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a we o -*x i) Coleg Estados Dirigida por. Ginsburg Equipe de ealagSo~ radu: Margarida Galsane:Reviso de value: Tana Vien: Revisto de provar: Marina Vieni, inc emisivo: Ragel Fernandes Avance, Sobeccap: Sty Kon: Pras: Rico W. Neves, Hes Maria Lopes Raquel Fernandes Abenccs Bernard Knox EDIPO EM TEBAS O HEROITRAGICO DE SOFOCLES E SEU TEMPO ne Jad. My re) eereees vt eo1ro mw TERAs {empo, como uma figura simbélica do homem ocidental e, mais impor- ‘ante ainda para nés, do homem ocidental do culo XX". Este livro € essencialmente um estudo da pega de Sofocles, edipus Tyrannus, em termos ds era que a produaiu, uma tentativa de responder 3 questo “O que significava para ele, ali e entio?”, mas sugere também uma resposta & pergunta “O que significa para nés, aqui eagora?", ea resposta sugerida é: 2 mesma coisa que significava para eles, ali ¢ enti, Pois neste caso, a Yentativa de compreender a peca como um fenémeno particular revela sua natureza universal: © método rigidamente historico vé-se descobrindo a intemporalidade. (Os materiais @ partir dos quais © Oedipus Tyrannus € construido s80 fundamentas para a sitwaSo humana: nomudaram desde que a pega foi escritae provavelmente nunca mudario. A peca necessita apenas ser vista claramente pelo que era entio, para ser compreendida pelo que é agora 1. Caves séculostambén orelvindicam, Sit Richard ebb, em Sophocles edipus Tyrannus Cambidge, Univers Press. 1667 nod. xvi observa: "No ‘ue concer a ipo, podese dae gue este ape parca (Le no seid em {ue le carci come coloca ex cotraposigioneptalele€ a peranagem ‘modema avez mais expecifeament do seuo XI" o 1. Her Um obstéculo inicial ests na abordagem critica ao Oedipus Tyrannus: conceps4o amplamente aceita, ¢reiterada com frequén- cia de que a pega 6 uma “tragédia de destino”. Esta apreciagiio ba- seia-se numa visio nebulosa da relagio entre o destino vaticinado do herd e« wie na pga, mas, mite embara {e-se numa interpreagio equivecad, sk influgneia serviu para clas- sifiear Oedipus Tyrannus como exemplo clissico da “iragédia de destino”, exemplo este que se supe deva ilustrar a distingdo essen- cial entre as tragédias antiga e moderna. O propésito de tal distin ¢80, expresso ou implicito em graus variamtes de sutleza, no é apenas ode reforgar que a tragédia antiga é menos significativa para ‘a consciéncia moderna, por operar no contexto pré-cristio de desti- rno, em vez de no sistema cristo moderno de livre-arbitrio indivi dual, porém também o de que a tragédia antiga possui um potencial epgeno te precipita onde set predecessor eve me de prot 9a: The Mea Length de Arthas Wout Ph ., Boston, The ChsiopherPabishing Hovse, 1953, Segundo esa cea (pp. 118. 12), parce que Soca "em verde reforeaeacorge de Epo, coma deers esperar qo aconecere no corlexa de Elio posi} fat com gue sk woh as ‘aco com papel por els Jorerpsnhado come bolo do dedo ms cnnlexo do ‘io ov isemidae feminine smb do al no exmplono de Edipanesaive” “0 ‘puede pont dp [1 Lao rerscea on ses tasers do nivel xe ‘lipino ao fel ediian. “none Cher [J Paro. Je Hon.) 0 inbo- los desis que repeat a abldsde o poet e bat plats ou soos peo ete do qua ele quee masouistimene ser pvad"- Os. Wormboud ress modo ordenado, protlems amplaent dict doExodo do Oedipus Tanna “0 que Epo conseg reatzar na ultima cena de pega [.