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Estruturas de Mercado

Todo o mercado possui dois lados: oferta e procura (demanda). O preço e a


quantidade de equilíbrio nos mercados é resultado da interação da oferta e da
demanda.

Definição
As estruturas de mercado são modelos que captam aspectos inerentes de
como os mercados estão organizados. A estrutura de mercado de um ramo de
atividades descreve as características de um ramo, em especial o número e
dimensão das empresas vendedoras, a dimensão da concentração
empresarial e o grau de homogeneidade de seus produtos.

I Classificação:
Estruturas clássicas básicas (Mercado Transparente: Informação Perfeita e os
agentes são maximizadores de lucros) : a) monopólio; b) concorrência perfeita;
Outras estruturas clássicas: a) concorrência monopolística; b) monopsônio; c)
monopólio bilateral;
Modelos marginalistas de oligopólio: a) modelo de Cournot; b) modelos de
Sweezy, c) Cartel;
II Classificação

 Concorrência perfeita: número elevado de pequenas empresas


produzem e vendem um produto padronizado.

 Concorrência imperfeita: vendedores individuais que detêm alguma


parcela de controlo sobre o preço da produção:

a) Monopólio
b) Oligopólio
c) Concorrência monopolística.
Ilustração gráfica
Demanda de empresa em Demanda de empresa em
Concorrência Perfeita Concorrência Imperfeita
P P
d

d d
d

Q Q
Análise do gráfico :

• A empresa perfeitamente concorrente pode vender tudo o que pretender ao longo


da sua curva horizontal dd sem reduzir o preço de mercado.

• Mas o concorrente imperfeito concluirá que a sua curva de demanda é inclinada


negativamente quando um maior volume de vendas forçar uma queda no seu
preço.
Monopólio
Conceitos para determinar o Preço (P) e Quantidade (Q) de equilíbrio
Receita Total (RT): obtém-se multiplicando os preços pelas quantidades. A
RT atinge o seu máximo no ponto central da curva, além do qual a
demanda é inelástica.

Receita marginal (RMg): é o aumento na receita total que ocorre quando a


produção aumenta em uma unidade. A RMg pode ser positiva ou negativa.

P D

RMe
RMg
Q
Quantidade Preço Receita Receita Media Receita
q P = RMe = RT/q Total RT/q Marginal RMg
RT = P x q

0 200 0 0
1 180 180 180 180
2 160 320 160 160
3 140 420 140 100
4 120 480 120 60
5 100 500 100 20
6 80 480 80 -20
7 60 420 60 -60
8 40 320 40 -100
9 20 180 20 -140
10 0 0 0 -180

A RMg negativa significa que, para vender mais unidades adicionais, a


empresa tem de diminuir tanto o seu preço, que as receitas totais se
reduzem.
Monopólio
Hipóteses:
 O setor é constituído de uma única firma;
 Firma produz um produto para o qual não existe substituto próximo;
 Existe concorrência entre os consumidores; e
 A curva de receita média é a curva de demanda do mercado (DD)
indica os diferentes preços por quantidades que serão recebidos quando
o monopolista decidir vender quantidades diferentes do produto.

Demanda de monopólio
P d

RMg
Q
O PONTO DO LUCRO MÁXIMO

CONDIÇÃO: RMg = CMg


Barreiras de entrada
Dimensão reduzida do mercado
Existências de patentes
Proteção oferecida por leis governamentais
Controle das fontes de suprimento de matérias primas para a produção de
seu produto.

Maximização do Lucro
 Encontrar o P* e Q* de equilíbrio, que permitem o maior lucro, ou a maior
diferença entre RT e CT. Uma importante conclusão é que o lucro máximo
ocorrerá quando a produção se encontra ao nível em que a RMg é igual ao
seu custo marginal.

 Em razão das vantagens, o monopólio pode apresentar lucro maior que


outros setores. É interessante distinguir entre lucro normal e lucro
extraordinário. O lucro normal inclui a remuneração do empresário, seu custo
de oportunidade; o lucro extraordinária é resultado dos fatores que criariam a
situação de monopólio, e que permitem ao monopolista auferir um lucro
acima do normal.
Demanda da firma Demanda do mercado

D
P P O

P = RMg = RMe = D

Q Q
 O concorrente perfeito tem uma parte tão insignificante do mercado que a
demanda lhe parece completamente horizontal (perfeitamente elástica). O
concorrente perfeito pode vender todo o que quiser ao preço de mercado.
Preço é uma variável exógena neste caso, pois não é determinado pela firma.

 O preço de mercado é a receita adicional que a empresa obtém por cada


unidade vendida.
Maximização de lucro em concorrência perfeita:

-Condições:

• p ≥ CVM

• CMg = RMg
Outras estruturas clássicas
Concorrência monopolística
Também chamada de concorrência imperfeita, caracteriza-se fato de que as
empresas produzem produtos diferenciados, embora substituídos próximos.
Ex: diferentes marcas de refrigerante.
Cada firma tem determinado poder sobre a fixação de preços, ou seja, a
curva de demanda é negativamente inclinada, embora bastante elástica, pois
a existência de substitutos próximos permite aos consumidores alternativas
para fugirem de aumentos de preços.
Não existe barreiras á entrada de firmas, o que significa, a longo prazo, uma
tendência para a existência de lucros normais.

Oligopólio
Caracteriza-se pela existência de reduzido número de produtores e
vendedores fabricando bens que são substitutos próximos entre si.
Estrutura de mercado que prevalece no mundo ocidental, na indústria e no
transporte aéreo e rodoviário, nos setores químicos, siderúrgicos e outros.
A decisão de um vendedor influencia o comportamento econômico de outros
vendedores.
Monopsônio e oligopsônio
O monopsônio é caracterizado pela existência de muitos vendedores e um
único comprador. É uma estrutura que pode permanecer no mercado de
trabalho. Ex.: Um empresa que se instala no interior e demanda toda a
mão-de-obra da cidade.

O oligopsônio é o mercado em que existem poucos compradores, que


dominam o mercado, e muitos vendedores.

Monopólio bilateral
Defrontam-se um monopsonista e um monopolista. Tipicamente, o
monopolista deseja vender dada quantidade de produto por um preço, e o
monopsonista deseja obter a mesma quantidade por um preço diferente
daquele pretendido pelo monopolista.

Como ambas as posições são conflitantes, somente a negociação


recíproca permite a definição do preço.
Modelos marginalistas de oligopólio

Estrutura com poucos vendedores com poder de fixar os preços e muitos


compradores.

Modelo de Cournot
Modelo de duopólio (duas empresas produtoras no mercado), mostra como
as empresas são dependentes da ação de outras. A característica básica
desse modelo é que os empresários não reconhecem a interdependência
que tem entre si.

Modelo de Sweezy ou demanda quebrada


Busca explicar por que os preços dos oligopólios são relativamente
estáveis. O modelo supõe que cada oligopolista tenha uma curva de
demanda “quebrada”. A dd é elástica para preços acima do preço de
equilíbrio e inelástica para preços abaixo de P*.
Explicação parte elástica: se um oligopolista aumentasse P não seria
acompanhado pelos demais perdendo parte do mercado. Se um deles
baixasse os P para aumentar a fatia de mercado provocaria reação idêntica
á dos demais, diminuindo o lucro de todos.
O cartel perfeito
Cartel é uma organização (formal ou informal) de produtores dentro de
um setor, que determina a política de preços para todas as empresas
que o compõem. Ex.: OPEP.

