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Modelação e Simulação Matemática a partir da 5ª série:

uma proposta de uso do MS-Excel e do MS-Paint Brush no Ensino Fundamental 1

Franz Kreüther Pereira

Um método é um truque que funciona mais de uma vez


G. Polya
Resumo

Discutir a importância da modelagem e da simulação para a construção do pensamento


matemático e para o ensino/aprendizagem de Matemática a partir da 5ª série do Ensino
Fundamental, utilizando-se a planilha eletrônica MS-Excel e o editor de desenhos MS-
Paint, ambos da Microsoft.
Palavras-chave: Modelagem Matemática, Simulação, Informática Educativa.

Abstract
To argue the relevance of modelling and simulation in building of mathematic thought and
the teaching/learning of Mathematics in elemantary school, employing MS-Excel and MS-
Paintbrush.
Key-words: Mathematic modelling, simulation, informatic on education

Apresentação

Esse artigo quer apenas discutir a importância da modelação2 matemática e da


simulação para a construção do pensamento matemático e para o ensino/aprendizagem de
Matemática a partir da 5ª série do Ensino Fundamental, ao mesmo tempo que apresenta
uma proposta para o professor de Matemática trabalhar a planilha eletrônica Excel e o
editor de desenho Paint Brush como ambientes de modelagem computacional, enquanto
tece algumas considerações teóricas e metodológicas. Não vamos tratar aqui dos

1
Artigo escrito como forma de avaliação parcial da disciplina Modelagem Matemática, no Curso de Mestrado
em Ensino de Ciências e Matemáticas do NPADC/UFPA/2003.
2
Entendemos mais apropriado empregar a expressão “modelação”, posto que se tratar de um processo
matemático, em lugar de “modelagem”, que é a forma mais corrente e aceita no Brasil, no entanto faremos
uso dos dois termos.
procedimentos necessários para a elaboração de modelos matemáticos; para isso existem os
excelentes trabalhos de Rodney C. Bassanezi e de Maria Sallet Biembengut3.
Recomendamos que, de início, o professor se familiarize como estes trabalhos, mas se já
possuir suficientes conhecimentos sobre o assunto pode passar direto para o trabalho no
computador; contudo é mister que planeje as atividade no Paintbrush e/ou Excel com
cuidado e atenção aos detalhes.

Introdução

É da natureza intrínseca do homem compreender como se comportam determinados


sistemas, orgânicos ou não; como funciona esse ou aquele fenômeno, natural ou não; de
que forma se realiza ou se realizou determinada tarefa humana; como se processou
determinado evento etc. Para isso ele sempre necessitou construir estruturas físicas ou
mentais com os quais pudesse vislumbrar as soluções buscadas para as circunstâncias em
estudo. Essas estruturas são chamadas de modelos. Para Vergani (2003, p. 44), “o modelo é
o suporte capaz de sustentar o trabalho da imaginação. É o modelo, o objeto abstrato, que
constitui uma representação suficientemente fiel – embora simplificada – da realidade.”
No Aurélio4 lemos que modelo pode ser a “representação em pequena escala de algo
que se pretende executar em grande” ou “conjunto de hipóteses sobre a estrutura ou o
comportamento de um sistema físico pelo qual se procuram explicar ou prever, dentro de
uma teoria científica, a propriedade do sistema.” Exemplos marcantes são os modelos
desenvolvidos pelos astrônomos para explicar as condições para que o nosso sistema solar
funcione como um organismo (Ochmann, 2002) e os modelos elaborados por
pesquisadores e estudiosos do passado (arqueólogos, paleontólogos etc) para conferir
veracidade às suas hipóteses e teorias, nomeadamente: como as civilizações da antiguidade
conseguiram erguer construções megalíticas tão surpreendentes como as pirâmides de Gizé,
no Egito ou os monólitos de Stonehenge, na Inglaterra? Como, por exemplo, os antigos
egípcios conseguiram talhar, transportar, erguer e encaixar com precisão blocos de granito
com dezenas de toneladas fazendo uso de troncos de palmeira, cordas, planos inclinados e

3
Veja em Referências Bibliográficas.
4
Dicionário Aurélio Escolar da Língua Portuguesa. Nova Fronteira, 1ª ed. RJ. 1988.
força humana? Para responder a isso a ciência cria modelos, tenta reproduzir, contudo estas
e outras tantas obras construídas a milhares de anos continuam sendo um mistério.
Na falta de um modelo mais adequado, aceitamos o modelo que nos parece mais
plausível. René Descartes, no século XVII, tentou entender o Universo e a natureza dos
sistemas orgânicos através da analogia desses com máquinas. Naquela época, o mecanismo
de mais alta tecnológia conhecido e que representava a concepção que o homem tinha de
precisão e perfeição era o relógio. Assim, Descartes usou o modelo mecânico (os
complicados mecanismos de relojoaria), estabelecendo um   conjunto   de   regras   que 
governavam o funcionamento do todo e de suas partes para explicar o comportamento de
planetas e satélites, bem como o funcionamento dos organismos biológicos. Ainda hoje
mantemos algumas dessas analogias cartesianas: comparamos o coração com uma bomba
hidráulica; consideramos o organismo vivo como um motor térmico que recebe o
combustível (alimento) e o converte em energia, que vai gerar movimento (ação muscular)
etc.
Estamos, pois, sempre buscando compreender os fenômenos que nos cercam através
de comparações, de analogias com sistemas cujos padrões já sejam conhecidos e cujas leis
e regras sejam dominadas. A partir daí elaboramos cenários onde vamos analisar o
comportamento do modelo ante variações determinadas e estabelecemos as relações com o
comportamento do sistema real; construímos protótipos ou modelos prototípicos para testar
nossas hipóteses, e nesse processo fazemos inferências, deduzimos, aprendemos...

