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Para Eurpides, os mitos (elementos vitais da tragdia) eram apenas

colees de histrias cuja funo era perpetuar crenas sobre concepes


primitivas. Por tal motivo, opta por relatar em suas tragdias a histria dos
negados e/ou vencidos, podendo citar como exemplo a obra As Troianas, em
que o autor relata a histria das mulheres da cidade de Troia (lembrando
que na poca as mulheres no eram consideradas como membros da
sociedade). Nisso se diferencia tanto de seus predecessores quanto rompe
com caractersticas importantes aos gregos. Esse rompimento talvez lhe
tenha impedido de construir peas harmnicas e perfeitas no seu conjunto,
j que os mitos cumpriam muito bem esse papel de fundo. Mesmo assim,
comps cenas memorveis e agudas anlises psicolgicas.
As suas peas no so acerca dos deuses ou a realeza, mas sobre pessoas
reais. Colocou em cena camponeses ao lado de prncipes e deu igual peso
aos seus sentimentos. Mostrou-nos a realidade da guerra, criticou a religio,
falou dos excludos da sociedade: as mulheres, os escravos e os velhos.
Em termos dramatrgicos Eurpedes adicionou o Prlogo pea, no qual
situa a cena (apresenta o que se vai passar). E criou tambm o deus ex
machina que servia muitas vezes para fazer o final da pea.
Embora premiado poucas vezes (cinco) nos concursos trgicos de Atenas
(Dionsias Urbanas, Lenias), (apesar de ter escrito cerca de 92 peas), no
final do sculo V a.C., desfrutou de grande popularidade nos sculos
subseqentes, atualmente muito mais popular que squilo ou Sfocles. Os
recursos dramticos que utilizou em suas tragdias, notadamente as
posteriores a 420 a.C., influenciaram diversos gneros dramticos
posteriores, entre eles a "Comdia Nova", o drama (e tambm o
melodrama) e a novela.
Apresentou as suas primeiras tragdias na Grande Dionisaca de 445 a.C.,
mas s venceu a primeira competio em 441 a.C..
O enredo de suas tragdias foi muitas vezes aproveitado por dramaturgos
modernos, como Racine, Goethe e Eugene O'Neil.

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