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Alphonse Bué Alphonse Bué 2 Prefacio do autor Escrevi este livro no intuito ndo 86 de vulgarizar 0 modo mais simples de curar, como também com o fim de Ihe propagar as aplicagdes. Tal como se infere do seu titulo, esté destinado a ser manuseado como um resumo dos processos magnéticos, apresentando o que ha de essencial nos numerosos tratados publicados sobre esta matéria, Resultado de um estudo acurado dos mestres, @ de uma experiéncia pessoal adquirida em vinte anos de prética, recomenda.se este guia a todos os homens de boa vontade, desejosos de, por si mesimas, allviarem os sofnmentas dos seus semelhantes, Recomendamo-lo principalmente aos pals e maes de familias, que encontrarao nesta instrugao Tormulada com a maior clareza possivel, e pela aplicagao de processos muito simples, um meio natural de promover sem medicagao alguma, 0 desenvolvimento normal das seus fllhos, 0 que thes permitiré evitar os desvios de crescimento tao desastrosos em suas consequéncias, combater qualquer sintoma a medida que se apresente e, deste modo, manter permanente em seu Toco "este precioso elemento constitutivo da felicidade"” a Satidel © estuto do magnetismo abrange tes graus distintos 19) 0s processos praticos, 29) as consideracdes psico-fisiologicas; 30) as aplicagdes terapeuticas. Foi assim que julguei curial dividir este estudo para apresent-lo 20 ptiblico em uma progressio léeica, suscetivel de evitar qualquer espécie de confusao. A primeita parte, sob a denominagao de Manual Técnico, que publicamos hoje, compreende a enumerago e a explicagao dos processos praticos: € © primeiro graui de instrugao, muito suficiente para qualquer aprendiz magnelizador. Porém, para conseguir ser mestre, para conhecer a fundo 0 magnetismo debaixo do ponto de vista te6rico & pratico, seré de vantagem estuder as matérias contidas nas duas outras partes, que nos propomos: publicar proximamente como complemento deste manual. Alphonse Bué 3 Prefa Sem que tenhamos a pretensio de apresentar uma tradusao do presente livrinho escoimada de erros e impropriedades de termos, temos, entretanto, plena convicgéo de cingirmo-nos ao original tanto quanto nos foi dado a indpia dos nossos conhecimentos no assunto. Jé de hé muito se fazia mister uma nova diegao deste manual. O acolhimento que teve a primeira edigao, se bem nao tivesse sido um sucesso de Livraria, como vulgarmente se diz, teve, entretanto, uma saida muito auspiciosa, animando-nos a ‘empreender de novo esta tarefa ‘Os que leram e, por certo, iio foi pequeno 0 nimero dos Ieitores, nos trouxeram a conviego de que o assunto ja conta um niimero avultado de afeigoados que, por sua vez, depois de praticarem, iro propagando os incomensursveis, beneficios hauridos com o emprego dos eflivios magnéticos no tratamento das varias modalidades mérbidas que afligem a Inumanidade Quanta Ligrima enxugada, quanta dor, quant 6s incrédulos sao ainda motivo de chufa e de desdém. ‘Uma infinidade de casos bem observados ¢ importantes tem obedecido terapéutica fluidica. O proprio tradutor deste trabalho iniimeras vezes teve ocasifo de empregi-la e em emergéncias em que uma intervengao imediata se fazia necesséria e mmca teve ocasiso de se arrepender. Achamos que deviauos com mais propriedade mudar o titulo do livro para Terapéutica auagnética em vez de ‘magnetismo curador, que, de modo algum, obedecia ao seu objetivo, parecendo-nos antes uma adjetivagao forense. Nao altera a ess8ncia do livro e traduz melhor o seu intuito. ‘Nao entramos neste momento no modo pelo qual se operam as curas magnéticas, porque, com fianqueza, néo achamos uma explicagio positiva que nos autorize a expendé ‘© que ha sto meras hipéteses sobre as quais se tem arquitetado teorias mais ou menos especiosas, Respeitemos os fatos bem averiguados, sem preocupasdes doutrindrias e aceitemos, ja que nao podemos negar, que cexistem moléstias fluidieas que s6 cedem A ago dos fuidos magnéticos. Esta é que é a verdade. ‘Nao é um privilégio individual a forga magnética, Todos a tem em maior ou menor grau. Individuos ha, porém, tdo bem dotados desta propriedade, que conseguem verdadeiros prodigios em questao de cura por este meio, Estes sdo o terror dos médicos materialistas e vaidosos que vem o seu orgulho abatido diante de uns simples passes aplicados com toda a modéstia. Felizmente ja nao & pequeno 0 contingente de médicos que aceita 0 magnetismo como agente terapeutico & até aconselham-no nos casos de improficuidade da medicagio aplicada. Abengoados sejam, porque acima da vaidade, que ¢ 0 apansigio da classe, colocam a saiide € 0 bem estar dos seus cenfermos. Que esta nova edigao tenha a saida da primeira e jé nos damos por bem pagos com os frutos opimos que deverao colher aqueles que fizerem uso dos processos metodisados e empregados pelo Sr. Bué cuja exposigio o leitor tera ocasiso de apreciar no curso deste trabalho. da segunda edicgao fligto removidas, gracas ao emprego dos passes magnéticos, que para AC. 12030 1919 Alphonse Bué 4 INTRODUCAO Agao curadora do magnetismo, e maneira pela qual esta agao pode exercer-se no organismo. | A vida € a resultante do conflito de duas forgas opostas: forga centrifuga e forga centripeta (dispersio e conden- sacdo, climinagao reabsoreao).