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Desenhando olhos com a Teoria dos Vitreos Wustradiees Ilustradores ¢ Designers ¢ Fotografos Sissi que vocé tem em mos na verdade é uma matéria de duas z paginas que escrevi para a Revista PUBLISH em 2008. Ainda hoje tenho uma coluna nessa revista onde falo sobre Ilustra¢3o. Como sou a favor do compartilhamento de idéias, nao tenho problemas em escanear tal matéria e passar pra frente. Mas seria muito legal se vocé fosse nas bancas e acompanhasse as publicagées recentes ILUSTRADICAS é uma pagina no FACEBOOK. Video-aulas, tutoriais e dicas de pintura digital e manipulagao de imagens. www.facebook.com/ilustradicas WY) IMPRESSAO [ial] Desenhando olhos- com a Teoria dos Vitreos Conhega a técnica desenvolvida por pintores renascentistas e crie olhos muito mais reais primeira coisa que pensamos quando vamos desenhar um ob- _jeto de vidro € “0 vidro & trans- parente”, Eniz0 abrimos © Photoshop, criamos um novo Layer © desenhamos © objeto. Quando o desenho esti pron- to nossa reagio automatica € simples- mente diminuirmos a opacidade do layer para 50% Olhamos entio para o resul- tado ¢ dizemos com certa tristeza “puxa, {sso ndo parcee muito com um vidro..” (imagem a) Claro, 0 vidro refrata a luz, como po- deriamos ter esquecido disso? Entao, com auxilio da ferramenta Liquify comecamos a distorcer a imagem que esta no undo atras do objeto, Para ajudar a sensaczo de volumetria, criamos mais um layer ¢ pin- tamos as luzes de um lado, a sombra do 2, ‘outro € pronto! Mesmo com a volumetria perfeita e a distorgio do fundo, deu erra- do de novo! (imagem b) Falta algo... ¢ esse algo ¢ a aplicagio de Teoria dos Vitreos (imegem ¢), uma das téenicas do Chiaroscuro (claro, eseu- +), observada e desenvalvida pelos anti- os pintores renascentistas. E facil perceber a dinamica da luz em ob- {tos sBlidos comuns: no local onde a luz ‘ceria 0 objeto cle fica mais claro, en- ‘quanto seu lado oposto fica mais escuro. Mas, mesmo parecendo loucura, essa 15- ica ¢ inversa quando falamos de objetos vitteos (gotas d'igua, gelatina, olhos, vi- dro ou plastico transparente). Edigdo 99 » 2008 « vravm.professionalpublish.com.br sobre 0 objeto sélido, A luz incide sobre © objeto ¢ se espalha pela superficie, cla reando-o. Ainda nele, as huzes que «dem no chao, retornam gerando a contra- luz, E 0 ponto de brilho, conhecido como Brilho especular, acontece quando o obje- to nio conseue absorver certa quantida- de de luz e a rebate nia mesma Freqaéncia que recebeu ~ normalmente cle surge em ‘objetos lisos, molhados ou encerados. Na imagem (€), um objeto Vitreo, o percurso da luz € bem diferente. Uma luz ténue no acende a superficie do objeto. Pelo contrario. A luz atravessa a superf- ie, percorrendo seu interior e acendendo somente a parte de dentrofatrés do obje- to, Ou seja, o local onde @ luz incide no objeto € 2 parte mais escura. Portanto, ao desenhar um objeto vi- ‘treo, ndo se esqueva: 1) Mesmo o objeto mais transparente eseu- recera ou colorizaré a imagem do fundo; 2) A refragao da luz gerard distorgoes. Note na imagem (¢) que a distoreio das bordas do objeto & mais acentuada, con- 3) Onde a luz incide sobre 0 objeto € a rea mais escura. No centro dessa area eve haver um brilho especular; 4) 0 lado oposto ao da luz principal acen- era ¢ clareard o objeto por dentro. Esse fenémeno, aliado 4 refragio, pode alterar Jevemente sua cor. Um vermelko pade vi rar um magenta, um verde pode virar um emarelo, ndo havendo um exato critério de selegao de cor para isso. Faca testes; 5) Deve haver relexBes em volta do obje- 10. 0 chio sempre aparccera refletido nas areas debaixo do objeto. No exemplo (e) a bola de vidro reflete o branco do chao. A janela da alma Em um desenho de retrato os olhos sio a partes do desenho que se deve tomar maior cuidado. £ para eles que toda a satengdo do observador vai. Portanto nio deixe de aplicar corretamente 2 anatomia ‘€a teoria das cores, em especial, a aplica- ‘do correta da teoria dos vitreos: £. Comece 0 desenho do olho com duas conchas invertidas; g. Desenhe uma linha diagonal onde a parte superior deve estar para o lado do nariz. Essa parte € que ditard a primeira onda dos olhos. Ela deve ser maior que a ‘onda oposta, abaixo, Desenhe no canto © canal lacrimal; h. A iris € coberta por uma pequena peli- ‘cula vitrea, Ela que data sensagdo de pro- fundidade nos olhos. Desenhe o diagrama do caminho da Iu _ i. Apenas com chapados identifique as \ protesslonajpubishcorebr = 2008 » Eckglo 98 cores da ilustragdo. Dé preferéncia a co- res mais escuras, isso ajudard na percep- ‘gio de luz e sombra; 4. Em retratos é possivel observar a gros sura das palpebras. Elas geraréo sombres no branco dos olhos; , Use um pincel suave ou o Smudge Too! para esfumacar 0 desenho, Aproveite para

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