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Introdugio a Relatividade Especial ROBERT RESNICK Rens soe Isto SHIGEO WATANABE Instinie de Fl ‘ORA DA UNIVERSIDADE DE SAO PAULO. EDITORA POLIGONO. DD. ip, de equivaléncia ¢ Relatividade Geral. Também, na parte principal do texto, algum material de natureza historica, avangada ou especial € impresso em tipo reduzido para uso opcional. De modo semelhante, 6s problemas e as questdes idealizadas, aproximadamente em numero de 250, abrangem uma vasta série de contetides e nivel de dificuldade lal que o impacio do curso pode ser alterado significativamente pela escolha de quais ¢ quantos sio atribuidos. Muitas referéncias so citadas, especialmente para encorajar os estudantes a ler muito sObre a Relatividade. Contudo, a escrita ¢ comu- nicativa, de tal modo que © livro ¢ auto-suficiente, Auxilios pedagé- gicos, itis como tabelas de sumario ¢ exemplos resolvidos, sio empre- gados pata ajudar o estudante a aprender por conta propria. Esorever éste livro foi um trabalho de amor, A Relatividade sem- pre tem sido meu assunto favorito, € Einstein foi um dos herdis da mina juventude. Hé mais de duas décadas, Franco Rasetti impres- sionouxme com a beleza do tema em um curso na Universidade Johns Hopkirs. Eu fui, também, muito influenciado pelos tratamentos rela- tivisticos dos textos clissicos avangados de Peter Bergmann e de Wolf gang Panofsky Melba Phillips. Revisando minhas notas em sucessivas redagdes, ensaios em classe e produgde, recebi criticas construtivas ou outra sssisténcia valiosa de diversas pessoas, especialmente Richard Albagl Kenneth Brownstein, Benjamin Chi, Robert Eisberg, David Halliday ¢ Roland Lichtenstein. Sou grato a Sra, Cassie Young pela sua habilidade e dedicago em datilografar as varias versdes das notas, © aos editdres, John Wiley and Sons, Inc. por sua excepcional coope- ragio. A minha espOsa ¢ filhas, cuja paciéncia durante anos de redagio foi quise costumeira, meus agradecimentos mais profundes, Minha Tiberagio de algumas outras obrigagdes, durante a preparagio do ‘manuserito, tomnou-se possivel, em parte, por um subsidio da Fundagio Ford a Escola de Engenharia de Rensselaer para o desenvolvimento do curriculo. E minha mais ardente esperanga que ésse esforgo tome a Rela- tividads acessivel acs alunos principiantes © desperie neles algo do entusiasmo que é a Fisica Robert Resnick Troy, New York Janeire de 1968 Sumario Capitulo 1 A Base Experimental da Teoria da Relatividade Especial 1.1 introducdo 12 Transformagdes Gaiileanas 1.3. Relatividade Newtoniana 1.4 Eletromagnetismo ¢ Relatividade Newtoniana 15. Tentativas para Localizar 0 Sistema Absoluto: a Experiéncia de Michelson-Morley 1.6 Tentativas para Preservar 0 Conceito de um Sistema Preferencial do Eter; a Hipétese da Contracao de Lorent:-Fitzgerald 1.7 Tentativas para Preservar 0 Conceito de um Sistema de Eter Preferencial; a Hipétese do Arrastamento de. Fter 1.8 Tentativas para Medificar a Eletrodinémica 1.9. Os Postulados da Teoria de Relatividade Especial 1.10 Einsiein ¢ a Origem da Teoria da Relatividade Capitulo 2. Cinemétiea Relativistica 24 A Relatividade da Simultaneidade 22 Deducdo das Equagdes de Transformasdo de Lorentz 23° Algumas Consegiiéncias das EquacBes de Transformacao de Lorentz 24 Uma Visdo mais Fisica das Principais Caracteristicas da Equagio de Transformagio de Lorentz 25 0 Observador em Relatividade 26 4 Adicto Relativistica das Velocidades 2.7 Aberracao e Efeito Doppler na Relatividade 28 Senso Comum da Relatividade Especial SSuw w 30 31 39 2 a 8 & seen Capitulo 3 31 Mecinica e Relatividade 3.2 A Necessidade de Redefinir 0 Momento 3.3, Momento Relativistic 3.4 Pontos de Vista Alternatives da Massa em Relatividade 38 A Lei Relativistica da Forca e a Dinimica de uma sé Particula 3.6 A Equivaléncia da Massa ¢ Energia 3.1 As Propriedades de Transformagio do Momento, Energia, Massa e Forga ica Relat Capitulo 4 Relatividade ¢ Magnetismo 4.1 Inroducao 4.2. A Interdependéncia dos Campos Elétrico e Magnético _ 4.3 A Transformagio para Ee B 4.4 O Campo de wna Carga Puntiforme Movendo-se Unijormemente 4.8 Forgas e Campos perio de um Fio Conduzindo Corrente 4.6 Forgas entre Cargas em Movimento 4.1 A Invaridncia das Equagées de Maxwell 4.8 As Possiveis Limitagdes da Relatividade Especial ‘Tépico Suplementar A ‘A. Representaso Geométrica do Espago-Tempo AA Diagramas do espago-tempo A2 Simulianeidade, Contrasdo e Dilatagio A3 4 Ordem do Tempo e a Separacdo Espacial dos Eventos ‘Tépico Suplementar B O Paradoxo do Gémeo BA Introducao B24 Dependéncia com 0 Caminho do Tempo Proprio 118 18 120 123 17 128 141 184 168 168 169 17% 179 Ist 187 190 194 201 201 207 210 216 216 216 2 B-3 Diagrama do Expago-Tempo do “Paradoxo do Gémeo B-4 Algumas Qutras Consideracées BS Um Teste Experimental Topico Suplementar C © Principio da Equivaléncia ¢ a Relatividade Geral CA Introdugao C2. 0 Principio da Equivaléncia C3. O Desvio Gravitacional para 0 Vermelho C4 Teoria da Relatividade Geral Respostas a Problemas . Indice 28 223 228 226 226 27 28 Bi 29 Capitulo Um A Base Experimental da Teoria da Relatividade Especial LI Introdugiio Para enviar um sinal através do vacuo, de um ponto a outro, tio rapido quanto possivel, usamos um feixe de luz ou alguma outra ra: diagdo cletromagnética, tal como uma onda de radio. Jamais foi desco- berto um metodo mais veloz para enciar um sinal, Este fato experimental ere que a velocidade da luz no vacuo, ¢(— 3,00 x 10% m/si.