Modelando, simulando e evoluindo cientificamente

Há milênios o homem observou que determinados fenômenos ocorriam no céu


sempre nas mesmas condições e circunstâncias: eram o nascer e o pôr-do-sol e as fases da
Lua. A regularidade com que isso acontecia permitiu a construção do primeiro modelo
matemático da história humana: o calendário (solar ou lunar). Com a criação do calendário
o homem pode, então, prever as condições naturais mais favoráveis para atender suas
necessidades básicas de sobrevivência (caça, pesca, plantio e colheita) e assim planejar
melhor suas ações. Na tentativa de entender e dominar a natureza ele construiu
representações simbólicas da realidade e elaborou modelos que permitissem compreender o
funcionamento de sistemas reais. Assim,

(...) modelos podem   ser   visto   como   um   novo   mundo   construído   para 
representar   fatos/eventos/objetos/processos   que   acontecem   no   nosso 
mundo ou num mundo imaginário. Normalmente tais modelos são mais 
simples   que   o   ‘mundo   a   ser   modelado’   e   na   maioria   dos   casos 
interagimos   com   esses   modelos   com   o   claro   objetivo   de   melhor 
compreender o mundo modelado. (Sampaio, p.7)

E foi traçando relações de analogia entre causa e efeito que deu seu primeiro passo
em direção ao progresso científico e tecnológico; é assim, criando modelos, testando-os,
analisando e comparando os resultados que a ciência trabalha e evolui. A modelagem, vem
a ser, então, o ato de construir tais modelos. Biembengut & Hein apresentam a modelagem
como “um processo que emerge da própria razão e participa da nossa vida como forma de
constituição e de expressão do conhecimento.” (2002, p.11)
A verificação da aplicabilidade de uma determinada lei ou princípio num dado
sistema denominamos de simulação. Um sistema de modelagem pode ser utilizado tanto 
para criar modelos, quanto simulações. A  diferença entre  modelo  e  simulação  é que no 
primeiro temos a estrutura que arremeda a realidade e sobre a qual se assentam as teorias 
que buscamos comprovar; no segundo vemos o resultado obtido a partir do emprego do 
modelo. Um bom exemplo do que acabamos de expor está na tecnologia dos fabricantes de
aviões, navios e similares. Estes costumam construir réplicas (modelos ou protótipos) em
escala para serem testadas em um túnel de vento ou em uma piscina onde reproduzem as
condições (simulação) a que estarão submetidos seus produtos reais.
Nessas experiências conduzidas com maquetes ou miniaturas em escala, o tempo
transcorre sem produzir alterações no comportamento do próprio modelo, e nesse caso
dizemos que este sistema trabalha com um modelo estático. Um sistema de modelagem é
considerado dinâmico quando tende a evoluir com o decorrer do tempo, isto é, quando
estabelece relações matemáticas entre quantidades físicas e o tempo, considerado como
uma variável independente. É o caso de modelos que envolvem sistemas orgânicos e
relações do homem com a natureza e com a sociedade. Sampaio ( op.cit. p.3) cita como
exemplo de modelo dinâmico o comportamento dos sistemas econômicos de um país,
posto que está submetido a pontos de vista políticos.

