De mil aspiraes te enchia o peito, Olhaste, e vendo a isolao somente, Cansado, te deitaste em frio leito. E eu, em vo no atade me curvava, Em vo hei procurado a tua campa; A morte de mistrios te falava, Mas nos lbios do morto o dedo estampa. Em vo te perguntei: Nessa morada Outros flgidos sonhos imaginas? Ao sair da vida deparaste o nada? Ou acordaste em regies divinas? Mudo ficaste. Os ventos perpassaram, Soltando queixas no volver das folhas, E teus lbios imveis no falaram, Nem sequer o irmo saudoso olhas. Meu Deus! permite que atravs da lousa Possa ele ouvir a minha voz ainda, E desse leito, onde afinal repousa, Me diga: A vida neste p no finda; Me diga: A crena que na leda infncia Aprendemos da me verdadeira; H outra vida, h uma outra estncia, To feliz, quanto esta passageira; Que se encontram os entes mais queridos, E em eterno amplexo a Deus se humilham; Que os prazeres em sonhos concebidos S h no espao onde as estrelas brilham.