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6-2 perversidade que reponta ¢,relativamente amainada pelo chistemas quadras incials, (Gotirana com todo o sasseg0 A caideira da sopa adubava Com o sangue de um viho morcege, Que ali mesmo co'es unhas sangrava) ‘aise afar na teccera parte, quando os fantasmas fazem as suas contisdes: Dos prazeres do amor as primicta, De meu pai entre as bracos gaze: Edeamor as extremas deicias Dewsme win ftho, que dele geret Mes se.a minha froqueza foi tanta De um conventa fel fera professa, Onde morte morri de uma santa: Vejans tate tl fot esta peca. Incest, toque profanatrioe, na fla daro duende, itor 0s amantes a quem despot Conduai das desorogzs e0 cimuta E alguns flios, por ores ques, He catram do vontre no timo a quarts pate, Morte, iediondo esqueteto aos arrancas, Chocathava nas dobras da sela; Bra a Morte que vinha de tranca ‘Amontada numa égua amarete) expulta os betuqueiros infernais e, na quinta, ratando a manh8, --na sombra daquele arvorede, Qua inda hd pouco viu tantes horrores, Passeando sozinha e sem medo Linda virgem cismowa de amares. na Taverna pertence a essa mesma atmosfera paulistana em que Bernardo se formau ~ densa, carregada de inesperadas solugdes. 158 5 ALVARES DE AZEVEDO, OU ARIEL E CALIBAN Dentre os poetas rominticos, Alvares de Azevedo & 0 que néo podemos spreciar ‘moderadamente: ou nos apegamos & sua obra passando por sobre defeitos elimitagdes gue a deformam, ou a rejeitamos com veeméncs, rejeitando a magia que dela emana, ‘Talvez por ter sido um caso de notivel possibilidade artistica ‘oportunidade ou capacidade de realizagio,temos de nas identifica ‘aceitar © que escreveu. Podemos gostar de Castra Alves ou G ‘superiores a ele; mas a ele 36 nos € dado amar ou repeli ‘escreves em tumuto, em exercer devidamente senso ertico, ais vivo do que qualquer poeta romfntico,excetuado Gongalves Dias. Mar cobra poeras sem relevo nem misculo, versalhada que escorre desprovida de necessi- dade artitica,O que resta, porém, basta nBo s6 para he dar eategorls mas, ainda, revelar ‘a personalidade litera algo maior, a que ndo ousa enlregarse: a pi edos inexpertos. HA nele, sebretudo, como no escorgo de vida que é a adolescéncia, iquele misto de frescor juvenile faligada sendlidade, presente nosmocos do Rorantisina 159 diginas dee! 7 = Ob ox 2 atsnalado as pinasdelamatirisd'0 Loo de Fra Gonder; Ob mes tau No entante, independente do mundo e dos homens, devorouse numa febre que the ‘Alma de fogo, coragdo de vas, Histertoso Breito de ardentes sonhos, inka muse serds ~ poeta altivo Das brumas de Albion, fronte acendida Em tirbido fervert — a t portant, Errante trovador d'alma sombria, ‘Do meu poema os delirantes vers (0 Conde [Na obra de Junqueira Freire, esta exacerbacio adolescente aparece vedurida 9 um extrema: 0 desespero da afetildade bloqueada. Casimira de Abreu exprime outro extrema’ a graca melancélica do lamento sentimental. Mais rico, o seu espfrito engloba ambos os aspecios, revelando dinimica mais intensa, Dilaceramentos Se encararmes a personaldade lteréra, de um angulo roininlco, no como alizagio, mas como disponibilidade iva de Congas Ds, neste bund, ho natural de mie ater: Frelre, esmagado pelo ero de vocagio,envergonkado polos desmandos ter sido bem comportado ou devasso 161 ver com 0 imperoso jta interior que © propelia e que, brotado na zona escura da alma, se Careava depois por uma lucidez intelechal raramente encontrada em nossa literatura. Por obra preocupagéo de patentear antinomias, De modo geral complemento da sentimental: 0 as duas referldas 9 exemple, “Lembranca de Morrer” "0 Pota Moribucda": Descansem o meu tito slitério 1a floresa dos omens