Linguagem matemática: modelos

Quanto maior a quantidade de informações que o indivíduo tem sobre determinada


situação ou sistema, maior será seu controle sobre ela, ou seja; mais ordem poderá ser
instalada na situação. Por outro lado, a desordem mental (entenda-se por desordem mental
as falhas conceituais; os links não estabelecidos para a construção de novos conhecimentos)
é diretamente proporcional à quantidade de informações que o indivíduo possui sobre o
objeto de seu estudo; assim, quanto menos informações têm sobre um determinado
fenômeno observado, menor é a possibilidade dele saber do que se trata, de entendê-lo e
descrevê-lo, quer dizer, maior a desordem mental instaurada.
A título de exemplo, vamos tentar visualizar a reação de um aluno sendo colocado
pela primeira vez na vida diante de um conceito expresso em linguagem matemática da
seguinte forma: Se a = b e b = c, então a = c. É lógico supor que tal proposição matemática
se lhe assemelhe a uma mensagem cifrada, uma informação transmitida em código? E, para
quem acha que isso é pouco, adiante o professor lhe apresenta um problema convertido
numa equação do tipo ax + b = c, e lhe diz que a, b e c são números naturais. É ou não algo
para deixar o aprendiz confuso e atordoado?
Podemos supor que diante dessa lógica matemática tão abstrata o raciocínio desse
estudante não se prenderá, especificamente, a nada que o conduza ao entendimento do
conceito ou à resolução do problema, posto que ele não possui referenciais ou não
estabeleceu os mecanismos de ancoragem (âncoras ou conceitos subsunçores, segundo
Ausubel) com os quais possa elaborar seu raciocínio em direção à solução desejada.
Podemos supor, ainda, que para ele a, b e c não passem de letras do alfabeto e que este é,
muito provavelmente, um sistema sem nenhuma analogia/relação com a Matemática.
Seguramente esse aluno sabe que com letras do alfabeto pode se comunicar, construir
orações, transmitir mensagens; querer que ele faça o mesmo com números pode ser
semelhante a coloca-lo diante de um enigma complexo, um mistério assustador.
Uma proposta para minimizar esses impactos é começar a trabalhar com a
modelagem matemática a partir da 5ª série do Ensino Fundamental. D’Ambrosio (1996,
p.97) informa-nos que uma proposta semelhante já foi apresentada a partir de 1973, quando
a Unicamp desenvolveu um projeto para o Ministério de Educação5 que trabalhava essa
metodologia aplicada na 3ª, na 4ª e na 5ª séries. Mas o que diferencia a nossa proposta é o
emprego de computadores e de ambientes de modelagem computacional como ferramental
básico do processo. Mas é evidente que a aplicação dessa metodologia, com ou sem a
Informática, exige do professor um preparo que se traduz em criatividade, disposição para
inovar e coragem para rever, constantemente, sua atuação profissional.

Modelação e Simulação no Ensino Fundamental

Os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN – tanto para o Ensino Fundamental


quanto para o Ensino Médio estimulam o emprego de novas metodologias e recomendam
que o professor incorpore os recursos da Informática e das novas tecnologias da informação
e da comunicação em suas aulas. No processo de ensino e aprendizagem em Matemática a
questão fulcral consiste em estabelecer ações, inicialmente sobre objetos concretos, que se
generalizam em esquemas, e num estágio mais avançado são as ações sobre objetos
abstratos que se generalizam em conceitos e teoremas. O pensamento matemático, num
nível mais avançado, é capaz de promover no estudante uma forma mais percuciente de
olhar seu objeto de investigação e com isso identificar regularidades, casos particulares e
generalizações que solidificam nele algumas certezas e convicções com as quais ele pode se
aventurar nas demonstrações e produzir seus próprios argumentos de maneira convincente.
Alguns professores do Ensino Fundamental, pela própria natureza de suas
disciplinas utilizam-se, de maneira natural e freqüente durante suas aulas, de processos e
sistemas de modelação como instrumento de investigação e compreensão de conteúdos, é o
caso, por exemplo, de Ciências e Geografia. O processo de modelagem está organicamente
inserido nos eixos temáticos de tais disciplinas: ao montar uma experiência em aula, o
professor de Ciências apresenta uma reflexão sobre a realidade complexa através de alguns
parâmetros significativos e isolados, dá ao estudante uma representação simplificada de um
5
Geometria experimental (Livros do Aluno 3ª, 4ª e 5ª séries e Livro do Professor), Projeto Premen-
MEC/Imecc-Unicamp, 1985.
sistema, mantendo apenas suas características essenciais; quando o professor de Geografia
trabalha com os alunos a construção de maquetes que representam cenários modificados
pelo homem, também está modelando um sistema complexo, uma porção da realidade, e
simulando um evento real a partir de uma aproximação com um sistema artificial. Podemos
observar durante as Feiras de Ciências diversos modelos construídos pelos alunos tendo por
base conteúdos dessas disciplinas.
Mas o professor de Matemática ainda permanece numa prática expositiva e
memorística, atada às explicações e aos exercícios passados no quadro, embora as
tendências atuais no ensino de Matemática apontem para métodos inovadores e de caráter
investigativo, centrados no uso de jogos, na metodologia de resolução de problemas, no uso
de materiais concretos, na Etnomatemática, na História da Matemática, na Informática e na
Modelagem Matemática. Ao trabalhar nessa perspectiva investigatória o professor pode
fazer uso dessas diversas metodologias, conjugando-as em sua prática de sala de aula.
Como exemplo podemos citar o uso de computadores, a resolução de problemas e a
modelagem. Agindo dessa maneira ele possibilita ao aluno a construção de sentenças e
proposições matemáticas de forma prática e simples; a ampliação de seus horizontes
cognitivos; a formalização de conceitos matemáticos com mais segurança; o
desenvolvimento de habilidades de reflexão, questionamento, socialização etc.