* € uma velocidade de referéncia limite apropriada com a qual outras, como as de particulas ou de ondas mecé podem ser comparadas. No mundo macroscépico de nossa cidade w de objetos em movimento ou ondas mecdnicas em relagio a qualquer observador & sempre menor do que c. Por exemplo, um satelite artificial girando em t6rno da Terra pode se mover com uma velocidade de 18000 mph** em relagdo a Terra; aqui w/e — 0.00002 As ondas sonoras no ar. & temperatura. ambiente, mo com uma yelocidade de 332 m/s através do ar, tal que w/e 0.000010. E nesse meio macroscépico, sempre presente, porém limitado, que a nossas ‘dias sObre 0 espaco e 0 tempo sio primeiramente formuladas, € no qual Newton desenvolveu seu sisema de Mecinica No mundo microscépico ¢ sempre possivel encontrar particulas, - cujas velocidades so bastante proximas & da luz. Para um elétror acelerado numa diferenca de potencial de 10. milhdes de volts. um valor razoivelmente facil de ser obtido, a velocidade w é igual a 0,9988c Nos no podemos estar seguros, sem um teste experimental directo, de que a Mecinica Newtoniana possa ser extrapolada, com seguranga da regido ordinaria de baixas velocidades (u/c < 1), em que foi desen- volvida, para a regitio de alta velocidade (u/c + 1). De fato, a expe- rigncia mostra que a Mecinica Newtoniana nao prevé as respostas experigneias comuns, a velo: 4 BASE EXPERIMENTAL DA|THORIA DA RELATIVIDADE ESPECIAL corres, quando & apicadn a tas paticulas ripidas. Reslmente, na Mecarica Newtoniana mito hi, em principio, tite para a velocidade «ue uma paticla poss atingi. tal auea velocidade da lz mo desem- nha neahum papel especial. E no entanto{se « energia do eléiron de {0 sie aime"menionada, fr aumentas for um for de uate (para 0 Mev) a experincia [1] mostra que a velosidade nto ¢dobrada para 1,9976e. como poderiamos esperar da relagio Newtoniana K = Mv, mas se mantem inferior ac; cla aumenta somente de 0.9988 para 0,9999¢, uma variagio de 0,11 por centdJOu, se um elétron de 10 Mev se move na diregdo normal em relagao ao campo magnético de 2,0veber m?, o raio decurvatura medido da sua trajetéria no €0,S3em m o clissica r— m,t/qB), mas, a0 invés iio bem a Mecénica Newtoniana lamorosamente quando (como pode ser calculado da relag: disso, 1,8 cm[/Portanto, ndo importa q baixas velocidades, ela falha cl possa funcion We 1905, Albert Einstein publicou sua Teoria Especial de Relt tividade, Embora motivado por um desejo de conseguir uma visio mais profurda da natureza do Eletromagnetismo, Einstein, em sua teoria, estendeu € generalizou, também, a Mecinica Newtoniana. Fle previ corretamente os resultados das experincias mecéinicas no intervalo completo de velocidades, desde u/e—0 até w/e ~» 1. A Mecanica New- toniana revelou-se_como sendo um caso especial importante de uma veoria mais geral Desenvolvendo esta teoria da Relatividade, Einstein examinou com espirito critico 0s processos usados para medir os inter- Valos de comprimento e tempo. Esses procedimentos requerem 0 uso de sinais luminosos e, de fato, uma suposigio acérca do modo como a luz se mee uma das duas hipoteses centrais sobre as quais a teoria se baseia JA sua teoria resultow numa visio completamente nova da naturé7a do espago € tempo. _ ‘A conexdo entre a Mecdnica ¢ 0 Eletromagnetismo niio é surpre- cendente, porque a luz, que (como veremos) desempenha um papel basico na efetuagdo das medidas fundamentais de espago € tempo, que formam a base da Mecinica, é um fendmeno eletromagnético. Toda © nosso meio Newtoniano de baixa velocidade é tao parte da nossa vida cotidiana que quase qualquer pessoa tem alguma dificuldade con- ceitusl em entender as idéias de Einstein do espago-tempo, quando as ‘estuda pela primeira vez. Einsiein, possiveimente, apontou @ dificul- dade quando disse: “O senso comum é aquela camada de preconctitos longo dos trés eixos, nés obteriamos © resultado mais geral (vetoral) w=a-¥ (5) © estudante ja encontrou muitos exemplos disto. Por exemplo, a velo- cidade de um avido em relagdo ao ar (i’) & igual velocidade do aviao io ao solo (ti), menos a velocidade do ar em relagio ao solo (¥), Exemplo 1. Um passageito caminhe para frente, ao loago do corredor de lum trem, com uma velocidade de 2.2 mi/h (milhas por hora), a medida que © trem s¢ move ao longo de um trilho retilineo com uma velocidade constante de 57.5 mi/h em relagdo a0 sole. Qual a velocidade do passageiro em relagdo a0 solo? Vamos escolher 0 trem como sendo o sistema linha, tal gue nj —22 mifh © sistema com linha se move para frente em relagio 20 solo (sistema sem linha), ‘com uma velocidade v—57,5 mith. Portanto, a velocidade do passageiro em relaglo ao solo ¢: u, =u+ = 22min + $7.5 mize = 59,7 mi, Exemplo 2. Deis elétrons sio expelidos de Atomos radioativos em diregdes ‘opostas, numa amostra de material radicativo em repouso no laboratério. Cada elétron tem a velocidade de 0,57 c, quando medida por um observador no laboratorio. Qual é a velocidade de um eléiron quando medido pelo outro, de acérdo com 0 teorema classico da adigio de velocidade? 2 DASE EXPERIMENTAL DA TEORIA DA RELATIVIDADE IS com's route skron somo obo, uj velocdade no stom Sp 3 S| yy, (Um détron) | (Laboratrio) f a— _e “ Wea a a @ (Outro eléiron) atbwon ¢ 06, morendo-e, v.Fig 1-3, No sista 5, veloidae do our elton € 0676 iene na dirdo positva ea velocdade do sistema Sam eion) € 67, saree ae na tego» negative. Assim, = + O67 ©0-= + OTe, tl Que a needa do outro cm slag xo sso 5 & nil 4 1 + 06Te + 0610+ LHe em concordineia com 0 teorema clissico da adigio de velocidade. Para obter a transformagao da aceleragio, nds meramente dife~ renciamos as relagdes da velocidade (eq. 1-2). Procedendo como ante: riormente obtemos: é fue SiH di, uy ” a dt v sendo uma constante RELATIVIDADE NEWIONIANA b aus, du, dt . dui, . dt dt Isto & a, = a,, @, =a, € a, =a,. Portanto, a’ = a. (As compo- nentes medidas da aceleragio de uma particula ndo so afetadas pela velocidade relativa uniforme dos sistemas de referéncia] © mesmo resultado segue diretamente das duas diferenciagdes