente 03 Ps valores nao negativos s4o considerados para o tempo 15 ea temperatura, 4 O grafico de toda fungao afim é uma reta Note que a variaciio dos valores de y, que indicaremos por Ay, € diretamente proporcional a variaco dos valores correspondentes dex, indicada por Ax. Portanto, quando x varia de 0a 4, a variagdo correspondente para y ¢ de 15 a75,istoé, Ay = 75-15 =60 e Ax = 4-0 = 4, sendo Ay/Ax = 60/4 = 15. Assim, a cada variagao de 1 minuto em x corresponderd a uma variacao de 15 graus Celsius em y. Se, em uma fungio y=f(x), as variagdes de x ey sdo diretamente proporcionais, entio podemos coneluir que o grafico da funcao sempre seré uma reta e postular o seguinte resultado: o grafico de toda fungao afim é uma reta. caniruvo 6 « 155 Observacées + Como consequéncia do resultado anterior, para construiro grafico de ume fungao afim, precisamos representar dois pontos distintos da fungo, no piano cartesiano, ¢ tragar a reta que passa por eles. + Devemos observar que, se b=0, a fungao seré definida por y=ax, ¢, portanto, o gréfi- co serd uma reta que passeré sempre pelo ponto (0,0) dos eixos das abscissas (0x) e ordenadas (Oy), pois quando x=0, temios que y=0. 4.1 Intersegao do grafico de uma fungao afim com o eixo Ox Seja a fungio afim y=ax+b com a,b € R, a#0 e sendo o grafico de toda fungao afim uma reta, teremos sempre a reta cruzando 0 eixo ox em um Unico ponto. Para determinar a abscissa desse ponto, substituiremos y=0 na expres- so da reta, obtendo: 0=ax+b = ax=-b = x=- © Logo, o ponto de intersegdo da reta associada & fungdo afim com o eixo Ox ¢4,o, Este ponto também é eonhecido por raiz ou zero da fungao afim. 37 EXERCICIO RESOLVIDO Determine a abscissa do ponto de intersegao da reta y=2x-6 com 0 eixo Ox: Resolugéio y . Se a reta cruza o eixo Ox, significa que 0 ponto de inter- i; segio tem y=0. Substituindo esse resultado, na expresso da rete, obte- mos:0=2x-64x=§ =3 Veja o gréfico da fungao afim y=2r-6: Portanto, a abscissa do ponto de intersegao é 3. 156 = carru.o 6 4.2 Interseccao do grafico de uma fung&o afim com o eixo Oy Seja a fungao afim reta, esta cruzardo elxo Oy em um tinico ponto. Para determinat a ordenada deste ponto, substituiremos x=0, na expresso dareta, obtendo: y=a0+b = y= Logo, o ponto de intersegao da reta associada A fungao afim com o eixo Oy € (0b). 27 EXERCICIO RESOLVIDO Determine a ordenada do ponto de interseccdo da reta y=-5x+75 com 0 eixo Oy: x+b com ab € Ra#0 e sendo o grafico da func’o uma Resolucao y Se a reta cruza 0 eixo Oy, significa que o ponto de intersegdo tem x: Substituindo esse resultado, na expressao da reta, obtemos: y=-5(0)+15 = y=15. Portanto, a reta corta o eixo Oy no ponto (0,15). Veja, a seguir, o gréfico da fungao y=-Bx+ 16: Logo, 2 ordenada do ponto de intersecdo é 15. 4.3 Coeficientes angular e linear de uma fung&o afim ay Sabendo que a fungo afim y=ax+b com a,b & R, a#0, vamos voltar ao topico jy, 4 mencionado sobre taxa de variagdo de uma fungdo afim. Comecaremos observando o grafico a seguir: xT Yo Considere 2 pontos (x1 , yl) e (x2, 5 y2) quaisquer, nesta reta, sabendo que x % % yi=axl+beyl = ax1+b. capiruo 6 « 157 Observe que, isolando 6, nas duas igualdades, temos: b= yl-oxl = y2-ax2 = ax2-axl = y2-yl = a= Isso significa que, em uma fun¢do afim, a taxa de varia¢do é constante e igual ao parametro a, ou seja: ae Lee Is IES, AX XyK, XK, XS Em uma fungao afim, a taxa de variagao 6 constante e igual ao pardmetro a. 7 atencao Geometricamente, o parametro a é chamado de coeficiente angular, enquanto que o paréme- tro b & chamado de coeficiente linear. 4 Convém observar que o coeficiente angular 6a tangente do angulo de inclinagao: a= 5 37 EXERCICIO RESOLVIDO 1) Qual 6 0 coeficiente angular da reta que passa pelos pontos (-1,3) ¢ (-2.4)? Resolug3o ‘Temos que calcular a taxa de variacao dada por estes dois pontos. Assim: 2) Considere a fungio y=4x+12, Indique a raiz e a taxa de variaco: 158 = capituco 6 Resolugao Sabendo que a raiz da funco afim & 0 valor x correspondendo a y=0, fazemos: 0 = 4x+12 = 4x=-12 = x=-3 Para calcularmos a taxa de variagao devemos ter, pelos menos, dois pontos da reta. Vamos calculé-los: 1) Se escolhemos x,=1, teremos 0 respectivo valor de y,=4(1)+12=16, Portanto, (x, , ¥)=(1,16). 2) Se escolhemos x,=3, teremos o respectivo valor de y,=4(3)+12=24. Portanto, (x, , ¥> )=@,24). Entéo, fazemos: © 2 Isso era esperado, pois jé sabiamos que a taxa de variagdo era a=4. Esse valor nos € infor- mado na prépria expresso da funcéo afim. 4.4 Propriedade importante Se duas ou mais fungées afins tém a mesma taxa de variagao a, ento suas retas correspondentes so paralelas. Na figura, 2 seguir, encontramos as retas paralelas y=x+3, y= com a=1. Hl ey=x-4, capiruto 6 = 159 4.5 Funcao afim crescente e decrescente Seja a fungao afim y=ax+b com a,b € R, a0. Dizemos que uma fungio afim é: Crescente se, ¢ somente se, 0 valor de @ for positive (a>0). Decrescente se, e somente se, 0 valor de a for negativo (a<0). 