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Olavo Bilac

A boneca

Quem mais sofria (coitada!)


Era a boneca. Já tinha
Toda a roupa estraçalhada,
E amarrotada a carinha.

Tanto puxaram por ela,


Deixando a bola e a peteca, Que a pobre rasgou-se ao meio,
Com que inda há pouco brincavam, Perdendo a estopa amarela
Por causa de uma boneca, Que lhe formava o recheio.
Duas meninas brigavam.
E, ao fim de tanta fadiga,
Dizia a primeira: "É minha!" Voltando à bola e à peteca,
— "É minha!" a outra gritava; Ambas, por causa da briga,
E nenhuma se continha, Ficaram sem a boneca . . .
Nem a boneca largava.

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