Você está na página 1de 1

O umbigo do mundo

Uma vez mais, quase que nunca


A natureza cria a criatura, fria e desnuda
No dia montado por sua estrutura
Com cu cor de chumbo e gua suja
Uma vez mais, quase que nunca
A criatura segue, pela imensa rua
Daquelas que so compridas e escuras
E que fecham os olhos para as travessuras
Uma vez mais, quase que sempre
O sangue na veia pulsa latente
E a criatura, antes dormente,
Pela primeira vez, percebe que sente
E logo mais, mais a diante
Por um segundo, um breve instante
Sente algo, que denomina agonia
E a criatura, logo se cria
Mais breve, mais perto, quase que dentro
Percebe o prospecto do seu sentimento
E mesmo inquieto e sorrindo pra dentro
Fascas fagulham em seu pensamento
Contido no mesmo sentido abstrato
Co-cria seu dito e maldito ego exaltado
E como se o todo fosse s um pedao
Diz-se rei de todo o seu umbigo enrolado.
- Hulle Horranna

Você também pode gostar