No cartel perfeito os oligopolistas, reconhecendo a interdependência


que têm entre si, procuram se unir e maximizar o lucro do cartel.
Fixando-se o preço, a questão é como dividir as quantidades entre os
diferentes membros do cartel (capacidade de negociação).

Os cartéis são instáveis: grande incentivo a burlar.

O cartel imperfeito ou modelos de liderança-preço


Constituem uma coalizão imperfeita em que as firmas de um setor
oligopolista decidem tacitamente estabelecer o mesmo preço, aceitando
a liderança de uma firma da indústria. A líder forma o preço e é seguida
pelas demais.
Aspectos alocativos
O exame desses modelos mostra que, dada uma estrutura particular, é
possível determinar o preço e a quantidade de equilíbrio.
Questão: comparando-se os modelos entre si, quais seriam as respectivas
vantagens e desvantagens?
Conceito de eficiência: uma economia é eficiente se está organizada de
maneira que proporciona aos seus consumidores o mais amplo leque de
bens e serviços, dados os recursos e tecnologia dessa economia. Ocorre
quando nenhuma possível reorganização da produção pode melhorar a
situação de alguém sem piorar a de outrem. Sob as condições da
afetação eficiente, a satisfação, ou utilidade, de uma pessoa pode ser
aumentada apenas com a diminuição da de outra. Eficiência de Pareto.
Eficiência econômica: quando o preço do produto é igual ao custo total
mínimo. Na concorrência perfeita é máxima.
A eficiência econômica sob o monopólio não é máxima.
Em muitos mercados existem ineficiências.
MACROECONOMIA
Introdução
Escola neoclássica: tem como principio o método de análise dos
agentes econômicos, ou seja, perante uma série de opções, os
indivíduos, escolhem a que consideram a mais vantajosa.
Dois métodos pela determinação de Preços e Quantidades:
 Equilíbrio parcial: analisa determinado mercado sem considerar os
efeitos que este possa ocasionar sobre os demais existentes na
economia;
 Equilíbrio geral: tudo depende de tudo, isto é, nas demandas e
ofertas de cada um dos bens, todos os preços dos demais bens são
importantes;
Surge a necessidade de um tratamento mais agregativo e empírico a
analise econômica de responder a perguntas diferentes: como se
comporto o nível de produção ao longo dos últimos anos, como tem
evoluído o nível de emprego.
Objetivo da macroeconomia: analisar como são determinadas as
variáveis econômicas de maneira agregada. Discussão da economia
em termos agregados.
Economia fechada
 Mercado de bens e serviços: efetua-se agregação de todos os bens
produzidos pela economia durante certo período de tempo e define-
se o chamado produto nacional, cujo preço é chamado nível geral
dos preços. (entidades abstratas)
 Mercado de trabalho: no qual se realizam a compra e venda de
serviços de mão-de-obra, se estabelecem salários e o nível de
emprego.
 Mercado monetário: economia cujas trocas são efetuadas utilizando
sempre um elemento comum, a moeda. Mercado de títulos: no qual
os agentes superavitários emprestam para os deficitários.

Economia aberta
 Mercados de divisas: ou de moeda estrangeira. Oferta de divisa
depende das exportações e da entrada de capitais estrangeiros, a
demanda por divisas é determinada pelo volume de importações e
pelas saídas de capital financeiro. Taxa de câmbio é a variável
determinada neste mercado, que é o preço da divisa, em termos de
moeda nacional.
Evolução da teoria macroeconômica
Keynes, 1930
 As economias de mercado tinham capacidade de, sem a
interferência do governo, utilizar de maneira eficiente todos os
recursos disponíveis, ou seja produzir esses recursos com pleno
emprego. Produto e emprego já estariam determinados
representando a efetiva disponibilidade de recursos.
 Insatisfação da tendência automática ao pleno emprego, que
considerava inexistência de desemprego dos trabalhadores.
 Keynes, Teoria geral do emprego, juros e moeda (1936), mostra que
as economias capitalistas não tinham a capacidade de promover
automaticamente o pleno emprego. O governo tinha a necessidade
de orientar sua política econômica no sentido de promover a plena
utilização dos recursos disponíveis na economia.
 Quatro escolas principais no pensamento macroeconômico:
Keynesianos, neoclássicos (monetaristas), novos neoclássicos e
pos-keynesianos.
Medidas da atividade econômica
Estudo dos agregados econômicos, de seus comportamentos e das
relações que guardam entre si.
Agregados econômicos: produto nacional, o nível de emprego e a taxa
de crescimento dos preços
Produto nacional: (tenta) avaliar o desempenho da economia no
sentido de satisfazer as necessidade da sociedade. (Valor total de
transações com bens finais durante um certo período).
Fluxo circular da renda

Mercado de fatores

Empresas
Individuos

Mercado de produtos

Fluxo de bens e servicos Fluxo monetario


Renda e Produto
Como medir a atividade de uma economia?
Períodos de referência homogêneos (comparação temporal e
espacial) – geralmente utilizado 1 ano.
Produto nacional: valor monetário de todos os bens finais
produzidos na economia em determinado período.
Renda nacional: total de pagamentos feitos aos fatores de produção
que foram utilizados para a obtenção desse produto.
Produção Renda

Valor total da produção de soja 600.000 Total dos pagamentos de salários 800.000

Valor total da produção de trigo 400.000 Aluguel da terra 80.000

1.000.000Juros pagos 20.000


Lucros (residual) 100.000

----------
1.000.000

Não está incorporado os insumo intermediários no processo de produção.


Valor adicionado
Cálculo do que cada ramo de atividade adicionou ao valor do
produto final, em cada etapa do processo produtivo.
Ex. Economia único bem final livros (papel tinta, madeira e corantes).
Estágio de Vendas no Custo das matérias- Valor adicionado no
Produção período (1) primas produzidas no período (3)= (2) – (1)
período (2)

Madeira 60.000 0 60.000


Papel 80.000 60.000 20.000
Corantes 50.000 0 50.000
Tintas 100.000 50.000 50.000
Livros 200.000 180.000 20.000
Total 490.000 290.000 200.000

R$ 490.000 valor total vendas da economia, R$ 290.000 transações entre


empresas, R$ 200.000 Valor das transações realizadas no mercado de bens
finais.
Bens finais: os que são vendidos para consumo ou utilização final.
Despesa nacional

Mede o resultado da atividade econômica de um país.


É o gasto dos agentes econômicos com o produto nacional. Revela
quem são os setores compradores do produto nacional.
Apresenta o mesmo valor do produto nacional, porém medido pela
ótica de quem comprou o produto, não quem vendeu.
Refere-se apenas as despensas com bens e serviços finais,
excluindo as transações intermediárias.

