Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Foto: Divulgação
De cima para baixo e da direita para a esquerda: Iris, Leandra, Thalita e André.
(Foto: Divulgação)
É claro que, além de ter paixão pelo trabalho, há uma série de outros itens que
compõem essa “fórmula”, acreditam os bem sucedidos. Para eles, é preciso
também ter vontade, dedicação, continuar a estudar e ter o incentivo da própria
companhia.
Iris Barbosa
Iris tinha 16 anos quando conseguiu seu primeiro emprego formal. O cargo era de
atendente, preparando os lanches em um restaurante do McDonald’s, em São
Paulo. Antes, ela trabalhava na mercearia de seu pai em Osasco, na região
metropolitana do estado.
A busca pelo primeiro emprego veio por conta das necessidades da então
adolescente, que queria ter dinheiro para comprar suas coisas. “Eu não queria pedir
ao meu pai, pois sabia que o que ele tinha era escasso”, diz.
Na época, trabalhar na cozinha de uma lanchonete não era o emprego dos sonhos.
“Cheguei a fazer curso de datilografia porque queria arrumar emprego em banco ou
escritório. Sem experiência, eu não conseguia uma vaga.”
Iris ficou sabendo da seleção de candidatos para uma nova loja do McDonald’s e
resolveu arriscar. Ela cursava o ensino médio à noite e não tinha nada a perder.
Menos de um ano depois, ela havia passado pelo cargo de atendente, que tem a
função de preparar os lanches, e havia sido promovida a coordenadora da equipe.
Iris diz ter ficado estimulada com a oportunidade. “Com 17 anos eu já coordenava
pessoas que, até então, eram colegas de trabalho.”
De lá para cá, ela passou por outros oito cargos: depois de coordenadora, foi
promovida a subgerente da lanchonete e, aos 21 anos, recebeu o cargo de gerente
geral.
Por ser mulher e negra, afirma ter sofrido preconceitos. “Uma vez um cliente pediu
para falar com o gerente e, quando apareci, ele disse ‘não é com você que eu quero
falar, mas sim com o gerente responsável pela loja’.”
Ascensão
Depois de gerente geral, Iris passou pelos cargos de consultora de treinamento
(que visita os restaurantes para ajudar os gerentes no treinamento dos
funcionários), consultora de operações (apoio ao consultor de treinamento),
consultora de franquias (o mesmo trabalho, mas com franqueados), gerente de
treinamento (responsável por definir as ações estratégicas dos consultores),
diretora de treinamento no Brasil e, por fim, diretora de treinamento para América
Latina e Caribe, cargo que ocupa há quase três anos.
•
Tenho orgulho da minha trajetória. Sou mulher, sou negra e quando comecei
não tinha muita formação."
A primeira coisa, sugere, é a pessoa saber o que quer fazer. “Todo mundo trabalha
porque precisa de dinheiro. Mas é muito melhor quando você gosta do que faz e
ainda ganha para isso.”
André Barbosa
Foto: Divulgação
O primeiro cargo na chefia foi como líder administrativo e veio um ano e meio após
sua entrada na empresa. “Foi difícil no começo. Passei a fazer a gestão de pessoas
com a visão de chefia, o que eu não tinha até o momento”. De acordo com ele, a
empresa o ajudou por meio de cursos de liderança e capacitações.
Depois veio o cargo de encarregado (responsável não só pelo atendimento, mas por
outros setores), o de supervisor e, por fim, o posto de superintendente de
operações. Hoje, ele é o responsável por todos os setores do hospital, com exceção
da área médica. “Na época, eu não imaginava ocupar o cargo que tenho hoje, mas
entrei focado em aprender e evoluir. Sempre almejei a chance de conseguir algo
maior”.
Dificuldades
Durante a trajetória, André afirma que passou por momentos difíceis e teve dúvidas
se estava no caminho certo. “Trabalhar em hospital inclui uma rotina muito
estressante. Passamos sábados e domingos fazendo plantão de 12 horas enquanto
os amigos estão na praia ou no churrasco.”
Ele afirma que, nos momento de incerteza, é necessário tomar uma decisão: sair ou
permanecer decidido a fazer o melhor. “Superei decidindo que aqui [no hospital]
era o meu lugar.”
•
É preciso sobreviver à fase conturbada na empresa. Passando por ela e
decidindo o que quer, aí as coisas ficam mais fáceis"
A então estudante só não sabia que o sonho se tornaria realidade dentro de três
anos e meio.A primeira promoção foi para supervisora de recepção, oito meses
após sua chegada na empresa. Depois, foi promovida a gerente de operações e,
logo depois a, gerente-geral.
“Acho que o importante foi minha demonstração de satisfação pelo trabalho e pelo
atendimento aos hóspedes”, revela. Ela conta que tem amor pelo que faz e sente
prazer quando precisa resolver problemas.
“Chamo os clientes de ‘meus hospedezinhos’. Quem está em volta percebe quando
a gente gosta do que faz”, afirma.
Ela diz acreditar, porém, que questões como conhecimento técnico e paciência
também são importantes para o crescimento profissional. Thalita também diz que
gostar do que faz é fator importante para crescer na carreira.
Apesar de ter se formado em farmácia, ela conta que sempre teve vontade de
trabalhar com marketing farmacêutico. Aos 22 anos, aceitou a oportunidade que
apareceu de ser estagiária de marketing na Boehringer Ingelheim, que atua no
setor de farmácia. "Aprendi a me apaixonar pela empresa e profissão”, diz.
Hoje, quatro anos depois, ocupa o cargo de gerente de produto. “Parece piegas,
mas acredito que o ‘segredo do sucesso’ é o encontro da oportunidade com a
competência”, diz.
“A empresa tem que dar a possibilidade, caso contrário, o funcionário não consegue
construir a carreira”. Segundo ela, sem o apoio da companhia, é melhor o
trabalhador procurar o crescimento em outra empresa. “Dar murro em ponta de
faca não funciona”
O papel do profissional, por sua vez, é perceber que tem competência para
determinada áreas e correr atrás do crescimento.