3 EXERCICIO RESOLVIDO Determine se as fungdes abaixo sao crescentes ou decrescentes: a) y=7x-12 b) y=-6x+9 Resoluco a) Como o valor de a é igual a 7, esta fungao € denominada crescente. b) Como 0 valor de a é igual a -6, esta funcao ¢ denominada decrescente. 46 Estudo do sinal de uma fungao afim Para estudarmos o sinal de uma funcdo afim f(x)=ax+b, teremos que determi- naros valores de x para os quais f(x) se anula, ¢ positiva ou é negativa. Este estudo pode ser realizado através do grafico ou da raiz da fungao. [ay EXERCICIO RESOLVIDO 1) Estude o sinal da fungao fix)= x-8 Resolugdo ‘Vamos caleular primeiramente a raiz de funcéo, ou seja, queremos determiner x tel que o valor da fungSo se anule: 160 = carru.o 6 ‘Agora, vamos determinar 0 intervalo de x pera o qual a fungo apresentavalores negatives, ou seja: f0)=44-8<0 > 4x<8 = x<2 Finalmente, vamos determinar o intervalo de x para o qual a func3o apresenta valores posi- tivos, ou seja: fl)=4x-820 = 4x>8 > x22 ‘Observe: -/4 Graficamente, tems a semirreta que se origina em x=2 e vai a -co ,indicando o intervalo de x em que a fun¢ao apresen- ta valores negativos ¢ @ semitreta que se origina em x=2e vai a +20, indicando © intervalo de x em que a fungo apre- senta valores positivos. Jé na raiz, x=2, ‘temos que a fungo se anula, 2) Estude o sinal da funcao fix)=-5x+15: Resolugaio \Vamos calcular primeiramente a raiz da funco, ou seja, queremos determinar x tal que o valor da fungdo se anule: 10)=-5x+15=0 3 5x=15 = x=3 ‘Agora, vamos determinar ointervalo de x para o qual 2 fungo apresenta valores negativas, ou seja: f0)=-5x+15<0 3 -5xe-15 > x23 Finalmente, vamos determinar o intervalo de x para 0 qual a funcao apresenta valores posi- tivos, ou seja: [0)=-5x+1520 = -5x>-15 = x<3 106 = 161 capil Observe: Graficamente, temos a semirreta que tem origem em x=3 e se prolonga a -09, indicando o intervalo de x em que a fungo apresenta valores negativos © a semitreta que possui origem em x=3 € se prolonga 2 +09, indicando o inter- valo de x em que a fungao apresenta valores positivos. Jé na raiz, x=3, temos que a funcdo se anula. fay’ EXERCICIO RESOLVIDO As 1) Construa 0 gratico da fungao fii) = Resolucéo Como podemos observar f(x)=2x-4 & uma fungdo afim, cujo gréfico é uma reta, Para tracar uma_reta precisamos escolher pelo menos dois pontos. Neste caso, vamos atti- buir dois valores arbitrérios para x e calcular os respectvos valores de y, da seguinte forma: Escolha Xx=0 = flO)=. (0)-4=0 = (0,-4) é um ponto da reta x=2 = f(2)=2(2)-4=0 = (2,0) € outro ponto da reta Passamos, entdo, para a construgao do {gréfico, marcando 0s pontos obtidos no plano cartesiano e tracando a reta que une esses dois pontos. Veja a figura ao lado: 162 = carituto 6 2) Determine a raiz da fungo flx)=-3x+9 e construa seu grafico: Resolugao Para calcular 0 zero ou a raiz da fungo afim, substituimos /(x)=0 na expresso da fung%o, ou seja, fazemos: 0=-3x49 = 3x=9 = x=3 ‘Agora, precisamos de dois pontos para tragar 0 gréfico da fungo atim que é uma reta, J4 sabemos que (3,0) 6 um ponto da reta, agora vamos escolher 0 outro ponto. Por exemplo, para x=0, temos:f(0)=-3(0)+9 = f(0)=9. Isso significa que (0,9) é 0 outro ponto dereta Marcando esses dois pontos, no plano cartesiano, e tragando a reta que os une, obtemos 0 seguinte grético: | y 94 i - — 3 8) Determine a raiz da funcao f(x) =5x+7 e construa seu gréfico: Resolugao Vamos primeiramente calcular a raiz da funco, determinando x tal que fix)=0, ou seja: O=Sx+7 = Sx=-7 = x=-14 Jé sabemos que (-1,4, 0) é um ponto da rete. Para determinar o segundo ponto, fazemos, por exemplo: {0)=5(0)+7 = f(0)=7 capiruto 6 = 163 Isso significa que (0,, 7) € 0 outro ponto da reta Marcando esses dois pontos, no plano cartesiano, e tracando a reta que os une, obtemos 0 seguinte gréfico: 4) Sabendo que 0 gréfico a seguir de uma fungao polinomial do 1° grau (afim) do tipo y=ax+b, representada pela reta que passa pe- los pontos Me N, determine os valores de ae b: Resolugao Tendo em vista que os pontos M e N esto sobre a reta que representa 2 func afim, que~ remos determinar 0 coeficiente angular a @ 0 coeficiente linear b. Para isso, montamos 0 seguinte sistema com as variéveis a ¢ b: (06) ~[6=a(0)+b _ b=6 (4-2) + -2=a(4)+b 4a+b=-2 Com isso, a expresso da fungao afim representada pela reta que passa nos pontos M e N Ey=-2n06. 164 = carituio 6 (2) ATIVIDADE 1) (UERJ 2014) 0 reservatirio A perde agua a uma taxa constante de 10 litros por hora, en- quanto o reservatsrio B ganha agua a uma taxa constante de 12 Itros por hora. No grafico, esto representados, no eixo y, 08 volumes, em ltros, da gua contida em cada um dos reservatsrios, em fungao do tempo, em horas, representado no eixo x. y Determine o tempo x, em horas, indicado no gréfico. 