Identidade básica das contas nacionais:

Produto nacional = renda nacional = despesa nacional


Formação de capital : Poupança e Investimento
Suponhamos que as famílias poupam:
As empresas produzem bens de consumo e de capital (que aumentam
a capacidade produtiva da economia)
Poupança agregada:
É a parcela da renda nacional (RN) que não é consumida.

S = RN – C , onde: C – consumo agregado e S - poupança

Investimento agregado (I):

 É o gasto com bens que foram produzidos, mas não consumidos no


período, e que aumentam a capacidade produtiva.
 É composto pelo investimento em bens do capital e pela variação de
estoques de produtos que não foram consumidos.
 Bens de capital: formação bruta de capital fixo (utilizados na
fabricação de outros bens, não se desgastam totalmente).
Investimento total = investimento em bens de capital + variação de
estoques
Investimento agregado: aumento da capacidade produtiva da
economia, num dado período.

Produto nacional bruto (PNB) = renda que pertence efetivamente aos


nacionais, ou seja, o PIB mais a renda líquida do exterior.
Produto nacional líquido (PNL): produto nacional bruto menos a
depreciação.
Depreciação: consumo do estoque de capital físico em determinado
período.

PNB = PNL + depreciação

Produto interno bruto (PIB) : renda devido à produção, dentro dos


limites territoriais do país.

PI = PN + renda liquida enviada ao exterior (RLEE)


PIB = PNB + renda liquida enviada ao exterior
Renda disponível: quanto o setor privado da economia teve a seu dispor como
resultado da atividade econômica em um determinado período.

Valores nominais e valores reais:


Problema de separar crescimento de preços de crescimentos reais. Ex.: Se observarmos
em dois períodos de tempo que o produto medido a preços correntes cresceu de
$22.950,00 para $32.900,00. Será que não foi somente os preços que subiram?

Anos 1 2
Produtos Qtd. Preço Valor Qtd. Preço Valor
Automóveis (und.) 10 2.000 20.000 10 3.000 30.000
Liquidificadores 30 20 600 30 40 1200
Batatas (t) 10 200 2.000 10 100 1.000
Tecidos (m²) 30 5 150 30 10 300
Bebidas (l) 20 10 200 20 20 400
TOTAL - - 22.950 - - 32.900
Alguma forma de separar, dentro de variações de valor, as variações de
quantidade das variações de preços.

 Fórmula de Laspeyres: média aritmética ponderada do relativo de


preços, com base de ponderação no período inicial.

 Fórmula de Paasche: média harmônica ponderada do relativo de


preços, com base de ponderação no período de referência.
Sistema de contabilidade social: contas nacionais no Brasil

Contabilidade nacional: registro contábil da atividade econômica de


um país, num dado período (um ano). É uma técnica que se preocupa
com a definição e os métodos de quantificação dos principais
agregados macroeconômicos, como produto nacional, consumo
global, investimentos etc.

Sistema de contas nacionais (Richard Stone, ONU) : considera apenas


as transações com bens e serviços finais. Método contábil da partida
dobrada e consiste em quatro contas básicas e uma conta
complementar.

Matriz insumo-produto ou relações intersetoriais (Leontief): mostra


todas as transações agregadas de bens intermediários e bens finais
da economia, em determinado período.
 Conta produto interno bruto (produção): transações das unidades
produtoras;

 Conta renda nacional disponível liquida (apropriação): transações


das famílias e governo, como apropriadores de renda. Saldo =
Poupança interna (poupança do setor privado e a do governo).

 Conta transações correntes com o resto do mundo. Saldo = saldo


em conta corrente, pois representa o saldo do balanço de transações
correntes do balanço de pagamentos.

 Conta de capital (acumulação): transações que representam


acumulação de renda para o futuro;
conta corrente das administrações públicas
Balança de transações correntes: parte do balanço de pagamentos
relativa a soma da balança comercial ao balanço de serviços e as
transferências unilaterais.

Balanço de pagamentos: registro contábil de todas as transações de


um país com o resto do mundo. Envolve transações com mercadorias
serviços e capitais monetários e físicos.

Balança comercial: item do balanço de pagamentos em que são


lançadas as exportações e importações de mercadorias.

Balança de serviços: item do balanço de pagamentos em que são


lançadas as transações com serviços, como fretes, seguros e outros,
realizadas entre um pais e os demais países.

Transferências unilaterais: item do balanço de pagamentos em que são


lançados os financeiros. Donativos.
Teoria de determinação da Renda
O estudo dos elementos que determinam o nível de produção, de emprego e o de
preços, numa situação de curto prazo, em que são ignorados os efeitos sobre a
distribuição da renda nacional.

 RENDA x DESPESA

• Renda  mede o fluxo de pagamento dos fatores de produção: salário, juros, lucro e
aluguel;
• Despesa  mede o fluxo dos gastos em bens e serviços de consumo e investimento na
economia.

• Renda nacional de equilíbrio  é aquela em que a remuneração dos fatores coincide


com os gastos desejados em bens e serviços de consumo e investimento.

• Despesa  Demanda Agregada e Produção  Oferta Agregada = Renda Nacional


Oferta agregada, Desemprego e Nível Geral de Preços
• As empresas respondem aos acréscimos de demanda via aumento de
produção física, ou simplesmente elevando os preços ou via
combinação de ambos.
  Produção – corresponde a uma situação de desemprego de fatores
de produção, de forma que, produto ↑ em resposta ao ↑ de fatores sem
variar o nível de preços da economia.

  Preços – situação de pleno emprego (fatores de produção) pela


utilização eficiente de todos os recursos disponíveis para empregar o
produto  não pode ↑ em reposta aos estímulos da demanda, mas
apenas o nível geral de preços ↑.
INFLAÇÃO
Tendência contínua e sustentada de elevação de todos os preços
de bens e serviços da economia;
P
Nível geral
y0
de preços
Oferta agregada (y0)
Inflação

Estabilidade de preços

Desemprego
Renda de pleno emprego

y
y Renda nacional real
Hipóteses da análise macroeconômica de curto prazo:
-nenhuma mudança tecnológica
-estoque físico produtivo do fator capital é constante; e apenas o fator trabalho
pode variar.
Demanda Agregada
Constitui-se nas despesas da coletividade em bens e serviços de Consumo (C),
Investimento (I), Despesas Governamentais (G) e Exportações (X). Para obter a
renda nacional, é necessário subtrair o montante total das importações do País (M).
Podemos escrever a Demanda nacional agregada ( yd) :

y = C + I +G + X −M
d

Consumo Nacional Privado (C)


Decisão tomada por agentes econômicos diferentes dos que decidem sobre o
volume de produção.
Fatores que determinam o consumo das famílias:
A renda é o fator que, isoladamente, tem maior influencia na determinação do
consumo.
A relação entre consumo e renda: função estável e monotonicamente crescente.
Podemos adotar a seguinte função linear : C = a + by
C
Consumo
nacional
privado C = a +by
C2
b ∆C
C1

b
∆y
a

y
y1 y2
Renda nacional real

b=propensão marginal a consumir (PMgC)