sucessivas das eqs. 1-1 ¢ se aplica, geralmente, quando ¥ tem uma diregio arbitraria, desde que ¥ = consiante, Nos vimos que velocidades diferentes so airibuidas a uma parti- cculaPor diferentes observadores, quando éstes esto em movimento telativo. Estas velocidades diferem sempre pela velocidade relativa dos dois observadoges, que no caso de observadores inerciais & uma telo- cidade constante |Segue-se entao que, quando a velocidade da particula muda, a variagGfo seré a mesma para ambos os observadores. Assim, cada um mede a mesma aceleragdo para a particula. A aceleragéio de uma particula ¢ a mesma em todos os sistemas de referéncia que se movem, um em relagio ao outro, com velocidade constante, isto & a 2 6) a Classica a masta também niio é afetada pelo movimento do sistema de referéncia, portanto, o produto mi seri o mesmo para todos os observadores inercigis: Se F = mi é tomada como sendo a dclinigdo da forga, entfo, dbvamente cada observador obtém a mesma medida para cada forca Se F = ma, entio, F’ = ma’ e F = F’, As leis de Newton de movimento e as equagées de movimento de uma particula seriam exatamente as mesmas em todos os sistemas inerciais. Como, em Mecini ios da conservagao — tais como os de energia, momento linear @ momento angular — todos podem ser demonstrados como sendo consegiiéncias das leis de Newton, segue-se que as leis da Mecinnica so as mesmas em todos as sistemas inerciais, Tenhamos certeza de que entendemos exatamente o que éste pardgrafo diz, e no diz, antes de tirarmos déle algimas conclusdes important [Em primeiro lugar, com respeito a invaridncia das les de Newton (isto 6, a afirmagdo de que eles sto as mesmas para todos os observa- dores inerciais), deveriamos recordar que uma afirmagio completa 4 [BASE EXPERIMENTAL DA TEORIA DA. RELATIVIDADE ESPECIAL das leis includ as assergdes (1) de que as particulas inter (terceira lei) e (2) de que as forgas de agdo € reagio estito di longo de uma linha reta, ligando as particulas em interagdo. Para muitas fOr¢as com que lidamos, ¢ também v (que sua magnitude € uma fungio so da separagao das particulas (exemplo 3). Assim, essas leis se aplicam a tais fendmenos como a gravitagdo, (orcas de Waals e eletrostiticas. Alem disso, considerando uma colegio de pontos materiais em interagio, nds podemos incluir Mecdnica dos corpos rigidos, corpos elisticos e Hidrodinamica. Note, contudo, que a Eletro- dindmica nfo esti incluida, porque a interagdo entre as cargas elétricas em movimento (isto é entre cargas € campos magnéticos) envolve forgas cujas direydes ndo estio ao longo das linhas ligando as carzas; obser- vese também que estas fOrpas nfo s6 dependem das posigées das carwas, mas, também de suas velocidades. Nos retornaremos, mais tarde (no capitulo quatro), & situagio da Eletrodinami Em segundo lugar, embora diferentes observadores imerciais pos- sam registrar diferentes velocidades para a mesma particula, portanto, momentos ¢ energias cintticas diferentes, éles concordarao que 0 mo- mento € conservado ou nio numa colisio, que a energia mecénica & ou ndo conservada, € assim por diante. A bola de ténis, na quadra de um transatlantico em movimento, teré uma velocidade diferente para um passageiro, do que tem para um observador na costa, ¢ as bolas de bilhar, na mesa de uma casa, terio velocidades diferentes para 0 jogador da que teriam para um observador num trem que passa. Mas, quaisquer que sejam os valores do momento ou da energia mecdnica da particula ou do sistema, quando um observador acha que éles nfo mudam numa interagio, 0 outro observador achara a mesma coisa. Embora os nimeros atribuidos a tais coisas, como velocidade, ‘momento e energia cinética possam ser diferentes para diferentes obser- vvadores inerciais, as leis da Mecdnica (por exemplo, as leis de Newton 08 principios de conservagao) serio as mesmas em todos os sistemas inerciais (v. problemas 2 a 6) sm em pares jdas a0 Exemplo 3, Uma particula de massa m, —3kg, se movendo com uma vele- cidade de u, = +4 m/scg ao longo do eixo x do sistema S, aproxima-se de uma seginda particula de massa m;—1 kg, que se movimenta com velocidade u; =~ 3 miseg ao longo déste cixo. Depois de uma colisio frontal, encontra-se que m, tem a velocidad U;— +3 m/seg a0 longo do cixo x, (a) Calcular a velocidade U, esperada, de m,, depois da colisto, Nés usamos a lei da conservacio do momento, Anies da colisio 0 momento do sistema das duas particulas € Pima, + mits —( ke) (+-4m/seg) + 1 kg (-3 m/seg) +9 ke-miseg Depois da colisio 0 momento do sistema, Pam, + mUy E também + 9 kg-m/sog, tal que’ +9kg. seg =(ka)(U,) + 1 ka (+3 miseg) tn/seg ao longo do eixo x. (8) Diseutie a colisio como & vista pelo observador S°, que tem uma velo- cidade ¥ de + 2 m/seg relativa a $ ao longo do eixo x, ‘As qtiatro velocidades medidas por 5° podem ser calculadas da equagio da iransformagdo Galileana de velocidade (eq, 1-5), u’ = u—, da qual obtemos uj = v= + 4 m/seg~ 2m/seg—2-m/sez uj uy —p—~ 3m/seg-2m/seg—~ 5 m/seg Uj=U,-0= + 2m/seg-2m/seg=0 Uj=U,-v= + 3m/seg-2m/seg— I m/seg © momento do sistema em 5 é P< mya} + mj uj (ke) 2mseg) + (1 ka)(-S mseg)— + 1 ke-m/seg antes da colisto, ¢ Pom, Uj +m, Uj=(349) 0) + (Leg) (1 myseg) = + 1 keom/seg Uepois da colisio Portanto, embora as velocidades e momentos tenitam diferentes valbres auméricos nos dois sistemas, 5 e 5’,quando 0 momento é conservado em $, é também conservado em 5’ [Uma importante consegiitneia da discussio acima € que nenhum experimento meclinico, realizado inteiramente em wn sistema inercial, pode dizer ao observador qual é 0 movimento daguele sistema em relacio @ qualquer outro sistema inercial. O jogador de bilhar em um vagio fechado de um trem, que se move uniformemente ao longo de um trilho reto, ndo pode