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JECAO EM FLUXO CONTINUO. B. F. Reis, M. F. Giné e E. A. M. Kronka Centro de Energia Nuclear na Agricultura — USP; 13400 — Piracicaba (SP). Recebido em 20/07/88, ABSTRACT A brief review is given of the major characteristics of flow injection analysis. Emphasis is placed on flow con- figurations, rs2thodological and practical aspects. Va- ‘lous factors which may lead to variations of sensitivity are discussed. ‘TRODUCAO ‘A andlise quimica por injegao em fluxo continuo, po- de ser definida como um processo de automatizacdo de procedimentos analiticos, no qual a amostra em solugdo, aquosa é introduzida em um fluido carregador que a tansporta em direclo ao detector. Durante 0 transporte ‘a amostra pode receber reagentes, sofrer reagdes quimi- ‘cas e passar por etapas de separagdo, concentragao, etc, Esse proceso foi proposto em 1975 (1) e introduzido ‘no Brasil em 1976 por pesquisadores do CENA/USP (2- 4). Atualmente, em outras universidades brasileiras sto devenvolvidas pesquisas nesta area, e suas aplicacdes tem sido adotadas por muitas indistrias em seus labora- torios. Assim, o nimero de pessoas que utilizam esse processo como ferramenta de trabalho ¢ de pesquisa ver: aumentando ao longo do tempo. ‘A andlise quimica por injegao em fluxo continuo ex- perimentou uma grande evolugdo desde que foi propos- fa, sendo que muitas informiagdes basicas tem sido pu- blicadas. Entretanto, essas informagies estdo dispersas na literatura (5,6), 0 que dificulta 0 aprendizado do ciante. “Alicercados em nossa experiéncia em pesquisas com esse processo, acreditamos que a melhor maneira para entendé-1o, ¢ levantando as suas principais caracteristi. cas, as quais so abordadas neste artigo. SISTEMAS DE ANALISE QUIMICA POR INJECAO EM FLUXO CONTINUO. Em geral, 0 processo de at em fluxo continuo, pode ser dividido em quatro partes: propulsdo dos fluidos, injegdo da amostra, reacao e de- tecgaio. A propulsao dos fluidos pode ser vazfo constante ou a pressto constante. Quando o sistema de andlise tra- balha a vazdo constante, © meio mais empregado para movimentar o fluido carregador ¢ as solugdes dos rea- 2 ‘Quimica Nova 12(1 (1980) entes, é a bomba peristatica. Esta deve possuir torque suficiente para manter a vazo constante, mesmo que ‘ocorram variagdes na impedancia hidrodinamica do sis- tema. A impedancia hidrodinamica aumenta com 0 comprimento do percurso analitico, com a viscosidade das solugoes ¢ com a diminuigao do diametro interno da tubulagdo. Define-se como percurso analitico 0 espago por onde o fluido carregador transporta a amostra para © detector. Em sistemas de anzlise quimica por injego em fluxo continuo a pressio constante, tem sido empregados dis- positivos de ago gravitacional como propulsores de fluidos. Nestes casos, a vaz8o pode diminuir, se aumen- tar a viscosidade das solugdes e/ou as dimensdes de per- curso analitico. Isso limita a versatilidade do sistema, embora seja menos dispendioso para implanté-lo (7,8). © injetor € 0 dispositivo fundamental do sistema de anilise quimica por injego em fluxo continuo. Além de introduzit a amostra no percurso analitico, pode ser em: pregado para selecionar as vazbes do carregador ¢ dos reagentes e também variar 0 comprimento do percurso analitico, © que aumenta a flexibilidade do processo (9-11). Varios tipos de injetores tem sido apresentados na literatura, sendo os mais comuns o de valvula rotaté- ria (rotary valve), desenvolvido por Ruzicka ¢ Hansen (5), € 0 injetor proporcional desenvolvido pelos pesqui- sadores da Segao de Quimica