Você está na página 1de 22
LITOGEOQUIMICA DAS ROCHAS GRANULITICAS DA REGIAO DE IPIAU, SUL/SUDESTE DA BAHIA, BRASIL J.S.F. Barbosa’; F.C.A. Silva’; A. Fornari’; C.M.M. Leite"; I.C.A. Pinho' ‘Instute de Geociéncias, Curso de Pés-graduacse om Gealegla/SPGG, Centro de Pesquisa em Geotisca © Geologla— UFBa, Rus Castano Moura, 123, Federapdo, CEP 4020-340, Salvador, BA "insttuo de Geociencias, Curso de Pos-graduacdo om Geolegia- UFRGN, Rua Tore Galvao, 820, Alecrm, CEP 59032-160, Natal, RN Recebido em 01/01; aprovado para publicagao em 08/01 ABSTRACT The Ipiati area is located in Sao Francisco Craton basement, Bahia. In this paper, a geological synthesis with emphasis on the lithogeochemical data is presented. The metatonalite/ metatrondhjemites with supracrustal enclaves are the main lithological units. The metagabbros/ metabasalts and the charnockites are the other units in the geological framework of the area. During the Paleoproterozoic, these rocks were deformed and reequilibrated in the granulite metamorphic facies. Mafic-ultramafic intrusions are related to the waning stages of highgrade metamorphism. The lithogeochemical data place the metatonalites and metatrondjemites in three families of low potassium calc-alkaline affiliation and the metagabbros/metabasalts in two families, both tholeitic. The charnockite bodies are classified in three types of intermediate potassium calc-alkaline affiliation. The late-tectonic mafic-ultramafic bodies are tholeitic. RESUMO A drea de Ipiatt situa-se no embasamento do Craton do Sao Francisco, na Bahia. Uma sintese da sua geologia é aqui apresentada com énfase na litogeoquimica. A area é formada por metatonali- tos/metatrondhjemitos que encravam rochas supracrustais e metagabros/metabasaltos, ocorrendo, ainda, corpos de charnockitos. Durante 0 paleoproterozéico, estas rochas foram deformadas e recristalizadas na facies granulito. Corpos de rochas mdficas-ultramdficas penetraram no final desta evolucao tectonica. A litogeoqutmica permitiu separar os metatonalitos e metatrondhjemitos em trés familias, todas cdicio-alcalinas de baixo potdssio e os metagabros/metabasaltos, em duas familias, ambas toletticas. Os tres corpos de charnockitos séo de tendéncia cdicio-alcalina com potdssio intermedidrio. Os corpos mdfico-ultraméficos, tardi-tectonicos, sao de filiacao tolettica. INTRODUGAO O estudo de terrenos gndissicos de alto grau abre a possibilidade de pesquisar segmentos pro- fundos da crosta continental, para tentar com- preender os processos envolvidos na sua gera- cio e evolugao. Em diversas partes do mundo, nesses terre- nos gnéissicos, sao encontradas associacées de rochas tonaliticas/trondhjemiticas, relacionadas, especialmente, a complexos méfico-ultraméfi- cos, caracterizando uma bimodalidade compo- sicional, como, por exemplo, aquelas encontra- das no Complexo Lewisian, Escdcia (Weaver & Tarney, 1981), no Grupo Quianxi, China Jahn & Zang, 1984), no Complexo Lufs Alves, Santa Catarina, Brasil (Basei et al., 1998) e no Com- plexo Granulitico Santa Maria Chico, Rio Gran- de do Sul, Brasil (Hartmann, 1998). Estas associagdes suscitam, ainda hoje, dtivi- das quanto &s suas origens e evolugao. Boa parte dos pesquisadores acredita que, em fungao das ca- racteristicas geoquimicas, estas associacdes de to- nalitos, trondhjemitos ¢ granodioritos, os chama- dos TTGs, so geradas principalmente a partir da JSF Barbosa et al./Geochim, Brasil, 15(1/2): 001-022, 2001 fusio parcial de rochas méficas sob alta pressaio (Martin, 1995), tendo, a cristalizaco fracionada, exercido um papel s8cundario no processo de di- ferenciagdo, Por outro lado, para as suftes méfico- ultraméficas acamadas, aceita-se que suas fontes geradoras foram magmas toleiticos mantélicos € que o principal processo envolvido foi a cristal zagdo fracionada, sob baixa pressio, ‘A Grea de Ipiati, também portadora dessas as- sociagdes, tem sido pesquisada nos tiltimos anos, sobretudo com 0 trabalhos voltados para os cor pos méfico-ultraméficos com indfcios de mineralizag6es de sulfetos de metais base e pla- tina, tanto aquele situado na Fazenda Mirabela (Cunha & Frées, 1992; Abram & Silva 1992; Sil- vaetal. 1992; Abram, 1993; Froes, 1993) quan- to aquele da Fazenda Palestina (Barbosa, 1994), O presente artigo sintetiza os trabalhos geol6; os realizados nessa érea, priorizando a caracte- tizagdo petro-quimica dos metatonalitos/meta- trondhjemitos ¢ seus enclaves de granulitos bé- sicos e de rochas supracrustais. Trabalhos de mo- delagem geoquimica deveraio ser publicados pos- teriormente para melhor compreender a génese € evolugao das rochas da érea. rannozorco Nvommorex070100 2 ARQvEANORRiLNORMONNKEZOIC0 2; ae SE Ey ome eaemtnt < pALKOPROTEROZOICO. agteetnemeene vac | cnmtnntencnne HB ron [a ern Figura 1 — Mapa geol6gico da Regiio Granulitica do Sul/Sudeste da Bahia, com a localizagio da drea de Ipiad (simplificado de Barbosa, 1992). ‘JSF Barbosa etal Geochim. Bresi, 15(1/2): 001-022, 2004 GEOLOGIA REGIONAL A regio de Ipiati situa-se no embasamento do Craton do Sao Francisco (Almeida, 1977), na Regio Granulitica do Sul/Sudeste da Bahia (Bar- bosa, 1986), que faz parte do Cinturao Itabuna- Salvador-Curagé. Este Cinturao se estende numa faixa continua, desde 0 sul do Estado até o vale do rio Curaga, ao norte (Barbosa & Dominguez, 1996). Entre este Cinturdo ¢ 0 Bloco Jequié, foi identificado 0 Dominio de Ipiatt (Barbosa, 1986) ig. 1). As pesquisas realizadas na ditima década, como aquelas de Wilson (1987), Figueiredo (1989), Barbosa (1990; 1992; 1994; 1998), Bar- bosa & Fonteilles (1991), Gomes er al. (1991), Marinho et al. (1992), Arcanjo et al. (1992) € Oliveira er al. (1993) tém permitido estabele- cer parametros geolégicos mais acurados, vi- sando a identificaco/individualizagao das ro- chas pré-metamérficas € a elaboracao de mo- delos geotecténicos ¢ metalogenéticos para a regidio. Assim, foi proposto um modelo, onde a parte sul do Cinturdo Itabuna-Salvador-Curagé passou a ser interpretada como um arco de ilhas; © Dominio Ipiati ¢ arredores, uma bacia pés- arco, € 0 Bloco Jequié, um provavel antepats (Barbosa, 1990; 1998) (Fig. 1). Ainda segundo este modelo, as rochas plutono-vulcdnicas da bacia pos-arco e grande parte daquelas que com- poriam o arco insular foram obductadas sobre © antepais, durante um periodo de colisio arco- continente. Esta colisdo teria ocorrido durante © Ciclo Geotect6nico Transamaz6nico, em tor- no de 2,0 Ga. GEOLOGIA DE CAMPO E PETROGRAFIA A observagao das fotos agreas ¢ imagens de Radar e Landsat destes terrenos granuliticos da regio de Ipiati revela a existéncia de grandes alinhamentos, refletindo o elevado grau de estruturaco tectOnica de seus litotipos. Esses ali- nhamentos mostram-se, em geral, anastomosados e, quase sempre, acompanhados por grande