Condiciona-se que: 0 < PMgC < 1


a – consumo autônomo, necessário, mesmo se a renda for igual a zero (y = 0).
O equilíbrio :
O equilíbrio entre oferta agregada ou renda nacional e a despesa agregada
ocorre sempre sobre a reta de 450, conforme o ponto E.

yd =C
y = yo = yd
C=yd

C = a +b. y
C2
Ce
C1 E

450

y1 ye y2 y=yo
Solução algébrica :
Condição de equilíbrio...................................... y = y o
= y d (1)

Função consumo............................................... C = a + by (2)


Substituindo (1) em (2), temos:

1
ye = •a
1− b

Exemplo numérico :

Condição de equilíbrio.................................... y = yo = yd
Modelo
Função consumo............................................. C =10 + 0,8 y
1
Condição de equilíbrio............ y = •10 =5 *10 =50
e
Solução 1 −0,8
algébrica
C =10
Função consumo........................... + 0,8(50 ) =10 + 40 = 50
Investimento Privado Nacional(C)
A poupança (S)
A poupança nacional corresponde à parcela da renda nacional não gasta em bens
e serviços de consumo produzidos na economia.
Fatores que determinam o consumo das famílias:
S = y − C = y − (a + by ) S = − a + (1 − b) y
S = −a + sy s Propensão marginal a poupar (PMgS)

Então: PMgC + PMgS = 1


y = yo = yd
C=yd
C = a +b. y
C2
Ce
C1
a
S = −a + (1 − b) y

S2
y1 ye y2 y=yo
-a
O investimento (I)
Uma das mais importantes variáveis macroeconômicas, tanto no modelo
keynesiano, devido à influência das expectativas, tipicamente de curto de prazo,
como nos modelos de crescimento e desenvolvimentos econômico, em que é o
principal determinante do produto e do emprego.

É a parcela do produto nacional não consumida.


S = I = y −C

O investimento bruto: corresponde a todos os gastos realizados com bens de


capital (máquinas e equipamentos) e formação de estoques.
O investimento líquido : exclui as despesas com manutenção e reposição de
peças, equipamentos, e instalações desgastadas pelo uso.

Sp = Ip

Esta é a posição de equilíbrio estável da renda nacional . Isto porque a


poupança e o investimento programados (ex ante) forem exatamente iguais aos
realizados (ex post).
Decisões de investir
- Investimentos autônomos: os empresários planejam realizar seus programas de
investimento independentemente de qualquer nível de renda ou do custo dos
recursos para financiá-los (juros).
- Investimentos não programado (In) é a diferença entre investimento o
realizado total (Ir) e o programado (Ip )
In = Ir −I p
I r > I p Aumento nos estoques invendáveis
Exemplo: quando uma empresa tem a expectativa de que vai vender toda sua produção,
e decide expandir seus investimentos acima do planejado
I r < I p Diminuição nos estoques invendáveis

Exemplo: as indústrias de automóveis estão vendendo carros, para períodos


de até 6 meses de espera. Os pátios estão vazios.
Logo:

I p = Ir = S p Pois, I r = Sr 39
O multiplicador de investimentos
É um coeficiente (número) associado á variação dos investimentos que
determina a magnitude de variação no nível de renda nacional.

Demanda Agregada.......................................... yd =C +I (3)

Renda Nacional................................................. y =C +S (4)


Modelo
y = yo
Equilíbrio da Renda Nacional................. = y d →S = I (5)
Função Poupança................................. S = −a + (1 −b) y (6)

1
y =
e
•a + I
1 −b

1 1 1
k = k= k=
1 −b 1 − PMgC PMgS 40
Exemplo: uma empresa resolve construir um galpão para depósito.

Empresa

Madeira e $100.000
Carpinteiros

Galpão

Novos empregados

$80.000Renda
adicionalPMgC=0,8

Gastos adicionais $64.000

41
O processo se repete, na ordem de 0,8...até se esgotar
Gastos do Governo (G)
As despesas de investimento do governo, tais como construir estradas, portos,
esgotos, irrigação, parques, ruas, bibliotecas públicas, entre outras, constituem-
se no terceiro elemento da demanda agregada.
Acréscimos nestes gastos governamentais possuem o mesmo efeito
multiplicador do investimentos privados, expandindo o nível de renda nacional
pela expansão da demanda secundária em bens e serviços de consumo.

Financiamento
Os gastos do governo (G) são, predominantemente, financiados pela
arrecadação de tributos (T).

Função consumo C = a +b( y −T )  C = a +by d


Função poupança S = −a + (1 −b)( y −t )
Condição de equilíbrio S +T = I + G
Renda disponível (yd)
Os indivíduos da coletividade farão suas escalas de consumo baseadas somente
no montante de renda disponível, ou seja, sua renda após pagamento de tributos
42
governamentais.
A Demanda de Exportação e de Importação (X e M)

As exportações têm um efeito positivo sobre o nível de renda interna,


pois, para atender à demanda dos estrangeiros pelos nossos produtos,
os empresários devem aumentar a produção e o emprego de fatores
disponíveis do país. Fenômeno contrário se verifica quando importamos
produtos do exterior, pois o efeito multiplicador de renda ocorre nos
países de origem das exportações.

Demanda Agregada.............. y d = C + I +G + ( X − M ) (7)


Modelo y = C + S +T
Renda Nacional..................... (8)

y → S +T = I + G + ( X − M )
Equilíbrio da Renda Nacional................. (9)
Os Hiatos Inflacionários e Deflacionários
Na teoria da determinação do equilíbrio da renda nacional e do emprego, a
despesa agregada (yd) pode ser maior, igual ou menor que o nível de oferta
agregada ((yO).

Hiato inflacionário
O montante pelo qual a despesa agregada y d
=C + I +G + X −M excede
a oferta agregada ao nível de pleno emprego y
yd
C + I +G + ( X − M )

Hiato inflacionário

450
y y
Política Fiscal e o Nível de Renda
As políticas fiscais do governo se constituem nas suas despesas (G) e no seu
sistema tributário (T), e seriam utilizadas com o objetivo de conduzir a demanda
agregada ao nível de renda de pleno emprego (y).
No caso do hiato inflacionário, cabe ao governo adotar algumas políticas que pode
ser tomadas de forma simultânea:
- Reduzir o montante de seus gastos (G);
Aumentar os tributos (T)

O que comprimiria a renda disponível dos indivíduos e, conseqüentemente, o nível


de consumo (C); aumentar a tributação sobre a rentabilidade dos investimentos, o
que acabaria por desestimulá-los, reduzindo (I); elevar tributos sobre as
exportações (X) ou mesmo isentar das importações (M) os tributos.

A economia poderia ser conduzida a manter um certo grau de estabilidade


desejável ao funcionamento do sistema econômico. Nesse caso, pode-se citar
algumas como: políticas de preços mínimos na agricultura, salário-desemprego,
imposto de renda entre outros.
Introdução à Teoria Monetária
A moeda tem um papel fundamental em nossa sociedade, e é um dos
tópicos mas interessantes abordados no estudo econômico. Aborda
seus impactos na economia, e abrange um conjunto de instituições e
instrumentos que cumprem funções importantes:
 transferência de recursos entre unidades superavitárias e uni. deficitárias;
Promoção do desenvolvimento;
Aumento da liquidez de ativos reais;
Mudança de características dos ativos financeiros;
Negociação da propriedade das firmas;
Ajuste do preço dos ativos de risco;
Aumento da eficiência produtiva dos recursos reais da economia; e
Existência de um canal para a condução.