Analitica do CENA/USP, © qual foi empregado na execugdo dos experimentos abordados neste artigo. Esse injetor além de ser muito versatil, € muito facil de ser construido. Consiste em tres pecas de acrilico, sendo duas fixas e uma mével. A pega central pode ser deslocada em relagto as laterais, um ppasso para frente ou para tras, e vice-versa, conforme mostra a figura 1. Por meio desse movimento o injetor coleta a amostra ¢ a insere no percurso analitico. © percurso analitico € onde ocorrem as reagdes q micas necessarias a detecedo da espécie de interesse. As- sim, 0 dimensionamento do mesmo deve levar em con- 1a, 0 tempo de residéncia da amostra, e portanto, as va 2Bes do carregador e dos reagentes. ‘A figura 2 mostra que o aumento do percurso analiti- 0, implica em diminuicao da absorbancia, o que ocorre devido ao processo de dispersio (5). Se houver uma rea- ‘#0 quimica em desenvolvimento, © ganho de sinal, & ‘medida que a reagio progride, pode ser maior que a per- da por dispersdio. Neste caso, o comprimento do percur- so analitico deve ser escolhido em funglo da cinética da reagdo. O tempo de residéncia da amostra aumenta com ‘ percurso analitico, figura 2, 0 que resulta em diminui- Uma caracteristica importante da andlise quimica em fo da velocidade analitica (nimero de determinagées__fluxo continuo a vazo constante, € que o tempo de or hora). trdnsito entre o injetor eo detector, & exatamente o mes © tempo de residéncia da amostra pode ser aumenta- mo para padrdes ¢ amostras, podendo, em visia disso, do, diininuindo-se a vardo do carregador, quando for as leituras serem feitas sem a teagdo se completar. Essa rnecessario tempo mais longo para o desenvolvimento da _caracteristica pode ser aproveitada para ajustar o sinal reagao, produzido dentro da faixa de operagdo do instrumento, AL a (is Figura 1: Diagrama de Fuxo em Linha Unica. D~descarte, DE - detector, A-amostr, R-tealor, CA -categador ds amosra,L- alga de amos Uwagem, AL alavanca. As 3 barrasretagulares ormam oinjelor. As lnhastracejadasindicam passages intenas”A area achriads indica outra posi de repouso da barra central eas Hechasindicam of senidor da movimentagao dos Nuidos A | ho os: 8 8 A A 0 20 30 40 3 [igara 2: Efi do comprimento da alga de amosiragem ¢ do percursoanalitio na dsperso. Griticos obidoscom o sistema da figura 1. Os rh ‘cos da equerda e os da drei, foram obtidos com percursoanalltco de 100 «de 200 cm respecivament. Ae Bcorrespondem is a- ‘as de amostragem de 12,5 ¢ 25 cm respecivamente. O prcurso analltico eas aleas de amostagem foram fitos com tubo depotetle- ‘ode 0,8 mm de dilmetro. A solugdo earregadora CA fo aceato de sbdio 0,2 M (pH 4,7 com vazSo de 3,6 ml/min ecomo amostra A foi empregadasoluedo 0,019 m/v de canina eriocromo-R preparada com a ylugio CA. A detec foi efetuada em $40 nm. QUIMICA NoVA 1241) (1968) 8 Assim, para amostras concentradas, pode-se aumentar 1a vazdo do carregador e desse modo aumentar a veloci- dade analitica. Quanto aos detectores, tem sido empregados, prati ‘camente, todos aqueles usuais em quimica analitica: pectrofotdmetros de UV-VIS (1,4), espectrofotdmetros de absoredo at6mica (12), potenciémetros (13), conduti vimetros (14), espectrOmetro de emissdo com plasma(15), etc. CONFIGURAGOES DOS SISTEMAS. sistema de analise quimica por injego em fluxo continuo mais elementar, é 0 de linha dinica, mostrado na figura 1. Nessa figura, 0 injetor esta na posicao de amostragem, sendo a amostra bombeada através da alga, de amostragem. Deslocando-se a parte central do inje- tor para a outra posigdo de repouso, insere-se a