den- sidade de fotolineagées, sugerindo a presenga de zonas cisalhadas (Fig. 2) ARQUEANO/PALEOPROTEROZOICO Cinturdo Itabuna - Salvador - Curagé (( [RED Corpo maftcos -ultramstcos | TZ] Corpes de charnockitos 2A (HIS, CHIE, cH17) Metatonalitos/metatrodnjemitos: 714, 772, 778) [AZ saoaerzsinntnicnatcn FACIES GRANULITO 1] Rochas suprecrustais X zonee do cleathamanto \\ Fatnas e fraturas Jy/ easier Figura 2 — Mapa geolégico simplificado da regido de Ipiad, A feicdo geolégica que mais se destaca nas fo- tos aéreas é uma ampla zona de cisalhamento com diregao NNE, que é predominante na parte cen- tral da drea. Inseridos nela, encontram-se os cor- pos de Mirabela ¢ Palestina, que se mostram com, auséncia de elementos estruturais nos produtos de sensores remotos € nas observagdes de campo descritas a seguir. Estes corpos isotrépicos exi- bem um relevo alto e homogéneo, verificando-se um contraste entre eles € as rochas granuliticas encaixantes, as quais, por sua vez, possuem rele- vo moderado ¢ sao bem orientadas. As evidéncias dos sensores remotos sugerem que a intrusao des- ses corpos deu-se em época tardi a pés-tect6nica. As observagées e medidas no campo demon: traram que a geometria sigmoidal da foliaciio e dos enclaves maficos, bem como a presenca de dobras assimétricas, aliado as medidas de lineages de estiramento mineral (hornblenda, biotita, feldspato ¢ quartzo), com uma variacao de 5 a 10° de caimento, ora para NE, ora para SW, indicam que ¢ sinistral o sentido de trans porte tecténico provocado por cisalhamento transcorrente. Por sua vez, segundo dados gravimétricos (Gomes er al., 1991), as zonas de cisalhamento da regio tendem a horizontalizar em profundidade, sugerindo a existéncia de uma tectdnica horizontal precoce. Este evento preco- ce (FI) € considerado como sendo responsavel pela foliagao/bandamento inicial das rochas e est representado, na area, por pequenas estruturas, onde a foliagao/bandamento ainda conserva su- ave mergulho, sugerindo, assim, uma tectonica de baixo Angulo para este evento (Alves da Silva etal., 1996). © evento (F2), interpretado como de evolugao progressiva ao evento (FI), gerou dobras apertadas de diregao geral N10-20°E, com eixo b2 de baixo caimento ¢ plano axial de mer- gulho forte, embora, em alguns locais, seja de apenas 50°, para sudeste, Este evento evoluiu até a transposig&o. Sao nestes planos subverticali- zados do evento (F2) que se nota a lineacao mi- neral sub-horizontal antes referida. Deve-se su- blinhar que, face as fortes deformagdes ¢ recristalizagdes existentes, nao foi facil definir a natureza dos protolitos com os trabalhos de cam- poe petrografia. Entretanto, a litogeoquimica foi uma importante ferramenta que tomou possivel classificar as rochas da rea, descritas a seguir. Rochas Supracrustais e Granitos Anatéticos Associados Estas litologias situam-se de forma dispersa nna parte oriental da rea, formando faixas e cris- JSF Barbosa et al /Geochim. Brasil, 15(1/2): 001-022, 2001 tas que constituem enclaves tectonicos nos me- tatonalitos ¢ metatrondhjemitos (Fig. 2). Estas faixas e cristas so compostas, principalmente, de quartzitos, os quais esto associados, em ge- ral, a gnaisses alumino-magnesianos e bandas de rochas metabasicas. Formagoes ferriferas bandadas, rochas célcio-silicaticas, niveis de ro- chas grafitosas, bandas quartzo-feldspaticas metaultrabfsicas ocorrem de forma subordina- da. Com exceco dos quarvzitos, os afloramen- tos dessas supracrustais estao freqllentemente al- terados ou semi-alterados. Em geral, as melho- res exposigdes sao encontradas nos taludes de cortes das estradas, transversais as cristas. Os quarizitos possuem, além do quartzo, infimas quantidades de opacos e de feldspato. Os gnais- ses alumino-magnesianos mostram evidéncias de migmatizagao/anatexia e estdo quase sempre as- sociados as bandas de metabdsicas. Eles apre- sentam espessuras variando entre 6 e 8 metros enquanto as bandas de metabdsicas exibem es. pessuras entre 1 ¢ 4 metros. Os gnaisses alumi- no-magnesianos so constituidos por quartzo, plagioclasio, ortopiroxénio, granada, biotita, si- limanita, microclina, opacos, rutilo, grafita, mo- nazita e zircdo, sendo muito bons marcadores das condigdes de pressdo e temperatura do metamor- fismo de alto grau que atingiu a regidio (Barbosa et al., em preparaco). A safirina aparece nas amostras mais magnesianas e a cordierita € co- mumente retrograda. As bandas de metabasicas, por sua vez, so formadas de plagioclisio, orto- piroxénio, clinopiroxénio, quartzo e, as vezes, granada. Biotita ¢ homblenda séo secundérias. Apatita e opacos so minerais acessrios (Ta- bela). Metagabros/Metabasaltos Além das metabésicas associadas as supra- crustais, ocorrem intimeras outras rochas den- tro dos gnaisses tonaliticos/trondhjemiticos, sob a forma de bandas ou enclaves, apresentando espessuras que variam desde centimetros a me- tros (maximo de 5 metros). Estes granulitos basicos sdo constituidos por plagioclasio, hi- persténio clinopiroxénio, tendo como acess6- rios, quartzo, opacos e apatita (Barbosa er al., 1996) (Tabela 1). Algumas bandas desses gra- nulitos bésicos contém granada em quantida- des aprecidveis. Hornblenda verde e biotita marrom aparecem freqiientemente em relagdes texturais com os piroxénios e opacos, eviden- ciando um retrometamorfismo para a facies an- fibolito. ‘Tabela 1 — Composigdo mineral6gica representativa das rochas da érea de Ipiat. AMOSTRAS QZO PLAG ANTP FPER MESO MICR OPX CPX GT SILL HB/P B/P HB/S BIS OP APT ZIRC MONZ RUT GF SAF 2 § is 8 4 4t . = = = ROCHAS SUPRACRUSTAIS ~ METABASICAS x 3 ° & 5 18 tr = = METAGABROS ~ METABASALTOS 2 2 x & 5 20 23 = = tr METATONALITOS/ METATRONDHJEMITOS. as 5 PR-66 10 66 2 5 14 r i oy a o RJ-01 2 e E 3 3 : 3 | g is ¢ a is e & FE 5 Ri = < = is - . . = QZO ~ quartzo; PLAG — plagioclasio; ANTP ~ plagioclisio antipertitico; FPER ~ feldspato potassico pertitic OPX- ortopiroxénio; CPX ~ clinopiroxénio; SILL ~ sillimanita; GT ~ granada; HB/P —hornblenda primaria; HB/S - hornblenda secundaria BYP — biotita primdria; B/S — biotita secundaria; OP — opacos; APT — apatita; ZIRC ~ ziredo; GF ~ grafita; RUT ~rutilo; MONZ.