dizer, do compertamento das bolas, qual £ 0 movimento do trem em relago ao solo. Q jogador de ténis, em uma quadra con- tida em um transatldntico, que se move com velocidade uniforme (em uum mar calmo) no pode dizer, pelo seu jOg0, qual € 0 movimento do 6 pase FNPERIMENTAL DA. TEDRIA. DA RELATIVIDADE ESPECIAL arco com respeito & gua. Nao importa que movimen'e relative possa fer (talnez. nenhum), desde que seja_constanns, OF resultados serdio avian Certamente, nbs poders dizer qual pode Set 8 velocidade iene de dois sistemas, comparando medidas entre os SSISIWE nos pposemos olhar para fora da janela de um trem comparar os resul- Poremmague os diferentes observadores anotam sQbre ® Mas) evento tados ave nao chegamos 2 deduzit a velocidad relativa @ Partt de Observagbes confinadas a um 36 sistema) ‘Mla do mais, nfo ha nenhum meio para determin 2 velocidade absolute de um sistema de referencia inercial por mee das nossas experiéacias mecdnicas. [Nenbum sistema inercial € preferido sObre Gqualguer outro, pois, 2s leis da Mevdnica sto WEE ‘em todos eles deaiavvos nfo i sistema absofuto em repouso, Aeleanoe definivel Noe dizemos que todos os sistemas inerciais io equivalentes no que Tir respelto a. Mecanica, A pessoa viajando no trem nio pode dizer Git ols absoluto,ses0 le se move, ou sda Terra se meve Oo relagdo ce ov se alguma combinagio de movimentos ineluida, Com arite,voo$ diria que esta em repouso na Terra, QUE Oo! move com cre Mlocidade de 30 kmysex (a velocidade da Tera om Ae orbita Um juno do Sol) ov que a sua velocidade é ainda maior (Po exemple, sm Gocidade do Sol em sua drbita em tOrno do cent galaticoy? Na 2 veloifoeniwuma experiencia mecdnica pode set cTetnadis Fe meio {fa quel posse detetar uma velocidade absoluta 10 YT ste resul- sa iatSegundo © qual podemos falar somente da yelocidade relativa Go-um sistema em relagdo a outro, € ndo de unis velocidade absoluta en sistema, ¢, as ves, chamado de Relatiidade Newionant exemple 4, Considerar que as forges, que das panies SI uma sobre Exenpic Sao ao longo da reta que a8 une, seado 0 modulo (coo fbrcas iguais a saonados epostos, uma Tango sbmente da distancia o© ‘separacio das par- ice Sob estas condigbes, as fércas podem sempre 1° representadas pela Mase eapaciis negatvas da energia potencal, Monat or ‘equagio Gerimsvimento de tal particula permancce inalterada com & ‘transformagio Galileana. Ste rum dstneia entre as das paticolas no sistema S £°y {no sistema, 15 ake, erga potencial U do sistema em 5 serd nt derys,aqual 5 Fetter? come Uir.3) Portanta, as componentes da fx ‘io dacs por au au Fre-y ANA ” AAs equagdes de movimet nto para.a particula s a particula 1 no sistema S, digamos de massa Oxy r ae (1) ae ee, pene TPO que o observador S. Portanto (usando x’, y*, rareacmn que o observador sem linha descrev gun obras ‘com x, y, © 1) nds ji encontramos que @x, Oxi Py Py Wd? de ae Alem do mais, vimi en mos que ambos os observa Pareglo es daas patel Io 6s orion Seeds JX) = Ma =M—ne nal SJ Od— xP + OE e? + Vea + Or GaP ra Kisvesia poteacial do sister cai ds pri some por cenit Poe he ia cmnats, U(rs2) = U(r), onde U(r,3) exprime erp pom ne anh jurn sistema inercial S, tera a forma idés tk *Eierensagie ama tamos tentando mostrar que cada ot 5 inerial vse sss Nes rate pm! nen ata yes I-Ta tém forma idéntica qui Sfacndon teSiparn's 18 ASE EXPERIMENTAL DA. TDORIA. DA RELATIVIDADE ESPECIAL, Resta agora mostrar que au__aw de, exi Oy Ovi” w | uu teremos completado @ nosst prova. Eletuamos sbmente a diferenciagao em x (as diferenciagdes em y e £ procedem-se de mancira idéntical. Nés temos a = dU try aU xm dx, tras O& dao au w éris ax dr Ox, Mas, arid X21 =X oxfs © Ulrd=UCrs) tal que aw as, eel Portanto, aplicando as equagSes de transformagio Galileana is equagdes de movimento da particula | em S, obtemos equaydes idénticas de movimento pera essa mesma particula 1 em S', a saber, @xy ae @yy ae @ m (1-76) sa a IRs ans yagi 17a, tormmsse singe tunis ar vnitvem coreapendentes #(" 71s ede Snes equagies hb ‘Eosnenie ay obterons nee eer pre gato 2 erties © proc pode ee pmetalado Relbnent> port umma gade calc drpastatin overs re cca thtr mplieamenie fim de que ax Wind Nevin as Anns emcee movinent so as mesma os sna ‘tus quand ov semas so reaconaos plas equagbes de transforma gauleanas, Sob uma teansormacio Galleana F'= ma tornuse Fr = ma) Em geral, as leis das transformagSes mudardo muitas quantidades, mas, deixario algumas outras inalteradas. Estas quantidades inalte- radas sio chamadas invariantes da transformagdo. Por exemplo, nas leis de transformagio Galileana para a relagio entre observagies feitas ELETROMAGNETSMO E RELATIVIDADE NEWTONIANA, 9 em diferentes sistemas inerciais de referéncia, aceleragio é uma inva- riante ¢_— mais importante — assim sio as leis de Newton de movi mento. (Uma afirmagio de quais sio as quantidades invariantes, é chamada de principio da reletividade; diz-se que para tais quantidades, 6s sistemas de referéncia sGo equivalentes entre si, nenhum déles tendo ‘uma situago absoluta ou privilegiada em relagao aos outros. Newton expresiou seu principio de relatividade como segue “Os movimentos dos corpos contidos em um éspago dado sio os mesmos entre si, se éste espago esti em repouso ou move-se uniforme- mente em uma linha reta 14 Eletromagnetismo e Reletividade Newtoniana Consideremos agora a situagio sob o ponto de vista da Eletrodi- namica. Isto ¢,{nds perguntamos se as leis da Fisica, além daquelas da Mecinica, (ais como as leis de cletromagnetismo) so invaridv com a transformagio galileana. Se assim fésse, ento 0 principio da Relatividade (Newtoniana) valeria no somente para a Mecéinica, mas também, para téda a Fisica. Isto é, nenfum sistema inercial seria pre- ferido s6bre qualquer outro ¢ nenhum tipo de experiéncia em Fisica, no meramente 05 mecinicos, realizada em um s6 sistema, nos permi= tiria determinar a velocidade de nosso sistema em relagio a qualquer outro sistema. Nag haveria enti, nenhum sistema de releréncia prefe- rencial ow absoluio} [Por ver imafletamente-que-a.situasdo cetromagnitica & dite rente da Mecénica, no que concerne as transformagGes_galileanas, ‘consideremos um pulso de luz (isto 6, um pulso eletromagnético) cami= nhando para a direita em regio 20 meio, através do quil se propaga, com uma velocidade c. Ao “meio” da propagagio da luz foi dado hisi- Ficamente o nome de “eter”, pois, quando a visio Mecinica da Fisica dominava 0 pensamenio dos fisicos (fins do séc. XIX © comégo do steulo XX), ndo era realment: aceiio que um distirbio eletromagnético udesse ser propagado no vacuo. Para simplicidade, nds podemos com siderar o sistema do éter, S, como um sistema inercial, no qual um observador_mede a velocidade da luz como sendo exatamente c =(U// to Hg) = 2.99925 x 10 m/seg. Em um sistema S’ se movendo com yelocidade constante v em relagdo a éste sistema do &er, um obser- vador mediria uma velocidade diferente para o pulso luminoso, desde © +0 até cou, dependendo da diregio do movimento relativo, de acérdo com a transformagio de velocidade galilears [Portanto, a velocidade da luz certamente nd © uma invariante 20 BASE EXPERINENTAL DA TEDRIA DA RELATIVIDADE ISFECIAL com a transformapio galileana} Ge estas transformagdes se aplicam realmente aos fendmenos oticos ¢ eletromagnéticos, entio ha um sis- tema inercial, ¢ somente um, no qual a velocidade da luz medida é exatemente c; isto € ha um Unico sistema inercial no qual o chamado ter esth em repouso] Entio, nds terfamos' um meio fisico de identificar ‘im sstema absoluf {ou em repouso) e ce determinar por experiéncias tices, realizadas em algum outro sistema, qual é a velocidade relativa daquele sistema em relagdo ao sistema absolute. "A maneira mais formal de se dizer isto € como segue. As equacdes de Maxwell de eletromagnetismo, das quais deduzimos, por exemple, a equagio da onda eletromagnética, contém a constante ¢= | {to Ho» 4 qual é identificada como sendo a velocidade de propagacio de uma onda plana no vacuo. Mas tal yelocidade no pode ser a mesma para bservadores em diferentes sistemas inerciais, em concordéncia com as transformacoes galileanas, tal que 0s efeitos eletromagnéticos prova- Velmente nao serdo os mesmos para observadores inerciais diferentes De lato, as equagdes de Maxwell no sdo conservadas em forma pelas transformagies galileanas, embora as leis de Newton sejam, Indo do Sistema § para o sistema S’, por exemplo, a forma da equago de onda nuda se sio feitas as substituigdes das eqs. 1-1 (problema 8). Mas, se fesitarmos tanto as transformagbes galileanas quanto as equagdes de ‘Macwell como basicamente corretas, entdo automaticamente segue que existe um tinico sistema privilegiado de referéncia (0 sistema do éter) no qual as equagdes de Maxwell sZo vélidas ¢, na qual, a luz se propaga com velocidade ¢=1/\/ee Ho - Esta situagio parece ser a seguinte* O fato de que © principio da celatividade Galileana aplicavel as leis de Newton da Mecdnica sna, ndo as leis de Maxwell de Eletromagnetismo, exige de nds a escolha das conseqiiéncias corretas dentre as seguintes possibilidades) 1. Um principio de relatividade existe para Mecdnica, mas, ndo para a Eletrodinimica; em Eletrodinimica existe um sistema inercial preerencial, isto € o sistema do éter. Fésse esta alternativa correta, as fraasformagées galileanas seriam aplicéveis, c nds seriamos capazes de localizar experimentalmente sistema de éter. 2. Um principio de relatividade existe tanto para a Mecanica como para a Eleirodindmica, mas, as les de Eletrodinimica, como So Galas por Maxwell, ndo sio corretas. Se esta alternativa fOsse correta EXPERIENCIA. DE MICHELSON. MORLEY 2 nds deveriamos ser capazes do exccutar experiéncias que mi desvios da Eletodinimica de Maxwell ¢ rformular a loi eletromag. néticas. As transformagdes gaileanas seriam aplicaveis aqui também. 3. Um principio da relatividade existe tanto para a Mecdnica como para @ Eletrodinimica, porem as leis da Mecinica. dadas por Newton nto sto creas See alternativafsne core 6 eaine capazes de execuitar experiéncias que mostrassem os desvios da Mecé. nica Newtoniana e reformular as leis da Mecinica. Neste caso, as leis de transformagéo nao seriam as de Galileu (pois elas sto inconsistentes com a invaridncia das equages de Maxwell) mas, algumas outras que Nés ja indicamos (secgo 1-1) que a Meednica Newtoniana falha tas altas velocidades, tal que, o estudante nao ficard surpréso 20 saber gue a alternativa 3, conduzindo 3 Reatviade de Einstein, é eorreta 8 SeegSes seguintes nés veremos as bases experimentais, a fim de rejeitar as alternativas 1 e 2, como um frutifero prelidio para encontrar 9 novo principio da Relatividade ¢ as leis de transformagio da alter. nativa 15 Tentativas para locaizar © 2 Tmatvas por lcclzar © sistema asolao — A experimia de a ah penn Sbvia era agul na gal ns pues medi em uma vaiiedade de sistema 1 4 wlocidade medida & diferente nos diferente sistemas, ¢ se asin fr, notando especialmente se hi evidéncia para um 36 sistema — 0 5 Je “éter” — no qual a velbcidade da luz 6c, 0 valor previsto pela ‘eo letromagoatica Em 188 A.A, Michelson ¢em 1887 Micheion EW. Morey alarm tl epee [4 Pars malo enendr & monlagem, examinemos um pou mais profndamente 0 coneio aay fin iremos que wlocidade do som no ar sé0 2 0°C & 231 mise temas em mente um obsevador © um sistema de rele respondente, fio na massa do ar, através da qual a onda do som se move[A Ylocdade do som. para observadorss em mov mento com relagava esta massi de ar € dada corretamente