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curou formular um novo conceito de histria, operando a partir de um

outro tempo histrico (contra o tempo que ele caracterizava como homogneo, linear e vazio). Da mesma forma, na Frana, no fim dos anos
20 contra a histria positivista, dos acontecimentos, poltica, nacional e
superficial, alguns historiadores voltaram-se na direo de uma histria
econmica e social, em busca de profundidades e de temporalidades rereguladas por outros ritmos, alm da simples sucesso linear dos eventos
polticos. Mais profunda, mais ampla, conforme os ciclos, ela era, em
suma, mais verdadeira. Esta tambm deveria ser uma maneira de responde quilo que Maurice Halbwachs sublinhava, ento, como "o ritmo de
uma vida social cada vez mais acelerada"."
Posteriormente, apesar da catstrofe da Segunda Guerra Mundial,
a impossibilidade, sem dvida, de enfrentar aquilo que havia acontecido, as estratgias de esquecimento, a utopia revolucionria, as esperanas de transfomar a sociedade, a reconstruo, a modernizao, a planificao, a competio, o confronto leste-oeste, os progressos econrnicos, tcnicos, as rpidas transformaes, em resumo, a acelerao da acelerao da histria e do tempo, so fatores que concorrem para manter
operacional ou mesmo para relanar o regime moderno de historicidade
e os hinos ao progresso: "o futuro radiante", socialista, o "milagre alemo", capitalista, les Trentes Glorieuses francesas. Pouco a pouco, todavia, o futuro iria ceder terreno ao presente, que ia adquirindo cada vez
mais espao, at parecer ocup-lo inteiramente. Entra-se, ento, no tempo do presentismo.

o PRESENTISMO
Eis, aqui, alguns pontos de refererncia, sobretudo literrios, para
auxiliar o cerco a este fenmeno macio que fornece ao sculo XX sua
fisionomia prpria. Contra o passado, que tambm a morte coloca-se
na frente a vida e o presente. Concernem a esta larga corrente, primeiramente, as Considrations intempestives (1874) de Nietzsche, mas, tambm,L 'immoraliste (1902) de Gide ou a Hedda Gabler de Ibsen ou, ainda, as reflexes dos anos 30 de Valry sobre ou contra a Histria.' Se ela
deseja responder ou escapar da "falncia da Histria", a histria, mesmo profissional, deve, ento, provar que o passado no a morte, que o
passado no deve sufocar a vida. Faz-se necessrio encontrar um modo
de relao entre o passado e o presente, de modo que o passado no pretenda servir de lio ao presente, sem que ele seja, por isto, condenado
Anos 90

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