esyuecid, A sombra de wma cru, e escrevar nea; — Fe poeta, sonhou e amou na vida. Sombras do vate, noites da montanka, Que minh’aima cantou ¢ amana tanto, Protege’ 0 meu corpo abandonado, Enno silencio derramaithe 0 canto, B agora: Poetas! amaniha co meu cadaver ‘Minha tripa cortat mais sonorosal.. Facam dele uma corda ¢ cantem nela Os amares da vida esperancosal Cantem esse verdo que me alentava.. © aroma dos cursats, 0 bezerrinto, As aves que na sorabra suspiravar, Eos sopos gue cantavam no caminko! , num refinamento superbyroniano, assim trata 20 proprio desespero: Bu morro quat nas maos da cozinheira © marreco plande na agonta... ‘Come 0 cisae de outrora... qua gemendo Entre 0s hinos de amor se enternecia; quando havia dito, na "Lembranga de Morrer' Bu deixo a vida, como detee 0 tédlo Do deserto 0 poento caminheiro, = Como as horas dé um longo pesadelo Que se desfaz a0 dobre de um sindira, Mas voltemas a “O Poeta Morlbundo” e consideremos cetas imagens: o cisne poético degolado zo cantar os amores, onolvado macabro com a morte, 12 =~ tafoa morig, Al vert lazarenta e desdentada.. ‘Que nolvat...E devo entto dormir com ela?.. ‘Se ela ao menos dormisse mascaradal — visto orgidstica do inferno = Ld se namora em boa companhla, ‘Nao pode havsr inferno com Senhorast — Analisandoas,e levando a andlise a outras pecas, veremos, sob 0 cl correntes obscuras de desencanta e recelo de amar; e teres in ‘corresponde ao platonismo de outros. Marcando de grolesco os amores tanghve poeta se exime detes, recuando-os para o impossivel, da mesma forma que fez esp ‘que poderia, mas nio quer ‘do povo como a filha da imental se transforma ‘em esquivanga ante uma, tanto. Comparese o sono da virg Languida fronte no sonhar reclinas, ‘No vapor da itusto por que te orvalha Pranto de amar as pélpebras divinas? quando ex te contemplo adormecida, Salto 0 eabeio no suave Iaito, Por que um suspivo tépido rassona E desmaia suavissimo em teu pelo? agora: sta nolle eu ousel mais atrevido ‘Nos tethas que estalavem nos meus passos Ir espiar seu venturoso soma, Vela mots beia de Morfeu nos brapos! Tinka na mao o ferro do engornada.. Como roncava meviosa ¢ pura. Quase caf na rua desmaiadot Ha porém em trago comum que ttmana a: dois paemas indleando, no fundo, 2 mesma dlepocgd: ern arabs as mulheres donner; em aznbuso poeta as contempla ¢ dei em paz, Os amores apareniemente tangles, posse gross que reserva a a do pe”, ‘Servem para lear mas alto o pedestal dos ouras, mostando que sio belos apenas as que Se perder de todo na esfera das coisas irrealizive's, Como lembra agudamente Méro de ‘Andrade, 2 posse da mulher adormecida € manifesta caactriica do medo de amar.” ‘No desejo, nem de eve, suger nele qualquer incapacidade, desvo ou anormal eta, mesmo porque estou me referindo ao poeta que em suas obras, fala pi ro ao homem Alvares de Azevedo, necesariamenteA sus obra exprine,cOm a ae, a condigdo normal do adolescents burguds « sansivel mals acentuada ou prefongada mms do que noutros:a difculdade nical de 2 tein de amr com a de poste Mica. Sob este aspect ele € a adolescent, ‘exprimindo um drama inerente& educacéo criss, que tem so a0 mesmo tempo fator dos mais graves desajustesindivduais eeefsulo paras malsallas subimagies da ate. ‘ela no aparece, abunda mag que sto escritas na fe vinho, tochas e punhais, completando 0 quadro das imagindvias, que o ardente moclnbo acendia & luz da vela, nas “reptblicas” rlévels da cidadesinha provinclana, transfigarando as pobres meretrizes de sok problema da contadcko ane a aie eden ea raninc 30 alo sexual neceseramente bpiice come fargo organic, prs como sobre a led dos vodnees bales, "164 dados ¢ académicos, deserilas por