Do ponto de vista da psicologia da Educação Matemática, a modelagem 
pode   desenvolver   nos   alunos   a   compreensão   do   significado,   estrutura   e 
função   de   conceitos   matemáticos;   desenvolver   a   competência   para 
construir abordagens matemáticas para problemas e situações de atividade 
matemática enquanto prática cultural. (2002, p.19) 

Ao elaborar sua proposta de trabalho o professor de Matemática deve, antes de tudo,


levar em conta as idéias matemáticas presentes não somente nos sistemas de numeração,
contagem, comparação e representações de grandezas; nas relações e aplicações da
Geometria (tão presente na nossa vida) como também aquelas que contribuem para que o
aprendiz possa desenvolver noções matemáticas cada vez mais complexas e estabelecer
parâmetros através dos quais construa sua “leitura do mundo”. Mas os   conteúdos 
sistematizados   e   estruturados   pelo   professor   de   Matemática   em   sala   de   aula,   além   de 
exigirem   do   aluno   um   conjunto   de   pré­requisitos   concatenados   como   os   elos   de   uma 
corrente, são apresentados de forma rígida, estática, repetitiva: não estimulam uma ação 
investigatória.   Nessa   prática   conteudista   o   objetivo   é   que   o   aluno   absorva   uma   certa 
quantidade   de   informações   e   depois,   quando   solicitado,   possa   apresentá­las   na   mesma 
ordem que lhe foi passada; o professor, então, vai confrontar aquilo que o aluno apresentou 
como resposta com aquilo que ele  espera  ter  como resposta. Veja­se que, dessa forma, 
temos dois modelos, sendo que um deles (o do professor) é o padrão que irá avaliar o outro, 
o produto do aluno. D’Ambrosio (1996, p.66­8) compara esse modelo de ensino com uma 
linha de montagem e conceitua este proceder como mero treinamento. 
Segundo Bredeweg e Forbus6

Modeling is a central skill in scientific reasoning and provides a way of


articulating knowledge.Learning to formulate, test, and revise models is a
crucial aspect of understanding science and is critical to helping students
become active, lifelong learners.

Ao considerarem a  modelagem matemática como uma competência ou habilidade 
central para o desenvolvimento do pensamento cientifico ativo e duradouro,  Bredeweg e
Forbus apontam para um papel importante e significativo da modelagem, que é habilitar os
estudantes a desenvolverem suas próprias teorias; realizar projeções/predições em situações
concretas tendo por base dados numéricos, etc. Daí que o processo de construção de
modelos pode vir a ser uma eficiente ferramenta pedagógica para o professor interessado 
em renovar sua prática de sala de aula se, de um lado, ele tiver coragem para assumir suas 
limitações   e   optar   pelo   caminho   da   pesquisa7  e,   de   outro,   os   estudantes   estiverem 
conscientes   que   estão   trabalhando   com   aproximações   do   real   e   teorizando   sobre 
representações (D’Ambrosio, 1993); ou seja, deve ficar bem entendido que o que se tem em 

6
Cf. in: http://www.swi.psy.uva.nl/usr/bert/pdf/aimag2003b.pdf. Qualitative Modeling in Education. Bert
Bredeweg e Ken Forbus.
7
Nos referimos ao novo perfil do profissional em educação - o professor-pesquisador - e a pesquisa como
estratégia de conhecimento e como prática pedagógica, tendo em vista a interação aluno e objeto de estudo e a
transformação da sala de aula em um ambiente onde deve acontecer situações de aprendizagem.
mãos   num   trabalho   de   modelagem   matemática   é   uma   visão   ou   descrição   parcial   da 
realidade, mas que nem por isso pode ser desprezada. 
Convém não esquecer que o processo de modelagem matemática começa sempre 
com uma situação real, um problema do cotidiano, para depois buscar na Matemática as 
ferramentas   que   podem   ser   empregadas   para   a   resolução   desse   problema,   e   que   num 
trabalho   de   modelagem   matemática   valoriza­se   mais   as   descobertas   feitas   pelo   aluno 
durante   o   processo   de   resolução   do   desafio   proposto   (o   que   em   verdade   constitui   um 
elaborado   processo   de   pesquisa)   e   nesse   processo   o   aluno   não   apenas   extrai   reflexões 
analíticas significativas  como também percebe que as intrínsecas relações entre teoria e 
prática constituem o arcabouço sobre o qual constrói seus conhecimentos.  
A questão da modelagem matemática no ensino fundamental pode ser abordada sob 
várias   perspectivas,   com   especial   destaque   para   a   construção   de   conhecimento;   o 
desenvolvimento de um raciocínio abstrato, necessário ao aprendizado da Matemática; a 
explicitação   e   refinamento   das   representações   mentais   sobre   um   conhecimento;   a 
elaboração de estratégias para o enfrentamento de situações do cotidiano; a percepção do 
mundo a partir de uma visão de dinâmica de sistemas e, tópico fundamental, a abertura das 
portas da Filosofia e desta para a compreensão de um mundo maior e totalmente integrado.