alga de amostragem no caminho do fluido carregador e este transporta a amostra em diregdo ao detector. Durante 0 transporte a amostra se dispersa continuamente no flui- do carregador, gerando um gradiente de concentragdo no percurso analitico. Monitorando-se a saida do detec- tor com um registrador potenciométrico, obtém-se 0 grafico mostrado na figura 2. Em sistemas de analise quimica por injegdo em fluxo continuo, existem além das caracteristicas propria da eagio quimica envolvida, aquelas relacionadas com a dindmica de fluidos. Essas caracteristicas devem ser consideradas quando projetamos o sistema de analise para a determinagdo da espécie quimica de interesse Para verificar as caracteristicas intrinsecas da dindimi- ca de fluidos foi empregada uma solugdo de um corante, para simular a amostra e um sistema semelhante ao da figura 1 com um carregador inerte. ‘© volume de amostra empregado em cada determina- fo, definido pelo comprimento de alga de amostra- gem. Aumentando-se 0 comprimento da alga aumen- ta-se 0 sinal gerado pelo detector, conforme mostram as figuras 2 e 3. Entretanto, a figura 3 mostra, também, que o aumento do sinal com a alga de amostragem tende um limite maximo. Essa leitura maxima corresponde & situagdo de minima dispersdo e obtida substituindo-se © carregador pela amostra. Diz-se, entdo, que a amostra esta em volume infinito, Calcula-se a partir da figura 3, que as leituras de absorbancia para percuso analitico de 50 em, esto em torno de 20, 32, 48, 76 98% da leitura de volume infinito, para algas de amostragem de 12,5; 25,0; 0,0; 100,0 € 200,0 cm, respectivamente. ‘A figura 3 mostra que leituras com valores acima de 75% daquele obtido com a amostra em volume infinito, so conseguidas quando © comprimento da alga de amostragem é, no minimo, o dobro do percurso analiti- 50 150 250 em ‘igura 3: Efeito do comprimento do pereurvoanaltico na disper. As curvas A, B, C, De Ecorrespondem as alas de amostragem de 12.5; 0:50, © amosta foram deserts oa figura 2 “ ‘Quimica NoVA 1211) 1960) 100,0 ¢200,0 em de comprimento. A curva Fcorresponde a liura com smosra cm volume infnito. A slusdo ca'vegadora 0,5 10 20 30s ‘Figura 4 Eteito do comprimento de aca de amostragem na estequiometria da reap. As curvas Ae B correspondem 4s alas de amostragem de 12,5€25 cm de comprimento. Abvorbdncia mei com vasio de 3,6. ml/min. 0, Isso demonstra que a dispersao diminui quando a ‘mentamos a alga de amostragem em relagdo ao percurso analitico. Porém, se a determinacao da espécie quimica de interesse depende do desenvolvimento de uma reagao uimica, € necessario que a amostra e o reagente se mis- turem. Em sistemas de linha nica isto ocorre somente por dispersao, assim, a concentracdo do reagente na re~ sido de distribuigdo da amostra, pode nao ser suficiente para satisfazer a estequiometria da reagdo, conforme ‘mostraa figura 4. A formagdo de pico duplo, observado para alga de amostragem de 25 cm, indica que no centro da amostra a mudanga de pH, nfo foi suficiente para produzir 0 maximo de absorcdo pelo indicador, confor- me ocorreu para a alga de 12,5 cm de comprimento. Es- sa figura nos mostra que ha uma razo étima entre os comprimentos da alca de amostragem ¢ do percurso analitico para satisfazer a estequiometria da reagdo. Portanto, a alga de amostragem nao pode ser aumenta- da indefinidamente, o que prejudica a determinagao em amostras muito diluidas. Sistema em confluéncia As limitagdes do sistema em linha dnica foram resol- vidas, adotando-se a adicdo do reagente por confluén- fa em 460 nm epercuso analitico de 100 cm. Soluedo