-]€4 subsitugao do _xibiionismo pelo voyeurs ‘Quanto 2 Elo em Colon: "Painies dese of tajes mands qv Biipo este acca ele proprio a cups anal qu estes suger. A 1256, po rejeta Poller cana sobre meen eR: 3 tipo os eons sments porque oda te sido nosso, pare o ork colo- ‘ou dante dens, ares de oso nasi, amexma malig que pirva sobre le E possvel que todos nos enivescomos desu ii ass primers impels sexais is nosat mere noon prieitos inpulos dei ileaci ona nossas ‘at noston rons nos convener d ue ao reslneate ¢ verdad! sta famosa passagem &,naturalmente, um mareo na histra do pensamento humano e um simbolo da vitalidade da literatura grega, uma vez que, nessa inhas, um dos conceitos mas inlventese ama zamenteconiestados da mente moderna assume a forma de uma tent tiva de resolver um problema erttico susetado pela pega de Safle. ‘A parte o valor (ou falta dele) da teva frewsiana do complexo de Edipo (que el formlow ag pela primeira vez), aslugio que propes para o problema ericolevantado ao chamaraposa de uma tagedia de destino” ni pode ser acta. Ao dizer que «destino de Epo nos afeta porque “poderi ter sid 6 nosso prépro”, Fred interfere num spac essencial da tragédia, a niversaldade do tema, qu natural mente se estende muito slém do apelonancular que opsdprio Freud qui expe. atragio universal do tema, porém, sea elecompreend dom termes pscanaiticos ou outros, nao expica a excitagiodrami- tia gerada pea ragédia Nenhuma quantidade de rquezasimbolica~ conseieme, subconscienie ou inconsiente~ poderiaerarexctagio deamétea numa poga que mio possua os pe essencias de livre-arbisioe responsabilidade humanos. A tragédia deve set ato- suficiente: sto 6, a catistofe deve ser resultado da livre decsaoe da 480 (ou inago) do protagonists tdi. CO problema, formolado em termosfeadianos (cle apenas dec rade forma extrema o que muitos outos deixar impliito),€ obvia- mente solve. Se Deas Tyrannus una “trageda de destino" 8 ‘vontnds do hers no ive, © eiiénca drama da pega é imia ds por est ato, O problema ¢ insolivel ma, flizment,inexstejé ‘einico.Poisnapegaescrita por Séfocles, a vontade do her inti mente lve e ele € totalmente responsével pela ease, Séfocles crdenou com cuidedo 0 material do mito de modo a exclir da ago da trap ofator extern na vida de Edipo. Tal agio nfo € a conere- tizagio da profecia mas a descoberta de que ela ise realizou. Acar isto de Edipocdescobrir sua propria identidade; cle 0 primeira 0 ttimo responsivel por eta revelago. Os acontecimentos pi pss da pega, na realidad, nem fazem pate da profes: Apolo no Yaticinou arevelagio da verdade, osucidio de Jocasta ou a ceguira © autor para darth sx ek, io espera qu as reiterates radials sejam acl noite prs dis"aresitnta ao et iene d ira Emile Imlor que a0 ds assonamia, da queso da bologia por maiores cic ten i), porque ie respeito a ssrotor qe exo mst pésos de cas” (pp. .10). 