~ monazita; SAF — sapphirina; tr—tragos. : MESO ~ mesopertita; MICR ~ microclina; 4008 220-100 les}sb “nse19 wwoceeye 39 esoweg 4ST Metatonalitos/Metatrondhjemitos Constituem as rochas mais abundantes na érea pesquisada, tendo sido deformadas e metamor- fizadas na facies granulito, durante 0 Ciclo Geo- tectdnico TransamazOnico (Ledru er al., 1994). Exibem bandamento/foliacao com atitudes em torno de N15° Ee mergulhos variando de 60° a 80°, ora para SE, ora para NW (Fig. 2). Sao de coloragdo verde acinzentada, relativamente ho- mogéneas, com granulacio média a grossa. Nos locais de maior intensidade de deformagao, é fre- qiiente a textura milonitica com porfiroclastos imersos em uma matriz fina, Na grande maioria dos locais visitados, estas rochas exibem um ban- damento composicional. As bandas variam de es- pessura, desde centimétricas a métricas (1 a 2 metros). Vale registrar que estas estimativas sto facilitadas quando estas rochas encontram-se al- teradas, visto que, nestas condigdes. fica ressal- tada a cor esbranquicada das bandas ricas em pla- gioclasio, em contraste com as outras mais escu- ras, onde este mineral é menos abundante. Do - ponto de vista mineralégico, os metatonalitos metatrondhjemitos sfio formados. basicamente, por quartzo ¢ plagiocldsio antipertitico. O orto- piroxénio, presente em pequena quantidade, é do tipo hipersténio. Ainda séo encontrados, em pe- quenas quantidades, 0 clinopiroxénio e o felds- pato potassico pertitico, mas somente em pou- cas amostras. Minerais opacos sao onipresentes. mas acess6rios. Biotita hornblenda sao tam- bém observadas, sendo formadas pelo retrome- tamorfismo dos minerais ferromagnesianos ¢ opacos. Apatita ¢ zircfio aparecem como traco (Tabela 1). Charnockitos Os trabalhos de campo ea petrografia mos- traram que alguns corpos ovalados, bem eviden- ciados nos sensores remotos, s4o constitufdos por charnockitos ¢ charno-enderbitos (Arcanjo et al., 1998) (Fig. 2). Pela forma, distribuigao areal € relagdes de contato, estas rochas penetraram nos tonalitos/trondhjemitos antes das deformagdes e metamorfismo. Bons afloramentos so encontra- dos em pedreiras, onde se verifica que sao ro- chas relativamente homogéneas, de cor verde- acinzentada quando frescas, ¢ branca-amarelada quando alteradas, permitindo, no tiltimo caso, que se visualize melhor seu aspecto bandado e sua granulacao grossa. As vezes, quando miloniti- zadas, exibem porfiroclastos de feldspatos com dimensdes centimétricas, imersos em uma ma- SF Borbose et al/Geochin. Bras, 18(1/2): 001-022, 2001 triz. de granulacao média a fina (Arcanjo et al., 1998). Mineralogicamente, os charnockitos sa0 formados de quartzo, mesopertita e plagioclasio. Orto e clinopiroxénio ocorrem em pequenas quantidades. Microclfnio e hornblenda sao su- bordinadas, enquanto que a biotita parece retré- grada. Opacos. apatita e zircio so os minerais acess6rios mais comuns (Tabela 1). Dunitos, Peridotitos, Piroxenitos e Gabros Como referido anteriormente, corpos de ro- chas méfico-ultramaficas sao encontrados nos locais denominados de Fazendas Palestina € Mirabela (Fig. 2). O corpo de Palestina (Barbo- sa & Sapucaia, 1996) foi caracterizado como formado de gabros e piroxenitos, os quais so compostos, predominantemente, de orto ¢ clino- piroxénio, ocorrendo o plagioclasio em peque- nas proporgdes. como intercumulus. Os opacos estiio constantemente presentes € a hornblendae biotita, quando aparecem, so, em geral, secun- darias (Tabela 1). Este corpo esta pouco defor- mado e parcialmente reequilibrado na facies gra- nulito, visto que se nota ainda texturas e mine- rais fgneos preservados. O corpo de Mirabela foi definido como uma intrusaio acamadada (Frées, 1993; Abram, 1993). O centro apresenta-se in- deformado com acamamento cfclico e texturas de acumulacao preservadas, podendo ser sepa- rado em trés zonas litoestratigréficas: (i) uma in- ferior, composta de serpentinitos, dunitos peridotitos; (i) uma intermediria, formada por ertopiroxenitos, clinopiroxénitos, noritos, webs- teritos e gabronoritos e, (if) uma superior, cons- tituida unicamente de gabronoritos e leuco-ga- bros, além de gabronoritos finos, estes tiltimos ituados nas bordas (Abram, 1993). Ainda com relagdo a estes plutons méfico-ultraméficos, a geotermometria indicou temperaturas pluténicas acima de 100°C e temperaturas de reequilibrio sub-solidus em torno de 850°C (Barbosa & Sa- pucaia, 1996). LITOGEOQUIMICA Oestudo petroquimico visou, além da carac- terizacdo e classificagio geoquimica dos litotipos, reconhecer ainda o tipo de magma ge- rador sempre que as condigdes geolégicas das rochas e a quantidade de andlises quimicas per- mitiram. Alem disso, em alguns casos, foi possi- vel fazer inferéncias sobre 0s processos de dife- renciagao atuantes nestes magmas. JSF Barbosa et al Geochim. Brasil, 16(1/2): 001-022, 2001 Para a definigao da identidade quimica dos diferentes tipos litolégicos foram primeiramen- te estudados os elementos maiores e tragos e, em seguida, os elementos terras raras como sera mostrado a seguir. Rochas Supracrustais ¢ Granitos Anatéticos Associados (Os gnaisses alumino-magnesianos mostram, na sua maioria, uma composigao quimica compat vel com 0 aparecimento de minerais do tipo sili- manita, granada e ortopiroxénio. Os teores de ALO, situam-se entre 13 € 15%. Os altos valores de MgO, variével de quase 2 até 7%, sao outra significativa feigao quimica dessas rochas. Com relagdo A sflica, esta situa-se entre 62 a 71%. 0 que corresponde mais ou menos & média encon- trada em gnaisses alumino-magnesianos de ou- tros terrenos granuliticos no mundo (Bernard- Griffiths er al., 1996). Ainda com relacao a estas rochas, verifica-se a ocorréncia de migmatizagao/ fusdo parcial, com a formacao de neossomas, in- clusive com a geragdo de pequenos corpos de leu- cogranitos anatéticos. Estes processos, que ocor- ‘SEDIMENTAR, reram durante 0 metamorfismo, provavelmente provocaram a modificacdio da quimica dos me- tassedimentos originais, como, por exemplo, o teor de s6dio, potdssio e aluminio, prejudicando a ca- racterizacdo do protlito. A dispersdo destes ele- ‘mentos maiores, durante © metamorfismo/migma- tizaco, fez com que os pontos representativos das andlises quimicas dessas rochas se deslocassem do campo sedimentar do grafico de Garrels & Mackenzie (1971) para o campo fgneo (Fig. 3A). Entretanto, apesar de ter havido estas mudangas com relagdo aos maiores, no que diz respeito aos elementos traco, os teores originais parecem nio terem se modificado substancialmente como me- tamorfismo. Por exemplo, usando-se as quanti- dades de Ni e Cr dos gnaisses alumino-magnesia- ‘nos em questo, observa-se que as amostras mais ricas em alumina situam-se no campo dos folhelhos pés-arqueanos, segundo Condie (1993) (Fig. 3B). Isto leva a supor que estes gnaisses alu- mino-magnesianos foram provenientes do meta- morfismo de alto grau de pelitos, com niveis ri- cos em magnésio. A Figura 3C exibe padroes de elementos terras raras tipicos desses gnaisses alu- mino-magnesianos granulitizados. ® FOLMELHOS sous v K,OIAL0,(%) 000 ‘0 ‘nl we Toe ry Le CoPrNd SmEUGATD DyHoErTmyb Lu Figura 3 — Petroguimica dos granulitos alumino-magnesianos e dos granitoides do tipo « S$ » das faixas de supracrusta A — Pontos representativos dos gnaisses alumino-mag-nesianos, situando-se anormalmente no campo magmitico de Garells & Mackenzie (1971). B —Gnaisses alumino-magnesianos semelhantes