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pica-paus e juritis.

Mas um dia, que surpresa! Os pssaros se juntaram todos na praa da igreja e para lo
nge voaram...
O povo pergunta:
O que aconteceu? Pra onde se foram, voando no cu? No voltam? Que coisa! Que grande
tristeza! Sem eles no espao se acaba a beleza.
Perguntem aos sbios! Chamem professores! Convoquem os mestres! Consultem doutores
!
Ento procuraram o Doutor Andrade, o sbio mais sbio daquela cidade, que logo disps-se
a estudar o caso com boa vontade.
O Doutor Andrade, o sbio mais sbio de toda cidade, com blocos de notas e uma canet
a, com muita cincia e uma luneta, imediatamente, no seu balo partiu para cumprir a
sua misso.
Depois de estudar com todo cuidado; de observar e ter julgado; voltando pra terr
a, peremptrio, foi logo afirmando ao auditrio:
Vou j fazer o meu relatrio: Cidade de Passaredo, mil novecentos e tal. Tenho a honr
a de dizer que j descobri o mal que aflige toda a cidade numa tristeza geral. Sai
bam Vossas Excelncias, cada coisa tem seu par. No h futebol sem bola. No h p sem calca
nhar. As flores tm o seu perfume, os peixes tm seu mar. Os passarinhos precisam de
sons que vivem no ar. Em toda nossa cidade j no se ouvem canes. No h msica nas praas
a alegrar os coraes. Toquemos, portanto, nossos instrumentos que os pssaros voltam
em poucos momentos...
Ento um jovem, sem esperar, seu violino ps-se a tocar... E um cavalheiro trouxe l
igeiro seu rabeco. E com o violino logo tocaram linda cano. E o saxofone veio chega
ndo. Entrou na msica harmonizando... E veio o tambor, com sua baqueta; e veio a f
lauta e a clarineta. Veio a viola, veio a trombeta e veio o bumbo, com seu som r
ude, e os sons suaves do alade trazendo ao povo muita alegria a esperana de um nov
o dia.
Pouco a pouco, pouco a pouco, as aves foram voltando. E a msica que tocava cada v
ez ia aumentando, acompanhando a alegria dos passarinhos chegando.
E agora, nessa cidade, por nome de Passaredo, mil pssaros pelos cus voam por sobre
o arvoredo. Sanhaos e quero-queros,

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