2: Idem, pp. 108-108 ‘ EPO BM TERAS ‘auto-infligida de Edipo?. “destino” nio desempenha nenhuma fun- «0 nas agaes de Edipo na pega sta atirmativa pode soar radial e obey es so levantads de ime- 4iato. Em primero lugar, tanto a descoberacomo acegucira (se bem que ‘io sus. auto nego so vaticinadas de infcio por Tirsias, que tam bbfm nforma Bdipo serel assassin de Lao, oastasinade seu pai © esposo de sua mie. Esta profecia de Tiras, entretanto,ndo pode ser considerada um fator extemo operando ma pega, jé que ele a profere Somente como resultado da ago de Edipo em primeiro lugar. Tirésiasha- vvia decidido nao dizer uma 36 palavea (343),0 faz porque Edipo oataca de forma to vokentaeinesperada que Trias se esquoce de sua resoluga0 de manter-se em siléncio. A profecia € extraida dele por Edipo, em suas ropriaspalavras: “Frgase-me a fala conta minha vonade” (358), [Nise trata de um fatorextero, nem ampouco tem efetoalgum, pronunciada no decorrer de uma altercag violent, porium homem \ Edipo suspeita que conspire conira ele, e est relacionada & de que Eipo ¢ o assassno de Laio. Edipo esté tb furioso com essa acusacio aparentemente sem sentido e, ao mesmo tempo, terivel queaprofecia, em comparagio, esa pouca impressi0 sobre clo que, de todo nvodo, 830 “Tudo 0 que izes 6 por dlemais enigmatic e obscuro" diz ele ao profeta, ao final do encontro (439). Ao que parece, tampouco causa impressio sobre o-coro que, no estsimo seguinte, diseute a acusagdo de ser Edipo 0 assassino, sem imencionar a prfecia ou qualquer outro aspecto dis declragles de “Tiedsias. Mais tarde, depois de saber por Joasta do detalhesignifica- tivo acerca do assassinato de Laio, expressando seu temor de que tal- ‘ez profetacego possa ver (747), Edipo pensa apenas sobre a acusa- fo de ser o assassino, Esquceeu-se, a0 que parece, das ours coisas, ‘mais teriveis ainda, que Trésias disse; ndo se refere a elas a0 saber aque Pélibo de Corinto nto 6, narealidade eu pai, nem tampouco mais tarde, ao aproximar.se da errivel verdade A jugar pelo efeito da pro- fecia de Tirésias sobre o comportamento de Eiipo, ela bem poderia nunca tr sido feta. Esta predigio é, portato, produzida em primero lugar pela ago de Edipo e, depois, nao tem nenhum efeito sobre seu comportamentosubsequente. Nio pode serconsiderada extemae nem tampouco causa 3. Estas dus dhs obs sto dese pelo mensageiro como txSvea KOK Aixove: volun, no con avontade"(1730);¢ abalpert “ao-escahis” (4231), Acerea da primeira desas dues expresses, fa descrgso de Macasi de seu uo sueifco em Eupies, Os Herdclidas 531 B00 xoUx Exo. * Artraduges ao lange do vo a minh ceva ernment ua equiva lenin aroximada, AS mess plas to por vse, adds deforma diferente fem lagues rents, pra sent a contngo paricla, supe meta 00 fnfze do exo oiginl que so relevaneshnses cuss ERO: 5 is de dois versos que parece "No € teu des- Hi, entetanto, um discuro de Ti susitaruma objegioirespondvel a ese argomento, tino cairem minhas nos, dzcle a Epo, em todos textos trad des modemost "Disso cuida Apolo. E basta” (376-377). Agu & “(queda de Edo é especiicamente atibuia a Apolo por seu profe- ta; 08 versos sio inequivocamente formulas de modo a enfatzar a ago do fator exe no enedo da poss (0 versos, poem nesta forma, si uma criagfo comparativamen- te modema;ditam de 1786, quando Brunck corgi os manuscries em sua edigao da pea’. O que os manuscritsdizem (eso conirma- dos pelo nico fragmento em papiro desta passagem encontrado alé hoje, €exatamenteo oporto: "No € meu destna caer tuas mao, disso cuida Apolo e basta" ’A comegio de Brunck fo aeita universsimente pelos eitores porque 0 discurso precedente de Edipo (374-375), do modo como o Compreenderam, precia exigto sentido permitido pela reorganiza- {0 de Bronck: “Tus existencia€ ma noite interinvl.Jamais po- Seris me fazer mal ou a qualquer outro homem que