carregadora, CA HCLO0IM mo amostra fl usada uma solueto de azul de bromocteol 0,018 m/v em tettaborato dered 0.1 M. cia (4), conforme mostra o diagrama de fluxo da figura 5. O reagente adicionado por confluéncia, logo apés 0 injetor, permite que cada fragdo da amostra receba a mesma quantidade de reagente. ‘A partir da confluéncia somam-se as vazdes do carre- gador e do reagente, entdo a amostra é distribuida em tum espaso maior que © ocupado anteriormente, 0 que corresponde a uma diluigdo. Neste caso, a amostra ocu- pa uma maior fragdo do percurso analitico, o que é equivalente a0 emprego de uma alca de amostragem mais longa, e isso diminui a dispersdo. Assim, € conve~ niente que se conhega em que extensdo a intensidade do fluxo confluente afeta a magnitude da medida. AA figura 6 nos mostra que a vazao do fluido adicio- nado ao carregador na confluéncia, atenua mais as lei turas obtidas com as algas de amostragem mais longas. Entretanto, se a vazdo do fluxo confluente corresponde 50% da vazdo do carregador, a atenuagao observada é de 20a 30% do valor da leitura obtida com sistema de li- nha nica. Esses valores foram observados para algas de amostragem em que os respectivos comprimentos, co respondiam a 12, 25 e $0M% do percurso analitico. Por- tanto esse é um dos recursos que se pode empregar para melhorar a detecgo, quando a amostra é muito dil da. A vazio do carregador também afeta a magnitude QUIMICA NOVA 1241) (1980) co Rg R A860 DE OL AL a a igora 5: Diagrama de fuxo em conftncia. Rg 60 reagente adicionado na confuéncia, 6: oz > 2 a 6 ml/min ‘igara 6: Efeito da vazto do fuxo confluent na despersto. As curas A, Be Ccorrespondem ts alga de amostragem de 12,5;25,0¢ $0,0cm res- pectivamente. Aamoutra eo caregador foram os mesmos das figuras 2e 3 percurso anal fi de 100 cm. A vazBo do huxocare- {dor fol de 2 ml/min. oo ‘Quimica NOVA 1211) (1960) 04 . = : ‘igura 7: Eteito da vax do caregador na dspersto da amosra. As cuvas A, Be C correpondem 2s ales de amostragem de 12,8; 2,0. $0.0 em de comprimento respectivamenteO percursoanalico fol de 100 cm. Os demals parametros foram ox mesmos da figura 6. das medidas conforme mostra a figura 7. Observa-se nessa figura, que a melhor leitura é obtida, quando a va- 240 do fluido carregador esté em torno de 3 ml/min. En- ‘Ho, para essa vazdo a dispersdo da amostra é minima. Sistema com zonas coalescentes. No diagrama de fluxo mostrado na figura 5, 0 tea- gente € bombeado continuamente, sendo consumido ‘mesmo na auséncia da amostra no percurso analitico. Isso representa um desperdicio de reagente, o que pode set evitado, empregando-se 0 processo ‘merging 20- res" ou de zonas coalescentes (12, 15, 16, 17, 18, 19). Na figura 8 € mostrado um diagrama de fluxo para implementar esse processo, onde se observa que ao mes- mo tempo so coletadas as aliquotas da amostra € do Feagente. Quando 0 injetor comutado para a posigo de inserao, ambas as aliquotas s40 deslocadas pelos respectivos carregadores e coalescem na confluéncia. A quantidade de reagente consumida por determinagdo, & Gefinida pelo comprimento da alga de amostragem do reagente. Esse processo apresenta uma boa economia de reagentes, porém torna-se invidvel quando 0 reagente presenta absorbancia alta na mesma faixa do compos- to formado. Sistema com reamostragem. Quando a amostra é muito concentrada, diminui-se ‘© comprimento da alga de amostragem, para situar a concentragdo da espécie de interesse na faixa operacio- nal do instrumento. Como 0 comprimento da alga de amostragem nao pode ser diminuida indefinidamente, ainda podemos