Poderíamos dizer que a matemática é o estilo de pensamento dos dias de 
hoje, a linguagem adequada para expressar as reflexões sobre a natureza e 
as   maneiras   de   explicação.   Isso   tem,   naturalmente,   importantes   raízes   e 
implicações filosóficas. (D’Ambrosio 1996, p.59)

Ao trabalhar com modelos fragmentamos a realidade, o todo, e consideramos


apenas algumas qualidades (parâmetros) nos quais concentramos nossa análise, mas ao
refletir sobre ele e sua essência retornamos à realidade e reatamos o elo com o todo. A
sugestão acima (trabalhar a técnica de resolução de problemas com a modelagem
matemática num ambiente computacional) nos parece uma boa forma de o professor de
Matemática começar a enfrentar o desafio de formar um cidadão capaz de atender as
necessidades da sociedade atual e emergente. Compartilhamos da crença de D’Ambrosio,
segundo a qual na base formativa desse novo cidadão está a Educação Matemática.
O Excel e o Paint como ambientes de modelagem computacional

Os ambientes informatizados apresentam-se como ferramentas de grande


potencial frente aos obstáculos inerentes ao processo de aprendizagem. É a
possibilidade de "mudar os limites entre o concreto e o formal" (Papert,
1988). Ou ainda segundo Hebenstreint (1987):"o computador permite criar
um novo tipo de objeto - os objetos ‘concreto-abstratos’. Concretos porque
existem na tela do computador e podem ser manipulados; abstratos por se
tratarem de realizações feitas a partir de construções mentais.".8

Tendo-se por conceito que a Modelagem Matemática é a construção de metáforas


visuais originadas por equações e funções matemáticas capazes de serem plotadas em
tabelas e gerarem gráficos, podemos inferir que a construção de alguns gráficos à mão livre
deve ser uma tarefa penosa, demorada e nem sempre satisfatória.  Nesse   ponto   as 
ferramentas disponibilizadas pela Informática se prestam com excepcional eficiência.  Em
sua maioria estas ferramentas computacionais são baseadas nas relações matemáticas entre
as principais variáveis presentes num evento (físico,   biológico   ou   social)  ou sistema
estudado, e sua exata condição ou função nessa relação. Chamamos o software de
“ambiente” porque, além de possibilitar ao usuário alguns recursos e funções pré-
determinadas com as quais pode construir um modelo quantitativo da situação observada,
também lhe permite construir conhecimento, ampliando sua capacidade de entendimento e
compreensão do evento, auxiliando-o na formulação de questões, etc. As planilhas
eletrônicas, como o MS-Excel, são exemplos desses ambientes de modelagem quantitativa.
Um ambiente de modelagem computacional é um programa de computador que
realiza a tarefa de construir modelos e/ou simulações virtuais a partir dos dados que lhes
são introduzidos. Há programas específicos para trabalhar as funções matemáticas e criar
ambientes de modelagem virtuais, mas estes exigem do usuário um certo domínio, tanto da
linguagem matemática como das ferramentas disponibilizadas pelo programa e suas
funções. São softwares gráficos com os quais, uma vez escolhida a função, pode-se

8
Cf. http://solaris.niee.ufrgs.br/cursos/tópicos-ie/malice. In A Educação Matemática e as Novas
Tecnologias da Informação e Comunicação, de Maria Alice Gravina.
construir gráficos (difíceis ou impossíveis de serem desenhados manualmente) que
representam a imagem da função/expressão (modelo) matemática desejada. O Modellus, o
MatLab e o Mathematica são exemplos desses ambientes. Outro software gráfico muito
empregado em aulas de Matemática é o Cabri Geométre, específico para a geração de
figuras geométricas planas e no estudo de suas propriedades. E temos ainda o ambiente ou
linguagem Logo, um software que, embora não tenha sido desenvolvido especificamente
para aplicações Matemáticas é bastante utilizado no ensino de geometria e na construção de
conceitos matemáticos, prestando-se de forma excepcional a construção de modelos
matemáticos.
O Logo é uma linguagem de programação concebida sob um paradigma
construcionista piagetiano na década de 1960 por Seymour Papert e Marvin Minsky, do
Massachussets Institute of Tecnology; foi apresentada na década seguinte e atingiu seu
auge nos anos finais do século passado. A Linguagem Logo pode ser usada em diversos
domínios do conhecimento (artes, música, matemática, etc) mas foi desenvolvida para fins
educacionais e está afinada com o paradigma educacional emergente, que reconhece a
interdependência dos atores participantes do processo educativo e da influência do meio na
aprendizagem e na construção de conhecimento. O Logo evoluiu do ambiente DOS para
versões que rodam em ambiente Windows (SuperLogo, MegaLogo), facilitando
sobremaneira seu emprego e aplicação em trabalhos com alunos do Ensino Fundamental,
quanto do Ensino Médio ao Superior, passando pelos cursos de Capacitação ou Formação
de Professores, em nível de pós-graduação.
Além desses e outros softwares para aplicações no ensino da Matemática existem
aqueles que, por suas características e guardadas as devidas proporções, podem ser
trabalhados na transmissão de conteúdos matemáticos. Numa perspectiva de ensino
fundamental existem aplicativos de uso simples e corriqueiro que podem ser utilizados no
processo de modelagem matemática com excelentes resultados. Dentre eles destacamos o
MS-Paint e o MS-Excel. O editor de desenhos da Microsoft está presente em toda máquina
que roda em ambiente Windows, enquanto planilha eletrônica Excel faz parte do pacote de
aplicativos do Office, também da Microsoft. Tomamos esses dois produtos para exemplo e
objeto desse trabalho por serem os mais freqüentes na grande maioria dos computadores
domésticos, por apresentarem facilidade no manuseio de suas ferramentas e,
fundamentalmente, por possibilitar investigações em Matemática com ênfase nos processos
de raciocínio (indutivo, dedutivo, analógico, aritmético, algébrico, proporcional, espacial,
estatístico) e construção do pensamento matemático.

