Você está na página 1de 20
CAPITULO § TRATAMENTOS TERMOQUIMICOS 8.1. CEMENTACKO A cementacio consiste na formacio de una camada superficial de alto teor de carbono em um aco de baixo teor de carbono. Ao ser temperado © aco apés cementagao, esta camada se endurece fortemente ao pas- So que o niicleo, de baixo carbono, permanece comparativamente macio. 0 resultado final € uma superficie muito resistente ao desgaste com um niicleo muito ductil. Devido a esta combinagao, o conjunto a- Presenta uma alta resisténcia ao impacto. Como se desenvolvem ten- sGes de compressio na capa superficial durante a cementagdo, a re- Sisténcia & fadiga também aumentada. A cementaco se realiza em meio'sdlido, em banho de sais ou gases a temperaturas entre 825°C e 925°C. A formacloda canada enriquecida o- corre por difusao de carbono a partir de uma temperatura tal que o ago em questao se encontre na fase austenitica. Para que ocorra um fluxo constante & necessdrio manter sobre a superficie ua dada con centracao de carbono que na pratica oscila entre 0.7 e 1.28. 0 car- bono & depositado continamente em forma atOmica através de uma reagio em fase gasosa que ocorre na superficie do ago. As reagdes que o- correm na fase gasosa sio: + (Gl # 200 (C) + CO, ‘498s cenentacio,o tratamento de endurecimento pode ser realizado das Seguintes maneiras: a) Témpera Direta: temperado diretamente a partir do meio cementan- te. b) Aquecimento Simples: aquecimento e témpera das partes carboneta- das. c) Dupla Témpera: témpera direta seguida por outra témpera a uma tem peratura mais baixa cu uma normalizagio seguida de uma témpera. A penetracio deste alto conteiido de carbono na austenita é un proble ma de difusdo e discutido no Apéndice 1. 0 termo profundidade de cementago & utilizado para definir a distancia a partir da super- ficie na qual a concentragao de carbono tem um valor definido. £ tam bém utilizado para definir a profundidade total penetrada pelo carbo no. De acordo com o desenvolvimento do Apéndice 1, a concentragio de carbono, em funcdo da distancia ‘a superficie (x) e do tempo (t),é: (8.1) C(x,t) = Cs-(Cs-Co)erf (A) 2/Dt como se pode ver pela tabela 8.1, a fungdo erro tende a 1 quando seu argumento (—X) torna-se grande. Por exemplo, para —X 1,5, s¢ obtén confore a forma (8.1) e a tabela 8.1. C(x,t) = Co - 0.034 Cs A concentracio de carbono na superficie de um ago cementado varia en- tre 0.5 € 1.28 de C. Logo, a uma distancia da superficie x-SvDt a con centragao de carbono variara entre Fey ae ee ny me en eae an wae ee fr a) et fe ee a 8/3 Co - 0.017 C(x,t) = Co - 0.034 A esta distancia praticamente j4 nao se tem uma camada cementada. De vido & forte variagio da funcio erro com x, a profundidade de cemen- taco € pouco dependente da concentrago de carbono da superficie; Portanto o gradiente de concentracao sera mais abrupto quanto maior for aquela concentragio, Figura (8.1). Conteude de carbone % 1.20, Potencial Potencial de C050% del A75% 005 1 15 20 05 1 18 20 05 1 18 2mm PROF UNDIDADE, Figura 8.1. - Gradiente de concentragdo de carbono, em uma camada carburada em fungao do potencial de carbono C do té po de carbonetagao para aos ndo ligados, carboneta- dos a 920°C (2). Utilizar-se a agora a composigdo (Cs + Co)/2 como una indicaclo da pro fundidade da zona cementada. Designando esta composigao como Co.5, tem-se: afd st - - - (ourangos1) Oty - 7 : : (ousdoxd) 865 096 on a 5 (oue3nq) 9TH - o"g6 $0 - (1ozu0q) 9195 a . ss . (oust 130) "129 - - - 8°ST-0°9 (ouers) 94% : - ve L°8-£°8 (ouryau) 4p 7 es s*zb uy - - £9 - X09 : - ve y°8-8°0 * - - 8°0 ¥70-0'0 % - - vz 8°0-0'0 %c0 “ewedoud Tea) __—wtaanboo op su ace ene (g) esose8 oeSequaue> eu ouogIe> ap eqUOJ oul0d sopeztTTIn soseB stedroutid - “2-8 eTOGEL, 8/5 De acordo com a tabela 8.1, 0 argunento que d4 um valor 0.5 & fun- go erro € 1/2. Portanto: “os <2 Lb 20E 2 “%0.5 = WDE (8-2) z erf(z) z erf(z) 0 0 0.843 0.2 0.223 0.2 0.910 0.4 0.428 1.5 0.966 0.6 0.604 2.0 0.955 0.8 0.742 25 0.9996 A profundidade & entdo fungdo da raiz quadrada do tempo de exposicao do aco na atmosfera cementante @ do coeficiente de difusao do carbo- no. Como este coeficiente varia exponenciamente com a temperatu ra (Apéndice 1) a taxa de carbono a 925°C é 40% maior do que & 870°C. Portanto, duas variaveis principais do processo sio a temperatura e o tempo. A outra variavel importante @ a concentracao de carbono na superficie do ago que,no caso de atmosfera cementante, depende do controle da atmosfera e,no caso de cementagZo em caixa, depende dos materiais usados para cementar e para ativar 0 proceso. Cementacio Gasosa Os gases usualnente utilizados para prover una quantidade de carbono adequada so o gis natural e hidrocarbonetos liquidos que podem ser facilmente evaporados. A Tabela 8.2 mostra a conposicao das princi- pais atmosferas utilizadas. Para diluir o gis dos hidrocarbonetos uv tilizam-se varios gases portadores, preparados a partir de atmosfe, As: AUSTENITA SATURADA {160} kpses7 30%, 8 BBB 80, DIOXIDO DE CARBONO, 5 of BE As 2,02%C AS 2108%C Monéxidode carbono% Monéxido de carbone,” 020%¢- th 18 18 20 22 Bt Mondxido de carbone, Mondxido de carbone, Figura §.2. - Porcentagens de C0) e CO em equilfbrio com varias con centragdes de carbono em agos a seis temperaturas. (3) 8/6 7600 F Kp=203 a20%¢ Wh 16 18 20 2 BWi2 & 16 18 202 Wi2 1% 16 18 20 22% Monéxido de carbono,% % 16 18 20 22212 uw 6 1 20 2A Monoxide de carbono,% 8/7 Yas exotérmicas, endotérmicas e outras. As reagSes importantes que Ocorrem na cementaclo gasosa sao: (©) + mH, (8.3) 20 = (0) +o, (8.4) OO+H,0 2 CO,+H, (8.5) onde (C) € 0 carbono dissolvido na austenita. As reacSes (8.3) € (8-4) indicam a adigio de.carbono no aco a partir do metano e dom, noxido de carbono para formar uma solucdo de carbono na austenita e também para formar hidrogénio e diéxido de carbono, respectivamente. 4s flechas nos dois sentidos indicam que anbas as reacdes so rever- Siveis, isto é, a partir das constantes de equilibrio de cada reacio pode-se calcular as concentracdes de equilibrio de Cig, (C) e Hz em um caso e de 00, (C) e 02 no outro. A Figura 8.2 mostra as porcen- tagens de 002 © 00 em equilibrio com varias concentragdes de carbono nos acos - carbono a seis tenperaturas. 0 método para a utilizacio das constantes de equilibrio sera desenvolvido no Apéndice 2. a) Efeito da temperatura A temperatura usualmente utilizada & de 925°C permitindo uma cenenta- Go razcavelmente rapida sem excessivo desgaste dos equipamentos. Nao obstante, existe uma tendéncia a se aumentar aquela temperatura (950°C a 980°C) para alguns casos em que se necessita una canada cementada muito profunda. Mas, se a camada que se deseja nao € mito espessa,é melhor utilizar temperaturas de cementacio baixas, pois desta maneira & mais facil controle da espessura da camada. £ importante que a temperatura do material seja uniforme e que se tenha suficiente recir Culagdo da atmosfera para a obtenclo de um ago bem cenentado. 