2) (Unicamp 2013) A numeragao dos calgados obedece a padrées distintos, conforme o pais. No Brasil, essa numeragdo varia de um em um, vai de 33 a 45, para adultos. Nos Estados Unidos, a numeracao varia de meio em meio, e vai de 3,5 a 14 para homens e de 5 a 1565 para mulheres. a) Considere a tabela abaivo, ieee) Cima te) 35 23.8 cm 42 27,3.m Suponha que as grandezas esto relacionadas por fungdes afins tx) = ax + b para a nu- meragdo brasileira e x(t) = ct + d para o comprimento do calgado. Encontre os valores dos pardmetros a e b da expresso que permite obier a numeracao dos calcados brasileiros, em termos do comprimento, ou os valores dos parametros ¢ e d da expresso que fomece 0 comprimento em termos da numeragao. b) A numeraco dos calgados femininos, nos Estados Unidos, pode ser estabelecida de ma- 50-20) neira aproximada pela fungo real f definida por f(x) = ,em que x é 0. comprimento 106 = 185 capil do calgado em centimetros. Sabendo que a numeracao dos calgados n, forma uma progres so aritmética de razo 0.5 e primeito termo n, = 5, em que n, = f(c,), com k natural, calcule ‘© comprimento c,. 3) (UFRN 2013) Uma empresa de tecnologia desenvolveu um produto do qual, hoje, 60% das pecas so fabricadas no Brasil,¢ o restante é importado de outros paises. Para aumentar a participagao brasileira, essa empresa investiu em pesquisa, e sua meta é, daqui a 10 anos (considere que o ano de partida seja o de 2012), produzir, no Brasil, 85% das pegas empre- gadas na confecc&o do produto. Com base nesses dados e admitindo-se que essa porcentagem varie linearmente com 0 tempo contado em anos, o percentual de pecas brasileiras, na fabricago desse produto, sera superior a 95% a partir de: a) 2027 b) 2026 ©) 2028 d) 2025 4) (UFMG 2013) A fébula da lebre e da tartaruga do, escritor grego Esopo, foi recontada ‘com uso do grafico abaixo para descrever os deslocamentos dos animais, Distancia (m) Tempo 8 240 245 166 = carituio 6 Suponha que, na fébula, a lebre e a tartaruga apostam uma corrida, em uma pista de 200 metros de comprimento. As duas partem do mesmo local no mesmo instante. A tartaruga anda sempre com velocidade constante. A lebre corre por 5 minutos, para, deita e dorme por certo tempo. Quando desperta, volta a correr com a mesma velocidade constante de antes, mas, quando completa 0 percurso, percebe que chegou 6 minutos depois da tartaruga. Considerando essas informagies, a) Determine a velocidade média da tartaruga durante esse percurso, em metros por hora. ) Determine apés quanto tempo de largada a tartaruga alcangou a lebre. ©) Determine por quanto tempo a lebre ficou dormindo., 5) (UEL 2013) Na cidade A, 0 valor a ser pago pelo consumo de égua é calculado pela com= panhia de saneamento, conforme mostra o quadro a seguit. Cree Até 10 $1800 Mais do que 10 R$18,00 + R$2,00 por m? que excede 10m? Na cidade 8, outra companhia de saneamento determina o valor a ser pago pelo consumo de gua por meio da fungdo cuja lei de formacéo ¢ representada algebricamente por: — { 17 se xs 10 © Latw4 se x>10 Aqui x representa e quantidade de égua consumida (em m) e (9 representa o valor a ser pago (em reais). a) Represente algebricamente a lei de formagao da fungao que descreve o valor a ser pago pelo consumo de agua na cidade A. ') Para qual quantidade de agua consumide, o valor a ser pago seré maior na cidade B do que na cidade A? 6) (UFSM 2013 - Adaptado) Os aeroportos brasileltos sero os primeiros locais que muitos dos 600 mil turistas estrangeiros, estimados para a Copa do Mundo FIFA 2014, conheceréo no Brasil. Em grande parte dos aeroportos, esto sendo realizadas obras para melhor receber os visitantes e atender a uma forte demanda decortente da expanso da classe média brasleira. 106 = 187 capil Passageiros (em milhdes) O gréfico mostra a capacidade (C), 2 demanda (D) de passa- geitos/ano, em 2010, 2 a ex- pectativa/projegao para 2014 do Aeroporto Salgado Filho (Porto Alegre, RS), segundo dados da Infraero — Empre- sa Brasileira de Infraestrutura. Aeronautica. De acordo com os dados for- 2010 2014 necidos no grafico, 0 numero de passageiros/ano, quando @ demanda (0) for igual & capacidade (C) do terminal, sera, aproximadamente, igual a: a) sete milhdes, sessenta mil e seiscentos b) seie milhées, oitenta e cinco mil e setecentos ¢) sete milhdes, cento e vinte e cinco mil 4) sete milhdes, cento ¢ citenta mil e setecentos €) sete milhdes, cento ¢ oitenta e seis mil 7) (Unicamp 2013) Em 14 de outubro de 2019, Felix Baumgariner quebrou o recorde de velocidade em queda livre. O salto foi monitorado oficialmente e os valores obtidos esto expressos de modo aproximado na tabela e no grafico abaixo. [—Tenpo(coouccs) CO a oO ‘Supondo que a velocidade continuasse variando de acordo com os dados da tabela, encontre o valor da velocidade, em km/n, no 30* segundo. 168 = carituo 6 8) (ESPCEX AMAN 2013) Na figura abaixo, esta representado o gréfico de uma fungao real do 1° grau fix. / 1 A expressao algébrica que define a fungao inversa de (x) é: 9) (Unioeste 201) Uma empresa de teleforia celular possui somente dois planos para seus clientes optarem entre um deles. No plano A, o cliente paga uma tarifa fixa de R$27,00 ¢ mais R$0,50 por minuto de qualquer ligago. No plano B, o cliente paga uma tarifa fixa de R$35,00 ‘2 mais R$0,40 por minuto de qualquer liga¢ao. E correto afirmar que, para o cliente: 8) com 50 minutos cobrados, 0 plano B é mais vantajoso que o plano A. b) a partir de 80 minutos cobrados, o plano B & mais vantajoso que o plano A. ©) 16 minutos de cobranga tornam o custo pelo plano A igual 20 custo pelo plano B. 4) 0 plano B é sempre mais vantajoso que o plano A, independente de quantos minutos sejam cobrados. ) 0 plano A & sempre mais vantajoso que o plano B, independente de quantos minutos sejam cobrados. 