contempla a iz” Se este €o significado dos versos de Edipo, a coreséo de Brunck 6 realmente “imperatva”,conforme argumentan ox editors do fag tmento de pair. As palavas, contd, poder signifier também Tua exiténcia€ uma nite intrmindvel amas eu, ou qualquer outro ho ‘mem que contempla a luz poder fazr-te mal. A leitura dos manus- erits € uma resposta adequadae convincente a esta declaragdo: “De todo modo, nfo poderias me fazer mal, responde Tiss; "Se devo cai, disso cuida Apolo 4.08 yep oe polpa np6s "tuo neo, tet tas "ARAM, a enpdganp2iee Asim ube aos os eres adores modemes 5. "Nempe Tiesia plane conta dc ive quod dere Sebi] Facile ‘ners deseibentibs liars, poranina commutar pean ‘6. Ee papi (POry. 2) data do solo V A.C senda, poran, nsso manusxto msn amigo da pusapem. Nee selé| JME MOIPA TIFOC TE COY NECEIN ENIEL ‘UMS reore caAbbt 4, tule XIV, Ad Jb) ce, mas nenhur MS ey bo. 7.00 ip wenstpa npés e000 [. Vere aprate de Pearson ofthe Gree Epe, et, Oxford, Clarendon Press, 1924, p87, oI, Assn da ta “dio: “Tensei ua me otrnvel ta a, oo gual Ut emer qu cotemple saz poder (Gv) fazer ml Titles: ‘No & re desoo ‘car por tat elo’ ete Asin Miso cf 448 nf one Tras pee a mesma ‘scarps, Pouco em acescentar: be caso do objeto) na vero MSc. 1045 ira, Sor tel tu, que deve sige: pan ue poss ver fk ‘Murayatib a prolanagode Bio, de que no causa abo a Trias, 0 ‘com base isso €consestadocometumens por A.C. Poasn,“Sophecle IP, 314373, ‘em 2 25 [1929] 94); 0 motivo de Eaipo pooper Trias wo &o espe, mas © ‘esreco (fo despezo acetbado de 24849), Tirsiae digo de sun angio. A ‘uta objegio de Pearsoe de que “a una de Edip, endo a 6 Téa, € « queaio ‘ EDFOEMTEBAS Eta leturae interpretagio conferem & roca de palavras ene Eaipo Tirésias urn desenvolvimento lgico: Edipo rejetaaidéia de tuma ago punitiva contra um homem cegoe prossegue para encontrar um eulpado contra qual possartalia. Sua rsposta 20 dizcurs de safiador de Tirésins é “Sig estas invengdes de Creonte ou tuas?" (378), ‘Seguramente, uma passagem Mo important, o Gaus da prova é docorretore dos editors que pubicam acomegio;ainieajustificativa possivel para a correo de Brunck seriade que o texto do manuserito ‘fo fea sentido, oque nto € caso. Nto podemos reeltarasuspeita de aque a aceitage quase que universal da testo de Brunck se deva, em akin anise, a0 fao de ela confrmar dia preconcebida de que sya uma tragédia de destino fundamentandosolidamente aatuagao de Tato extero no desenvolvimento doenedo, Pode-se também argumentar que o rocesso da autodescoberta de Ecipo seinicia quando cle pede conselhe a0 ordculo de Delfos sobre 0 flagelo, sendo este, prtamo, 0 fator causal: © agelo 6 enviado por Apolo que, nesta pega, representa o fator extemno, 0 “destino”, De fato, ‘Apolo é,tadicionalmente, o deus que enva a pestlénca; qualquer es- pectadr, jf nas primeira cena, teria pensado na abertra da Mfada, ‘nde as fechas moras de Apolo mata muls, ees © homens, “as piras dos mots arderaim numerosament".O espectadorateiense também seria lembrado do lagelo em Atenas nos primeiros anos da Guerra do Peloponeso, cde sua atribuigdo cortente a Apolo, com base 1a prmessa do deus eta através do orteulo em Delfos no inicio do confront, de que colaborria com os spartanos”. A pressuposigio de que o flagelo ers Oedipus Tyrannus fi real- 1mente enviado por Apoto seria uma objeglo poderosa 205 nossos ar- umenios, mas Sétocte,reiteada e enfacamente indi no ser ese © caso, O sacerdote inveca Apolo pra salvar Tebas Jo Mayelo © rin susctada por372¢ no levaem cnsceraso ss areas de pun Tis, Sue Eso far reteradamente (355, 33, 368) objeto de Si John Shepp (. 