a folhelhos p6s-arqueanos, segundo os campos de Condie (1993). C ~ Padres de Terras Raras dos gnaisses alumino- magnesianos. Os valores do condrito so de Sun (1982). As duas amostras extrafdas dos pequenos cor- pos de leucogranitos anatéticos ricos em grana- da possuem teores de silica e potassio superio- res aos gnaisses alumino-magnesianos encaixan- tes e relacGes Na,O/K,0, situadas entre 0,23 € 0,66, que sao tfpicas de granitos do tipo § (Ta- bela 2). ‘Como foram poucas as amostras pesquisadas, no foi possivel o estabelecimento de trends de diferenciagio magmitica para as metabisicas as- sociadas as faixas de supracrustais, Entretanto, & andlise de amostras dessas rochas permite veri- ficar que elas sao possuidoras de altos teores de ferro, magnésio, titfnio e de baixos teores em alcalis, semelhantemente aos matabasaltos tolef- ticos (Tabela 2). O gréfico triangular da Figura 4A c os padrdes de terras raras da Figura 4C (re- lativamente planos, com razo La/Yb de aproxi- madamente 2), também corroboram 0 carter to- leitico dessas rochas. Por sua vez, 0 grafico da J.S.F Barbosa et al/Geochim. Brasil, 15(1/2): 001-022, 2001 Figura 4B mostra que elas podem ter sido for- madas em ambiente de fundo oceanico. Metagabros/Metabasaltos Estas rochas ocorrem de forma numerosa ¢ dispersa, no seio dos metatonalitos ¢ metatron- dhjemitos, sob a forma de enclaves estirados ¢ paralelizados ao trend regional. Suas amostras, analisadas quimicamente, sobretudo com rela- co aos elementos terras raras, puderam ser se- paradas em categorias ou tipos distintos. Estes granulitos basicos, depois de clasificados com a litogeoquimica e reestudados petrograficamen- te, mostraram algumas diferengas mineralégicas como, por exemplo, a presenca de hornblenda e/ ow biotita em alguns tipos, que as distingue de outros, onde esses minerais so ausentes. Esta distineao petrografica também se verifica com os minerais acessGrios, os quais esto presentes Ty100 a LaGePr Na SmevGdTb OyHoErTmYDLu Figura 4 — Petro-quimica das metabé-sicas associadas as supracrustais gra-nulitizadas da area, A—Diagrama A-F-M. (A=Na,04K,0. de Kuno (1968): '=FeO+Fe,O,; M = MgO), mos-trando 0 carter toleitico das metabi-sicas. Os campos si0 TH — toleitico; CA — célcio-alealino; AL — alealino. A curva Tdh corres-ponde ao trend de diferenciagao padrao da suite trondhjemitica do SW da Finlindia (Barker & Arth, 1976) B —Amostras das metabssicas da area situando-se nos campos dos basaltos/gabros de fundo oceanico (OFB). IAT — Basaltos/gabros toleiticos de arcos de ilhas. CAB — Basaltos/gabros céleio-alealinos de arcos de ilhas (Pearce & Cann, 1973) C ~ Padrdes de Terras Raras das metabiésicas gra-nulitizadas da drea, Os valores do condrito sto de Sun (2982). JSF Barbosa et al/Geociiim. Bresi, 19(1/2): 001-022, 2001 9 ‘Tabela 2 — Andlises quimicas representativas das metabésicas, gnaisses alumino-magnesianos ¢ granitos do tipo "S" da érea de Ipiat. ROCHAS META-BASICAS. GNAISSES ALUMINO- GRANITOS, MAGNESIANOS: TIPO “Ss” 2 wo ag 8 $8 2. Bk. Bang og 2 e gs 8 p Pci gaelg nate Spar. 322232882 ¢ 2282 3 Tio, 8 0,77 1,04 2,50 2,66 2,13 0,73 0.46 0,46 0,25 0,31 0,04 0,37 0,17 0,62 Fe,0, 11,7 0,60 141 19,8 162 168 800 390 3,92 480 580 1,68 3,70 2,35 4,30 MgO 4.96 7,67 5,79 3,13 3.16 27 690 3.90 3,20 2,70 640 1.80 3.40 1,70 2,30 NaO 2.93 22 1,26 2.61 193 2.51 360 3,20 3,90 490 3,00 540 2,70 1,50 3,00 P.O, 0.11 O11 012 O76 0.71 0.80 0.05 0,05 0,05 0,06 0,05 0,04 0,06 0,08 0,35 TOTAL 100.6 100,35 1002 100,7 983 100.2 997 99,8 996 993 997 984 997 990 98, z 2 n n £ 8 8 136 89 217 92 2 127 202 90-198 -298 184 233 146 102 119 72 138 St 97 = < 22 g Ce 23g ggg zg sm 3.4 wg ggg Ee tere Gd gf gg ggg ggg =z s B ES s 300 0 gg ggg ggg 10 com mais abundancia em alguns tipos ¢ ausen- tes em outros. Dois tipos de granulitos basicos (GT3 e GTS) terdo sua quimica aqui detalhada, visto que sto 0 que possuem dados em maior quantidade (Te~ bela 3). Assim, com relagao aos elementos mai- ores Na,0, K,0, Fe (total) e MgO, quando utili- zados no gréfico triangular AFM, exibindo os «campos» de Kuno (1968), nota-se que os pon- tos representativos das andlises quimicas, tanto dos GT3 como dos GTS, todos, situam-se no do- m{nio toleftico ou bem préximo dele (Fig. 5A). Igualmente, estes corpos GT3 e GTS exibem ca- racteristicas tolefticas quando sao testados alguns elementos trago, considerados iméveis durante ‘© metamorfismo. Isto pode ser verificado; por exemplo, usando-se 0 zircénio, o estréncio ¢ 0 titanio, nos diagramas de Pearce & Cann (1973). Efetivamente, os pontos de anélises quimicas J.S.F Barbosa et al/Geachim. Brasil, 15(1/2): 001-022, 2001 destas rochas situam-se preferencialmente no campo toleftico. Por outro lado, se comparadas com aquelas formadas em ambientes tectnicos recentes, assemelham-se a metagabros/metaba- saltos de fundo ocednico ou de arcos de ilha (Fig. SB). 2 Os elementos terras raras (ETR) possibilitam, também, verificar mais diferencas entre os gra- nulitos basicos GT3 e GTS. Com efeito, os pa- drdes ETR dos GT3 sao diferentes dos padroes dos GTS, visto que estes tiltimos, além de apre- sentarem leve anomalia negativa de eurdpio, so mais diferenciados e possuem razo (La/Yb),, de 4,6 (Fig. 5C). Por sua vez, os GT3 sio menos diferenciados, nfio possuem nenhuma anomalia de eurdpio € a relacdo (La/Yb), € de 4.0 (Fig. 5C). Vale registrar que os padres relativa- mente planos, com baixas relagdes (La/Yb),, de ambas as litologias confirmam os resultados re- ay LaCePrNd SmEuGaTb DyHoErTmYDLu Figura 5 — Petroquimica dos metagabros/metabasaltos GT3 e GTS da area. A — Diagrama A-F-M com as amostras (GT3, circulos e GTS, trifngulos) situando-se, principalmente, no campo toleitico. Abreviaturas semelhantes as da Figura 4. B — Diagrama Ti-Zr-Sr de Pearce & Cann (1973), com as amostras GT3 ¢ GTS situando-se no campo dos basaltos/gabros de fundo oceanico (OFB). As abreviaturas so as mesmas da Figura 4. C—Padrdes de ETR tolefticos dos metabasaltos/metagabros granulitizados GT3 e GTS da area de Ipiati, Os valores do condrito so de Sun (1982). \.S.F Barbosa et al Geochim. Brasi, 15(1/2): 001-022, 2001 u ‘Tabela 3 Anilises quimicas representativas dos metagabros/metabasaltos, GT3 e GTS e dos chamockitos CH15, CH16, CH17 da Area de Ipiat, META GABROS / META GABROS | CHARNOCKITOS META - BASALTOS (GT3) META - BASALTOS (GTS) (CH15, CH16, CH17) 2 fos § § § 9 § 5 82 Be Se fe gs a¢ ¢ £€ € ¢€ 3 3 98 35 BF 25 85 ° 8 Tio, 1,16 1,60 1,10 0,96 5 8 021 0,33 0,21 0, 2,0, 3,51 10,30 7,20 950 14,70 12,80 5,30 13,08 290 297 410 243 216 MgO 7,09 6,10 4,30 640 4,20 6,70 7,80 6,14 0,50 0,05 0,99 0,660.49 2 3,60 3,60 3,00 347 4,60 420 3,00 3,43 z 5 8 a . 