Disse, e nas penhas hmidas erguida, Com o inocente, na vaga enfurecida Busca o final jazigo. Viste a jovem me na campa fria Unido o filho ao peito? Que lhe importava o mundo, onde o no via? Como outrora, embalando-o, adormecia, Mas no funreo leito. A alvorada foi risonha; Ergueste-te como o dia, Eu fiz, naquela alvorada, Uma alegre profecia. Inda radiava fulgente Vnus, a saudosa estrela, J tu ornavas as trancas E cantavas janela. E dos laranjais vizinhos Os rouxinis acordados Respondiam-te com trinos Da tua voz namorados. Dos virentes jasmineiros, Que a Primavera enflorava, Vinha cheio de perfumes O vento que te beijava. Quem dissera ento ao ver-te Nessa risonha alvorada, Que a noite, estrela cadente, Serias inanimada? Trigueira! que tem? Mais feia Com essa cor te imaginas?
Feia! tu, que assim fascinas
Com um s olhar dos teus! Que cimes tens da alvura Desses semelhantes de neve! Ai, pobre cabea, leve! Que te no castigue Deus. Trigueira! se tu soubesses O que ser assim trigueira! Dessa ardilosa maneira Porque tu o sabes ser; No virias lamentar-te, Toda sentida e chorosa, Tendo inveja cor da rosa, Sem motivos para a ter. Trigueira! Porque s trigueira que eu assim te quis tanto. Da provm todo o encanto Em que me traz este amor. E suspiras e murmuras; Que mais desejavas inda? Pois serias tu mais linda, Se tivesses outra cor? Trigueira! onde mais reala O brilhar de uns olhos pretos, Sempre hmidos, sempre inquietos, Do que numa cor assim? Onde o correr de uma lgrima Mais encantos apresenta? E um sorriso, um s, nos tenta, Como me tentou a mim? Trigueira! E choras por isso! Choras, quando outras te invejam