pela ustal transformacio de velocidade gelileana, equagio 1-1 Contude, quando dizemos aue a velocidade da luz n0 vicuo € 2.997935 x 10° mse ee ee 2 [BASE EXPERIMENTAL DA TEORIA DA RELATIVIDADE ESPECIAL Liege) sto € absolutamente claro que sistema de referéncia esti implicado. [Um sistema de referéncia fixo no meio de propagacio da luz, apresenta dificuldades porque, em contraste ao som, nenhum mei parece existir. Entretanto, parecia inconcebivel, em fins do século 19, {Que a luz € outras ondas eletromagnéticas, em contraste com tdas fovtras espécies de ondas, pudessem ser propagadas sem um meio, Parecia ser um passo légico postular tal meio, chamado de éter, mesmo que fosse necessirio atribuir incomuns propriedades para éle, tais como densidade zero e transparéncia perfeita, para explicar a sua indeteta- ilidade. Foi suposto que o éter preenchesse todo 0 espago ¢ Fosse 0 mtio em relagio ao qual a velocidade ¢ se aplica. Seguiu-se entdo que, un observador se movendo através do éter com velocidade ¢ mediia a velocidade 2” para um feixe luminoso, onde 2’ =? +0. Era éste resultado que a experiéncia de Michelson-Morley destinava-se a test Se o Ger existisse, a Terra em rotagdo ¢ revolugéo mover se através déle, Um observador na Terra sentiria um “vento de éter” caja velocidade é ¥ com relagio & Terra, Se fossemos assumir que t € igual & velocidade orbital da Terra em relagio ao Sol, cérca de 30 km/seg, entdo v/e = 10°. Experincias dticas, as quais eram exatas até primeira ordem em je, nao eram capazes de detetar 0 movimento absoluto da Terra através do éter, mas Fresnel, (¢ mais tarde Lorentz) mostraram como éste resultado poderia ser interpretado em térmos de uma teoria do éter. Esta interpretagio tinha dificuldades, tal que a questio ndo foi realmente resolvida satisfatoriamente com as expe- Tncias de primeira ordem. Concordava-se, geraimente, que um teste no ambiguo da hipdtese do éer requereria uma experiéncia que rmedisse os efeitos de segunda ordem, isto é, aquela que medisse (vic)? Para comeyat, 0 efeito de primeira ordem nao é grande (v/e = 10"*. tum efeito de uma parte em 10,000), mas, o feito de segunda ordem € realmente muito pequeno (v/c? —10"*, um efeito de uma parte em 100 milhdes) Foi A. A. Michelson (1852-1931) que inventou 0 interferdmetro Jdtico cuja extraordinéria sensibilidade tornou possivel tal experiéneia. Primeiramente Michelson executou a experiéncia em 1881, € entdo, ‘an 1897, em colaboragao com E. W. Morley, executow a versto mai precisa da investigagdo, que era destinada a estabelecer as bases expe- Fimentais da teoria da Relatividade. Pela sua invengao do interfer- ietro e muitas experiéneias dticas, a Michelson foi concedido 0 Prémio ‘Nobel em Fisica em 1907, 0 primeiro americano a ser assim honrado. Descrevamos agora a experiéncia de Michelson-Morley. O inter ——————====_————————— — LLL o eter como fio em reegAd co Sol entao a Terra (eo inerterometr) zemes 0 movimento de rotacéo da Terra. O ‘eixe de luz (ondas pl ou sale paraleor) da fente 8 no labora (Fa em rolgdo a0 ns fines coerentes, o feixe 1 sendo transmitido através de M ¢ 0 [eixe genie ice de M. O feixe 1 é refletido de volta para M pelo espelho volta por M para um telescépio em T, onde éles se interferem. Ma ™ [BASE EXPERIMENTAL DA TEORIA DA RELATIVIDADE ESPECIAL, eG i . Fa 16 Um ater pls ea vite aa do te {tipo Tr yuanio ee fy she nm team ‘um igo me A interferéncia ¢ construtiva ou destrutiva dependendo da dife- renga de fase dos feixes. A superficie do espetho M patcialmente pra- | teado, & inclinada de 45° em relagdo as diregdes dos feixes. Se M, € M, formam (mas no exatamente) Angulos retos, observaremos 0 sis- tema de franja no telescépio (Fig. 1-6) consistindo de linhas aproxi- madamente paralclas, tal como obteriamos de uma delgada cunha de ar enire duas placas de vidro. a exees lENCA DE MICHELSON: MORLEY 2s Calculemos a diferenca de fase entre os feixes 1 ¢ 2. Esta diferenga pode provir de duas causas, os diferentes comprimentos dos caminhos percorridos, |, ¢ I>, € as diferentes velocidades de percurso em relago 420 instrumento, devide ao vento do éter, v. A segunda causa, no mo- mento, é a crucial. As diferentes velocidades sio muito parecidas com as velocidades de um nadador, em relaglo & margem, em uma corrente transversal € correnteza para cima. O tempo para o feixe | ir de M para M, e voltar é pois a luz, cuja velocidade & ¢ no éter, tem uma velocidade corrente acima de c~v em relagdo ao aparelho e uma velocidade corrente abaixo dec + vO caminho do feixe 2 indo de M para M; ¢ voltando, é um caminho transversal & correnteza através do éter, como mostra a Fig. 1-7, possibilitando o feixe a retornar para o espelho M (avangando) ‘St a om oma soe sr mend phe ot vee 26 ASE FXPERIMENTAL DA. TEORIA DA RELATIVIDADE ESPECIAL © tempo de transito ¢ dado por: © cileulo de t, € feito no sistema de éter, aquéle de 1, no sistema do aparelhio. Como o tempo é absoluto em Fisica cléssica, isto ¢ perfei- tamente aceitivel classicamente), Note que ambos os efeitos sio de segunda ordem (c*/c? ~ 10-5) esto na mesma direpto (€les aumentam © tempo de transito em relaglo ao caso de v= 0).A diferenca nos tempos de transito — by ah | Suponhamos que © instrumento seja rodado de 90°, tornando por éste meio |, 0 comprimento transversal & correnteza e /, 0 comprimento da corrente para baixo. Se os tempos correspondentes forem agora designados com linhas, a mesma andlise, como acima, di a diferenga do tempo de transito como sendo: Ar Portanto, a rotardo muda as diferencas por) ar —2f bth bth ee Li-e i—ore Usando o desenvolvimento binomial ¢ omitindo os térmos supe- riores a segunda ordem, achamos: Le) (hth\o ie, ce Je ‘Por conseguinte, a rotagdo deveria causar um deslocamento na