Instituições: Banco Central, os Bancos Comerciais e Múltiplos, as Corretoras e


outras.
Instrumentos:
Financeiros – papel-moeda, depósitos à vista, letras de câmbio, opções,
futuros, entre outros.
De Política econômica – taxa de redesconto, operações de mercado aberto,
alíquota dos depósitos compulsórios dos bancos comerciais, entre outras.

MOEDA
– Não existe uma definição aceita universalmente sobre moeda, por isso se
delimita a moeda por suas três funções: a) meio de troca; b) unidade de conta e
c) reserva de valor.

Funções da moeda:

Meio ou Instrumento de troca – sem moeda, todas as trocas deveriam ser


diretas, ou seja, trocar-se-iam mercadorias (economia de escambo). A moeda é o
instrumento intermediário de aceitação geral, para ser recebido em contrapartida
da cessão de um bem e entregue na aquisição de outro bem (troca indireta em vez
de troca direta).

Unidade de conta – a moeda serve para comparar o valor de diversas


mercadorias. Com a moeda como denominador comum, é possível somar um
trator mais uma caneta e também achar sua equivalência em valor. Esta função da
moeda suscita a distinção entre preço absoluto e preço relativo.
Reserva de Valor – Para que a moeda possa ser aceita em troca de mercadorias,
é preciso que ela seja aceita na compra de outros bens e serviços (direito do
possuidor sobre a mercadoria). O indivíduo que recebe moeda não precisa gastá-
la imediatamente, podendo guardá-la para uso posterior. A moeda pode ser
utilizada como uma acumulação de poder aquisitivo, a usar no futuro.

História da Moeda Corresponde a poucas trocas esparsas e


esporádicas, em que as trocas são diretas e a
Escambo atividade produtiva não está voltada para o mercado.
“Coincidência de desejos”
Moeda mercadoria As trocas são indiretas, existe uma venda e depois
uma compra. Ex.: Gado, sal, conchas, metais.
Moeda simbólica Troca realizada pelo uso de moeda cunhada, em que
o soberano garante o valor do metal.

Moeda escritural Transação na qual instituições depositárias recebiam


os depósitos.

Moeda sofisticada É basicamente um conjunto de registros eletrônicos


que representam um diversidade de ativos.
Os Agregados Monetários
– Existem muitos ativos que, apesar de não serem considerados moeda em
sentido estrito, apresentam algumas características da moeda no sentido amplo
(quase-moeda).

Agregados monetários (meios de pagamento)

M0 Moeda em poder do público (papel-moeda e moedas metálicas) –


Não rendem juros
M1 M0 + depósitos à vista nos bancos comerciais (conta-corrente) –
“moeda escritural ou moeda bancária”
M2 M1 + depósitos especiais remunerados + depósitos de poupança +
títulos emitidos por instituições depositárias

M3M2+ quotas de fundos de renda fixa + operações compromissadas


registradas no Selic

M4 M3+ títulos públicos de alta liquidez


Política Monetária

– Se refere aos processos de oferta de moeda, aos instrumentos utilizados e


aos mecanismos de transmissão de seus efeitos.

Oferta de Moeda

– Criação (destruição) de moeda - aumento (diminuição) do volume da soma de


moeda manual (papel moeda em poder do público) e escritural (depósitos à vista).

- Exemplos:
• um indivíduo efetua um depósito à vista – não nem criação nem destruição de moeda,
e sim transferência de manual para escritural.

• um indivíduo efetua um depósito a prazo – existe destruição de meios de pagamentos,


pois depósitos a prazo não são considerados meios de pagamentos (M1).
DEMANDA POR MOEDA
-Assim como existe uma oferta de moeda pelo BC e pelos bancos comerciais,
podemos definir uma demanda por moeda por parte das firmas e das famílias.

Três razões pelas quais se retém moeda:


-Demanda por moeda para transações
- Demanda por moeda por precaução
- Demanda por moeda por especulação

- Teoria Quantitativa da Moeda (TQM)


MV = PY
M = quantidade de moeda na economia;
V = Velocidade-renda da moeda;
P = Nível geral de preços;
y = nível de renda nacional real (PIB real).
Instrumentos de Política Monetária
– As autoridades monetárias podem fornecer ao sistema econômico uma oferta de
moeda suficiente para o desenvolvimento das atividades econômicas e manter a
liquidez do sistema.

Reservas obrigatórias (Depósito Compulsório ) – os bancos comerciais


guardam uma parcela dos depósitos como reservas com a finalidade de atender
ao movimento de caixa. É uma taxa fixada pelo Banco Central, que determina que
uma parte dos depósitos à vista feita pela população nos bancos comerciais vai
para o caixa do Banco Central.
Operações de Mercado Aberto ( Open market ) – estas operações consistem em
vendas ou compras, por parte do Banco Central, de títulos governamentais no
mercado de capitais ( via SELIC ).

Política de Redesconto (Taxa de redesconto ) – Uma das mais usadas nas


economias modernas. A taxa de redesconto é a taxa de juros cobrada pelo Banco
Central nos empréstimos aos bancos comerciais. Muitas vezes os bancos
comerciais necessitam de empréstimos de curto prazo para cumprir alguns
compromissos que, por falta de liquidez no período, não teriam como cumprir.
INFLAÇÃO
Definição:
Aumento continuo e generalizado no nível de preços.
Fenômeno monetário: ↑ preços monetários – valor real da moeda é
depreciado
Representa um conflito distributivo pela repartição do produto não
adequadamente administrado
Causas:
• Elevações dos custos de produção
• Pressões na demanda agregada
Efeitos:
• Redistribuição de renda. A) Desvantagem: renda fixo, credores, ↓
poupança; b) vantagem: renda variável, devedores;
• Perda de competitividade internacional (desavanço da balança
comercial)
• Efeito sobre mercados de capitais: desestimulo á aplicações de
recursos no mercado de capitais financeiros (correção
monetária)
• Formação expectativas sobre o futuro: o processo inflacionário
afeita a capacidade de produção futura e o nível de emprego
Conflito pela distribuição ...
• Conflito entre setor publico e privado  inflação provocada
pela excesso de demanda agregada
• Conflito entre salários e preços  inflação causada por
elevações dos custos

Inflação demanda:
 Excesso de demanda agregada em relação á produção
disponível de bens e serviços (Dinheiro de mais em busca de
poucos bens).
 Aumenta quanto mais a economia estiver próxima de um ponto
de pleno emprego dos recursos.