Macério com tanta impiedade: “Teor uma ‘cultam num sortso. Buforinheltas de infmia dio em traca do gaz0 © verona. Antes amar uma lazaventaf” Mas, virgem ou rameira, 2 mulher aparece na sua obva com a forga obsessiva qué tem na adolescéncla, Acabemos rancamente cansados com a saturagio dos adjetlvos © inkadens que a descrevem, no sono ou na orgia, por um torneio de lugares-comuns Selo palpitante, olhos languides, momo suor, boca entreaberta, als de amor, cabelos desfeites; néo falando da recorréncia tivo gezo e do verbo gozer, Sentimos de -vepente a brusca necrasidade de i almosfera de desejo reprimido, 0 sopro Nolte e langor ‘Ampliemos & andlise, regisrando a associagio que ele faz freqdentemente entre amor, sono e sonho, a comegar pelo poema com este nome, onde ocorre a simbolo ras cruento desesperado que a angustia carmal encontrou no Romantisma: Gavoleiro das armas escuras, Onde vats pelas trevas impuras Com a espada sangienta na méo? sbundsncia com que usa o verbo dormir para desigaar ‘Se notarmos, em segutda, posse, mas dum modo equivor fou 0 recurso a desmaia e desmaiar como expressio da plenitude amor ‘que hd um substrato remoto a que essas imagens se reduzem. &, por gio geral de evanescéncie, de passage do consciente ao incon ‘efinido ac indefinido, do concreto a0 abstrato, do sélido a0 vaporaso, que prépria visio da natureza, na qual opera uina espécle de selegi, elegendo os aspectos ‘que correspondem sirbolicamente a estes estados do corpo e do espitite ~ como € o caso das névoas e vapores (os grifos sto meus): Quando o genie da noite vaporosa ela encosta bravia ‘Na laranjetva em flor toda orvalhosa Da aroma se inebria (Na minha terra) Nas tardes vaporentas se perfuma. (A Nia”) [Ne cinéreo vapor 0 ctu desbate €Crepisculo nas montonhas") como orvalho que a manha vapt ("A Harmonia") sta tendéncia para volaiizar ¢ nebullzar a palsagem completase por ovtra, de apreximésta da vida pelo mesmo sistema de imageris: No vapor da ilusda porgue fe orvalhe Pronto de amor as pdipebras divin Quando & not yor ela dormic. 5, le da larmpada..") E meus labios orvalha d'esperanca? (*Légrimas da vida’) Morno suor me banka o peito langue (Minka amante") Parece néo haver divide: tratase de uma manifestagio do sentimento muito roméntico, €ruto seu, do desfalecimento amoroso, da languldes que esfura a visho respondentes de esvaecimento ou incor ‘o voedbulo “paler”: a palides que marca, dos emotivos eé de certo todo, uma consubstanclagso dos suoras, nndvoas e vapores. Polida, d uz da lampada sombria. Amoroso palor meu rosto ” ‘Contrastando corm esta pale, (como, em mals duma deserigSo dos seus herdls © de si mesmo, em prosa e verso, contrasta 3 da fronte com o negrume dos olhos e dos cabelos), contrastando com ela, a devogdo extrema pela noite, a treva romantica, que soube como ninguém povoar de cenas ovisoes fantdstias. Trevas d'A Noite na Taverna, do Macarto, das vigflas em que cantempla a amada adormecid2, = A noite no lito perfumado ‘au em que rola insone, no Jbretude a0 maz, a noite ocupa na sua’ ems, um haga principal. multo dele a imagem da donzela, adormecids au nfo, na praia tenebrosa, molhada pelas ondas. Esta recorréneia corresponde ao senlimento noturno, & visio lituosa ¢ desesperada do amor, irmanado freqBentermente A morte e, algumas vezes, & profanacio, "Era uma defuntal Pregueithe wil beljos nos Kbios, Ela era bela assim: rasuci tra 8 mérmores antigos.O ozo fol ervoroso Nolte na Taverna), davathe aquela palidex def ~ covel em perdigao aquela ‘No dono véutranspareta! Pendeu o homem da morte macitento ‘A cabeca no peo ~ er vit desalo Longo, mui longo profanou-the um beijol {0 Poena do Frade) ‘A noite signifi néo apenas