Modelando com o MS-Paint

O Paintbrush é um aplicativo do ambiente Windows “bastante utilizado para


produzir desenhos livres, mapas, organogramas, etc.(...) Embora existam editores de
desenho mais sofisticados para tratar imagens scanneadas ou copiadas de outros programas,
o Paint pode ser também usado com esta finalidade devido à sua facilidade de manuseio.”
(Freire&Prado 2000, p.13). Após o domínio de algumas ferramentas do Paint o aluno estará
apto a elaborar trabalhos mais complexos e com melhor acabamento facilmente. Este
aplicativo é ideal para o professor trabalhar conceitos elementares de Geometria Plana a
partir mesmo das séries iniciais do Ensino Fundamental. Os entes e figuras geométricas são
reproduzidos facilmente com um simples clicar e arrastar do mouse. Após ter trabalhado os
conceitos básicos da Geometria plana em sala de aula e, depois, no Paint, o professor
poderá, por exemplo, pedir que cada aluno desenhe a planta baixa de sua casa e a partir
dessa atividade explorar os conteúdos matemáticos referentes à série. A esse respeito
recomendamos tomar por base um conjunto de atividades apresentadas por Biembengut9
nas duas obras já citadas, embora não tenham sido elaboradas para o computador.
Chamamos especial atenção para o capitulo em que Biembengut trabalha a Isometria e a
“arte de construir e analisar ornamentos.” (2002, p.70) Ela sugere que se trabalhe com
moldes de cartolina mas utilizamos algumas ferramentas do Paint. Com esse aplicativo
podemos executar movimentos de translação (ou deslizamento. Fig.1) e rotação (ou
reflexão. Fig.2) de uma figura. Tais movimentos são necessários para a construção de

9
Cf. sugestões de Biembengut em 1999, pgs. 51 em diante; em 2002, pgs. 31 a 83.
ornamentos como faixa, roseta e mosaicos. A construção de mosaicos segundo a técnica de
M.C. Escher, que empregou esses movimentos nos seus trabalhos, fica enormemente
facilitada com o uso do Paint, conforme podemos observar abaixo.

Particularmente, recomendamos que o professor de Matemática trabalhe no Paint a


partir do conteúdo Eixo de Simetria, que pode ser apresentado e discutido em todo o
Ensino Fundamental10 e que proporciona grande satisfação, tanto para o aluno quanto para
o professor, além de possibilitar a construção de conceitos subsunçores para outros
conteúdos, como números simétricos, números relativos, ângulos, frações, etc.
Antes, porém, é fundamental que o professor demonstre à turma que a natureza
modela sobre simetria; que os conceitos filosóficos de estética, de feiúra e beleza, estão
associados a esse fenômeno. Para mostrar que a natureza está repleta de exemplos desse
fenômeno o professor pode utilizar o corpo de um aluno, posto em pé diante da turma e
sobre o qual traça uma linha (eixo de simetria) imaginária; pode utilizar folhas de árvores,
figuras de animais ou de objetos (tartaruga, borboleta, avião, igreja, etc), ou outras em que
se perceba claramente a isometria. O potencial criativo liberado nessa atividade e a
interdisciplinaridade presente reforçam, sobremaneira, seu emprego para as classes do
Ensino Fundamental e Médio. Se os trabalhos forem bem executados e bem acabados,
podem se constituir em autênticas obras de arte, merecendo uma exposição ao final.
Temos, a esse respeito, desenvolvido algumas atividades em Laboratório de
Informática denominadas “Brincando com Eixo de Simetria”, utilizando o Paintbrush.
Nessas atividades são explorados, fundamentalmente, conceitos básicos de Geometria
Plana, isometria, congruência, etc, e a construção de ornamentos (faixas e mosaicos) com

10
A esse respeito recomendamos a excelente coleção “Matemática para todos” de Imenes e Lellis, Ed.
Scipione. Eles tratam do tema Simetria de forma muito inteligente, moderna e com diversos níveis de
aprofundamento, conforme a série.
figuras geométricas. Abaixo apresentamos um resumo dos procedimentos que empregamos
para aplicar essa atividade em turmas de 5ª a 8ª séries.