8 x ‘0 0,20 0,15 0,05 0,23 0.37 0, 80, 0 0, 012 0,05 0,05 0,05 0,2" TOTAL 8,93 99,58 99.83 99,07 98,69 99.56 98,91 100,12 988 99,2 99.0 1006 986 Rb 1 10 10 0 0 7 7 8 146 10 2 99 150 sr 244 8730018022019 103125194 318629591266 ° 16,30 14,78 31,24 35,16 30,63 16,19 22,90 - 59,5 48,5 13,0 - 2 3 491 280 415 550 3.96 275 3.68 - 620 1,96 0,33 - 2 277 2.63 4,00 5.20 3.17 2,69 3,04 - 4,74 1,48 0,40 - z & 0.55 a 0.76 ie 0.61 0,81 - - - 024 - - 8 481 2,03 g 111 2,30 229 - 107 0,48 0,18 - < 3 251 9 396 136 360-490 200233 = 12 feridos acima, ou seja, os dois tipos de metaba- sicas (GT3 GTS) so de afinidade tolettica. Os dois conjuntos de metagabros/metabasal- tos granulitizados, associados aos metatonalitos metatrondhjemitos, devem representar a parte final da diferenciagdo magmitica de corpos, cu- jos membros menos diferenciados foram prova- velmente mais maficos ou até ultraméficos. En- tretanto, apesar de somente ocorrer na area de pesquisa, parte final da linhagem de diferencia- ‘go magmitica, seus trends terminais ainda per- mitiram que se fizessem algumas interpretagoes. Por exemplo, a andlise da Figura 6 mostra que 0 ferro e 0 calcio foram compativeis durante a d ferenciagdo magmética de GT3 ¢ GTS. Sem con- siderar os plagioclésios, estes elementos entra- ram, durante a cristalizagio da rocha, nos ortopiroxénios, clinopiroxénios e nos opacos, mi- nerais que sio efetivamente alguns dos primei- ros ase cristalizarem. Por outro lado, o aluminio € 0 s6dio sdo incompativeis, ficando no Ifquido de GT3 e GTS, até o final da diferenciacao. Es- tes tiltimos elementos foram incorporados nos plagioclésios e antipertitas, cristalizados, sobre- tudo, nos estdgios terminais da diferenciagao. ¥.S.F Barbosa et al./Gbochim, Brasil, 15(1/2): 001-022, 2001 Metatonalitos/Metatrondhjemitos Oestudo litogeoquimico, sobretudo utilizan- do-se os elementos terras raras, permitiu subdi- vidir estas rochas em trés conjuntos distintos, de- nominados de TT1, TT2 ¢ TTS (Tabela 4). Estes trés corpos de rochas tonaliticas/tron- dhjemiticas estao interdigitados e representam intrusdes mtltiplas de idades diferentes, mas nao muito distantes no tempo (Barbosa er al., em pre- paracdo). Estes corpos extrapolam a drea de pes- quisa, entretanto, pode ser notado que parte do corpo de rochas TTS situa-se no setor ocidental da rea, parte do TTI no centro e parte do TT2 no setor oriental (Fig. 2). © estudo dos tonalitos/trondhjemitos TT1, TT2 € TTS permitiu mostrar que: (i) no caso do diagrama modal/normativo da Figura 7A, que re- presenta uma combinagio dos graficos de Stre- ckeisen (1975) e Lameyre & Bowden (1982), os trés corpos TT1, TT2, TTS so essencialmente tonaliticos, com a maioria dos pontos represen- tativos de suas andlises quimicas, situando-s sobre 0 trend a, cdlcio-alcalino baixo K; e, (ii) no caso do trifngulo normative An-Ab-Or de ” np Ca0(%) lay 1 Fe,0,(%) “ ate ors 7 s| i. acts ‘ + tie 1| + t \ h A a S10,(%) 810,(%)| pleat econ ieee ac py 4 NaO(%) ALLO) 3 4 2 810,%) Si0,%)| p eae ance eeeear ae so #0 = 7» 8 oe 7 Figura 6— Petroquimica dos metagabros/metabasaltos GT3 (cfrculos) e GTS (triangulos) da érea. Diagramas de Harker (1909) para os elementos maiores Fe,0, ¢ CaO, com as amostras exibindo bons trends. Verifica-se que estes elementos so compativeis e 0 aluminio e o sédio, incompativeis, durante a diferenciagao magmatica que deu origem a estas rochas, JSF Barbosa etal (Geochim. Brasil, 18(1/2): 001-022, 2001 13 Tabela 4 ~ Analises quimicas representativas de metatonalitos/metatrondhjemitos, TTI, TT2 e TTS da area de Ipiat. METATONALITOS- METATONALITOS- METATONALITOS- METATRONDHJEMITOS (TT!) METATRONDHJEMITOS (172) METATRONDHJEMITOS (TTS) é 5 ¢8e §$% = 5s § € 5 88 Beis St ze 8 oe 3. Se Bet SS 8S F Os F 5 SF xX @ 58,5 61,1 62,7 65,9 66,4 68,2 65,8 66,9 68,3 73,0 73.2 53,7 54,8 67,566,99 73,5 1,50 0,93 0,72 0,45 0,49 0,42 0,29 0,56 0,39 0,27 0,07 1,50 3,00 0,53 0,45 0,30 175 153 162 154 16,1 16,1 18,4 15,2 158 144 14,1 17,4 13,3 13,50 15,67 13,06 6,38 6,69 6.90 4,90 4,70 1,60 2.42 5,13 4,00 2,46 3.20 9,60 12,60 6,00 1,14 2,13 0,10 0,09 0,17 0,10 0,10 0,04 0,02 0,13 0.10 0,07 0,03 0.30 1,80 0,14 0.05 0,04 2,90 4,30 3,00 3,20 1,80 0,66 1,10 1,90 1,50 0,64 0.71 3,60 3,70 1,60 1,91 0.47 6,10 6,40 5,00 3,30 4,30 2,80 4,30 3,90 4,20 2,70 4,00 9.00 5,40 3,80 4,83 2.61 4,30 4,60 4,30 4,30 4,10 5,40 6,00 3,70 4,10 4,60 3.40 2,60 3,10 3,60 4.86 3.71 1,20 1,10 1,20 1,50 1,20 2,70 1,00 1,60 0,88 1,20 0,75 2,50 0,63. 2,68 0,63 0,25 0,21 0,14 0,16 0,18 0,05 0,10 0,14 0,06 0,05 0,12 0,12 0,35 0,25 0,00 0,32 0,32 0.12 0,10 0,45 0,00 0,17 0,36 0.26 0,00 0,30 0,00 99,4 99,8 99,7 99,5 98,5 99,7 99,8 99,1 99.6 99,7 99.8 99,3 99,2 98,9 Rb 5 16 10 27 35 17 6 10 2 8 19 14 1510 46 = 124 Ba 360880 740 585 445 493 480 610 1152 523 335 268 610 490800 344 1024 Sr 850 750 320 656 342 540 391 70 413 628 566 266 290 230 131 361 264 zr 300 640 180 127 144 183 199 96 77 206 354 48 370 480 231 166 77 Y AO iba 5 200. 1 See Oe SS 3S 70 100 52 - 29 No 220 205 9 9 5 20 6 5 5 5 340-48 12-10 la 244 315 - 17.2 204 544 = 114 21,6 168 10,2 237 9585 4512602 - Co 61,1. 72,1 - 38,2 47,9 98,2 - 20,4 38,0 339 209.404 73,10 8905660 - - Nd 29,5 39.8 - 20,3 21,4 - 7,86 11,8 12,1 5,93 12,0 44.95 49,221.66 - 5,21 Sm 5.09699 - 3,17 3,86 = 1,02 1,92 1,84 0,87 1,90 10,00 11,20 4,57 - 0,79 Eu 1,37 1,96 0,94 1,00 1,03 - 0,54 0,82 085 0,36 137 180 163 063 - - Gd 377 4,11 - 2,04 3,04 2.61 = 0,66 1,13 1,23.0,52090 824 820346 - - Dy 265 224 - 1,63 2.51 1,7 - 0,63 0,73 087 0,28068 670 681 331 - - Ho 058043 - 0,32 047 0,33 = 0,12 0,13 0,17 0,05 0,12 1,31 1,34 068 = = Er 1,60 1,06 0,84 1,14 0,75 + 0,38 0,27 0,41 0,120,392 3,58 381 159 - - Yb 1,19 0,62 - 0,59 0,90 0,48 + 0,38 0,16 0,36 0,110.24 352 3,93 114 = lu 0,17 0,08 0,08 0,11 0,06 = 0,06 0,03 0,07 002005 0,44 0,44 0,14 - - 10 10 ene ies Solin d Que 14: ou amt: 73 58 was 32995810 2 - se 2 16 8-0 8 - 1 10 10 B40 = 96 52 - 18 - 52 23 34 62 50 - O'Connor (1965), com os campos de Baker (1979), visualiza-se que os pontos das andlises quimicas de TT1, TT2 e TTS, situam-se no cam- po dos tonalitos e alguns, no campo dos tron- dhjemitos (Fig. 7B). ‘Os diagramas de Harker (1909) da Figura 8, mostram frends geoquimicos bem definidos para todas estas trés suites de tonalitos-tronhjemitos. Em todos os trés conjuntos de plutonitos, os ele- mentos maiores ferro e magnésio mostram com- portamento incompatfvel, enquanto s6dio € po- tassio sao ligeiramente compativeis. Efetivamen- te, sfio rochas onde predomina na moda, o pla- gioclasio s6dico, frequentemente antipertitico. Eles so ricos nesses alcalis, visto que foram se concentrando pouco a pouco no liquido, durante a diferenciagaio magmitica (cristalizagao fracio- nada) que gerou estas rochas. A Figura 9 mostra o comportamento clara- mente diferente dos elementos terras raras nas trés suites TT1, TT2 e TTS. Foram estes padrdes de terras raras que permitiram a melhor identi cago destes trés tipos de