125) nso perme «poebihdace de que 8" porns refer queds hipaa de Trion em ver de “ete aevto atu '9. Comaerends de Brock, xa questo precedence mans oa ego: na dead iposil mstrlrente mao desenvolvimento geo nid Fela letra do BS € mut ms tica de Epa, 10. Assn, sparetemerta, paraW.C. Greene, Moira, Cambdge, Mas, Harvard Universi Presi, 1945, . 155: “Admins, enero, qu Epo J € updo de sco © de incest, no sor ua tag se ees fats lo transpire. Mas, {amber oi os amigos ereuls e Apo seu deus fear deeeredidoe, confrme 0 ‘cor atpumentark em feu ret. A corte exe, pol qu o gets do destino ‘revels fates que oro etna eau; ofageoque lig Tees Ea fers que ‘inci aoe aontecimentoe ue evarko deseober 1 ada, 52: nypal vedo Kalov79 pete. 12, Sobre relaio ene o Maglo © 6 edclo as monies dos steiencs, ver Enos 7 suas palavras nfo contém nenhuma alusto de que Apolo, em primeiro lugar, soja o responsével por ele. “E possa Apolo salvar-nos e nos livrar deste flagelo!” (149-150). Diz ainda que o povo esté rezando para outros deuses, especificamente para Palas, e no Oréculo de Ismnénio, © coro invoca Apolo em termos igualmente neutros, orando pela salvago (162); associa-o a Atena e Artemis como um dos trés defensores contra a morte (163). Nessa passagem, o chama de “bom- na-langa” (162), termo utlizado por Homero para descrevé-lo como o deus do flagelo,e ao final do estésimo, o coro menciona suas flechas (205). 0 coro, todavia, no pede a Apolo para que pare de atingi-lo, como se podetia esperar em Hometo; exorta que suas flechas sejam crdenadas ao seu lado como aliadas contra praga (206). Nada po- deria deixar mais claro ofato de Apolo nto ter nenhuma relago com oflagelo, exceto o que o coro havia dito alguns versos antes. 4 iden- tificara Magelo com um deus, nto Apolo mas Ares; esta €a identida- ddedo deus que o sacerdote deixou andnima: a divindade portadora do fogo, da odiada pestléncia (27-28). Apolo € invocado para ajudar com suas flechas,juntamente com Zeus, Artemis ¢ Dionisio, n luta contra ‘Ares, 0 deus “que nem os deuses prezam" (215). 0 Magelo, tenha ou ‘lo 0 coro razio ao chamné-lo de Ares é, naturalmente, do ponto de vista religioso, a vontade dos deuses. S6focles, no entanto, insite cla ramente, por intermédio de suas imagens sem paralelos das fechas de Apolo como aliadas contra 0 flagelo ¢ ao identificr este com Ares", ‘que a peste no deve ser entendida como uma interferéncia apolinea, ‘ou sea, que nfo € obra de um fator externo da pega, io se tata, pois, de uma interferéncia apolinea que tenha por in- tengio forgar a descoberta da verdade. Nao € obra do “destino”. £,en- tretanto, uin imperative di situagio inicial: exige ago por parte de Edipo'®. Como governante de Tebas, cle deve encontrar una forma de Or fim a este mal ou encarara possibliade de, como he diz 0 sacer- 12, Sobre Apolo como aqucle gee afta o feo em tempos hitios,ef Pauenias X15 (Cleans, 0 429 0): [3 (Atna why ROUEN o9Lat VEDOY ‘00 29 Fdorowmetey nok meZovaay xara ydveeyua Ena