10) (G1 - CFTMG 2013) Os pregos dos ingressos de um teatro, nos setores 1,2.¢ 3,seguem uma fungao polinomial do primeiro grau crescente com a numeracao dos setores. Se 0 prego do ingresso no setor 1 é de R$120,00 e no seior 3 é de R$400,00, entao o ingresso no setor 2, em reais, custa: a) 140 b) 180 ©) 220 d) 260 capiruto 6 = 169 11) G1 - CFTMG 2013) Um experimento da érea de Agronomia mostra que a temperatura minima da superficie do solo (x), em °C, é determinada em funcao do residuo x de planta € biomassa, na superficie, em g/m2, conforme registrado na tabela seguinte. 10 20 30 40 50 60 70 1.24 7,30 7,36 742 148 754 7,60 Analisando os dados acima, é correto concluir que eles salisfazem a fungao: a) y = 0,006x + 7,18 b) y= 006 + 7,18 ©) y= 10x +008 AD y= 1004714 12) (UPE 2013) Um dos reservatérios c'égua de um condominio empresarial apresentou um vazamento a uma taxa constante, as 12h do dia 1° de outubro. As 12h dos dias 11 e 19 do mesmo més, os volumes d’4gua no reservatério eram, respectivamente, 315 mil littos € 279 mil ltros. Denite as alternativas seguintes, qual delas indica o dia em que o reservatério ‘esvaziou totalmente? a) 16 de dezembro b) 17 de dezembro ¢) 18 de dezembro d) 19 de dezembro @) 20 de dezembro 13) (G1 - IFSP 2013) Andando de bicicleta a 10,8 km/h, Aldo desloca-se da livraria até a padaria, enquanto Beto faz esse mesmo trajeto, a pé, a 3,6 km/h. Se ambos partiram no mesmo instante, andando em velocidades constantes, e Beto chegou 10 minutos mais tarde que Aldo, a distancia, em metros, do percurso é: a) 720 b) 780 ¢) 840 d) 900 e) 960 170 = carttuto 6 14) (insper 2013) Num restaurante, localizado numa cidade do nordeste brasileiro, so servi- dos diversos tipos de sobremesas, denire os quais sorvetes. O dono do restaurante registrou, numa tabela, as temperaturas médias mensais, na cidade, para o horério do jantar e a média diéria de bolas de sorvete servidas como sobremesa no periodo noturno. (ESI van Fev aR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ 29 30 28 2 2% 2 2 2 2% 28 3 29 Crea ae 980 1000 960 940 900 880 860 880 880 960 1000 980 Ao analisar as varidveis da tabela, um aluno de Administracdo, que fazia estagio de férias, no restaurante, percebeu que poderia estabelecer uma relago do tipo sendo x a temperatura média mensal e y a média diéria de bolas vendidas no més correspondent. Ao ver 0 estudo, 0 dono do restaurante fez a seguinte pergunta: “€ possivel, com base nessa equagdo, saber o quanto aumentam as vendas médias digrias de sorvete caso a temperatura média do més seja um grau maior do que o esperado?” Das op¢des abaixo, a resposta que o estagidrio pode dar, baseando-se no estudo que fez é: a) Nao & possfvel, a equagao s6 revela que quanto maior a temperatura, mais bolas séo vendidas. b) Néo é possivel, pois esse aumento iré depender do més em que a temperatura for mais alta, ©) Serdo 20 bolas, pois esse é 0 valor de ana equacéo. d) Serao 20 bolas, pois esse é 0 valor de b na equaco. ©) Serdo 400 bolas, pois esse 6 o valor de a na equagao. wos 171 capil 237 GABARITO 1) De acordo com as informagies do problema, temos: Y,=720-10x Yy=604 12k Lembre-se que a representa a taxa de variag&o. O valor x, indicado, no grafico, é 0 valor de x quando y, = 720-10x=60+12x -22x=-660 x=30 Logo, x, = 30 horas 2 a) tx) =ax+b ve 40-42 23,80 +b = 35 Resolvendo o sistema, temos: a = 2 e b = -12.6. Logo tix) = 2x- 126. ‘Agora escrevendo x em fungao de t; temos: x() = 0,5t + 6,3, portanto c = 0,5 et = 6,3. w) fe= S020 nl = 5,n2=55,n3=6,n4=65en5=7 Fazendo 7= 26220), hemos 5c,— 100 = 21 5c,= 121 4,2 cm 172 = captuo 6 8) Partindo do ano de 2012 (t=0) e sabendo que a variagao do percentuel com o tempo é linear, considere a fungao definida por p(t)=at+b em que p(t) afere 0 percentual de pecas fabricadas, no Brasil, daqui a t anos. ‘A taxa de variago da func&o p 6 dada por: 85-60 _ 5 “00-2 Logo, p(t) = 5/2 +60 Os valores de t para os quais o percentual de pecas brasileiras, na fabricacao do produto, é superior a 95% so tais que: * St+60>95ot>14 Ft + 60> 95 Portanto, 0 percentual de pegas produzidas, no Brasil, superaré 96% a partir do ano de 2012+15=2027 Logo, a resposta é alternativa A. 4) a) Velocidade mécia da tartaruga ¢ 0 coeticiente angular da reta que representa seu deslocamento. Como essa velocidade deve ser dada em metros por hora, temos que 240min = 4h, ent3o fazemos: a= 200-04~0 = 2004 = 50 b) A posiggo y da tartaruga (m) em fungao do tempo x (minutos) & T@=50t A tarlaruga se encontra com a lebre quando ambas esto na posi¢ao a 50m da origer: T()=50 Isso significa que: 50=50t = t=2h Portanto, a lebre e a tartaruga se encontrardo 1 hora apés 0 inicio da corrid 106 = 173 capil ©) As velocidades, nos trechos em que a lebre