suites tonaliticas-tron- dhjemiticas. Os espectros de terras raras mos- tram que as trés suites exibem um padréio tipo trondhjemitico/eélcio-alcalino, onde os ETR pe- sados sdio empobrecidos em relacao aos ETR le- yes, com a TTI possuindo uma relagao méd La/Yb=39, a TT2 uma relacdo média La/Yb=45 ea TTS uma relagdo média La/Yb=9. A diferen- JSF Barbosa et al/Geochim. Brasil, 16(1/2): 001-022, 2001 a mais marcante observada entre elas é que a suite TT] no possui anomalia de eurdpio, en- quanto a TT2 e TTS mostram anomalias deste elemento: a TT2, uma anomalia positiva ea TTS, uma anomalia negativa. Uma outra observa¢ao, ainda com relacdo A Figura 9, mostra que as amostras mais ricas em sflica so mais pobres em Terras Raras, tanto nas leves como nas pesa- das. Ou seja, as Terras Raras sfio compativeis com a diferenciagio magmética que gerou essas ro- chas. Provavelmente as Terras Raras foram in- corporadas no infcio da cristalizacao fracionada pelos minerais acess6rios, deixando os lfquidos restantes progressivamente mais pobres em ETR, e mais ricos em silica. Charnockitos O caréter petrogrifico, charnockitico-chiar- neenderbitico, dos corpos de rochas ovalados, identificados na érea, foi confirmado pela lito- geoquimica. Esta confirmagao pode ser nota- da, por exemplo, no diagrama modal QAP de Lameyre & Bowden (1982), onde os pontos re- presentativos desses corpos situam-se nos do- minios dos granitos e granodioritos (Fig. 10). Por outro lado, com relacao ao tipo de magma, esta mesma figura indica que este foi do tipo célcio-alcalino, com teores de potassio interme- didrios. A ‘or Figura 7 ~ Petrogufmica dos metatonalitos ¢ metatrondhjemitos: TT 1(circulos), TT2 (quadrados) e TTS (triangulos). A —Triangulo modal/normativo de Lameyre & Bowden (1982), com os pontos representatives das analises quimicas dessas rochas situando-se, principalmente, no campo dos tonalitos/trondhjemitos trend “a” de diferenciacao célcio-alcalino baixo potissio, “b” = célcio-alealino potdssio intermediario e cdlcio-alcalino alto potissio. T — tolettico e A alcalino. A grade com separaco das rochas é de Streckeisen (1975), sendo To = tonalitos e trondhjemitos. Gd = granodioritos e Gr = granitos. B — Triangulo normativo Ab- An-Or (Connor, 1965) com os campos de Baker (1979). As rochas TT1, TT2 e TTS situam-se nos campos tonalitico e trondhjemitico tipicos. ‘JSF Barbosa et al/Geochim. Bresi, 15(1/2): 001-022, 2001 8 ‘ w=00%) Ko A rise | * | Seeteeenar ESE : 2 S10,(%) ° “ ° ® Treowm 5 gor ® . ‘ 4 2 2 6) ° @ 50 85 6 65 70 75 80 Figura 8 — Petroquimica dos metatonalitos ¢ metatrondhjemi 085606570750 s TT1, TT2 e TTS. Diagramas de Harker (1909) para os elementos maiores com as amostras mostrando bons trends. Pode-se notar que, com exceea0 do sédio e potdssio, que so ligeiramente incompativeis, os dois outros elementos testados (FeO ¢ MgO) so compativeis, com seus teores diminuindo a medida que crescem os teores de sflica durante a diferenciagio magmatica que deu origem as linhagens TT1, TT2 e TTS. O estudo litogeoquimico mais detathado tem mostrado que, apesar desses corpos serem célcio- alcalinos, existem diferengas quimicas entre eles, podendo ser separados em trés tipos, aqui denomi- nados de CH15, CH16 e CHIT. Na Tabela 3, s20 ‘mostradas as anélises mais representativas de amos- tras destas rochas, podendo-se notar que: (i) os char nockitos-chamoenderbitos CHI5 sao menos dife+ renciados (SiO, — 68,70 a 73,50) que os chamocki- tos-chamnoenderbitos CH16 (SiO, — 68,00 a 78,00): Gil) 0s CHS sao ligeiramente mais ricos em Al,O, 1Na,O € P,O,, em comparacao com os CH16 que, por sua vez, possuem maiores teores de FeO e MgO. e, ambos, CHI5 e CHI6, tém quantidades aproxi- madamente iguais em TiO,, MnO, CaO e K.O; (iii) os CHS possuem teores um pouco mais elevados de Rb e ¥ enquanto os CH16 sio mais ricos em Sr © Zr, € (iv) os membros mais diferenciados dos CHI6 siio mais ricos em V, Ni e Cr em relaco aos correspondentes CH15, os quais tém valores maio- res de Cu. Por outro lado, se forem comparadas amostras dos charnockitos-enderbitos CH15 ¢ CHI6, como mesmo grau de evolugao daquela dos chamockitos-charmoenderbitos CH17, exemplifica- da na Tabela 3, verifica-se que os teores claramen- te mais baixos de ferro € titdnio ¢ mais altos de potdssio so a principal caracteristica deste tiltimo conjunto. Por sua vez, a Figura 10B exemplifica padroes de Terras Raras tipicos dos corpos de charnocki- tos-charnoenderbitos CHS e CH16. Apesar de ambos exibirem anomalias positivas de eur6pio, © corpo CHI5 € mais rico em ETR leves e mais empobrecido em ETR pesadas. Dunitos, Peridotitos, Piroxenitos e Gabros Um reestudo dos dados analiticos de Froes (1993) e Abram (1993), somados com aqueles obtidos em Barbosa (1994) e nesta pesquisa (Tabela 5), mostra que, possivelmente, houve dois tipos de acumulagao magmitica: (i) um ‘cumulato menos evoluido formado de dunitos, peridotitos, piroxenitos e websteritos, no qual ocorre, quase exclusivamente, fenocristais de olivina, ortopiroxénio e plagioclsio, com as proporgdes desses minerais variando confor- me os tipos de rocha referidos acima, ¢ (ii) um cumulato mais evoluido, constituido, basica- mente, de websteritos, melanogabros € leuco- gabros, onde predomina uma maioria de feno- cristais de ortopiroxénio e, sobretudo, clino- piroxénio e plagioclasio. Estas rochas so de: providas dé olivina, embora, quando ocorra, possa ser interpretada como representante do liquido inicial. 16 JSF Barbosa et al/Geochim. Brasil, 19(1/2): 001-022, 2001 La Ce Pr Nd Sm Eu Gd To Dy Ho Er Tm Yb Lu 1000 a ot pa pi Lace Pr Né SmEU Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu Gab fan Le ce Pr Nd Sm Eu Ge To Dy Ho Er Tm Yb Lu Figura 9 - Padrdes de Elementos Terras Raras (ETR) das rochas TT1, TT2 ¢ TTS — Nota-se que todas essas rochas exibem espectro basicamente do tipo cfleio-alcalino, entretanto, 0s (TT1) ndio possuem anomalia de eurépio, enquanto os outros dois, sim, mas, com uma diferenga importante: os (TT2) tem anomalia positiva ¢, 0s (TTS), uma anomalia negativa. Os valores do condrito so de Sun (1982). JSF Barbosa et al/Geochim. Brasil, 15(1/2): 001-022, 2001 7 1000 +09 4 cH18 © cHtE > CHIT ol Lace PrNd ‘SmEyGdTb DyHo ErTmYb Lu Figura 10 —Petroquimica dos charnockitos CH15, CH16 e CH17. A -Tringulo modal/normativo de Lameyre & Bowden (1982), com os pontos representativos dos corpos de charnockitos situando-se, principalmente, sobre a linhagem de diferenciaco calcio-alcalina, com teores de potéssio intermediérios (linha b). To = Tonalitos. Gd = Granodioritos. Gr = Granitos. B — Espectros de El lementos Terras Raras notando-se que CH16 e CH17 so cdlcio-alcalinos, apresentam anomalias positivas de eurépio, sendo ambos empobrecidos em ETR pesados menos empobrecidos em ETR leves. Os valores do cot