aeigae 1H. Ohno de Homero a Ars, que apes uns eae de sels epltes 69 eu princi inca vero, ada contm qu ainda gu vgaret e507 agee O gue masse aronina dst enc so extrorinian passage de Sole de ser econtradaem As Supcates, de Excl, Em Gs passages (69-656 678- 1685), cero seria oMaglo Ares: Aoi () “Aone opine exo “ADM =) ‘ova ne seg, Ainda qe acids, porn. no Sh ind. como nos = ede Sc, Sooo spat des teaiieng o bls da dag ds poss, ‘er Knog, “The Dut ofthe Ops Troms” AJP, 8 986, pp. 133 8, 15. inleresamte compara ete imprativo inci does. gbe ars mente ‘eligosa pode atibuias deases ms que entero, € an socom da expesencia tase, orm opera fic em Peet, ie we exes igang Ga ‘eo fois do ph ‘ ovPO EM TEBAS ote, via sero governante de uma cidade vazia'®. Ainda asim, suade- cis de consullar oriculo de Delfos 6 clara eenfaticamente, pce- sentada por Séfocles como independente A clareza eo cudado com que esse ponto essencial éspresentado merecem atengdo © sacerdoe, que ‘ei imlorar a Edipo para que aja em nome da cidade, €vago quanto 20 aque deseja que este faga alo o aconselhaexplicitamente a consular 0 cricul, Seu discurso consiste de um série de alusbes qulificads para ‘que Eidipo considere recorrer& autoridade divina: “Consideramos-te 0 me~ Thor dos homens nas qustées da vida ..] enasrelagdes com os deuses” (G3-34);“outrora devolvestenos a vida ..| auxliado por um deus” (38); “descobre uma forma de nos salvar, sja por meio da mensager de um eas [phémén}*, ou da ajuda de um simples moral”. Esta férmula,uilizeda plo sacerdote, é aque mais se aproxima da “sugestio de uma consulta a0 oriculo (poisphém®€ a palavraapropriada para expresso oracular),porém mesmo esa €desciva (algum deus € oferecida como altermativa a consulta com um ser humano. Edipo res- onde jd ter traduzido er ago 0 tinico rerio que sua reflexto cuida- dosa le sugeriu:enviou Creonte a Delfos pa consular Apolo, Esta aco inicial(evada a cabo na fntgra antes da abertura da pega) foi definida por Safocles, por intermeédio de recursos dramticosimpressionantes, ‘como a livre ago de urn agente Ive. Pois a hesitagio do sacerdote em suger-laenfatiza, com vigor, que Edipo nfo temde consular Delfos. Ele €o 1yrannos, sua palavra em Tebas é lee, parte o poder, sua experién- cia, prestgio e registro do magnifico sucesso Ihe do carta branca Essa mesma insisténcia na autonomia de aco de Edipoe a suges- icitade que ele pode fazer ou nfo que de fato acaba fazendo, Evista na apresentagio de Sofocles da agi do herd ao longo de toda 4 posi. Quando Crconte retora © pergnta se Edi desea ouvir resposta do oriculo em pablico ou em particular est Ie diz para que fale diate de todos. Uma decisio importante, uma vez que toma mais dificil interromper ainvestigagio ou supcimir posteriormente seu re- sultado no curso dos acontecimentas. A dscisio 6 de Edipoes6 delee ‘Creontesugere explicitamente que seria melhor discutir a questio em particular. Em seguida, Edipo resolve assumir com determinacio a ‘busca pelo assassino de Laio— "Nao deixar’ nada por fazer” (145). resolusio € definida pelo sacerdote comp livre: “Ble jd se ofereceu 16.CL David Gres, Te Greek Tragedies in Tansltion, Chicage, 194, p79. ‘A transergto do yep antigo num lfaten nodero ssc alga peohen=s [Ns susacia de ona coovensio geal segu iat pias prefrtcias, espero gue cowsistentemenc. Ea e omega so repreefades por #0 ipso poy. exee0 em ‘oagos: nde uilizo weg os a). AF parc emo ¢rho come un rsimpes (oo rs gama natal fl iad po me ao por