[) O sistema nervoso, regulador fisiologico do organismo, entretém, por sua tensdo normal, este duplo movimento da vida." A ago magnética, por su influéucia direta sobre o sisteua hetvoso, atua no sentido do funcionamento vital, e, mantendo o equilibrio funcional, restabelece e conserva 4 saiide. Nao se pode tratar da patologia, da matérie médica ou da terap@utica, sem que primelro se faga uma idéia do fendmeno vital. A cigncia $6 existe quendo fecundada por uma concepeao fllosotica; € 0 pratico, qualquer que seja a escola a que pertenca, no pode encontrar a explicacao dos seus atos sem que primeiramente tenha levantado este problem em seu espinito e 0 resolve. Esta necessidade de reunit os estudos de anélise sob @ predominancia de uma sintese, promana da propria historia das doutrinas médicas. e pode dizerse que esta historia se resume io antagonismo perpétuo de dois principios: Espiritualismo e Materialismo, conforme se tinha julgado conceder preeminéneia ao Imponderdvel ou a0 Ponderével, ao Espirito ou a Matéra. Anda atualmente esta luta continua: a escola offcial. agindo largamente na constituigdo organica © na influ@ncia dos meios. sacrifica abssolutamente aos agentes fisico-quimicos 0 influxo vital, de que os vitalistas, no seu agodamento de reagyr contra as teorias materialistas,fizeram, também, sem razao de ser, 0 deus ex-maquina de sas concepedes, Infelizmente,levado a dirigir-se aos extremos, o espiite humano confinotse intimamente em especializagdes eestéreis, admitindo apenas a experimentacdo pura, ou transviou'se nos meandros de uma metafisica nebulosa, apotando-se exclusivamente em dados hipotétices. Impulsados pelo ardor da nossa imaginagao nao possumes, geralmente falando, nem o critério nem a prudéncia de nos determos em um meio termo: somos exclusivistas por natureza Impressionados profundamente pela singularidade pasmosa dos fenomenos do univetso, onde nos debxamos arrebatar pelas regides da fantasia, ou, cticos pela razao, nos esforgamos em reagir contra estes desvis, imitando nos a tudo materializar € s6 admitir 0 que cai sob o dominio dos nossos sentidos, Este ultimo excesso, parece-nos, sobrelevotl sempre 0 OUilfo, € eis de quie modo, depois de passados tantos séculos, 0 velho lema da antiga flosofia peripatética: Nihil est intellectu quod prius non fuerit in sensu, ainda é a senta da escola cientitica modlemna E ai que se acha 0 verdadero escolho contra 0 qual tem vindo e viré de continuo chocar-se 0 espinto humano, todas as vezes que tenta ou procura abordar a explicagao dos fendmenos da natureza Referitmo.nos unicamente a0s nossos sentidos para julgar 0 que nos cerca, € nao somente estreitar voluntariamente o citculo de nossas percep0es, mas também é principalmente crlar para nds uma fonte inesgotavel de eros, Efetivamente, quantas coisas existem fora dos nossos sentidos! Quao indimeras combinagdes de formas & forcas thes escapaml E quando casualmente algumas dessas metamorfoses caem sob 0 rai das nossas percenedes, passando por nossos instrumentos sensors, que precaucdes nao & preciso tomarmos para que as ‘aparéncias nao nos enganem? ‘A cada momento algum fendmeno na natureza fomece.nos @ prove: s@ mudemos de lugar com qualquer velocidad, quer em estrades de fer10, quer em aldo, a ilusdo dos nossos sentidos nos apresenta todos 0s objetos movendo se em detredor de nbs. e, entretanto temios 2 sensacao de estarmos imévels. ‘As graduacdes da perspectiva nZo nos mostram os objetos se aproximando uns dos outvos, & proporeo que nos afastamos deles? O homem. finelmente, no comecou por considerar a Terra como o eixo do Universo; @. ludido pelos sentidos. no afirmou que 0s indmeros fogos acesos nas profundezes infinitas do espaco giravam em tomo do seu globo infimo? Para voltar a realidade, para ver as coisas debaxo do seu verdadero aspecto. foinos preciso, ¢ nos é ainda, fazer um esforgo sensivel, apelarmos para certa evolugao cerebral. mut especialmente preposta a elevacao de 1 Tese sustentada pela Sr* Bué em 24 de outubro de 1809 no Congresso Internacional Magnético.

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