franja, porque ela muda a relaglo de fase entre os feixes 1 € 2)\ At A= 2a 4+tt4S 1» EXPERIENCIA. DE MICHELSON-MORLEY 2 Se, por exemplo, a diferenga do caminho dtico entre os feixes variasse de um comprimento de onda, haveria um deslocamento de uma franja pela linha de mira do telescépio de observacao. Representemos por AN o nimero de franjas se movendo pelas linhas de mira, & medida que a franja se desloca. Entio, se uma luz de comprimento de onda for usada, tal que 0 periodo de uma variagao seja T= 1) = A/c ar-At htho hth Poets (18) AN = Michelson e Morley conseguiram obter um comprimente de ca- minho 6tico 1, + Ip de cérca de 22 m. Em sua experiéncia os bragos cram (aproximadamente) de igual comprimento, isto & I; lp —L tal que AN = (21/4)(0/c*). Se escolhermos 4 = 5,5 x 10°? me w/e = 10", obtemos, da equagio 1-8, 2m ON SS —10"* 04, ou um deslocamento de quatro décimos de uma franja! Michelson ¢ Morley montaram seu interferémetro em uma placa de pedra maciga para estabilidade, e fizeram boiar o aparelho no mer- ciirio, tal que éle pudesse ser rodado suavemente em volta de um eixo ceatral. A fim de tornar 0 caminho da luz tio longo quanto possivel, 0 espelhos foram arranjados sobre a placa, para refletir os feixes de ida e volta por oito vézes. As fanjas foram observadas sob uma rotagao continua do aparelho € um deslocamento to pequeno quanto 1/100 de uma franja poderia ter sido claramente detetada (v. Fig. 1-8). AS observagdes foram feitas dia e noite (como a Terra gira em t6rno do seu eixo) ¢ durante tédas as estagdes do ano (como a Terra gira em trno_do Sol), mas, o esperado desiocamento de franja nio foi obser- vado. [Realmente, a conclusdo experimental foi a auséncia absoluta do deslocamento de franja), (Este resultado nulo (AN =0) foi um tal golpe para a hipotese do Gter que a experiéncia foi repetida por varios pesquisadores durante uum periodo de 50 anos. © resultado nulo foi amplamente confirmado (v. Tabela 1.1) ¢ forneceu um grande estimulo & investigagao tedrica e experimental. Em 1958 J. P. Cedarhotm, C. H. Townes ¢ outros [5] realizaram uma experiéncia de “vento do éer” usando microondas, nas quais éles mostraram que, se houvesse um éter © a Terra estivesse se movendo através déle, a velocidade da Terra com relagio ao éter deveria ser ‘A EXPERIENCIA DE MICHELSON-MOREFY 29 © aluno deveria notar que a experiéncia de Michelson e Morley depende essencialmente da rotagdo de 90° do interferdmetro, isto é trocando os papéis de 1, ¢ ly, quando o aparelho se move com a velo. cidade v através de um “éter”. Ao prever um esperado deslocamento de franja, nds tomames € como sendo a velocidade da Terra em relagdo a um éter fixo no Sol. Entretanto, o préprio sistema solar podia estar em movimento em relagio ao éter hipotético. Realmente, os resultados experimentais por si mesmos deierminam a velocidade da Terra em relagdo a um éter, se de fata existisse um, ¢ éstes resultados dio »—0. TABELA I-l. TENTATIVAS DA EXPERENCLA DE MICHELSON-MORLEY Deslcanenio de Limite superior Irena reiso do deocamen Obwrsator Avo tar mare en sing de decay Machen orig 6) ow pe 0 Miseken i831 oda oo oe Retads tera A Ina hes Michelin © Morky 887. Cleveland ow 01 Somme» dakar crete 6 coe oat mie Mote sons am hho oe Miler 2 Mt Witon m2 08 erwin te itedrdmare Acces Miler 1923-1928 Cleveland 2 0030 ine pooitadar — a qe podem Miller (luz sola 1924 Cleveland 1 oom se sitphoda per of oot TTomaschek tz das fhe ments an ean propia teas 24 Medeere 86 a ope sta» diene de Fant Miter 925.1926 Me Witon 320 ha 8s pots pea hips Sos De-3 oe mae Sucre To Morn Rani de ere ees ao soe = a nee alae Iingwort Taaies 20, oor p04 Cando Ey. nd Dae Proce Pcsard¢ Staet MUR 28 as 05 | ‘Riot Magn nd Joel of See Michelin ot a Mt Wie 259° oy aio “exit 18 Joos de 210 ons gan ‘Agora, se em algum instante a velocidade f@sse zero em tal éter, certa- mente nenhum deslocamento de franje seria esperado. Mas a velocidade no pode ser sempre zero, desde que @ velocidade do aparelho esti ‘mudando do dia para a noite enquanto a Terra gira) e de estagdo para estagio (a medida que a Terma gira ao redor do Sol, Portanto, a expe- ncia ndo depende inicamente de uma velocidade “absoluta” da Terra através do éer, mas depende também da velocidade variével da Terra em relagio’ ao “iter”. Tal movimento varifvel através do /1000 da velocidade orbit erra, Este € um aperfei ter seria facilmente detetado ¢ medido por experiéncias precisas, se menos que 1/1000 soni oon nto apatite. 29" lipo'de hhouvesse um sistema de éter. O resultado aulo parece rejelar um sis Michelson-Morley. O resultado nulo & bem estabelecido. tema (absoluto) de éter. © 30 ASE EXPERIMENTAL DA TEDRIA. DA RELATIVIDADE. ESPECIAL Uma maneira de interpretar o resultado nulo da experiéncia de Mickelson ¢ Morley, € concluir, simplesmente, que a medida da veloci- dade da luz & a mesma, isto & c para tédas as direpdes em qualquer sistema inercial. Pois éste fato conduziria a AN =O na experiéncia (de igual brago), sendo c as velocidades da “corrente para baixo” e “cor- rente transversal”, ao invés de |¢ + v|, em qualquer sistema, Contudo, tal conclusio, sendo incompativel com as transformagées galileanas (de velocidade), parecia ser filosbficamente muito dristica para a época Se a velocidade medida da luz ndo dependesse do movimento do obser- vador, todos os sistemas inerciais seriam equivalentes para uma pro- pagagio da luz e nio poderia haver nenhuma evidéncia experimental para indicar a existéncia de um sistema inercial iinico, isto & o éter. Por conseguinte, “para salvar o éter” ¢ ainda explicar o resultado de Michelson-Morley, os cientistas sugeriram hipdteses alternativas. Nos exploramos estas alternativas nas scopes seguintes 1.6 Tentativas para Preservar 0 Conceito de wm