enquadramento natural, mas melo pslealdgico, tonal dade afetivacorrespondente hs disposigSce do poeta, & sua concencia da vida edo amor, 208 movimentos turves do eu profundo. Byronismo Dos poetas ramBnticos foi quem deinou relativamente rnalor produto, pats & preciso considerar que a sua allvidade no excadeu quatra ou claco anos, tendo silo, além disso, ‘estudante excepcionalmente aplicado, A febre de esreveratiraue alabal ‘papel como seaspalavras viessem por demaisimperiasas; grondenm rmanifestam o luxe incontrolado que, para o Romans Em Goncalves Dias, sentimas que o espirito ness palawras arratam o esplrto na sua Corea incontida, apenas cronologicamente entre ambos, Alvares de Azevedo ¢ um misto dos dois processos. Na melhor parte da sim ‘obra as palavras se ordenam com medida, indicando que a emogéologrou realzarse pelo encontro da expressto justa. Infeizmente, porém, hd nela uma pesada sobrecarga de verso prosa vatios inbtes, revelando indlccrminagdo artistic, Lembremas, @favar, que ela & toda de pubicacio péstuma; eas trés que de fato 0 ‘comprometem (0 Poema do Frade, mas sobretudo © Conde Lopa e 0 O Livro de Fra tentativas de “byronizar”, compreensivels na pena de um rapaz de dezessels ou dexessete ans. E isto nos faz volla induéneia famosa, tio referida e néo devidamente estudada. A influincia de Byron ¢ avassatadora nel Hugo, 0s portugueses. Masa parte estrtamente byroniana da sua obra, hé poucocitada, i2ncla perigosa, nos dolssentides: moral composto, haurido nos neoctdssicas € nte pela oratéra eo romanesco baralo. aro uma serena contensio, a que the tendéncia & digressio ¢ 3 tempo, 0 poeta desacreditado a, regadas de cachaca, a0 som da mage viola sertaneja, nfo criaram coutra coicn sendo a pardiia Aivares de Azevedo, no efrculo estreito da se 4 taller el 0 gue dus un eco umercano de outa obra“ to mas Uo Plenitude & preciso agora sublinhar, na obr rmaturidade deste adolescente; os mom manifesta sem afetagio e Aivares de Azevedo 3s poemas da 1* parte ida luz da limpads”, 3, como “Mew sonho", "lengo dela”: das teraos "Spleen ¢ Charutos” dda Lira dos Vinte Anos, ‘¢ Charutos” formam win conjunto excepcion em avel, graciosa, a dosagem exata do huinor, podendo Bernardo Guimarkes e Aurelian Less. Masse passarmos desta poesia de rlago para © poets entregue a si mesmo, encontraremos nas “Ids Inlaras” a melancola, 0 desencanto, cntides pelo desprendimento dealguém que se encarasem creldade, mas sem complacencia. ‘Nao estaremos longe de acertar apontande nesses "fragmentos” (como os chamou) 2 sua conlribuigo mais original.!? 0 humorismo ‘transfigurando a constelagio nte de cada um. A cama, 03 rac, 06,2 insdnia, 0 ritual do de objets, pormenores, hibitos, que formam 0 quadeos 0s livros, »roupa, os retratos a Mimpadl declo soit, odevanein-formam una atmosiera peculiar, que eieteeaomestno trnpo ‘estima 0 sonho interior. Este € tanto mals pungente em sua frustragto quando mals parece, neste versos,contido pelo to € a Wronia, que revelando 0 cansao da vida, se abrer pra a “lrobranga de mone". Nio haverd em nossa iteratira pega equigarsve, pela sedugfo com que nas arasa ao mundo feckado do poeta, que consegueinscrever na ‘duagioo ial penmanente da prépria imagem, eitalzada no quotdano, Vivo furnando ‘Minha casa ndo tem menores névoas Que as deste céu dinverna.. Ali misturase o charulo havano Ao mesquinko cigarr ¢ ao meu cachimba, Marea a fotha do Faust um colarinko E Alfredo de Musset encobre as vezes De Guerreiro au Velasco um texto obscuro. B resta agora Aaueta saga sombra na parede ~ Fantasma de caredo ¢ po cerileo, TS wher aque fer de maior cme peat". Mio ds Andrade, “Amor Hee", a. A8. 