adotar uma confluéncia com vazio maior que a do carregador, ou aumentar 0 comprimen- to do pereurso analitico para diluir a mostra. A figura 6 mostra que a confluéncia, € pouco eficiente na atenua- so da leitura, quando o comprimento da alca de amos- tragem & da ordem de 10% do percurso analitico. O aumento deste percurso aumenta 0 tempo de resistén- cia da amostra, conforme mostra a figura 2 e isso dimi- nui a velocidade analitica. Devido a dispersfo, a concentraglo da amostra varia ponto a ponto, na fra¢ao do percurso analitico onde a amostra esté distribuida, conforme mostra a figura 2. ‘Tomando-se uma frago da amostra dispersa do-se em um segundo percurso analitico, ela se dispersa ‘novamente tal como ocorreu no primeiro. Isso é equiva- lente a duas diluigdes sucessivas, feitas manualmente. ‘QuIMICA NOVA 12(1)(1985) a Esse processo é chamado “‘sampling zones" ou rea- _portada através da bobina B. Quando o injetor é comu- mostragem (20) ¢ na figura 9 & mostrado um diagrama _tado para a outra posicdo a fragao da amostra contida de fluxo para implementé-lo. O injetor na posigao de re- em L2 ¢ inserida no segundo carregador, ¢ se dispersa pouso indicada nessa figura, insere a amostra no primei- novamente enquanto € transportada para o detector. ro carregador no qual ela se dispersa, enquanto é trans- DE -——~> Figura 8: Diagrama de uxos com zonascoslescentcs. LI ¢ L2 sto as alas de amosragem do reagene Rg d8 amostra A, Cr ¢0caregader do R TOT. DE B > SA ce a SB ‘Figura 9: Diagrama de us para reamostragem. B bobina de desperso, L2 aga de reamostragem, SA e SB solenoides. Os demaissimbolos possuem o mesmo significado adotado nas figuras anteriores 8 ‘QUIMICA NOVA 121)(1980) Assim variando-se o tempo de permanéncia do injetor nessa posicdo, podemos conseguir varios niveis de ate- nuagao da leitura, conforme mostra a figura 10, onde os trés conjuntos de picos menores correspondem a 20, 10 € 6% do valor dos dois picos maiores, que foram obti- dos usando-se a amostra sem dispersar. Na implementagao desse processo 0 injetor ¢ omut do com a amosira em movimento a ravés da alca de amostragem L2, em vista disso a reprodutibitidade das medidas depende da preciso do controle do tempo de somutagdo, 0 que ex'ge 0 emprego de um injetor auto- matico com controle eletrdnico (20, 21). As figuras 2 ¢ 10 mnostram que variando-se 0 tempo de comutagdo do injetor, podemos selecionar aliquotas da amostra dispersa, desde zero até um valor maximo. ‘Assim, podemos gerar uma curva de padronizagdo par- tindo de um Gnico padrdo concentrado. Isso permite {que se implemente, de maneira automatizada, a técnica de adigdo padrao (22) Sistema monosegmentado. © methor modelo aceito para explicar a dispersto da amostra no carregador, & 0 de fluxo laminar (5, 6) Quando a amostra & inserida no carregador, ha uma perfeita coalescéncia entre ambos, desde que as duas so- lugdes sejam aquosas. Essa coalescéncia ajuda promo- ver a dispersdo, e, a cada instamte, o espago onde a amostra esta distribuida corresponde a uma maior fra- 40 do percurso analitico. A 0,8 0,4 4 Intercalando-se um fluido imiscivel entre a amosira ¢ © carregador, evita-se 0 contato entre ambos, ¢ a fr 40 do percurso analitico ocupado pela amosira perma- nhece constante, enquanto @ mesma é transportada para (© detector. E em vista disso a amostra nao se dispersa. Esse proceso foi chamado fluxo monosegmentado (23, 24, 25) e a figura 11 mostra um diagrama de fluxo para implementé-lo. Observa-se nessa figura, que a amostra € inserida no percurso analitico entre duas bolhas de ar contidas em LI € L3, que