8/8 b) Efeito do tempo F.E.HARRIS(3) desenvolveu uma fOrmala que relaciona 4 profundidade decementacio em fungdo do tempo e da temperatura para 0 caso dos tra ‘tamentos convencionais, pie 31.6VE 10! (8.6) onde Pc € dado em polegadas, t(tenpo) em horas e T(tenperatura) em graus Rankine (°R = 9/5 °C + 492). Para 0 caso de tenperaturas pré- fixadas a equacio (8.6) se converte em: PosK (8.7) que € 0 equivalente % equaco (8.2). A tabela (8-3) dé o valor da constante K para trés temperaturas. Tabela 8.3 TC K 871 0,018 399" 0.021 827 0.025 SF A fSrmula 8.7 foi calculada para se obter uma concentracao de carbo no na superficie igual 4 de saturacio da austenita a esta temperatura. £2 a concentracdo de carbono na superficie é controlada para que seja menor que a concentracio de saturacio, a profundidade de cementacdo sera ligeiramente inferior 4 que se obtém pela forma 8.6 ou 8.7. Com respeito ao tempo de tratamento, varias horas sio necessarias pa ra levar o sistema & temperatura de regime. Se posteriomente se reali za una témpera direta, o tempo do ciclo devera aumentar ainda mais » » » = » » » » » » » o o » . » » 8/9 até ser levado o sistena‘a temperatura de ténpera. Este ditimo perfo do pode ser usado deliberadanente para diminuir a concentrago de carbono na superficie, mantendo o sistema em contato com una atmosfe- ta de baixo patencial de carbono. ¢) Controle de atmosfera A composicao da atmosfera do forno pode ser determinada por andlise © através desta o potencial de carbono pode ser estinado (ver Apéndi ce 2). O conteiido de unidade do gés tem una grande influéncia sobre © Potencial de carbono como indica a equacdo (8 .5). Esta unidade po de ser determinada através do ponto de orvalho do gis. 0 ponto de or valho € a temperatura na qual pequenas gotas de agua so depositadas Pelo gas. A relaclo entre 0 conteido de umidade © 0 ponto de orvalho € mstrada na Figura 8.3, No Apéndice 2 se mostra como o ponto de orvalho est relacionado com a concentragio de carbono na superéf cie do ago. © analisador Orsat foi durante muito tempo uma das principais ferra- mentas para o controle de atmosferas em fornos. A operagao do equipa mento consiste no borbulhanento de amostras da atmosfera através de ima série de solugées, cada uma preparada para absorver um dado compo, nente do gas. Entretanto, atualmente as funces de controle sao feitas cada vez mais através de medidas do ponto de orvalho e andlises por infravermelho. ‘Existem varios métodos que pernitem realizar medidas continuas para controlar o potencial de carbono. Um deste métodos & baseado na utilizagdo de raios infravermelhos para registrar a con- centragao do gis C02. Através da constante de equilibrio (Apendice 2) € possivel a detemminacao da concentragao de C0 e, deste modo, o po- tencial de carbono. Outro método se baseia na medida da resisténcia de um aro de aco que se encontra calibrado para diferentes concentra Ses de carbono. Cementacao em caixa A cementagao em caixa similar A gasosa no aspecto de que em anbas 8/10 8 utilizado o mondxido de carbono como fonte de carbono. 0 mondxido de carbono é obtido pela reaciodocenentante s6lido no recipiente de comentagao. A cementacdo com carviio vegetal somente (sem agentes ativantes) ocorre gracas 4 presenca de oxigénio atmosférico encer rado no recipiente de cementacdo. 0 oxigénio reage com 0 carvao vege- tal e durante o perfodo de aquecimento & produzida um mistura rica em C02 que depois reage com o carvao vegetal para dar: @ + C 200 (8-8) " ‘A medida que a temperatura se eleva o equilfbrio é deslocado para a direita. Na superficie do ago tem-se a reacio usual: 200 4 8 + (c) (8.9) O carbono atémico produzido se dissolve rapidamente na austenita ¢ dit funde at o interior do aco. 0 C02 reage novamente como carvio vege tal de acordo com a reacio (4.8) repetindo novamente 0 ciclo. A quan tidade de oxigénio ‘atmsférico encerrado na caixa, além de aleatéria, pode ser insuficiente para produzir a quantidade necessaria de gas cementante; por este motivo é pratica misturar 0 carvao vegetal com algun ativante. 