Nas Figuras 11 11B, onde estiio colocados 08 teores (rocha total) de célcio e ferro, nas or denadas, ¢ magnésio, nas abcissas, é possivel ve- rificar a presenga de dois cumulatos. Nelas so indicadas, também, as diregdes onde variam os teores destes mesmos elementos presentes nas fases minerais olivina, ortopiroxénio, clinopiro- xénio e plagioclésio, durante a acumulagao mag- matica dessas rochas. yndrito sto de Sun (1982) Com relagao ao tipo de magma, nfo s6 0s di- agramas AFM (Frées, 1993; Abram, 1994), mas também os teores sempre decrescentes de Mg, Fe (Fig. 11A, 11B), Cre Ni (Tabela 5), dos mem- bros mais ultraméficos para os mais méficos, in- dicam uma filiacdo toleftica para o magma for- mador deste corpo, similar aquela descrita em complexos estratiformes intrusivos de ambien- tes continentais (Froes, 1993; Abram, 1994), 18 JSF Barbosa et al./Geochin. Brasil, 15(1/2):001-022, 2001 4_——meleno gabros (Cox+Piag+Op) PURGES pcenton SP a) @ Creucogabro (Piag+Cax) piroxenitos + websteritos: {OpxsPlagsCpx) * patidotitos (Opx+PlagtO)) dunilos(OlOpx+Plag) 0 Ey 30 0 50 Feo (%) 10) MgO (%) Figura 11 — Petroquimica dos corpos mificos-ultramificos de Mirabela e Palestina. A e B— Graficos MgO x CaO # MgO x FeO, mostrando os dois tipos de cumulatos nos corpos mificos-ultramificos, segundo Frées (1993), Abram (1993) e Barbosa (1994). S40 também colocados nos graficos a posicio e a tendéncia de acumulagao do ortopiroxénio, clinopiroxénio, olivina e plagioclasio, segundo suas andlises quimicas, obtidas na microssonda eletrOnica. IS Barbosa st al/Geochim. Brasil, 15(1/2): 001-022, 2001 19 ‘Tabela 5 — Anslises quimicas representativas de dunitos, peridotitos, ortopiroxenitos, websteritos, leucogabros ¢ melanogabros dos corpos de Mirabela ¢ Palestina, segundo Frées (1993), Abram (1993) ¢ Barbosa (1994). ‘Os baixos valores dos totais de algumas amostras deve-se ao fator “perda a0 fogo” que alo foi considerado. DUNTOS _PERIDOTITOS-ORTOPIROX. WEBSTERITOS LEUCOGABR. NELANOGAB 8 # @ & + Ee § &€ ¢ 8 8 S 22 ¢ 6 £8 ¢@ 2 88 8 5 TiO, é 0,07 0,07 0,10 0,23 0,16 0,23 0,18 0,17 0,33 0,39 041 0,44 AO, 079 0081.47 278 249. 9.79283. 2281) -46,00""44.60°" 7.19TI8.98T 0, 14,52 1212 3,04 12.94 9.82 10.14 962 951 645 7,28 10,82 833 MnO" O17 O47 07 0,18 0180.20) 019" Oana O Sea MgO 34,80 3740 35,50 35,00 29,50 2860 2860 29.40 891 941 18,80 14,00 Na,O 001 0,07 0,31 0,08 0,36 0,12 0,12 2,24 205 1,05 1,18 P.0, 02 002 0.02 004 0,02 002 0,02 0,02 0,04 0,05 0,05 0,03 TOTAL 93.85 92,37 96,44 98,10 98,86 99,0 97,38 98,64 98,59 98.94 96,88 96.51 Z| = 084 0,66 0.62 < & at & 64 go 10 92 82 108 142 193 ° 8 7550 6330 8310 4500 4610 4430 4540 © 341-««708-=«=«2260 1970 CONCLUSOES “__Os metagabros/metabasaltos GT3 e GTS sio As rochas granuliticas foram dificeis de se-_mico, mas ambos so originérios de magmas to- rem classificadas nos trabalhos de campo eestu- _lefticos e parecidos com aqueles que formaram a dos petrogréficos. Entretanto, suas amosiras, crosta oceanica, conforme demonstraram seus te~ quando analisadas quimicamente, sobretudo em ores de elementos maiores, trago e Terras Raras. relagdo aos elementos Terras Raras, puderam ser Eles exibem, inclusive, bons trends de diferenci- separadas em categorias ou tipos distintos: os me- aco nos diagramas binarios de Harker (1909). Os tagabros © metabasaltos em dois tipos (GT3 e TT1,TT2e TTS, por sua vez, so de filiagao cél- GT5); os metatonalitos e metatrondhjemitos em _ cio-alcalina baixo potdssio, situando-se, todos, nos trés tipos (TT1, TT2 e TT3), € os charnockitos, campos tonaliticos/trondhjemiticos dos tridngulos também em trés tipos (CH15, CH16e CH17)._normativos Ab-An-Or. Também mostram boa’ li- 20 nhagens de diferenciagio magmiética diante dos ‘gréficos que utilizam os elementos maiores ¢ tra- {90 versus silica, valendo destacar, entretanto, que so 05 ETR dessas rochas que as fazem separar claramente nos trés tipos indicados acima. Quan- to aos chanockitos, faz-se necesséria a realiza- ‘go de mais andlises quimicas, contudo, as exis- tentes deixam prever no mfnimo trés tipos: CH15, CHI6 e CHI7. Todos sao célcio-alcalinos, com quantidades de potéssio intermediérias. Os granulitos alumino-magnesianos, presen- tes nas faixas de supracrustais, foram considera~ dos como produto do metamorfismo de alto grau de pelitos ¢ os leucogranitos com granada, como do tipo “'S”, origindrio da fusao parcial desses metassedimentos, no pico do metamorfismo. As metabésicas intercaladas nas supracrustais S80 to- lefticas e semelhantes a basaltos/gabros de fun- do oceanico. Tanto os eventos de deformagao (F1) e (F2) como 0 metamorfismo regional associado sao, JSF Barbosa et al/Geochim. Brasil, 15(1/2): 001-022, 2001 considérados do Ciclo Geotecténico Transa- maz6nico, do paleoproteroz6ico (Barbosa, 1990; Ledru,er al. 1994; Barbosa & Sabaté, 2000). A colocagao dos corpos méfico-ultra- méficos de Mirabela e Palestina ocorreu mui to provavelmente na etapa final do evento (F2) e, desta forma, representa as rochas mais jo- vens da regiao. AGRADECIMENTOS, Os autores agradecem & SGM-Superintendén- cia de Geologia e Recursos Minerais, que forne- eu o apoio financeiro para a realizagao dos tra- balhos, através do Convénio SICM/SGM/UFBA/ FAPEX; & CBPM — Companhia Baiana de Pes- quisa Mineral, que promoveu a infra-estrutura para os trabalhos de campo, e ao CNPq, que complementou a ajuda financeira dos Orgios aci- ma mencionados REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ABRAM, M.B. (1993) © Corpo Méfico-ultramafico da Fazenda Mirabela, Ipia-BA: Caracterizacio Petrografica, Geoquimica, Tipologia e Implicagdes Metalogenéticas. Dissertacdo de Mestrado. Instituto de Geociéncias, Universidade Federal da Bahia, 137p. ABRAM, M.B. & SILVA, M.G. (1992) O Corpo méfico-ultraméfico da Fazenda Mirabela, Ipiat- BA: Quimica Mineral, Litogeoquimica e Evolugdo Petrogenética. In: Congr. Bras. Geol., 37, ‘So Paulo. SBG., Bol. Res. Expand. 1:449-450. ALMEIDA, FFM. (1977) 0 Craton do Sao Francisco. Rev. Bras. Geoc., 7:349- 364. ALVES DASILVA, F.C.; BARBOSA, J.S.F.: DAMASCENO, J.A. (1996) Estilo deformacional das rochas de alto grau metamérfico da regiao de Ipiad, SE da Bahia. /n: Congr. Bras. Geol.. 39, Salvador. SBG., Bol. Res. Expand. 6:262-266, ARCANIJO, J.B.A.; BARBOSA, J.S.F.; OLIVEIRA, J-E. de (1992) Caracterizagao petrogréfica ¢ metamérfica dos granulitos do Arqueano/Proteroz6ico Inferior da Regido de Itabuna.— Bahia. Rev. Bras. Geoc., 22(1): 47-55. ARCANIO, J.B.A.; BARBOSA, J.S.F.; ALVES DA SILVA, F.C. (1998) O sensoriamento remoto como técnica auxiliar nos estudos geolégicos da regiao de alto grau metamérfico de Ipiati, Bahia. Boletim de Geociéncias da USP, 27:99-118, BAKER, F. (1979) Trondhjemites: definition, environment and hypotheses of origin. Jn: F. BARKER (Ed.) Trondhjemites, dacites and related rocks. Elsevier, Amsterdam., p.1-12. BARBOSA, J.S.F. (1986) Constitution Litholégique et Metamérphique de la région granulitique du Sud de Bahia — Brésil. Tese de Doutoramento. Université Pierre et Marie Curie, Paris, Franca. 