corre, so iguais, portanto os coeticientes angulares das duas retas so igual (instante em que a lebre voltou a correr depois que acordou.) Portanto, a lebre ficou dormindo 230 - § = 225 min = 3 horas e 45 min. 5) a) De acordo com a descricéo do enunciado: a-{7e xs10 “(1842-10 x>10 Jé 0 grafico € dado por AG), b) 2Ix-4> 18 + (x-10) 2Ix-4>2x-2 Olx>2 x>20 valor a ser pago seré maior na cidade B para quantidades superiores a 20m’, 174. = capiuo 6 8) A funcéo da demanda é dada por: 72-67», 1,4 26)=s914- 2010" * = BX * bo Temos que b, ficaré determinaco quando a reta D(x) passar por um ponto conhecico, por exem- plo, (2014, 7,2). Neste caso, temos: Portanto: Dooi= 4 x- 244.55 Fungo da capacidade é dada por: Ch) = ~ 42014 - 2010x + be = x + be Temos que b, ficard determinado quando a reta C(x) passar por um ponto conhecido, por exem- plo, (2014, 8). Neste caso, temos: 8=x+b, = b= -2006 Portanto: C(x) = x - 2006 Queremos que C(x) = D6. Para isso, temos que calcular primeiramente x, como: Ex- 24455 = x- 2006 = x= 2013085 Agora, substituindo x em C(x) ou em D(x), obtemos: €(2013,085) = 2013,085 - 2006 Isso significa que o numero de passageitos ¢ igual a 7,085 milhdes. Cuidado para nao tomar b,=6,7 em Dé, nem b,=4.em C(x). capiruco 6 = 175 Lembre-se que coeficientes lineares tem sempre abscissa igual a zero! A resposta é a alternativa B. 7) Apartirdos pontos queestaosobreareta,(0,1)¢(-2,0),montamosa expressao da funcdoafim y=x/2 + 1,€ sua inversa é tal que: See y=2e) = FQ) = 2-2 A resposta é a alternativa C. 7 + OSt 35 + 0,4t em que t é 0 tempo da ligagdo em minutos. 8) Prego da ligagao do plano A: P, Prego da ligagao do plano B: Fazendo P, = P,, temos: 27+0,5t=35+0,4t = 0,1t=! Graficamente temos: Analisando o gréfico, conclufmos que a partir de 80 minutos cobrados,o plano B é mais vantajaso que o plano A. Logo, a resposta é alternativa B. 400-120 9) Taxa de variagao do prego: —S5— =140 ‘Temos que 0 prego do ingresso em cada setor x é dado pela funcdo y = 140x + b. Para abter o valor de b, substituimos na expresso da uno um porto, por exemplo, (1, 120), 176 = carituto 6 obtemos 120 =140(1) + b, 0 que implica que b=-20. Portanto, a expresso serd y = 140x - 20, Nesse caso, 0 prego de um ingresso, no setor 2, tem valor y = 260. Logo, a resposta é alternativa D. 10) Considere t(x) = ax + b. Calculando taxa de variagao, temos: 230-724. — 9906 @ 10) = 7,24 - 10(0,006) = 7,18 Logo, (x)=0,006x+7,18 Logo, a resposta ¢ alternativa A. 11) Seja 0 volume de 4gua (em milhares de ltrs), no reservatério, dado pela fungao definida por Vit)=at+b apés t dias. Sabendo que 0 gritico de V passa pelos pontos (11, 315) e (19, 279) segue que qu 279-315. 9 19-11 Loge, van=315 @- 2-11 +b=315eb= 72 Queremos calcular t de modo que Vit) = 0. Portanto: 9,, 729 Fie roerza Como 81=31+30+20 0 reservatério esvaziou totalmente no dia 20 de dezembro, Logo, a resposta é alternativa E. capiruco 6 = 177 12) De acordo com os dados do problema, temos: Distancia percorrida por Aldo: d, = 10,8 Distancia percorrida por Beto: d, = 3,6(t + % pois 10min equivale a Z da hora. Fazendo d,= d, obtemos 10,8t = 3,6 + 06> 1 Portanto: d, = d, = 108-2; 08 1.9 km = 900 m Logo, a resposta é alternativa D. 18) Da tabela, teros que: JAN FEV 29 30 980 1000 4y _ 1000-980 _ a= Fe = ay = 20 bolas por °C. Logo, a resposta ¢ alternativa B. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS IEZZ1, Gelson; MURAKAMI, Carls. Funciamentos de Matemética Elementar 1: Conjuntos e Fungoes. 9. ‘ed, So Paulo: Atual, 2013, LIMA, Elon Lages. Conceituacto, Menioulagso © Aplicecées: Os trés componentes do ensino da Matemética. Disponivel em: http://objetoseducacionais2:mec.gov.br/bitstream/hendle/mec/20082/ pat/ipm4t pat. ‘Acesso em: 04 de abr, 2014, PAIVA, Manoel Rodrigues. oceina Pius Matemética 1. Parte 1. $80 Paulo: Moderna, 2013. 178 = carituco 6 Fungao quadratica ou polinomial do segundo grau OBJETIVOS Identificar uma funcao de segundo grau ou quadratica; 2. Definir uma parabola e determinar seus pontos notaveis; 3, Esbocar e analisar 0 grafico de uma fungao quadratica; Identticar o dominio ¢ a imagem de uma fungéo quadratica; 1 - 5. Resolver situacdes-problema envolvendo fungSes quacraticas; 6. Resolver inequacdes quadréticas. 1 A fungdo quadratica Estudamos funcdo quadratica desde o Ensino Fundamental, mas, geralmente, neste segmento, o contetido ¢ apresentado como simples aplicacio de férmu- las. Por isso, chegou 0 momento de compreender quais as caracteristicas de uma relacao entre duas grandezas de uma situag&o faz com que ela possa ser modelada por uma fungao quadratica. 