0 carbonato de bario normalmente utilizado com tal Produzindo a seguinte reagdo ao ser aquecido: BaGO, + BaO + CO, (8,10) @, + c t2m (8.8) Se a temperatura @ aumentada, mas a pressdo nao se altera, a constan= te de cquilibrio se modifica de tal forma a produzir mais 00. A Figu- ra 8 .3(a) € um diagrama de equilfbrio da reacdo (8,8) a diferentes temperaturas e @ pressio de 1 atmosfera. De acordo com este diagrama, MSOOCCCET ULES EELEESELESESTLFELISEYIULLIVIVIT TTT Conteudo de égua em volume % 9 a — 50-40 30-20 40 0 10°C PONTO DE ORVALHO s/il Figura 8.3. - Relagio entre ponto de orvalho e contetido de umidade. 80} 20 60} 40 40} leo 2A 0 0 100 400 600800 1000 1200% TEMPERATURA Figura 8.3.(a). - Diagrama de equilfbrio para a reagio 200%C+00; 4 pressGo de uma atmosfera. 8/12 2 900°C existirdo em equilibrio 96% de CO e 4% de COz. Através do dia grama de equilibrio Fe-C a 900°C (Figura 8.3(b)) € possivel a deter minago do contetido de carbono na superficie do ago. Tal composicao se encontra neste caso entre 1.2¢0.7$. Esta concentracao € também possivel de se determinar a partir do cAlculo da constante de equili, brio da reacio (8 .8). Devido & baixa condutibilidade térmica dos compostos cementantes contidos nas caixas juntamente com 0 material a ser cementado, se requer um tempo apreciavel para alcangar a uni formidade em toda a massa. Os seguintes experimentos ilustran clara~ mente este efeito (2). Anostras de 10mm de dimetro por SOmn foram empacotadas em caixas cilfndricas de 130mm de diametro por 320m a varias distdncias da parede do recipiente (8.3(c)). Em outra experiéncia tais amstras foram colocadas préximas de corpos com di- mensdes crescentes. Em todos os corpos de prova foram colocados ter- nopares. A Figura 8.3(d) mostra o registro de temperatura em funcao do tempo para as varias amostras. Pode-se necessitar até duas horas para que as anostras alcancem a temperatura do forno. As amostras n& caixa B necessitam até duas vezes mais tempo que as da caixa A para alcangar a temperatura prefixada. Isto significa que se 0 tempo to- tal de tratamento foi em anbos os casos de $ horas, o tempo de cenen. taco foi de 30 horas para as amostras de B e de 4 horas para as de A, 0 que por sua vez da uma camada de :0.7mm € 0.85mm respectiva- mente. Este exemplo ilustra claramente que nao é possivel obter por tratamentos em caixas wma canada cementada uniforme em todas a5 Pe gas, j4 que aquelas colocadas no meio do recipiente vao ser cemen- tadas consideravelmente menos do que as que cercam as ‘paredes. Por este motivo, este método nfo é adequado para a produgdo de pegas que reaveiram uma camada fina e que deva ser controlada de acordo com to Jerancias restritas. Tampouco é adequado se se quiser temperar dire- tamente as pecas a partir da temperatura de cementagao. Por outro lado,como a massa a ser resfriada € grande,acementacio em caixa & um método simples para resfrianento lento a partir da temperatura de operacio. Isto Stimo para pegas que devem ser trabalhadas depois de cenentadas e antes de serem endurecidas. 8/13 2001000 -—«(1200°C TEMPERATURA Figura 8.3.(b).- Uma sec&o do diagrama de equilfbrio para Fe-0-C @ Pressdo de uma atmosfera. Termopares Figura 8.3.(c).- Dispositivos experimentais para medir tempos de ax : quecimentos e varias distincais da parede da caixa. (2) 8/14 Temperatura °c Forno 00 800 700 400 300 200] LA er er re Cara A Tempo Temperatura 7c 900} 809} 700} Forno 600} 09} Figura 8.3.