Pleno emprego  ↑ Demanda Agregada  ↑ Inflação


Desemprego  ↑ Demanda Agregada  ↑ Inflação
Ação do Governo
• Direta: redução dos próprios gastos do governo
• Indireta: ações que desencorajam o consumo e o investimento
privado (política monetária e/ou fiscal)
 Monetaristas: corrente que enfatiza o papel da política monetária, que
seria menos intervencionista do que a política fiscal (liberais).
 Fiscalistas: corrente que defende a atuação ativa do governo, por
meio de política econômica (Keynesianos)
Inflação de custos
• Inflação tipicamente de oferta, mesmo nível da demanda
a) Provocada por aumentos de custos, ↓ oferta agregada
Se ↑ taxa salário = aumento produtividade → mesmos custos
b) Poder de monopólio de algumas firma (inflação de lucros) – Elevam
seus lucros acima do aumento dos custos.

Estagflação: Taxas significativas de inflação e recessão econômica com


desemprego.
Manter mark-up (faturamento sobre os custos diretos de produção)
aumentando os preços
O nível de produto e de emprego está caindo e os preços subindo
C) Choque de oferta: Crise do petróleo 1973  ↑ preços matérias
primas e insumo básicos
 Inflação de custo induzida: aumento de custos, devido ao
aumento de salários, que, em ultima instancia, foi induzido pela
inflação de demanda preexistente.
 Inflação de custos autônoma: aumento de preços devido a
pressões autônomas, causadas por alguns grupos
econômicos, como sindicatos e firmas oligopolistas.

Dilema política econômica


 As autoridades podem ser obrigadas a sancionar novas
elevações de preços, para impedir uma queda de atividade
econômica.
 Inflação de custos esta ligada a uma insuficiência de produção
agregada (baixo do nível potencial de pleno emprego). Se as
autoridades quer manter um nível de Maximo emprego
possível, estimulo a demanda agregada. preços.
OA1
C
P3
OA2
P2 B
P1 A
DA2
DA1
y2 Y1= y2´
Renda Real

Com inflação de custos OA1 ↓ para OA2. Se o governo optar por uma
politica antinflacionária, a economia será mantida em B, com
desemprego (Y1-Y2).
Se a opção do governo é manter o emprego, política expansionista, DA1
↑ DA2 , ponto C, mesmo emprego e com ↑ preços.
Inflação inercial: decorrente dos reajustes de preços e salários e pela
indexação ou correção monetária.
Principais indicadores
Os índices mais importantes para os agente econômicos são: IPCA, INPC, IPC-
Fipe, IGPs.
Índice Nacional de Preços ao Consumidor restrito - INPC
É calculado com base em índices elaborados para nove regiões metropolitanas
mais os municípios de Brasília e Goiânia. Refere-se às famílias cuja fonte de
rendimento é o trabalho assalariado e cujo rendimento monetário familiar
disponível esteja entre 1 e 8 salários mínimos.
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo- IPCA
É calculado com base em uma cesta de itens representativos do consumo de
famílias com renda entre 1 e 40 pisos salariais, sem distinção quanto a fonte de
renda.

Cesta Peso %
Alimentação e Bebidas 23,27
Habitação 14,81
Artigos de Residência 5,89
Vestuário 6,15
Transportes 19,42
Saúde e Cuidados pessoais 11,45
Serviços Pessoais 9,79
Educação 5,22
Comunicação 4,00
Geral 100,0
Índice de Preços ao Consumidor – IPC- FIPE
É calculado para famílias com renda entre 1 e 20 salários mínimos.

Cesta Peso %
Habitação 32,79
Alimentação 22,73
Transportes 16,03
Despesas Pessoais 12,30
Saúde 7,08
Vestuário 5,29
Educação 3,78
Geral 100,0

O sistema IGP e IGP-M da FGV


O Índice Geral de Preço (IGP) é obtido pela média dos índices de preços no
atacado e no varejo. IGP = 0,6 IPA + 0,3IPC + 0,1INCC
IPA = Índice de Preço no Atacado INCC = Índice Nacional de Custo de Construção
Índice de Preços no Atacado – IPA
É um indicador de abrangência nacional, em que o peso de cada mercadoria
corresponde à sua parcela no valor adicionado total, calculada com base nos
coeficientes.

Índice Nacional de Custo de Construção– INCC


Índice que afere a evolução dos custos da construção habitacional.

Índice Geral de Preços de Mercado – IGP-M


Índice voltado predominante à comunidade financeira. Baseiam-se nas variações
de preços coletados, sistematicamente, durante o mês de referência, com três
apurações.
MODELO DE INTERLIGAÇÃO ENTRE O LADO REAL E O MONETÁRIO:
ANÁLISE IS-LM

 Este modelo é mais completo que o modelo keynesiano simples de determinação


da renda, sintetiza algumas das principais hipóteses das teorias clássica e
keynesiana – síntese neoclássica (HICKS e HANSEN).

 Os pressupostos básicos permanecem: a demanda agregada determina o produto


nacional (princípio da demanda efetiva), sendo o nível de preços constante. O que
vai ser englobado agora é o mercado de ativos e, conseqüentemente a taxa de
juros.
A CURVA IS: O EQUILÍBRIO NO MERCADO DE BENS
 IS (investment-saving). Despesa agregada é igual a renda agregada;
 Mesma estrutura do modelo keynesiano com a inserção da taxa de juros para
explicar investimentos;
 Considera-se uma relação inversa entre investimentos e taxa de juros;
 Com isso, o modelo expandido é escrito da seguinte maneira:

Y = C (Yd) + I (r) + G, onde:


Y = nível de renda;
C = consumo agregado;
Yd = renda disponível – Yd = Y – T;
I = investimento agregado;
r = taxa de juros;
G = gastos públicos.
 Taxa de juros agora é endógena ao modelo, logo podemos determinar
investimentos pelo próprio modelo – I (r);
 Percebe-se através do gráfico abaixo que reduções na taxa de juros levam
a aumento no investimento;

 Para cada taxa de juros existe uma renda correspondente que equilibra o
mercado de bens ( Y = C + I + G). Combinando cada ponto desse chega-se a
curva IS. Se ↑ r → ↓ I → ↓ Y.
 Qualquer ponto em cima da curva IS é de equilíbrio no mercado de bens.
Despesa agregada é igual a renda agregada.
INCLINAÇÃO DA CURVA IS

 A inclinação da curva IS reflete a resposta da renda a variações na taxa de juros;


 Dois fatores influenciam a inclinação: sensibilidade (elasticidade) do investimento
em relação à taxa de juros e a PMgc.
 Quanto maior a elasticidade do investimento em relação à taxa de juros, mais
horizontal (elástica) será a curva IS, i.e., menor sua inclinação, pois uma pequena
variação na taxa de juros induzirá a uma grande variação no investimento e,
portanto, na renda agregada;
 O oposto, quando as variações nas taxas de juros produzirem um pequeno
impacto sobre o investimento e a renda, levando a IS próxima da vertical (inelástica).
 Se a PMgc for grande, variações no investimento gerarão grandes expansões na
renda – menor inclinação da IS.
FATORES DE DESLOCAMENTO DA CURVA IS

