Há uma evolução no
sistema excretor desde os
animais mais simples até aos
mais complexos:
Nos platelmintes o
sistema excretor muito
simples, composto por
protonefrídeos. Nestes há
Fig. 258 – Esquema geral células Flama, onde se forma
do Sistema Excretor o filtrado. Este depois é
recolhido para os túbulos¸
podendo ocorrer reabsorção de algumas
substâncias. Por fim o filtrado é excretado
através do nefrideoporo.
Fig. 259 – Sistema excretor dos platelmintes
Uretra
Túbulo
proximal Túbulo
Elementos tubulares: a cápsula de
distal Tubo Bowman vai recolher o filtrado e leva-o para o
colector
túbulo contornado proximal, depois passa pela ansa
de Henle e pelo tubo contornado distal. Por fim o
tubo colector recolhe o filtrado de vários nefrónios.
Cápsula de
Bowman
Ramo Túbulo
Ramo descendente ascendente distal
da ansa de Henle da ansa de
Henle
Túbulo
Arteríola proximal
aferente Cápsula de
Bowman
Fig. 267 – Elementos tubulares do
nefrónio Filtração
Filtração
Glomérulo
Túbulo proximal
Arteríola Cápsula de Bowman O crepúsculo renal tem uns poros –
aferente
Podócito (folheto visceral) Fenestras – envoltas por uma membrana basal e,
na parte mais externa, tem podócitos. São estas
estruturas as responsáveis pela filtração do sangue.
Arteríola
eferente As substâncias que não passam por esta
Folheto
parietal
estrutura são as células sanguíneas e as proteínas.
dilatação.
Se houver aumento da pressão
arterial, há vasoconstrição da Aumento da resistência
(mL/min)
(mL/min)
Normal
(mL/min)
Normal
Auto-regulação: O aumento da
pressão leva a uma maior
distensão das paredes das
arteriolas. Isto vai levar à
abertura de canais iónicos
sensíveis à distensão, que leva
à despolarização das células
musculares lisas e à contracção
das mesmas, causando
vasoconstrição. Esta
vasoconstrição causa a
diminuição da pressão no
Fig. 273 – Auto-regulação da TFG com o aumento
glomérulo e na TFG. da tensão arterial
Regulação túbulo-glomerular:
A disposição real dos nefrónios
não é como normalmente é
mostrada. O tubo distal está
entre as arteríolas aferente e
eferente.
O aparelho justaglomerular é
composto por células da
Fig. 274 – Disposição real dos nefrónios e o aparelho justaglomerular mácula densa e células
justaglomerulares.
A mácula densa liberta
substâncias para as células
justaglomerulares de modo a
provocar a vasodilatação ou a
vasoconstrição:
• O TXA2, a endotenina e
EDCF são factores de
contracção;
• O PGI2, o NO e o EDHF
são factores de relaxamento.
Reabsorção
Diariamente formam-se cerca de 180L de filtrado, mas apenas cerca de 1-2L são
excretados na urina. O restante filtrado é reabsorvido.
Há muitas substâncias no filtrado que têm de ser reabsorvidas, porque são úteis
ao organismo: água, proteínas, glicose e iões.
102
(mg/mL)
Há outra situação em que pode
aparecer glicose na urina, sem ser em Excreção
de glicose
situações de diabetes mellitus,
quando há um problema genético e
há poucos transportadores de glicose Limiar renal
Micção
Nós estamos continuamente
a produzir urina, mas não
estamos sempre a libertá-la
porque temos 2 esfíncteres: um
de tecido muscular esquelético e
outro de tecido muscular liso. Há
um neurónio motor que liga o
esfíncter de músculo esquelético
e o SNC e que regula a abertura
do esfíncter. Fig. 281 – Estruturas que permitem o armazenamento de urina na bexiga
Quando há um aumento
no volume da bexiga há
distensão da parede, que vai ser
reconhecido por um neurónio
sensorial e vai enviar a
informação para o SNC. Aí há
dois interneurónios: um
excitatório¸ que vai activar o
SN Parassimpático que vai
fazer com que a parede da
bexiga contraia e force a
urina a sair; e outro inibitório,
que vai inibir a acção do
neurónio motor, fazendo
relaxar o esfíncter de músculo
esquelético.
Nós conseguimos
controlar este mecanismo, mas
Fig. 282 – Regulação da abertura da bexiga
só até um certo ponto.