1.1. Importancia da fun¢&o quadratica ‘A fungao quadratica modela problemas em muitas dreas, por isso ela ganha tanto destaque. £ muito comum, por exemplo, o seu estudo na Geometria, na Fisica eno Esporte. Dentreas suas aplicacées encontramoso lancamento de projéteis, antenas pa- tabélicas e radares, o formato de um farol de automével e até de um forno solar. CY concero Dizemos que uma funcdo f de R em R é uma funcéo do segundo grau ou quadrética quando associa a cada niimero real x 0 niimero real ax*+bx+c, em que a, b € ¢ séo nimeros reais, dados, com a#0. Ainda podemos expressar f por: FROR x rfld=axt bx. 180 = caro 7 97 EXEMPLO Analise estes exemplos: 4 gees 1 fixi= Fe +x + Fo quea=-, 2. fla)=-2x-+x, em que a= -2, b=1€ ¢=0; 3. flx)=x*- 4, em que a=1, b=0 e c= ~4; 4, fl)=x2-4x+3, em que a=1 b=-4 ¢ c=3, 1.2 Parabola Uma parabola & 0 lugar geométrico dos pontos do plano que sao equidis- tantes de uma reta re de um ponto F, no pertencente’reta,no plano dado. Por exemplo, na figura, podemos observar que qualquer ponto P da pardbola dista igualmente da reta r edo ponto F. 1.3 Grdfico de uma fungao quadratica grifico de uma fungao de se- gundo grau ou quadrdtica ¢ uma parabola. Podemos visualizar de forma conereta uma parabola, por exem- plo, dirigindo um jato de agua de forma obliqua para cima. caro? # 181 1.4 Concavidade A parabola pode ter concavidade para cima ou para baixo. Na pratica, para determinarmos a concavidade observamos a expresstio da fungdo de segundo grau, Para isso, basta identificar 0 sinal do coeficiente do termo x?, ou seja, 0 valor de a na expressiio f(x) =ax?+bx+c. ‘Se a>0, a pardbola possui concavi- dade para cima. ES EXEMPLO Veja estes exemplos: 05 10-15 20 25 30 fod=x*- 3x42 182 = carruco 7 Se a<0, a parébola possui concavi- dade para cima. = -10 -05 2 Fix) =-3x746 1.5 Forma canénica Podemos escrever a fung&io quadratica de uma forma diferente, chamada for. ma canénica, que nos ser4 muito ttil para a determinagio das raizes da funcao do segundo grau. Partindo da expressdio de f, obtemos: - i b Man b P_ Pic fos) = ax? + be + c= 06? + Px + = apts ox+ FB -F+S b? - dac alors 4 ous Bye om = ala - | Fazendo A = b?— 4ac, dito discriminante do trinémio do segundo grau, ob- temos entao a forma can6nica: fo) = afore? 1.6 Raizes ou zeros As raizes ou zeros da fungdo de segundo grau sio os valores de x que anulam a fungao fou, ainda, sao os valores reais de x tais que: f(x)=ax?+bx+c=0 Graficamente, as raizes sfo os pontos onde a pardbola corta o eixo dos x. E97 EXEMPLO Seja a fungao quadrética f(x) = x? 4x + 3. Pelo gréfico podemos perceber que a fungao possui duas rales: x=1 e x=3. carmuto7 « 183 2 Determinac&o algébrica das raizes da equagao do segundo grau Algebricamente, para determinarmos as raizes da equagiio do segundo grau, utilizamos a forma canénica eo fato de que a#0: ax?sbx+c=0 -f]=0 aloe Fe [ 2 by Aye + PG) =0 Esta formula ¢ conhecida por Férmula de Bhaskara. 2.1 Os trés casos de discriminante A existéncia de ratzes reais da funcao quadratica depende da existéncia da raiz quadrada do discriminante. Dessa forma, podemos identificar trés casos: A>0, A=00uA<0 21.1 Caso1: A>0 Nesse caso, a raiz do discriminante existe, e assim a fungdo quadrética tem duas raizes reais e distintas, a saber: 184 = carimuo 7 Observamos que a pardbola corta 0 eixo dos x em dois pontos distintos. 2.1.2 Caso 2: A=0 Como a raiz quadrada de zero é zero, neste caso, a fungao quadratica tem duas raizes reais e iguais, a saber: a>0eA=0 IN a<0eA-0 -b+vA 2a Observamos que a parabola apenas tangencia 0 eixo dos x. 2.1.3 Caso 3: A0. Partindo desta condigdo, temios: 4 = b?—4ac = (2m+3)?- 4m - Im) > 0 4m? + 6m + 9-4m? + 4m >0 10m +9>0 10m > -9 ms Precisamos, além disso, nos assegurar que a fungdo realmente seja de segundo grau. Pare isso, 0 coeficiente do termo x? precisa ser diferente de zero (a#0). Logo, é preciso verificar que m=1 # 0 =m #1. Nao se esqueca de que o simbolo matematico *=" significa “implica em”. Assim, 08 valores de m procurados sao: m > 4 em#l. 186 = cariruo 7 2.2 Intersegao com o eixo dos y ‘Uma vez que todo ponto localizado em cima do eixo dos y possui abscissa igual zero, para determinarmos 0 ponto de intersecao da parabola com o eixo dos y precisamos fazer x=0 na fungao quadratica f(x) = ax? + bx + c, ou seja: (0) = a0? + bO+c = Assim, a parabola interceptard o eixoy em c. 9 EXEMPLO Seja fix) = x?— 4x + 3, Como c=3, verifica-se que esta parabola intercepta 0 eixo y em y=3, conforme o grafico a seguir. 3 Maximo e minimo Teorema Se a<0, a funcdo quadrética y=ax7+bx+c admite valor maximo y,,= 6 carro 7 « 187 Prova Considere a forma canénica da fungdo quadratica: yao 2-4] Queremos determinar o valor de x para que y tenha valor méximo. Comoa<0, temos que quanto menorforovalorde («+ 2-)"=(4;), maior seré ovalor dey. Observamos que— fy ) éconstante em relagao aos valores de x, uma vez que depende somente dos vlores dos coefcientes o, be endo da varidvel x. Além disso, (x + = J? >0,WxER. a Assim, precisamos determinar o menor valor que 6 + 2 )°~ (A) pode assumir. Isso acontecerd quando (x + £ )?=0,owainda, quando: “7 b b xe Zeer Este valor €, portanto, o valor de x para o qual o valor da fungao y é 0 maior possivel, o maximo, Vamos denotar esse valor de x por Xy Para determinar qual o valor méximo da fungao, y,,, basta substituirmos 2 na forma canénica da fungao quadratica: : yoaler dy] b by. A Yn fy) =a 2+ -c8,)] r=0[0- 4] -a|_4 veo 2] _A Ye Ag . 