170 Tao waga, ito extinta e fumarenta Coma de um sonko 0 recorder incerto. Irnploro uma dst tudo é silencio! $6 0 lelto deserto, a sala raudal ‘Meu pobre feito! eu amo-e contudot Aqui levet sonhendo nottes belas: As horas longas ofvidei tibando Ardantes gotas de licor dowrado, * Esquecias no fumo, na teitura Das paginas tascivas do romance... Junto do leito 08 meus poetas dormem = 0 Dante, a Bitte, Shakespeare e Byron — Na mesa confndidos. Bu me esquecia: Forse notte; traz fago ¢ dots chorutos E ne mesa do estudo acende a lampada... [Nao hé como reslslir 8 magia dessa viagem & roda do quarto e do préprio eu, em que toda a alma se traduz na articulagdo do espago material com os movimentesinteriores. ‘Accate depurado Macivio devemos dar por companheiro o admirdvel Penseroso das poesias que sallentamos nas outras partes da Lira e nas Diverses. timidea se eauilibram; 0 devanefo abre asas com naturalidade; a natureza aparece como Interpenetragéo do sentimento eda paisagera, representada com suijetvismo evar beleza: que noitel que luer! Coma a brisa a solucar ‘Se desmaiava de amor! Como toda evaporava Perlumes que respirave ‘Nas taranjeiras em flor! (No Mar) Arvoredos do vate! dérramatme Sobre 0 corpo estendido na indoténcta 0 tépide frescor ¢ 0 doce aromal E quando o vento vos tremer nos ramos E sacudirvas as abertas flores Bm chuwa perfumada, concedeimie vw Que encham meu leito, milnka face, a retoa Onde ¢ mole dormir a amor convidat ("Anima Bea") Este aspecto da sua poesia nos mostra como a Ahumano em que banha o escrito, e que se tran visto do mundo, na orientagbo da sensbiidade, vers0s cllados, a largueza das chécaras e arrab it latse, 0 seu contacto com 2 naturera do pats alnds pouco cltadino, onde a vida ‘quotidiana corsa & vista das drvores, dos campos, das pralas desertas, num ritmo mals lento e “natural”, Resplro 0 veito, 6 vivo de perfumes ‘No murmétrio das folhas da mangusira: Nas noites de uar aqui descanso Ea lua enche de amor a minha ésteira. (“A minha esteina”) a depende do espaco fisica ¢ ‘A abafada poesia noturna desse coploso bebedor de cognac se completa por um sopro de natureza, fresco. reparador, por onde entsaa dimencio noemal da vida brasielra, assim vernos que em cada rumo seguido na leitura desta obra, of contrasles aparecem, ‘6 se unificando se os considerarmos de um ponto de vista dramdten, como raanifestagbes de personalidade adolescente. & com efito nesta quadra que ela permaneceu, formando tum mago de esbocos, (agmentos, ertos ¢ acerios. Como experiéncla humana & ista recisamente que Ihe d ur carder inico €raro de mensagem total daadolescenci,selada pela morte e Integra desde entio na eua fecunda precaviedade. 6 O “BELO DOCE E MEIGO”: CASIMIRO DE ABREU Hd nessa geragio um momento em que 0s modos maiores da poesia se esbatem, elevandose a linha pura do gorjeio sentimental ido ouvimos 0 desespero amargo, a [Na preficio as Sombras ¢ Sonos, Te ws mals do que potticn; "0 postico sera a envergadura que assumem em Junguei Bernardo Guimardes. Extremamente roman sempre transpbe no poema um seatimento eterminado, uma certa hora do dia), han sinceridade, ¢, principalente, nada supor no coragio humano além de meia dizia de sentimentos, comuns mas profundamente vivido. Por isso mesmo fai o predileto dos cestos de costura, levando a uni fervoroso publica feminine toda a gamz permitida de -vatiagdes em tomo do enleio amoroso, negaceando os arrojos sensuals por meio de jmagens elegantes: Dormia ¢ sonhava — de manso cheguetme ‘Sem leve rumor, Pendlime tremendo ¢ qual aco vagido, Qual sopro da bisa, batzando ao owwido, Faleéthe de amor! 1, Sombra ¢ Sanh, Poe de font Anan nea de Mop. VI 173

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