Alguns leitos para dormir ou fazer as refeies, mesinhas redond
as de trs ps, alguns armrios, cadeiras, prateleiras; de madeira (h alguns pobres restos em Hercu lano e tambm, na Inglaterra), pedra, mrmore ou bronze. E lampadrios. Parecem-se mais com, nossos mve is de jardim do que com moblia de interiores. A arquitetura privada da classe proprietria, essas domus que so mais "palacetes" q ue "casas", uma das mais belas criaes da arte grega e romana. A morada antes de tudo um amplo espao vazio que percebemos ao penetrar no centro do edifcio e s vezes j desde o limi ar: uma fileira no de salas fechadas, mas de espaos: ptio coberto, trio (ou "prtico"), jardim com jorro s de gua; mais espaos vazios do que cheios. Espao, perspectivas: "a casa samnita" de Herculano de svenda sua estrutura interna ao primeiro olhar e respira-se vontade em seu volume vazio. Ao redor desse vazio claramente se dispem quartos to pequenos que surpreendem, pelo tamanho; cada um se retira para sua cela para dormir ou ler, mas todos vivem nos vazios centrais, para os quais se a brem em toda a sua amplido as salas de refeies como caixas s quais se retirou uma das quatro faces. H mais. Seja a casa rica ou no, uma decorao de cores vivas recobre os pisos, as pare des e os tetos com mosaicos, estuques e pinturas decorativas ou mitolgicas; fantsticas arqu iteturas pintadas abrem nas paredes espaos imaginrios. No imaginemos o esplendor de aposentos princip escos, mas antes o ferico colorido de um teatro para contos de fadas; aqui reina a imaginao, no a pom pa. Ora de um mau gosto gritante ( fontes de mosaicos e conchas incrustadas!), ora de uma harmo nia suntuosa na audcia. Quando pensamos no que foi tal sociedade, em suas relaes sociais, em seu ci vismo pesado e em seu comportamento rgido, nada mais imprevisvel que essas festas domsticas da imagin ao e da cor, em que seria suprfluo procurar [pg. 288]