401p. BARBOSA, J.S.F. (1990) The granulites of the Jequié Complex and Atlantic Coast Mobile Belt, Southern Bahia. An expression of Archean/Early Proterozoic plate convergence. In: D. VIELZEUF & Ph. VIDAL (Eds.) Granulites and Crustal Evolution, Kluwer, p.195-221 BARBOSA, J.S.F, (1992) Modelos geotect6nicos do sul da Bahia, In: Simpésio Regional de Geologia Bahia/Sergipe, 1, Salvador. SBG., Anais, 1:92-95. BARBOSA, J.S.F. (1994) Petrologia e implicagdes metalogenéticas das rochas granuliticas do segmento Boa Nova ~ Itajibé, sudeste da Bahia. Convénio UFBA/PPPG/CBPM. (Relat6rio Inédito). S.F Barbosa et al/Geochim. Brasil, 15(1/2):001-022, 2001 a BARBOSA, J.S.F, (1998) Sintese do conhecimento sobre a evolugdo geotectonica das rochas metamérficas arqueanas e paleoproterozoicas do embasamento do Craton do So Francisco na Bahia. Rev. Bras. Geoc., 27(3):241-256. BARBOSA, J.S.F.& FONTEILLES,M. (1991) © Metamorfismo da Regio Granulitica do Sul da Bahia — Brasil. Rev. Bras. Geoc., 19(1):3-16. BARBOSA, J.S.F.& DOMINGUEZ, J.M.L. (1996) Texto Explicativo para 0 Mapa Geol6gico ao Milionésimo. SICM/ SGM, Salvador. Edigao Especial, 400p. BARBOSA, J.S.F.& SAPUCAIA, N.S. (1996) Os corpos mificos-ultraméficos da regiao de Ipiati — Bahia ¢ suas encaixantes granulitizadas. In: Congr. Bras. Geol., 39, Salvador. SBG, Anais, 6:279-202 BARBOSA, J.S.F. & SABATE, P. (2000) Geological and Geochronological Features and the Paleoproterozoic Collision of the four Archean Crustal Segments of the So Francisco Craton, Bahia, Brazil, In: International Geological Congress, 31, Rio de Janciro. Special Symposium, D- 2, Multidisciplinary Studies of Key Crustal-Scale Features. (CD-ROM). BARBOSA, J.S.F.; ARCANJO, A.B.J.; ALVES DA SILVA, F.C.; PINHO, LC.A.; OLIVEIRA. M.PS.; SAVINI, D.S. (1996) Geologia das rochas de alto grau metamérfico da regiao de Ipiat- sudeste da Bahia-Brasil. /n: Congr. Bras. Geol., 39, Salvador. SBG, Anais, 6:272-279. BARKER, F. & ARTH, J.G. (1976) Generation of trondhjemitic — tonalitic liquids and Archean bimodal trondhjemite — basalt suites. Geology, 4:596-600. BASEI, M.S.S.; McREATH, L; SIGA, O. Ir (1998) The Santa Catarina Granulite Complex of Southern Brazil: A review. Gondwana Research, V.1, 3/4:383-391 BERNARD-GRIFFITHS, S.; FOURCADE. S.; KIENAST. J.J.; PEUCAT, J.J.; MARTINEAU, F:; RAHMANI, A. (1996) Geochemistry and isotope (Sr, Nd, O) study of Al-Mg granulites from the In Ouzzal Archean block (Hoggar, Algerie). J. Metamorphic Geol., 14:709-724. CONDIE, K.C. (1993) Chemical composition and evolution of the upper continental crust: Contrasting results from surface samples. Chem. Geol., 104:1-37. CUNHA, J.C. & FROES, R.J.B. (1992) Complexo méfico-ultraméfico da Fazenda Mirabela:, geologia e mineralizacdo. In: Congr. Bras. Geol., 37, Sao Paulo. SBG, Boletim Resumos Expand., 2:158-159. FIGUEIREDO, M.C.H. (1989) Geochemical evolution of eastern Bahia, Brazil: a probable early proterozoic subduction- relation magmatic arc. J. South Am. Earth Sci., 2:131-145. FROES, R.B. (1993) Petrology. geochemistry and Cu-Ni-PGE the Fazenda Mirabela Complex, Bahia. Dissertagao de Mestrado. Toronto University, Canada. 175p GARRELS, R.M. & MACKENZIE, FT. (1971) Evolution of sedimentary rocks. Norton, Inc., New York., 307p. GOMES, R.A.A.D.; ARCANJO, J.B.A.; SANTOS, R.A. (1991) Colisao de blocos com subduegao na costa sul da Bahia. /n: Congr. Soc. Bras. Geofisica, 2, Salvador. SBGf, Resumos Expandidos, 1:154-159. HARTMANN, L.A. (1998) Deepest exposed crust of Brazil - Geochemistry of paleoproterozoic depleted Santa Maria Chico Granulites. Gondwana Research V.1, 3/4:331-341 HARKER, A (1909) The Natural History of the igneous rocks. New York Ed. Ltda. 384p. JAHN, B.M. & ZHANG, Z.Q. (1984) Radiometric ages (Rb-Sr, Sm-Nd, U-Pb) and REE geochemistry of archaean granulite gneisses from Eastern Hebei Province, China. In: A. KRONER; G.N. HANSEN; A.M. GOODWIN (Eds.) Archaean geochemistry. Berlin, Springer-Verlag, p.204-234, KUNO, H. (1968) Differentiation of basalt magmas. In: H_H. HESS. & A. POLDERVAART (Eds.) The Poldevaart Treatise on Rocks of Basaltic Composition, Vol. 2. Interscience, New York., p.623-688. LAMEYRE, J. & BOWDEN, P. (1982) Plutonic rock type series: discrimination of various granitoid series and related rocks. J. Volcanol. Geotherm. Res., 14:169-186. LEDRU, P.; COCHERIE, A.; BARBOSA, J.S.F.; JOHAN, V.; ONSTOT, T. (1994) Ages du metamorphisme granulitique dans le craton du Sdo Francisco (Brésil). Implications sur la nature de l’orogéne transamazonien. C. R. Acad. Sei. Paris., 318 (2):251-257. MARINHO, M.M.; VIDAL, P.; ALIBERT, C.; BARBOSA, J.S.F.; SABATE, P. (1992) Geochronology of the Jequié ~ Itabuna granulitic belt and Contendas — Mirante voleano sedimentary belt. Jn: M.C.H. FIGUEIREDO & A.J, PEDREIRA (Eds.) Petrologic and 2 JS.F Barbosa et al Geochim. Brasi, 19(1/2): 001-022, 2001 geochronologic evolution of the Sao Francisco Craton, Brazil. Salvador, CBPM/IGCP Project, 280., p.75-96. MARTIN, H. (1995) The Archean grey gneisses and the genesis of the continental crust. In: K.C CONDIE (Ed.) The Archean crustal evolution. Ed. Elsevier. Amsterdam., p.205-259. O°CONNOR, J.T. (1965) A classification for quartz-rich igneous rocks based on feldspar ratios. US Geol. Surv. Prof. Pap., 525(B):79-84. OLIVEIRA, J.E.; BARBOSA, J.S.F.; ARCANJO, J.B.A.(1993) Petrografia e Petroquimica dos Granulitos da Regido de Itabuna, Bahia, Rev. Bras. Geoc., 23(4):356-369. PEARCE, J.A. & CANN, J.R. (1973) Tectonic setting of basic volcanic rocks determined using traces elements analyses. Earth and Planetary Science Letters, 19:290-300. SILVA, M. da G. da; BARBOSA, J.S.F.; MISI, A. (1992) A Faixa Aratufpe ~ Nova Cana: um trend de corpos méficos ¢ ultraméficos de grande potencial metalogenético no Cinturdo Granulitico Jequié-Itabuna (BA). in: Congr. Bras. Geol., 37, Sd Paulo. SBG, Boletim de Resumos Expand., 2:227-228. STRECKEISEN, A. (1975) How should charnockitic rocks be named? In: Geologie des Domaines Cristalines. Liege. Centenaire Soc. Geolog. de Belgique, 1:349-360. SUN, S.S. (1982) Chemical composition and origin of the Earth primitive mantle. Geochemica et Cosmochimica Acta, 46:179- 192. WEAVER, B. L. & TARNEY, J. (1981) Lewisian gneiss geochemistry and Archaean crustal development models. Earth Planet. Sci, Lett. 55:171-180. WILSON, N. (1987) Combined Sm-Nd, Pb/Pb and Rb-Sr geochronology and isotope geochemistry in polymetamorphic precambrian terrains: Examples from Bahia, Brazil and Channel Island, U. K. Dissertagio de Mestrado. Oxford University.150p.

Você também pode gostar