evitam 0 contato entre as duas solugdes. Dependendo do tipo de instrumento empregado, as bolhas de ar precisam ser removidas antes da deteccao, € isso tem sido feito, incorporando-se ao percurso analiti- 0, uma cdmara de separacdo com membrana de 1e- flon (24). Adotando-se esse processo, isto é, injegdo em fluxo monosegmentado, é possivet melhorar o limite de detec- glo dos métodos analiticos, sem aumentar © compri- mento da alga de amostragem. Isso resulta em diminui- go do consumo de reagentes € aumento da velocidade ‘Outros sistemas. Varios procedimentos analiticos usuais tem sido in- corporados ao processo de anilise quimica por injecao fem fluxo continuo. Por exemplo: extracdo por solven- tes (26, 27), destilagao (28), concentravdo e separacdo com resina de troca idnica (21, 29, 30), geragao de fase Basosa (31, 32), ete 8 min Figura 10; Efeto da reamostragem na dispersto.Picos obtidos com o sistema da figura 9 com ayas Lie L2 de 25cm, Bde 200m, reatorR de {0Gcm, vanto de CA e CA' de 8,6mi/min. Aamosira Ae a solugdes cartegadores CA e CA’ foram as mesnasusadas para as igus 22 6. Or picos males foram obudos substuindo CA” por A. Os demas picos I wn obsidos reamostrando apos 15, 18¢ 2ix, ‘QuiMIcA NOVA 12(1 (1960) DE fo Fiquen 11: Diagrama de xo de sistema monosegmentado com af. ala de amostragem,L1¢L3 ales para inserc as bolhas de ar (AR), S che ‘mara de separach de fases com membrana de teflon. Os demas simbolo potstem 0 mesmo significado adotado nas fgune sete. A 06) | i) 0} 4 8 12min ‘gars 12: Grifico de rotna pra determinar cloreto em éguas. Os registos em triplicate da esquerda para a dire cortespondem a $0, 40, 30, 20, 10S mg/ de cloreto, seguldo dos obidos com seis amostras de kgua, % QUIMICA NOVA 12111905) Em todas essas aplicagdes as amostras estdo em solu- lo aquosa. Entretanto ja existe proposta para o empre- ‘g0 de amostra s6lida, na determinagao de componentes em ligas metilicas (33). Neste caso, em lugar da alca de amostragem, emprega-se uma cela de dissolugdo eletro- litica, onde a amostra € dissolvida ‘‘on line" com o de- tector. Como resultado, diminui o tempo da anilise, 0 que é de maxima importéncia na industria siderirgica, ANALISE DE ROTINA. Sao caracteristicas importantes da anilise quimica por injecdo em fluxo continuo, a velocidade analitica ea reprodutibilidade das medidas. Isso mostrado na figu- ra 12, onde se observa que 36 medidas foram feitas em 11 minutos, que dé uma velocidade analitica de 196 determinagdes por hora, com preciso caracterizada pot um desvio padrao relative menor que 1%. COMENTARIOS. Concluindo, vale observar que o processo de andlise quimica por injedo em fluxo continuo, além de ser um meio versdtil para se executar andlise de rotina em grande escala, é também uma potente ferramenta para investigagao cientifica, conforme demonstra o grande rniimero de publicagdes. Embora existam no mercado ‘equipamentos especificos para esse processo (Micronal, Bifok, Tecator), o mesmo nao é um sistema fechado que obrigatoriamente deva ser adquirido pronto. Partes fundamentais como o injetor, as bobinas de reacio ¢ a cela de fluxo podem ser construidas no laboratorio € adapiadas aos equipamentos existentes. Pode-se entao afirmar que esse processo associa simplicidade e versati- lidade com baixo custo de implementacao. (Os autores agradecem ao Dr. Henrique Bergamin Fi- Iho pelas suas sugestdes na elabaracdo deste artigo ¢ também a0 CNP, & FINEP e a FAPESP pelo apoio fi- nanceiro recebido. BIBLIOGRAFIA + Ruzicka, J.; Hansen, E.H.; Anal. Chim. 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