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  • Leitura e Cognição - Uma Abordagem Transdisciplinar

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    Alba Olm Norberto Perkoski (Organizadores) Leitura Cogni¢ao uma abordagem fransdisciplinar Santa Crus do Sa ESTETICA B COGNIGAO: UMA LEITURA TRANSVERSA Eunice Piazza Gal (0 gue Rome spreende pel beenepte¢ apenas arma ¢ Coernas nme some cee ert gue oo clcard de pose Se Bae format cn e nome osm nao atingem 0 ‘ealdade Batu eptenpto de ques Aguas que sabe ito de (Suc que ds na abe Come © mand eno, cone: Shean por cede plavas (vind Chuang Tw INTRODUGAO Entiea ¢ conhecimento sto termos mutuamente implica se Bt = ; Tmerprodue Quasetodor or ldsofos da radicaoocidental de Plato WiSdayger ou a Merleno: Ponty incuem a Estetica em sews com Sletossitemas de conbecimento-Por out lado, ou de outra per Dectvas mos como meemo objetivo, posts eats refletem sobre Bcomeido ilosticn da art: Baudelaire, Valery, Goethe, Fernando Poston, Seiler poder ee citados entre os mais astres. ZAEEA tenaiva de Baumgarten eraconceder arte maisexpecfion ‘rent ao belo, wma condigto que suplantssea mera subjetividade usta ore "Oue verdade, que Fe forme comunicivel,atinge-no# Sloe" (GADAMER. 1985; 9.31.32). Kant fol quem avangous nas Teflexdessobreeszn quetio,entendendo que a aspiracso da arte tet cages ‘am explicta os segredos da naturcss exer 4 obra recente, uma vez que, na Iiscas © humanidades fara usa responsabilidade de forneceras exp sobre o universo mental, sobre a6 comtrinder ont ‘aolcativas da vedade,enguanto as citncins trea oestas ee, temas floséficos A pattie du década de 40 do século XX, or. ssa separa ose as eiencas parte do repertaeio dos grandes sit, surge um movimento {ntegrado por uma geasiodecienistas,oscivemticntan aosy se agregam outros parteriosmentequa, salen stncia Aniicialea Linguistics, Ea movie lntrdsciplinat, pois os ientsts cognition, aual eprocessamento lingstico unis Cologi, neureciéncia es incligencls arti ido-sede diferentes dis limites das dsciplinas acabaram por confundit-s, certo que ha ‘tos, segundo Gardiner (1996), gue alga ser possieel neat is de citscia cogntivasindividvais «que nto sera prodent ene belecer ump dscipling nica decleneiacogntiva. Nemraxione deve, "la haver uma cooperasio entre disciplina jamais is foves Assim, 0 problema do conhecimento adquire novas perspec iva trazendo em seu bojo a necessidade de wna concep feagmentada do ser humane: sto retomadas questoes resloerdog pelos fldsofos de todos os tempos, buscando dincuthlas hac ae {utto lementos apresentades plas decobertascentifessda pe ca. A defnigio de clinci copitva,sepunde Gardntres saves ng sorinco, con fundamen aca engin, para apoio ee Ws sistepolégieas de longa data princpalmente acl oie “ud tutuseza do concent, see componentes tay one “Seu desenvolvimento eeu emprege” (986 ah E teresante observar que a arte, embora sendo oma das ‘nals elaboradss produgoes da mente humana, nie fer para foe Pertriodosestudos aos qusisosiemlstas poderiam valter see ace Promoveriam o conhecimenta da set huranoa Ne connie E Gardner ainda quem antnala que acitneiacognitva tomou a devisdo dciberads de meg nfaizar certs fatores que, emborainyportantes pare fencing Imento cognitive, poderiam complicardesnecesaiamenier cog Breendimento cientiico (1996, p 20, grfo meu) Os fore denn, dos de Indo sio aqueles que dizem reapsto s emogoes aos force bistéricos ecuturais a0 contexto de fundo onde ovorvem anode, ‘08 pensamentos particulares. $80 todos elementos gue u ane ae deita de contempla lnseria arte no smbito das ciéncias cognitives, consderadas ‘tas como o conjunto de disiplinas © propesitos Go marinate ‘cima referido, constitu uma aude tedrien que necesita er bony onderads, Considerando que arte ¢quase sempre une weiner ‘esviant,no sentido de que ela impalsionas mente pars tins aca realidade, ou para siealidade, como quetem sigan, 6 devera ‘ottesponder aos propésitos da citncan cognitive que desta at ‘anger abjtvoscienificos, menarvelsecom uma tendisee pros essa © finalist, Eas objetvidae e posividads ds itncae rest S podem sn consstadasnasegint obscracao