 A posição da curva IS depende dos gastos autônomos, os quais incluem


consumo e investimentos autônomos e gastos públicos;
 Quanto maior for estas despesas, mais para a direita se localizará a curva IS.
Portanto, mudanças nas despesas deslocam a curva IS.
 Logo, uma expansão dos gastos do governo desloca a IS para cima. Já uma
redução nestes gastos, a deslocam para baixo,
A CURVA LM: O EQUILÍBRIO NO MERCADO MONETÁRIO

 A curva LM (liquidity-money) representa o equilíbrio no mercado de ativos –


moeda e títulos públicos.
 A moeda tem liquidez absoluta, mas não rende juros. Já os títulos tem menor
liquidez, mas rendem juros.
 Dado um estoque inicial de riqueza (moeda e títulos), se um dos dois estiver em
equilíbrio, o mesmo valerá para o outro. Se houver excesso de demanda por moeda,
haverá excesso de oferta de títulos e vice-versa.
 Lei de Walras no mercado de ativos – basta saber o que acontece em um dos
mercados para saber o que ocorre no outro.
 Quanto maior o nível de produto, maior o volume de transações e, portanto, maior
será a quantidade de moeda requerida (demandada) para realizá-las. Logo, a
demanda por moeda aumenta conforme aumenta a renda.

 Os títulos rende juros, dada uma taxa existente. Portanto, a taxa de juros
corresponde ao custo de oportunidade de reter moeda e a demanda por moeda
diminui conforme aumenta a taxa de juros.

 A demanda por moeda varia inversamente com o preço e diretamente com a


renda.

• Quando a renda se amplia de Yo para


Y1, a demanda por moeda desloca-se
L(Yo) para L(Y1)
 O equilíbrio no mercado monetário ocorre quando a demanda por moeda é igual
a oferta de moeda.
• M/P = L
• M/P = Ly + Li
 Para que isso aconteça, como a demanda por moeda responde positivamente à
renda e negativamente à taxa de juros, elevações na renda devem ser
acompanhadas por aumentos nas taxas de juros, de modo a compensar o impacto
expansivo sobre a demanda por moeda decorrente do maior nível de renda.
INCLINAÇÃO DA CURVA LM

 A inclinação da LM é positiva, pois, dada a oferta de moeda, quando um dos


componentes da demanda por moeda (transação ou portfólio) se eleva, o outro
deve se reduzir.
 Caso a renda aumente, o que leva ao aumento da demanda por moeda por
transação, a taxa de juros deve aumentar, para reduzir a demanda por moeda via
portfólio.
 Com isso, a inclinação da LM mostra qual deve ser a variação nos juros para
compensar uma determinada variação na renda.
 Quanto maior a sensibilidade da demanda por moeda em relação a renda, maior
será a inclinação da curva LM, já que uma pequena variação na renda, ocasionará
uma grande expansão na demanda por moeda, exigindo uma elevação nos juros
para compensá-la.
 Já uma maior elasticidade de demanda por moeda em relação à taxa de juros,
menor será a inclinação. Qualquer variação nos juros exigirá uma mudança
significativa na renda para compensá-la, ou inversamente, qualquer alteração no
nível de renda exigirá uma pequena mudança na taxa de juros para manter o
mercado monetário em equilíbrio.
FATORES DE DESLOCAMENTO DA CURVA LM

 A posição da curva LM é determinada pela oferta real de moeda (P é


constante), essa oferta é afetada basicamente pela política monetária.
 Expansões na oferta de moeda deslocam a LM para direita (para baixo) e
contração de oferta de moeda deslocam a LM para esquerda (para cima).
 Um aumento de oferta de moeda (dado um nível de renda inicial) ocasiona uma
queda na taxa de juros – deslocamento para baixo da LM.
EQUILÍBRIO SIMULTÂNEO NO MERCADO DE BENS E DE ATIVOS

 O nível de renda e a taxa de juros que equilibram o mercado de bens e ativos é


o ponto de intersecção entre IS-LM.

 No ponto E não há nem excesso de demanda nem de oferta por bens e


serviços. O mercado monetário também está em equilíbrio no ponto E, não
havendo pressão para mudança na taxa de juros.
EFEITOS DE POLÍTICAS ECONÔMICAS NO MODELO IS-LM

 A curva IS é traçada considerando-se uma política fiscal (nível de G e T). Da


mesma forma, a LM admite uma oferta de moeda fixa. Alterações no ponto de
equilíbrio da economia (em relação a taxa de juros e nível de renda), deslocam a
curva IS, LM, ou ambas.
POLÍTICA MONETÁRIA
 Ação do BC em alterar a oferta de moeda.
 Política monetária expansionista – aumento de oferta de moeda. Contracionista –
diminuição da oferta de moeda.
 A mudança na oferta de moeda deve gerar
um desequilíbrio de portfólio, de modo a
alterar a taxa de juros e;
 A mudança na taxa de juros deve alterar
investimentos e, com isso, a demanda
agregada.
POLÍTICA FISCAL
 Atuação do governo definindo nível de gastos públicos e volume de tributos.
 Quanto maior G, maior será a renda de equilíbrio.
 Os impostos afetam indiretamente a demanda, pois incide na renda disponível e
conseqüentemente, o consumo.
 Política fiscal expansionista – aumento dos gastos públicos ou redução dos
impostos. Contracionista – redução dos gastos públicos e aumento dos impostos.

 Impacto inicial do aumento nos gastos é o


deslocamento da IS, já que para qualquer nível de juros
a demanda por bens será maior.
 Conforme a renda se amplia em decorrência do
aumento nos gastos, aumenta a demanda por moeda,
logo a taxa de juros é aumentada para equilibrar o
mercado monetário.
 A elevação na taxa de juros faz com que o
investimento se reduza, amenizando o impacto desta
política. Impacto positivo na renda, mas redução no
investimento privado.
Comércio Internacional
Entender a dinâmica da produção dos países, das mudanças constantes
das taxas de câmbio, dos incentivos às exportações, do sistema
financeiro internacional, da globalização dos mercados, da formação dos
blocos regionais de comércio são de cunho da teoria do comércio
internacional.
Taxas de Câmbio – se dois países pretendem comerciar entre si, é necessário
que exista alguma forma de conversão de moedas. A taxa de câmbio é a medida
pela a qual a moeda de um país pode ser convertida em moeda de outro país.
Assim, por exemplo, se o dólar custar R$1,10, a libra R$1,55 e o yen R$0,01.
Como qualquer preço, a taxa de câmbio também é influenciada pela oferta e
demanda.
Ofertantes (divisas ou moeda estrangeira) – são exportadores que receberam,
em troca de suas vendas, moedas estrangeiras que não podem ser utilizadas no
país e que necessitam, portanto, ser trocadas por moeda nacional e as firmas que
obtiveram empréstimos em moeda estrangeira e precisam convertê-las em reais.
 Demandante (divisas) – importadores que necessitam de moedas estrangeiras
para efetuar suas compras em outras nações e pelos devedores em moeda
estrangeira que precisam de divisas para saldarem as suas dívidas.
Taxa de câmbio R$/US$ Preço do café em US$ Preço do café em R$ Exportações