0 grafico a seguir ilustra o ponto de maximo da parabola, X, , eo valor maximo correspondente Y,, 188 = carro 7 Yt oy Valor Maximo —e 4 -- Teorema Se.a>0,a fungdo quadrética y=ax’+bx+c admile valor minimo, a Papasan 2 Prova Considere a forma candnica da fungdo quadratica: - bp A ye afer 2 -(4,)] Como a>0, temos que quanto menor for 0 valor de (« + 2? (4; ), menor serdovalordey. Observamos que — & ) &constante, uma ver que depende somente dos valores dos coeficientes a, bec, endo da varidvel x. Além disso, + £)*2 0, VxER Assim, precisamos determinar o menor valor que (x + 3 e ) pode assumir. Isso acontecerd quando (x + 4 )?=0, ou ainda, quando: a fab xt a 0a sy Este valor €, portanto, o valor de x para o qual o valor da fungao y é 0 menor possivel, o minimo. Vamos denotar esse valor por x, Para determinar qual o valor minimo da fungao, basta substituirmos x,—— sna forma canénica da fungi quadrética: carmuto7 «= 199 = be (A yaalos ty a] In Moy) =o Sehr) r-a[o-a)| reef] aa 7 O grafico a seguir ilustra 0 ponto de minimo da parabola X,, ¢ 0 valor minimo correspondente Y,,. 37 EXERCICIO RESOLVIDO (ENEM 2000) Um bosto tem um paiblico alvo ¢ alastra-se com determinada rapidez. Em gerel, essa rapidez é diretamente proporcional ao nimero de pessoas desse piiblico que conhece 0 boato € diretamente proporcional também 20 nimero de pessoas que no 0 co- nhece. Em outras palavras, sendo R a rapidez de propagaco, P o piiblico-alvo e x 0 ntimero de pessoas que conhece o boato, tem-se: R(x) = kx(P-x), em que k 6 uma constante positiva caracteristica do boato. Considerando 0 modelo acima descrito, se 0 pablico-alvo é de 44000 pessoas, entdo a maxima rapidez de propaga¢ao ocorreré quando o boato for conhecido por um nimero de pessoas igual a (a) 11000 (b) 22000 (©) 33000 (d) 38000 (e) 44000 190 = carimuo 7 Resolugao Como o piiblico-alvo é de 44000 pessoas, temos P=44000. Substituindo 0 valor de P em R(x) = kx (P-x), ternos R(x) = kx(44000-x) = —kx? + 44000kx. Como k é uma constante positiva, 0 coeficiente de x? em R 6 negativo. Portanto, valor maximo de propagacao R ser alcancado quando o ntimero de pessoas x corresponder 20 ponto de maximo de R. Assim, sabemos que 0 ponto de maximo & b __ 44000k 28) = 22000 Logo, a resposta é a letra b. 4 Vértice Vocé deve ter notado no exercicio resolvido queo © ponto de maximo ponto de maximo tema mesma férmuladoponto tem a mesma de minimo, assim como a formula dovalormaxi- frm ula do ponto mo é igual 4 frmula do valor minimo. Vamos ver a explicagdo para isso a seguir. de minimo, assim Chamamos por vértice da parabola o ponto COMO a férmula do PA associado a fungio quadritiea Valor maximo ¢ igual +DX+C. a formula do valor O grafico da fung4o quadritica possui um jinimo, cixo de simetria que passa pelo vértice da paré- bola e ¢ perpendicular ao eixo dos x. O eixo de simetria funciona como um es- ividindo a parabola em duas partes. y cau 7 « 191 Analise os grificos: fa’ EXERCICIO RESOLVIDO 1. Determine os intervalos onde a funcao fx)=-x7+x+2 & crescente e decrescente: Resolugao Como , Sabemos que a concavidade de f é para baixo, sendo 0 vértice o ponto que 0, 0 menor valor de y corresponde a ordenada do vértice da pardbola. Aimagem da fung#o, quando a>0, serd Im(f)= [- Ate [ Analogamente, no caso em que a<0, 0 maior valor de y corresponde & orde- nada do vértice da parabola, e, portanto, a imagem da fungao sera: 9 _EXEMPLO Seja fix) = x?— 4x + 3. Como a=1>0, 0 menor valor de y 6 dado por: 194 = cariruo 7 Nesse caso, /m(f) = [-1,+29f, como vemos no gréttco: carituto 7 « 195 6 Soma e produto das raizes Como vimos, as rafzes da funcao de segundo grau f(x) =ax7+bx+c so: 2 ++vh _ b-va a 7 a a5 Asoma das raizes desta fungdo de segundo grau é dada por: 8 ~b+VA | -b-VA _ -b+VA-b-VA _-2 oats PEM ee Se 2 2 2a 2a ou J4o produto das raizes desta fungaio de segundo grau € dado por: =b + Vi ,-b=VA cb + Vaicb VA) _ (b= 4 _ Peg eae dae dae 47 a ‘4a? “47-9 ou 9 EXEMPLO (ENEM 2010) Nos processos industriais, como na inddstria de ceramica, é necessério 0 uso de fornos capazes de produzir elevadas temperaturas e, em muitas situagGes, o tempo de elevacdo dessa temperatura deve ser controlado, para garantir 2 qualidade do produto final @ a economia no processo. Em uma industria de ceramica, 0 forno é programado para elevar a temperatura ao longo do tempo de acordo com a fungéo em que T é o valor da temperatura atingida pelo forno, em graus Celsius, ¢ t € 0 tempo, em minutos, decorrido desde o instante em que 0 forna é ligado. 196 = carimuo 7 Z t+ 20 pora Ost<100 2 2 16 iat t+ 320 para t2100 Uma pega deve ser colocada nesse forno quando a temperatura for 48°C e retirada quando a temperatura for 200°C. 0 tempo de permanéncia dessa peca no forno &, em minutos, igual a: (@ 100 (b) 108 (©) 128 @ 130 (©) 150 Resolugao Temos duas situagdes: (WD Para Ost<100, a func&o a ser considerada & T(t): +20 Determinamos a temperatura T para t=0 © T=100, fazendo: TiO) = Zo +20=20 T(100) = 2100 +20 = 140 + 20 = 160 Dessa forma, quando 0 0), ou maximo (a < 0): vértice V; 5. Eixo de simetria da pardbola: reta que passa por Ve 6 paralela ao eixo dos y. -b+vA 2a Esboce 0 grafico da fungao f(x) =-x?