Depuração ou Clearance
A depuração é o valor que representa o volume de plasma que é depurado de
uma determinada substância em cada minuto. Pode ser utilizada para calcular a taxa de
fluido glomerular TFG desde de que se faça a monitorização de uma substância que:
Atravesse facilmente a membrana de filtração;
Não seja reabsorvida;
Não seja secretada.
Para isso usa-se geralmente a inulina.
[𝑖𝑛𝑖𝑙𝑖𝑛𝑎 ]𝑢𝑟𝑖𝑛𝑎
𝐷𝑒𝑝𝑢𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑜 𝑝𝑙𝑎𝑠𝑚𝑎 𝑚𝐿 𝑚𝑖𝑛 = 𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑢𝑟𝑖𝑛𝑎 𝑚𝐿 𝑚𝑖𝑛 ×
[𝑖𝑛𝑢𝑙𝑖𝑎 ]𝑝𝑙𝑎𝑠𝑚𝑎
A depuração renal também pode ser utilizada para calcular o Fluxo Sanguíneo
Renal (FSR). Neste caso a substância a estudar terá de:
Atravessar facilmente a membrana de filtração;
Não seja reabsorvida;
Seja quase inteiramente secretada para o lúmen;
É necessário compensar as
perdas de água com a ingestão.
Nós obtemos água através da
comida e da bebida (a maioria) e
através do metabolismo. As
perdas de água podem acontecer
pela: pele, pulmões, urina e
fezes.
Fig. 284 – Ganhos e perdas de água.
106
Fig. 286 – Reposta de glóbulos vermelhos quando colocados em soluções com diferentes osmolaridades:
A – Solução com osmolaridade de 300 mOsm
B – Solução com osmolaridade inferior a 300 mOsm
C – Solução com osmolaridade superior a 300 mOsm Beber 1 L de
água pura
Se bebermos 1L de água pura, como a
osmolaridade do plasma não pode variar muito, a osmolaridade
osmolaridade
da urina
(mOsm/L)
Tempo (min)
No mecanismo de acção da
vasopressina (ADH), esta vai ligar-se a
um receptor de vasopressina que vai
activar cAMP. Este vai activar um
mensageiro secundário a ir influenciar
vesículas com aquaporina-2,
promovendo a exocitose e assim
aumentar a quantidade de poros para a
H2O. A vasopressina também vai activar
os poros que já existem na membrana
plasmática. Estas correspondem às
respostas rápidas da vasopressina.
O efeito mais lento desta hormona
tem a ver com a síntese de novos canais
de Aquaporina-2.
Para poder haver transporte de Fig. 289 – Mecanismo de acção da ADH
água é necessário que haja diferentes
osmolaridades dos diferentes
compartimentos.
Regulação de K+
Apenas 2% do K+, do nosso corpo, está
no fluido extracelular. É necessário manter
estes níveis baixos para que possa haver saída
rápida de iões após uma despolarização, para
as células poderem repolarizar e estarem em
potencial de repouso.
A aldosterona regula a concentração de
+
K extracelular.
Há algumas doenças relacionadas com a
produção de aldosterona:
Fig. 304 – Efeito da aldosterona
Por análise do gráfico podemos verificar que a aldosterona é mais necessária para
a regulação de K+ do que para regular o Na+. Isto porque, se a aldosterona estiver
bloqueada há um aumento da quantidade de K+ no plasma, à medida que este ião entra
no organismo. No Na+ praticamente não há alteração quando a aldosterona está
bloqueada.
Diuréticos
Os diuréticos aumentam os níveis de urina.
Muitas vezes actuam inibindo a reabsorção de iões Na+ que vai reduzir o
gradiente e assim impedir que a água seja reabsorvida.
Podem também ser antagonistas da aldosterona, impedindo a reabsorção de Na+
e a excreção de K+ no túbulo distal e na parte medular do túbulo colector.
Os diuréticos osmóticos (Manitol) aumentam a osmolaridade do filtrado.
Também podem actuar através da inibição da anidrase carbónica e assim
impedir a reabsorção de HCO3-.
O dilema dos naufragos é que, apesar de estarem rodeados por água, não a podem
beber porque a osmolaridade da água do mar (2400 mOsm/L) é o dobro da
osmolaridade máxima da urina (1200 mOsm/L), portanto se bebessem 1 L de água do
mar teriam de excretar 2L de urina, o que levaria rápidamente à desidratação.