2,00 4,00 8,00 Exportar mais


1,00 4,00 4,00 Exportar menos
Taxa de câmbio R$/US$ Preço da gasolina em Preço da gasolina em Importações
US$ R$
2,00 4,00 8,00 Importar menos
1,00 4,00 4,00 Importar mais

Oferta
Taxa de
câmbio

P0

Demanda

Q0 =Qd Quantidade de divisas


Efeitos de um aumentos nas exportações ou nas importações nacionais

Oferta (0)
Taxa de
câmbio Oferta (1)
Instante (1) ↑ Exportações
 ↓ taxa de câmbio.
P0
P1 Instante (2) ↑ importações
 ↑ taxa de câmbio.
Demanda

Q0 Q1 Quantidade de divisas

Taxa de Oferta (0)


câmbio
P2
P0

Demanda (2)

Demanda 77
Q0 Q Quantidade de divisas
Fatores que influenciam na taxa de câmbio
Renda Externa – ↑ renda externa (mundial) ↑ demanda por produtos nacionais ↑
Exportações ↑ Oferta de divisas  ↓ taxa de câmbio. Caso contrário as setas
têm direções contrárias.
Renda Interna – ↑ renda interna, ↑ demanda por produtos estrangeiros ↑
Importações ↓ Oferta de divisas  ↑ taxa de câmbio. Caso contrário as setas
têm direções contrárias

Inflação – ↑ nível geral de preços nacionais tornam nossos produtos mais caros
no mercado externo ↓ Oferta de divisas  ↑ taxa de câmbio.
Conseqüências das oscilações na taxa de câmbio
↑ Taxa de Câmbio – Para os Exportadores é uma situação benéfica, uma que ↑ seu
lucro (relativo), dado que os preços nacionais tornam-se mais baratos no mercado
internacional.
Já para os Importadores a situação é inversa. Seus custos se elevam, dado que
os preços dos produtos importados se tornam mais caros redução do lucro
(relativo).

↓ Taxa de Câmbio – Exportadores, ↑ preço dos produtos nacionais ↓ lucro;


Importadores- ↓ dos custos ↑ do lucro
Modalidade de taxas de câmbio
Taxa de câmbio fixo – O valor da taxa de câmbio é determinado pelo Banco
Central (BC), que se compromete a comprar e vender divisas à taxa estipulada,
além de intervir no mercado para manter em equilíbrio o mercado de divisas
(reservas internacionais).
Oferta
Taxa de
câmbio

P0 Taxa de câmbio fixo

Demanda

Q0 =Qd Quantidade de divisas

 O BC deve possuir moeda estrangeira em quantidade suficiente para atender a


uma situação de excesso de demanda, bem como deve adquirir qualquer excesso
de oferta de moeda estrangeira.
Modalidade de taxas de câmbio
Taxa de câmbio flutuante – a taxa deve ajustar-se de modo a equilibrar o mercado
de divisas. O Banco Central não intervém na taxa de câmbio.

Oferta
Taxa de
câmbio

P0

Demanda

Q0 =Qd Quantidade de divisas

 Elevada volatilidade da taxa de câmbio. As flutuações das taxas podem


desestabilizar os fluxos comerciais, causando incertezas, o que pode ocasionar
em redução nos investimentos.
Balanço de Pagamentos - É o registro contábil de todas as transações de um país
com outros países do mundo. Assim, estão registradas todas as importações,
exportações, fretes pagos a navios estrangeiros, os empréstimos em moeda
estrangeira, o capital das firmas estrangeiras e nacionais.
Balança Comercial – É registrada todas as exportações de mercadorias nacionais
e todas importações de mercadorias do resto do mundo.
Balança de Serviços – Registra o montante pago pelo País por serviços prestados
por estrangeiros, como serviços de transportes, serviços de assistência técnica,
os juros que o País pelos empréstimos fornecidos por outras nações do mundo,
bem como os lucros remetidos pelas multinacionais. Registra também os
recebimentos do País por serviços prestados a estrangeiros.c
Balança de Transações Correntes – registro contábil de todas as transações de
um País com o resto do mundo. Envolve transações com mercadorias, serviços e
capitais (monetários e físicos).
Balança de Capitais – são registrados o capital das firmas estrangeiras que
ingressam no País, o capital sob a forma de empréstimos, os empréstimos de
outros governos, os empréstimos do FMI, entre outros.
Balança de Pagamentos
1. Balança de Transações Correntes
1.1 Balança Comercial (BC)
Importações (M) Exportações (X)
Saldo (BC)= X-M
1.2 - Balança de Serviços (BS)
1.2.1 - Transportes e seguros 1.2.3 - Rendas de capital (lucros/juros)
1.2.2 - Viagens internacionais e turismo 1.2.4 - Diversos
Saldo (Superávit ou Déficit)
1.3 Transações Unilaterais
=Saldo (BC)+Saldo (BS)+Transferências Unilaterais
2. Balança de Capitais (BK)
Ingresso de Capitais (K) Diminuição de reservas (R)
Empréstimos do exterior (E) Empréstimos FMI
2.1 Saldo da Balança de Capitais Saldo = K+E+R+FMI
3. Erros e Omissões
Saldo do Balanço de Pagamentos Saldo= 1+2+3
Taxa de Câmbio Real e Nominal
Taxa de câmbio nominal – o preço de uma moeda em relação a outra.
R$
E=
$
Se a taxa de câmbio for de R$1,60, significa que $1,0 equivale 1,6 da moeda
nacional. Exemplo: Nos EUA uma TV custa US$ 600. Para um brasileiro essa mesma
TV vai custar R$ 960 ( R$ 1,6 x 600).
Taxa de câmbio real – corresponde ao relativo de preços entre o produto nacional
e estrangeiro. *
Pext
ε =E
Pnac
ε Taxa de câmbio real E Taxa de câmbio nominal
Pex*t Preço do produto estrangeiro em $
Pnac Preço do produto nacional em R$
Exemplo: Um automóvel produzido no Brasil custa R$ 30.000, e o mesmo nos Estados
Unidos custe US$12.000. Se a taxa de câmbio nominal no Brasil for R$2/US$, teremos:
US $12 .000
ε =2. =0,8 83
R$30 .000
Lei do Preço Único
Conhecida também como teoria da paridade do poder de compra, de acordo com a
qual produtos homogêneos devem custar a mesma coisa nos diferentes
mercados, quando expressos na mesma moeda.
Exemplo: o Big Mac, que é um produto homogêneo seja em Nova York, em Salvador,
em Paris, em Tóquio, Moscou ou onde quer que seja, deve custar a mesma coisa.
Assim:
PBR
R
$
=P R$
EUA =E ∗P US $
EUA

PBRR $ Preço de um produto no Brasil expresso em reais;

E Taxa de câmbio nominal


R$
PEUA Preço de um produto nos Estados Unidos expresso em reais;
US $
PEUA Preço de um produto nos Estados Unidos expresso em dólar;

Exemplo: o Big Mac custa em Salvador R$ 5 e em Nova York, $ 3, pela lei do preço
único a taxa de câmbio R$/$ tem de ser de R$1,66/$, de tal modo a igualar o preço
dos produtos quando expressos na mesma moeda:
R$
PBR
E = US $ 84
PEUA

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