de Gardner pico» tem (lca copetva) «efor pare expen in eC pamano. ares me sabe se q¥esBeS 1 tonticer podem ser de- erent eros La ict fate ei licto ov nfo, constitu sempre Bandowemipacto de ects cartistas que rfletram agbre wate aire ites grouse No contexto de que stata agi, oBrobloms qe acre ageacmtaia, seguindo casa Logica dicotdmiciogeri 0 de weRutar te eelogoee entre arte ecopnigao dei aeer-accompreendes melhor os procesios cogniives 4 ens enn ste oni go emt ompreender Neste etudo, centro. atengio no campo da arte iter, in indo a nas disassdescontemporsneas sobre oconheciment0, 25 Senge tsar em terms dicotomicos. O texto Hterério ¢ o foco de saa aoe ef iamady como um artefato cognitive, wa produto q meres ova especie de concent, como ta, dentro de S02 soetildade, deve sr considerada. Assim, lendendo 2 pres stig pone preservar a autonomia de obra artista tanto 20 Sarat Poe dos tradicionais textos sobre etn, come ares oma ee eos novos propostos por aguas dasreflexDes ori Seated a cognitives. Levo em conta alguns pressupostos sic copies are anv 85 Vistados a seg :Esttica, mesmo antes deter esta denominacio, cupouse sei aeclentre ate «conhecimentorconsierando mal is ateen incusive ox procesoscopativesenvlvidos na Fragtoefuigto da obra dearte: or estadoscognitivos possuem uma amplitude df de de- eran por ine, com a denominagao de cianias cogaitves, Limi Pot gulcapecificamente © movimento que se deter carrie ide meados doeéculo XX .nos Estados Unidos, roe i yrcusnes edesbes de cenistas de outros pales aicionslmente a questio do conhecimento fi proposta Fea ge dda de representa, ou se, lem dt reaidade Poyetiva exsirn urn mel separado de anilie (nivel dx etna) em que oestdoso Hida com smo} Tegra Comtstascognitvos “dissidents” como Maturanae area, cere ceo conhecimento no sed pela epresntarfOy Pre rren pala “cnayio"-ou ago incorporada de mente eran ra Sea Fowne aqui apenas dos estudos de Varela de sus oe eee rtares conform seteratizados no ivro A mente orporada, 2003), “rel considera aiéia de senso comm, ou conhecineito Bp Ground, como importante elemento no campo areca gcpeco tamer rclvante pars o funcionamente Sen covactal paras criagao atta, oqueabre perspec hads ertabelecerrlagoes entre arte cogniaos ieceeito que o autor nioetabelece essa ease Timitand- TAguN eteencias gras sobre » arte no seu compo de 4 ins mas as suas eflesbes tories permitem ue abo rear aera do texto liter4io come uma posiiidade de oar ay da mente do individuo, ou como urna ROVE Teague se projet na relagioindividvo-mundo: vsabordagem do tema da tranformagio damente via eitart Fama eee nptcn aq oextabelecimento de uma ela de 86 eters « Connite valorem de certesa,nem de verdade, Para orobjetivos dese estado, dostréslementos fndamen taisenvoluidos nas eelexoes sobre arte tear econhecimento, 0 tists obra eter, detenho-meaqutcapecalmentena obra, mat ‘com algunas referencias inserqdo do leltor.Aandlive do conte "O. ‘espalhoy de Machado de Assi ¢ una tentativa de mostrar como © conhecimento éabordado ou tematizad pel eso. ‘As questdespropostatcerao abordadasem tet capitulos dis tintos.a partido estodo de alguns autores da radio Hsia, das inclascognitivase de um texto ficclonal 1 NARRATIVAS, ESTETICA E CONHECIMENTO Antes de Plato, no ambito da cultura greco-atns, sobrados fldsofos pre-soceticos se caracteriea por oma marcanteprcsenga de imagens poéticas. Parménides de Flea, narrando asus vinger Inicttica mo ao conhecimento, mistura elementos mitics, poe ticose floséficon "Os eavalos quie me condurem leviramcine 130 Tonge quanto meu coragao poderia desejn pois as devsasguiaramn. ‘ne, através de todas as cidaes, pelo camino famoxo que condur o hhomem que sabe” (1985, p.54)-O flésolo-poetaécondusido 4 pre- senga da deusa que Ihe expe os principios de ma Mosofa agora vo flat 1, esata 3 mins ales gue dats bom pois vou diserte dor Oncor mlaves de Staten cncsines © peo (Ge) gue oer) que D aosier nao fee Camino au conte, pos con the’ verdad wound, que nio@ycgueo nue seré hecessrin ent vin digote € imperscrtivel pots no Poder conhecer soi cao ¢ og impocive- nem Erprentio om paaver 1990p. 5455) ‘Chamo a atengio