g (anahe por exempl) [ot Sebserio esrevi como sbrscit (lg pata hyo) arse pra masa uM con spit (eae, Pars lr eee, inde erase (aerémat, po xem Po), por ea meso Fg por res palo cam tansciges qo omit, enon ° para cumprio propésito para o qual nos reunimos aqui” (1.48). Edipo ‘Se sua decisho em pitca na proxima cena, ao pronunciar uma mal- digo tersivel sobre o assassin caso este nose apresente de imediato © que, naturalmente, aumenta ainda mais 0 horror da catistrofe, 20 descobrie quem & 0 asassino. A maldigo ¢ ida do proprio Edipo; ‘nem o ordclo nem ninguém em Tebas Ihe suger tal passo. Quando ‘coro he prope que mande chamar Tirésias, o mesmo arifico ante rior € empregado para enfatizar a independéncia da decisio ~ Edipo responde 20 coro que jf 0 fez. Isso ocorre com todas as suas otras ag6es; a busca enérgica pela verdade ¢impulsionada até a revelacio final pela vontade de Eipo e nada mais'®. A autonomia de seu com- portamento ¢ acentuada por uma série de tentativas por pane deo trosdeinterromper ainvestigagio, Por quatro vezes ele éaconselhado 4 abandonar a questo e contentar-secom a ignortnia: uma vez, 10 inicio, por Titésias (320-321), duas vezes no meio, por Jocastal” (848, 1060¢ s.),e uma vez a final, pelo pastor (1165)-Eaipo sempre rejlia « conselho e prossegue & sua manera, Na peca, sua vontade é livre Nada que faz¢forgado pelo destino, em neshum dos miltiplossent- ddos desta palavra tio ambgua ‘A forma de atuagio de Epo nto ésomentea de um agente livre, ‘consitui ainda a causa dos acontecimentos. O heréi 6 inclusive total mente responsivel pelos eventos que formam oenredo.O enredo sto 6,0 processo por meio do qual a identidade de Edi é revelada, es- tende-se para atender orequsito aristotlico ideal de desenvelvimen- tolégico. Oreconhecimento a reversio “surgem da estutura interna do enredom si” de modo que, o que se segue é"o resultado necessé- rio ou provvel da agio precedente”. Os eventos subsequentes devem- te aoe procedentes, nia or sucedera simplermente ~ dia tade © meta tad. (16 somente uns excegi0, a chogada do mensageiro cori tio.) A seqiléncia dos acontecimentos ¢ colocada em movimento, e assim mantida, pelo comportamento de Edipo. Suas agbes que causam a catéstrof final tém infeio pouco antes da abertura da peca, quando Greonte ¢ enviado a Delfos. seguir, Edip insiste em tornarpiblica a resposta oracular, assume a responsabilidad pela busca doassassino {de Laio, amaldigoaoassassino desconhecidoe manda buscar Tiésias Recusa-se, eno, a aceitar a obstnada nsisténcia de Tiésias para que 17. Ape, Acerca design da paws cf ards, Or Herdclida, S31 one Macs se ferece ara orpor se inion nao Oro (I 16. Cl.C-Roben, Oidpus (Bei, 1915) p.291:"Der aber, de den schweigenden ‘eagen ie Zange it, der ds ing Verangene wieder aufeben st, de as rag ‘nd alin de Enideckung heeiti, da a (Otis slo. 19. Cf © comentto do ercoliasa sobre 1062: ole se. O18ts00e) thy "oxen [1 Keiew ty ffm. 2D Aceia dso, er oesimulnte aniga de R.A Pak, Fate, Chance and Tegie nor" AJP, 6, 193 pp 380s ” Eno merEnas abandone toda a qussti €, com sua acusagio furioss,atormenta 0 profetaté que este, por sua vez, acaba por acis-lo,O ataque posterior de Edipo contra Creonte introduz Jocastacomo apaziguadora, ea ten- tativa que ela faz de conforé-o faz surgir em sva mente a primeira

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