Procedimento para trabalhar simetria no Paint:

1 - Uma vez na área de trabalho do Paint, selecionar a ferramenta Linha e traçar um


segmento de reta vertical, dividindo a área de trabalho em duas partes. Caso cometa
algum erro, clique no botão Editar/ Desfazer ou use CTRL+Z.
*Para facilitar, mantenha a tecla Shift pressionada enquanto arrasta o mouse.
2 - Com a ferramenta Polígono, desenhar um polígono irregular fechado com altura e
comprimento máximo de 1/3 da área de trabalho e tendo como um dos lados o
segmento de reta traçado.
3 – Usando a ferramenta Seleção, selecionar o polígono desenhado.
4 - Na Barra de Menu clicar em Editar e no menu que se abre escolher Copiar (ou
CTRL+C). Repetir a operação e escolher Colar (ou CTRL+V).
*Note que a figura será colada no canto superior esquerdo.
5 - Na Barra de Menu clicar em Imagem e desabilitar a opção Desenho Opaco (a
cópia ficará transparente). Arrastar a figura até que coincida exatamente sobre a
original.
* Note que assim também podemos explorar a congruência.
6 – Na Barra de Menu clicar em Imagem e selecionar Inverter/Girar. (Observe
que a opção inverter horizontalmente deve estar selecionada). Clique no botão OK.
Agora, temos uma imagem invertida do original. Pode-se, também, usar a opção
inverter verticalmente.
7 - Arraste a figura assim rotacionada para o outro lado do segmento de reta, fazendo
coincidir os pontos em que ambas (original e cópia) tocam o segmento de reta.
Pronto, esta é a Figura Padrão ou para se construir um ornamento.

A partir desse ponto podemos começar a trabalhar a construção de elementos


decorativos como faixas, rosetas e mosaicos, dando ao aluno condições de perceber a
importância desses elementos na industria de estamparia, nas fábricas de revestimentos e
pisos cerâmicos, na arquitetura, na decoração, nas artes, etc. Pode-se optar por trabalhar
sobre um determinado tema, por exemplo, o estilo da arte marajoara. Os alunos realizam
uma pequena pesquisa e depois constroem a figura padrão e montam a faixa.
8 - Selecionar a figura Padrão, clicar em Copiar e depois Colar (e rotacionar, se
necessário), e ir dispondo as figuras lado a lado (faixa) ou uma sobre a outra (painel
ou mosaico), procurando construir uma repetição coerente até preencher todo o
espaço desejado. Para melhor acabamento pode-se apagar a linha que serve como eixo
de simetria.
9 – Colorir tomando cuidado para a tinta não vazar.
10 - Salvar o trabalho.

Modelagem Matemática com o Excel

O Excel é um aplicativo que possibilita a construção e manipulação de Planilhas


Eletrônicas Inteligentes. Uma planilha inteligente é aquela que através da inclusão de
operadores, fórmulas e funções, tem a capacidade de tomar decisões e prever resultados
para uma análise hipotética dentro de parâmetros preestabelecidos. Além da criação de
tabelas, ou conjunto de tabelas (planilhas), o Excel possibilita a incorporação de figuras,
gráficos, mapas, vídeos, sons, etc., numa planilha ativa. Além de serem utilizadas para fazer
cálculos e operações, trabalhar com diversas funções matemáticas e manipular números, as
planilhas eletrônicas servem, também, para armazenar e recuperar informações, fazer
projeções, analisar tendências, elaborar gráficos e montar um pequeno banco de dados.
Entre as funções do Excel destacam-se:

1 – Funções Financeira: calcula juros, rendimentos de aplicações, depreciações de ativos,


taxas, etc.
2 – Funções Matemáticas e Trigonométricas: calcula raiz quadrada, Pi, seno, co-seno,
tangente, fatorial, potência.
3 – Funções Estatísticas: calcula a média de valores, valores máximos e mínimos de uma
lista, o desvio padrão, distribuição, etc.
4 – Funções Lógicas: permite comparar células e apresentar valores que não podem ser
calculados com fórmulas tradicionais.

Ele também permite a criação de cenários e de macros. Cenário é um conjunto de


valores utilizados para prever o resultado de um modelo de planilha, enquanto macros são
programinhas em linguagem Visual Basic criados para executar ações repetidas. Com as
macros podemos construir, por exemplo, uma animação para uma simulação simples.
Como podemos perceber esse aplicativo foi originalmente desenvolvido para
planejamento financeiro, para controle de gastos e orçamentos (pessoais ou de empresas),
para a previsão de investimentos futuros, mas usado de maneira criativa pode transformar-
se num excelente software para incrementar as aulas de Matemática. A facilidade para a
realização de operações e cálculos, desde as mais simples continhas até as mais complexas
e sofisticadas projeções matemáticas faz do Excel uma poderosa ferramenta didática e
pedagógica para auxiliar o professor de Matemática tanto em atividades de fixação de
conteúdo quanto no desenvolvimento e construção de conceitos. Alie-se a isso o fato de que
a utilização de gráficos do Excel é uma boa estratégia para auxiliar os estudantes na
resolução de problemas.