para fto de que os fagmentos aims per “téncem a um dos peimetros textos exritos de que temo aici e, spesar de tatar de questOesHlosGGear~o tema da explicitacao de verdade ~ constitu uma narativa, Den oinkio, parece ser eviden- {e ques conhecimento se expressa pormeio dela A cltncis, hist tn aflosfiamostram queamatizainda¢vlidae que tado na vida {sti para sgrecontadoy eas imagens podtica, vag, incerta, nebulo- Ss permetin todos os discurtos, para gléria ow deedouro da taga uma [Nesst momento, onde sestuaoautor dos fragmentos acim, nto aparece preacuparia de distingur falso do verdadero, a ea Iidade da uso. Quem relia ene at Patio. Eni hi como falar de arte, de estétiea e de conhecimento, sem comegar por ele, que problematizou “para sempre" o tema Iniciar com Plato significa iniiar pele parsdoxo que consti tio fato dese ele um grande crisdareconstrtor de narrativar 20 ‘mesmo tempo de condent-las como nocivas ao bem comm. At ‘espostase conjeturas em torno desse paradoxo si0 multas, pls bem dificil cuparseda arte desconsilerar ese fat. Reconlecen= doo impacto que ele sempre representou «ainda hoje representa, Importanteestetstrataram de condens-loo¥ de justifies to TER p10). 2H pelo menos dots aspectos a consderar em velagio ao pensamenta Dlatdnico que vai estabelecerligagdes reas com a arte Trata-se da linpossbiidade da presenga dos poctarna cidade ideale da definigso| ds arte como mimece “so mmunde sensive,osaor4 imposstOMaide de enetve a ess “curarterpisticay aioaproenteascoirarernunesstncia over “devas apenas cin sua aperéneiar iste ques tddia nao pode set roseiapemsomeeniogs. ‘Tae ponmronpm tate Ocuadapnin mopmecre cna “septemeeilgforvpeeapia com opene decors de fea as Fare SpE “dessa, nevi, defiitivamente selads a sorte da arte n ultra éimitacao e€ flo, em oposico 40 verdad 8 filosoia. Tada s Glosofia da arte, depois de postoparaulrapasiarou pars scitar ‘Nio que ele se “State totalmente do pltonisme nesse particular. a0 conteio, pre Senta dele uinasistematizaro © acreseenta alguns elements inte ‘estntes dos quaisa clea itercia,porexempla vale teats das suns, Aristételes concede uma fangao ou valor & imitagho, utili Zando-acomo meio eapecifca de dtingfo ecaracterivaio da poe Siacclevando-aa um metodo de conherimente: ‘ho gue parece, dat cause © ambit nturn eraramn Poca. O imitar€ congtnita no homem (emia dfre do ‘utr viventes, ois de today, ¢eleo masts es por mitacto aprecnde 4 pineias oqae) os homens se omprazem ao ito. (1998p. 107) Eainds estabelece uma fungiocatrtica par arte que,se no redentara pelo menos Ihe concede umn lugar importante no arb da sua.stiidade ou petinenciaindvidval esocialOcetacatitico constitu uma virtude da arte or sentimentor €emogbes que cl * “deve purticar:40 0 terror e a pledade que a tragedia despeta, O esperar do terroredapledade se deve a latode que, pars hrfaoteles, 2 taeda, forma superior de arte, speesenta uma situagto do set ‘humane que nio se distingue pela vide ow justi, mse que caine infortinio por um err, por ignorsnca, Os zetimentos de piedade e terror sto experimentados pelo eepectador diate da situnyaade-quetn sore umaynjustia sem saber eda possbiidade de es acontecer ‘qualquer um. Eig a descrgso de um fendmeno cognitive que en tloba diferentes perspectivas: da consttuiguo pslcolegica, day rela ‘Bessoctaisecultras do eriadon da obra eda fuidor Auavés da Padi, Aretteles in lenciow a matoria das to- Fas da arte que se derenvolveram wa tradigto comm razioy fina, allan de fornecer um escopo tecnico importante arespeito dos gene" fosdosquaistrata¢ cle quem afirma que a"poesisérnaeverdadeiea doques histori "No mesmo periodo em que Patio ¢ Aristtlesvivem «pro dduzem seus sistemas Glosficos, diversas outrascortentes de pense ‘mento se desenvolvem paralelamente,Posuern tanto epocs con® 1a posteridade, uma inflncia mais limitada, chegando tiesto & ‘Serem esquecidas.0 caso do ceicamo & singular, pois apesar de io {ersido uma cortenteflossfica no sentido ais etitoe também de io consttur exatamente un site ilosico fo talvero pensa ‘mento que, junto com 0 pltonismo-arettslizme, mats inflen ‘lou aflosofiaocidental. Nao no sentido de