-x-3: Resolugao 1. Concavidade da parabola - coeficiente a: Como a=-1<0, a concavidade da parabola 6 voltada para baixo. 2. Onde a parabola corta 0 eixo dos y - coeficiente c: Como ¢=-3, a pardbola corta o eixo dos y em (0,-3). 3. Pontos em que a pardbola intercepta 0 eixo dos x= rafres: 900 = carinuo 7 A=b? 4ac=(-4)?-A-1)-3)= 16-1254 ~btVA_ 442 f3 22d 4, Como a=-1<0, teremos um ponto de maximo, sendo o vértice: V=-b2a, ~Ada=-(-4)2(-1), ~44(-1)=-2, 1 Desse modo, 0 grafico de f é dado por: 8 Estudo dos sinais da fungao quadratica Estudar o sinal de uma fung&o consiste em determinar os intervalos de x nos quais esta funcdo possui imagem positiva (f(x) >0), imagem negativa (f(%)<0) e imagem nula (f(x)=0). Oestudo do sinal de uma fungdo quadrdtica depende da concavidade desta fungao e a mudanga de sinal da fungao quadrética est intimamente ligada &s ratzes desta funcao. (7 -Resumo Podemos resumir 0 estudo dos sinais de uma funcao quadratica com 0 auxilio dos seguintes gréficos: carat 7 « 901 = a cra yl yo aos y 1APOn x <0 0 Po” vs" E97 EXEMPLO Estude 0 sinal da funcio quadratica fix)=x*-4x+3: ResolucZo ‘Ao montar o grafico de f, apresentado abaixo, determinamos suas raizes x,=1 e x,=3. Entao, verificamos de imediato que f(x)=0, quando x=x, € x=x,, A imagem de Fé positiva, ou seja, f(x) >0, no intervalo x<1 ou x>3. Jé a imagem de 6 negativa, ou seja, f{X)<0, no intervalo 10 ¢ suas raizes sio x=1 ¢x=5. Podemos agora identiticar o sinal de imagem de ‘no esquema a seguir, que tem como orientago exo dos x. raizes => 1 5 Ge WD glx)=(x-4) Sabemos que g 6 uma funcai raizes => (UM) hi)=x2-11x-24 Temos que a=1>0 ¢ suas ralzes sao x=3e x=8. raizes => 3 8 x?- 11x + 24 ate = = = inear crescente com mpd Como a fungao A est4 no denominador, ela no pode assumir valor zero. Assim, as rafzes desta equagdo n&éo podem pertencer & solucao. Para analisar a inequago, montarios um quadro com os sinais da imagem das fungoes fg € he estudamos o sinel do produto do numerador junto com o sinel do denominador, lembran- do-se de excluir as rafzes de h, j4 que o denominador no pode ser nulo. carro 7 « 903 inequagao Representamos a solugo da inequago por: S=(KER| 1x<3}U{KER| 45x55}U{KER| x>8) 9 Fungao modular CY conceio Médulo de um numero real Definimos médulo ou valor absoluto de um numero real x como: a{x« x0 M4 { 220 9 EXEMPLO a z sla t Nia 9.1 Interpretagao geométrica do médulo Na reta numérica, |a| representa a distancia do ponto a ou do numero a até a origem 0. 204 = capituco 7 97 EXEMPLO 4, 0 44 [4] éadisténcia do nimero 4 até a origem e |-A] € a distancia do numero -4 até a origem. Note ‘ue as distancias coincidem. 9.2 Propriedades de médulo Para todo xy € R, siio validas as seguintes propriedades de médulo: L bd>o Prova Comox € R, podemos ter x>0,x=00ux<0. Vamos examinar cada um dos casos: + Parax>0, pela definigao de médulo, temos que [x|=x>0. + Parax=0, pela definigao de médulo, temos que | + Parax<0, pela definicao de médulo, temos que [x Assim, |x]20, para todo x € R. I, ixl=Oex=0 Prova Para provarmos um “se e somente se” (+), precisaremos provar a “ida” (=)ea “volta” (=). + (3) Provando que x|=0 = x=0. Se |x|=0, temos que o ponto x tem distancia zero da origem, ou seja, x- + (=) Provando que x=0 =|x|=0. Se x=0, pela definigio de médulo, temos que [x|=x-0. cariruo7 # 905 MHL Ixllyl=lxyl Prova ‘Vamos considerar todos os casos posstveis de sinais de xe y. + Sex20ey20, temos que xy20. Portanto, da definig&o de médulo, temos que |x|=x, =v € [xyl=xy. Assim, bIVi=xv=by1- + Sex>Oey<0, temos que xy<0. Portanto, da definicao de médulo, temos que |x|=x, lyl=y e byl=ay. Assim, Ixllyl=ey=Pyl- + Sex<0ey<0, temos que xy>0. Portanto, da defini¢aio de médulo, |xy]=xy>0,|x|=-x>0 e |1=-y>0. Assim, |xI1=( A=HY=b- + Sex0, temos que xy<0. Portanto, da definigio de médulo, yxy|=-69))>0)x|=-x> Oe [y]=y>0. Assim, [x1=Cx) y=) =by. + Sex#0ey=0, temos que [y|=0exy=0. Portanto, |x\ly\=0-x=0=)nyI. We bP = x Prova Da propriedade (IM), temos que |x|}x|=[xx|>|x|7=)? , pois x? > 0. Ve el sx <|xl Prova + Sex20, temos que [x| = x 2 Oe-Ixi <0. Assim, -Ix] |a|=|b|=0 = b=0ca=0 = a=b IL. b=0 = |a|=|b|=0 = a=0 e b=0 = a=b IIL. a>0,b>0¢ |al=|b| + a=b IV. a>0 e b<0 = |al=|b| + a=-b V. a<0e b>0= |a|=|b| = - a=b > a=-b VI. a<0e b<0¢ |al=|b| = - a=-b > a=b Pudemos verificar que: |a|=|b| = a=6 oua=-b + (©) Provando que, para a,beR, a=b ou a=-b = |a|=[b]. Para a,beR, suponha que a=b ou a=-b. Se a=6, entao temos que |a|=|b]. Se a=-b , entdo temos que [al=|-b|=|(-1)b|=|-|,[6|=1.[6|=|b). Note que usamos acima a propriedade (111) do médulo. cariruto7 © 91] [9 EXEMPLO Resolva, em R, a equacdo modular |3x-1|=|2x+3|: Do resultado 2 acima, temos que: Bx-1=2x+3 ou 3x-1=-(2x+3) x=4 cu Sx=-2 x=4 OU x=-2/5 2 S=(F 4h 11 Inequagdes modulares Vamos agora ver dois resultados importantes sobre inequacdes que envolvem fangdes modulares. 11.1 Resultado 1 a>0 © -acxca Prova Considere a>0. Da definic&o de médulo, temos que |x|=x e |x|=-x, pois depende do sinal de X, Entdo, segue que: b]-a@ -acx

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