(d). - Velocidade de aquecimento para os distintos cor- pos de prova na caixa Ae B. (2) STO ORESESETIIIY GV Sere 8/1s te carbono © nitmogénio. No caso de carbonitretaco gasosa, o carbono @ obtido a partir de uma mistura de g8S rico em mondxido de carbono ou a partir de hidrocarbonetos 1fquidos vaporizados. 0 nitrogénio & obtido a partir do amoniaco. Portanto, a carbonitretacao gasosa & im Processo de cementaco modificado. Dependendo dos gradientes de carbono e nitrogénio na camada carbonitretada, pode obter-se um. variedade de microestruturas. A carbonitretacao a baixas temperaturas (746°C) produz uma canada de alto conteddo de nitrogénio, ao passo que Outra forma de realizar carbonitretacao consiste em aquecer o ago aci ma de Aci em um banho de sal de Cianeto dos quais & absorvido carbono © nitrogénio simitaneanente. Omondxido de carbono e © nitrogénio nio so produzidos diretanente Pelos sais de cianeto de sédio (que sao os mais usados devido & economia de custo). 0 cianeto fundido se decom Pée em presenca do ar na superficie do banho, dando cianato de sédio. Este, por sua vez, deconpde-se dando lugar Bs Seguintes reacdes quini- cas. 2a +0, 2 2Na NCO 4Na NCO z Na 700 ,+2NaCN+00+ (2N) (8.16) 2co % 2+ (C) NaN + co, Na NCO + 00 Nas temperaturas de operacio,a maior concentracio de cianato corres- Pondera una maior atividade do banho. Devido ao fato de a velocidade de decomposicao dos cianatos aumentar com a temperatura, a atividade do banho sera maior a temperaturas mais altas. 8/16 Influcncia dos tratamentos térmicos e da composicdo do aco na profun- didade de cementucao e da dureza superficial a) Profundidade da penetrac&o de carbono © alcance do endurecimento depende da camada. cementada. Se na cama- da cementada s6 se produz martensita, 0 aunento de endurecimento por ‘témpera sera significativo até a uma profundidade onde a concentragao de carbono seja de 0.4%, Naturalmente que. para pegas maiores, ao decres cer a velocidade de resfriamento, a camada transformada em martensi- ta sera menor. Isto significa que, embora tenhamos a mesma penetra- go de carbono, pecas de diferentes tamanhos tém perfis de dureza diferentes. Para 0 caso de pecas com secSes maiores a camada endurecida @ influ- enciada pelos elementos de liga da mesma maneira que o é o endureci- mento dos acos. Obtém-se entSo, canadas endurecidas mais profundas pa Ta acgos mais altamente ligados. ° b) Dureza superficial Quando a concentragao de carbono na superficie excede 0,7$ de carbo- no, a temperatura Mg cai fortemente para um ago-carbono e a quantida de de austenita retida depois da témpera aumenta (Figura 8.4). Em geral, a concentracio 6tima de carbono na superficie para um ago li- gado pode ser determinada por metalografia (Figura 8.5; 8.6; 8.7) A Figura 8.8 mostra a influéncia da composico do ago e da concen- tragdo de carbono na superficie sobre a dureza superficial obtida ao temperar amostras a partir de 920°C. Pode-se notar que,ao diminuir o conteiido de niquel, o miximo de dureza & obtida para maiores concen- tragdes de carbono. Una baixa dureza superficial implica num alto con teiido de austenita retida. A Figura 8.4 mostra o caso de um aco que foi supercementado, Este tipo de microestrutura & pouco adequada ou inGtil para condigdes normais de trabalho. £ necessdrio portanto con- trolar o processo de forma a obter a mixima dureza superficial possi- vel, 8/17 DUREZA HRC 8.-—_——_—___________, © Mn Cr Ni 66 +18 61 .30- «50 66) 62] M6 64,30 1,54 30 07 58.29 2,26 59 116 1,081,00- -- MW 05,773,466 - 13 49,97 437 - 82] st 0! 