ter ima mulidio de ‘seguidores, mas foncionando sempre como wm pensarento alter nativo, um constante dsaflo, que ince a superslo ea contradit fs, : 0 ceticism aparece aqui destacado por duas x26es, Em ps ieiro lugar porque os eticos, em diferentes momentos e através de diferentes personalidades, consideram que nas origens desi pena ‘mento est Homero e também Furipedes, alm de outros fibuotos © sbi amigos. Em segundo lugar, os pressupostos desea corrent de Peasamento podem serutilizasos conn lementosesensiais para formulagao de uma estétia que congrega uma sinificativa parte a produto cultural do Ocidente. Refirome aqui autores como: Erasmo de Roterdarn, Montaigne, Swi Sterne, Machado de Asis ade Quertsentretantor outros ares preesupostor naa consti cm uum sistema Flsofico, mas um metodo de conhecimente cus Slividades principaissioainvestgaszo (ou sets) a ands dso fides em confit 4 rexpeto dos fates em questi,» ntencao de resolver confit descoberts de que ce nto pode ser reselvido, a ‘tapensto do julgamento cone urea especie de curs da perturb Inical que olevou simvestigar Eeve metodo écrclar ‘Quem procarssgvms ois acaba por dcr ou que » "que nos pode descarin. ou que contines {Tlovfs tendes wma deans ts conc iro € procure verdedes once = cow ‘encerse dea Os peripatiias or epicurstan os eticos Seton conhecments« 0 ousiderar india fam de encontrar a verdade © jlgnn se noes ful {eso ncapaes de eseobrn coum eles ‘Spinton Pine © or ours clic tjos dog, dem Siguns tutoressnigon, sto teador de Homer, ds sete sic drt de adn alan se ame Sit por ve encotian (1987 R 226227) ierdae (4 onlieetrrento) pela Leaqueza de-sue-condign- er por’ “pgeuscandd, Note se também que as origens do etc, ve frtinmehattoe weeps ‘uma lost, conforme a citagao acim, in opis we ere tanaene peo poeta trier Embora nto tenba encontrado ma litera dado que indique arabes elas quae exe poets extariam alin luidor, apredito ser possvel propor, pelo menos 0 sepuinte Iente que ext no centro da preacupaydes dessa cosmovisio: sdf {Clade de estabelecero que ¢verdadeiro em relagao as aj 0es valo: es: na linda uma tensioexpictaentre os das povosgucrriro {regos ¢troinnos se sssemelhan ma crucldade e na corager. Que partie deveret tomar? Buripedes,n’Astrotanas, por exemplo, con {rape dor das mulheres dos encidor sos anseios edesmandos dos [egos vencedores. 0 que produs ona celativigho da vitor, Alem Uist, Curfpedes¢ om porta desencantado se colocada na perspects ta de seun antecessores, Beqilo « Séfocles,« seus herolsexibem ‘atamente as propria raquenasf poressa asso que Mitsiche,0'A| ovigon da tage (1988), 0 condens inopelavelmente Uma cstetica do cetiiamo pode ser construida tendo em vista asobcasde diferentes autores algunsjéitadosacima,cujo ponto de Vistase express straves daria dobumor elementos constituin- {ede metodo cétco atlizados em sas narrativas, para desvelar 45 itusoes a raquezas»ignordnca, Sem desesperarse, por descobr revel que tae caraceriticasfazem parte da condlg2o humana ‘sur autores, especialmente no Ambito da Iteratura,valem se do ‘Heo, Obras de nstureza ou generos diferentes podem set tomedas ‘como bane para esa empresa, ois so esta posta desde as origens 0s ports também contemplam o saber, ou Uma espécte de saber, 20 Indo de ssofos medics (como no caso Je Sexto Empitico) ‘Assim, no que tange a0 conhecimento, 0 ceticismo se posicions do punto de vista da reativiraso, mas no Se torma por [isoumefilosotsinativa, poi, como jfcou assinalado acima, pro oe, como win de sus xr metddicos importantes investiga ‘bie atividade incansvel de anise que consiseprincipalmente na Contaposgio de argumentos sabre todas coisas, que leva 505 pensto do jlgemento, Ei insta, eva viao a trata fem toro do paradoxo que €conhecer quenio se conhece. Neste capil nici bisque apreentar alguns aspects const tuintes das principals matrzes ocidenaisem que sree conhecimento “Soubjetosdeinuirgi. Num primeiro momento, masorigens propria mente dias arte, losola mito ou rligsidade sto nscparveiz,0 que "evel ume concep ampliads ou integrada de conhecieno, Aistinguetipos diferentes

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