Algumas questões a considerar

Alguns professores podem considerar que Modelagem Matemática não é parte do


currículo, portanto não vale a pena ser trabalhada em sala, pois irá faze-los perder tempo e
atrasarem o programa. Uma boa maneira de perceberem esse equivoco (e estimularem seus
alunos) é trabalhar com a metodologia de projetos, e dentro dela usarem a modelagem
matemática como ferramenta básica. Outra questão diz respeito ao entendimento, por parte
do professor, da relevância da construção de modelos matemáticos na apropriação de
competências e habilidades dos alunos, não somente no estabelecimento de relações
interdisciplinares com a Biologia, a Física, a Química e a Geografia, entre outras, como
também no desenvolvimento do raciocínio científico e de um entendimento maior dos
fenômenos circundantes.
Outra questão significativa esta relacionada com a forma dos alunos utilizarem os
modelos construídos nas relações com em suas concepções espontâneas e intuitivas sobre
determinado conteúdo, enquanto promove uma mudança de conceitos. Por fim, mas nem
por isso menos importante, ficam as considerações sobre o ambiente de modelagem
computacional e seu valor na/para transmissão de conteúdos e construção de
conhecimentos, o que tem a ver com as concepções pedagógicas de cada professor, seu
interesse e engajamento nessa metodologia.
Entendemos que a maioria dos professores de Matemática que trabalha com o
Ensino Fundamental parece desconhecer que ao representar graficamente um dado
conhecimento, está construindo uma articulação entre essa sua representação e os esquemas
mentais que seu aprendiz constrói/deve construir e que se tornará a estrutura sobre a qual
edificará seus conhecimentos sobre o fenômeno em questão. Podemos perceber essas
articulações mais facilmente quando trabalhamos com o mapeamento conceitual em sala de
aula. Um mapa conceitual é a externalização das representações mentais dos alunos.
Os Mapas Conceituais são diagramas que representam a maneira como o indivíduo
estrutura e organiza seu conhecimento a respeito de determinado assunto ou tema. A
técnica foi criada pelo Dr. J.D. Novak em 1960, tomando por base as teorias sobre a
aprendizagem significativa de David Ausubel, embora Ausubel nunca tenha se referido aos
mapas conceituais em sua teoria cognitiva. Há softwares específicos para a construção de
mapas conceituais como o Cmap, mas um editor de textos como o Word pode servir muito
bem. Aliás, esse pode ser um bom começo para o professor que ainda não trabalhou com
modelagem matemática: utilizar Mapas Conceituais como ponto de partida, afinal, mapas
conceituais, assim como uma proposição matemática, também são modelos.

Considerações finais

“Qualquer modelo existe somente no mundo


platônico das idéias. Isso é claro no caso dos
conceitos matemáticos: ninguém jamais viu uma
circunferência perfeita, pois ela não pode existir
fisicamente.”(Setzer 2001, p. 222)
Procuramos nesse trabalho discutir o papel e o potencial pedagógico da Planilha
Eletrônica Excel e do Editor de Desenho Paint na construção de modelos matemáticos e
simulações como estratégia didática/recurso pedagógico para melhorar o processo
aprendizagem de assuntos relativamente complexos de disciplinas como Ciências e
Matemática para o Ensino Fundamental, desde a 5ª série.
Vimos que a modelagem matemática é uma ferramenta importante na construção de
conhecimento pois permite ao estudante desenvolver hipóteses, testa-las, analisar os
resultados obtidos e definir conceitos. A modelagem matemática permite ao estudante os
passos necessários para completar o ciclo de habilidades essenciais para uma aprendizagem
significativa e para a atribuição de significados a novos conhecimentos, a saber: descrição,
execução, reflexão e depuração.
Franz Kreuther Pereira

Referencias bibliográficas

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Contexto. 2002.
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______________________ Educação Matemática: da teoria à prática. São Paulo. Papirus, 1996.
______________________ Da realidade à ação: reflexões sobre educação e matemática. São
Paulo. Summus. 1986.
FREIRE, Fernanda M. Pereira; PRADO, Maria E. B. Brito. O Computador em sala de aula:
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OCHMANN, Horst. O Instinto Geométrico: o processo astrológico a partir de Kepler. Porto
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SAMPAIO,  Fábio   Ferrentini. Modelagem Dinâmica Computacional e o Processo de Ensino-
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SETZER, Valdemar W. Meios eletrônicos e educação: uma visão alternativa. São Paulo. Escrituras
Editora, 2001.(Col.Ensaios Transversais)
VERGANI, Teresa. A surpresa do mundo: ensaios sobre a cognição, cultura e educação. Carlos
Ademir da Silva & Iran Abreu Mendes (orgs.). Natal. Ed. Flecha do Tempo. 2003.

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