0.60 070 O80 090 100 110% ONTEUDO DE CARBONO NA SUPERFICIE Figufa 8.8. - Influéncila da composicio do ago e conteiido de carhono na dureza obtida por ténpera direta-a partir d 920°C (2). CULELUVUCUV ITU T VEE VEST LULU UEC UU U UU UT Eee UTI 8 g 8/18 200 spool Lt oe Conteude Me elemer Figura 8.9. - Influéncia dos elementos de liga sobre a dureza apés nitretacdo. Liga base 0.35%C, 0.308Si, 0.708Mn- ye) 8 US KR Conteutode etemerios de liga Figura 8.10, - Influéncia dos elementos de liga sobre @ progundida- de de nitretacao. PRUUUCCUUUUUL ELEC EUUULE ULL UUUUCUUEVEEUUUEI IS) 8/19 8 «2. NITRETACKO 40 contrfrio dos tratanentos de cementacao, a nitretacio é um trata mento termoquimico para produzir uma canada dura em um ago mediante & difusdo de nitrogénio em fase ferritica. £ Por isso que as tempera turas nas quais se realiza o tratanentooscilam entre S00°C e 590°C. A camada dura & obtida neste caso pela Precipitaco de nitretos na regigo onde penetrou o nitrogénio intersticial. Na ferrita supersa- turada até 6% de nitrogénio Precipitam-se nitrets de ferro y (FegN). Ao elevar-se 0 teor de supersaturaco, um novo nitreto e(Fe2N) tende a formar-se (4). Estes dois nitretos formam a denominada camada branca superficial. Existem elementos que sio fortes formadores de nitretos, Por terem pro nunciada tendéncia a unir-se com o nitrogénio, tais como o Al,Ti,Cr, Mo. Se estes elementos se €ncontram dissolvidos no ago, se formam ni- tretos destes elementos Predominantemente. Devido a este efeito é (We estes metais aumentam fortenente a dureza e diminuen a canada ni tretada (Figura 8.9 e 9.10). Baseado no fato de que estes elementos tendem a diminuir fortenente a supersaturagio de nitrogénio na ferri- ta formando nitretos @ que se pode obter (5), Apendice 3; Py tk vt (8.12) onde Pn & a profundidade da capa nitretada, t 60 tempo e k & ima fun a0 que depende da temperatura. E devido ao processo de difusao que tanto a profundidade da camada cementada como a nitretada tém a mesma dependéncia com o tempo (Apéndice 1,3). AS principais finalidades en realizar um tratamento de nitretacao sao: 1) obter uma alta resisténcia superficial; 2) Aumentar a resisténcia ao desgaste e diminuir os lascamentos; 3) Aunentar a resisténcia 4 fadiga; 4) methorar a resisténcia & corrosio para agos nao inoxidaveis: 5) melhorar a estabilidade dimensional da peca até a temperatura na qual foi nitretada. Apesar de que a temperaturas adequadas todos os agos em presenca de nitrogénio aténico séo capazes de formar nitretos de ferro, os resul tados de una nitretacio sio mais favordveis para os agos que contenham um ou mais dos elementos fortemente formadores de nitretos. Por exenplo, agos-carbono nao ligados no sao adequados porque eles zados par formam una canada extremamente fragil. Os agos mais uti nitretagdo sao: = 0s acos ligados com cromo e molibdénio; = 0s acos Ligadoscom alun{nio contendo aluminio entre 0.85 e 1.58; = 0s acos inoxiddveis da série 400. itretacdo gasosa Este método utiliza como gis nitretante o amoniaco. 0 aco @ aquecido normalnente a tenperaturas em torno de 510°C e em sua superficie se produz a seguinte reacao: 2NHs Z 2NFe+3H, (8.13) No momento da dissociacio o nitrogénio € adsorvido pelo ago. Para ni- tretagio em uma sé etapa a taxa de dissociacdo utilizada é de 15 a 308. (relago entre Nig ¢ Hy). Se se realiza uma segunda nitretacao, esta taxa aumenta para 65 até 80%. A nitretagdo gasosa @ utilizada em pecas que _ requeiran uma profundidade da camada entre 0.2 ¢ 0.7m. AS fi- guras 8.11 e 8.12 sdo micrografias.de um ago AMS6470 nitretado por via gasosa a 524°C durante 24h e 36hs respectivamente. Pode-se notar claramente em anbas micrografias a canada branca de nitreto ¢. Na Fir gura 8,12 a nitretacio foi suficientemente profunda para produ- zir uma abundante precipitacio de pequenas placas de nitreto de ferro.

Você também pode gostar