Sistema Preferencial do Eter — A Hipotese de Contraco de Lorent:-Fitzgerald. Fitzgerald (em 1892) propds uma hipdtese, a qual foi comple- mentada por Lorentz, para explicar o resultado nulo de Michelson- -Motley e reter ainda o conczito de um sistema de éter preferencial. Segundo a hipdtese déles, todos os corpos sdo contraidos na dirego do movimento relative ao éter estacionirio por um fator /1— r/c? Por convenigncia, seja a razdo v/c representada pelo simbolo , tal que éste fator possa ser escrito como ,/1- f?. Agora, se I” representa ‘0 comprimento de um corpo em repouso em relagdo ao éter (seu com- primento cm repouso) € | seu comprimento quando em movimento com relago ao éter, entio na experiéncia de Michelson-Morley L=RJF oe = b=8 Este tltimo resultado segue-se do fato de que, na hipotese admi- tiu-se que comprimentos em Angulos retos em relagio ao movimento no sfio afetados pelo mesmo. Entio > at=+ —1_¢-py VF e, com a rotaglo de 90) (9) ar n- BD [A MIPOTESE DE CONTRAGAO DE LORENTZ-FITZOFRALD 3 Portanto, nenhum deslseamento de franja seria esperado na rota: eto do interferdmetro, pois, Ar — Ar 0. Lorentz foi capaz de explicar tal contragio em térmos de sua teoria eletrénica da matéria, mas a teoria era sofisticada e um tanto artificial € outros resultados, previsios por ela, nfo puderam ser enor trados experimentalmente. Quanto ao resultado do interferémetro sobre a hipdtese da contragio, éle também pode ser destruido com uma explicagdo correta. Rezordemos que, na experiéncia original, o bragos eram (aproximadamente) de igual comprimento (I, = 1, =D. Consideremos agora um interferémetro no qual !, # [;. Neste caso, mesmo incluindo o efeito de contrasao de Lorentz, n6s poderiamos esperar um deslocamento de franja, quando a velocidade do interferémetro muda em relagdo ao éter de v para v'. O deslocamento previsio nas franjas € (até térmos de segunda ordem; v. problema 11) (10) Kennedy ¢ Thorndike [6], usando um interferémetro com bragos desiguais (a diferenca do caminho era cérca de 16cm, tdo grande quan- to permitida pela coeréncia da fonte) realizaram a experiéncia apro- priada, Embora a diferenga (o'~ ve? devesse mudar como um resultado da rotagio da Terra (a mudanga maxima ocorrendo em 12 horas) ¢ a translagdo da Terra (2 mudanga mixima ocorrendo em scis meses) nenhum efeito foi observado (isto &, AN 0) em direta contradigao com a hipétese de contragéo. 7 Tentativas para Presewar 0 Conceito de um Sistema de Eter Preferencial — A Hipatese do Arrastamento do Ete Uma outra idéia langada para reter a nogdo de um éter, foi a de arrastamento do éer Esta hipotese admitiu que o sistema de éter estava ligado a todos 0s corpos de massa finita, isto & arrastado juntamente com tais corpos. A suposigio de tal éter “local”, automiticamente daria um resultado nulo na experiéncia de Michelson-Morley. O seu atrativo esta no fato de que éle exigiu modifcacao da Mecanica clissica ou do Eletro- magnetismo, Entretanto, havia dois efeitos bem estabelecidos, 05 quais contradiziam a hipStese de arrastamento do éter: aberragio da esirela © 0 coeficiente de convecczo de Fizeau. Consideremos agora éstes 2 BASE. EXPERIMENTAL DA. TEORIA DA RELATIVIDADE,FSPECIAL efeitos, pois, devemos explicé-los eventualmente por qualquer teoria que finalmente aceitamos. *\_ Acaberragdo da luz, foi primeiro reportada por Bradley (ret. 7) em 1727, Ble-observou que (em relagio a coordenadas astronémicas fixas com respeito a Terra), as estrelas pareciam se mover em circulos, © diémetro angular desias circulares sendo cérca de 41 seg de arco, Pact tieas en tmnt ne sae OO tin a en pr tcc rn a emis Sheen “Era o Sl Um ome sera te dine ange? rhs Fr ene vo catpw ane 0280 A HIPOTESE DO ARRASTAMENTO DO EER 3B Isto pode ser compreendido como se segue. Imagine que uma estrela esti diretamente em cima de sua cabeca, tal que um telescépio teria que ser apontado reto para cma a fim de vé-la, se a Terra estivesse em repouso no éter. Isto & (Fig. 1-9a), os raios de luz vindos da estrela seguiriam diretamente para baixo no tubo telescopico. Agora, imagine que a Terra se move para direi‘a através do éter com uma velocidade t. {A fim de que os raios passem para baixo do tubo telescépico sem tocar nos lados — isto é a fim de ver @ estrela — nés teriamos que inclinar © telescépio como mostra # Fig. 1-9b. A luz segue direto para baixo ro éter (como antes), mas, durante o tempo Ai que a luz caminha, distéincia vertical | = cAt da lente objetiva a ocular, o telescépio mo- veu-se de uma distancia vA¢ para a direita, No instante em que 0 raio abandona 0 telescépio, a ocular esté sObre a mesma linha vertical, que a objetiva estava, no instante em que 0 raio penetrou no telescdpio. Do ponto de vista do telescépio, 0 raio caminha ao longo do eixo da objetiva a ocular. O angulo de inclinagio do telescdpio, 2, € dado por nae cate" tan cap Sabia-se que a Terra gira ao redor do Sol, com uma yelocidade de oérca de 30kmyseg, tal que com ¢—3 x 10° km/seg, nds obtemos um Angulo x=20,5seg de arco. © movimento da Terra & quase cir- cular, tal que a direcdo da observagdo se inverte cada seis meses, 0 cixo teleseSpicd ‘trageiids Wit cone de aberragdo durante o ano (Fig. 1-9¢), O didmetro, angular dd,cone ou da trajetéria da estrela obser vadit seFiatchitae 2g £4 '44.seg de arco, em excelente concordncia com as observagdes. Para estrelay que no estio exatamente sdbre nossa cal a ord Fnais complicada, é similar ¢ idéntica em > ana de eae at A gojsa importante. que goacluimos déste acdrdo & que 0 éter ndo € arrastado junto com a Terra. Se éle fosse, o éter estaria em repouso com relagdo & Terra, 0 telescépio nao teria que ser inclinado, e de ‘modo nenhum haveria aberragio. Isto é 0 éter estaria se movendo (com a Terra) para a direita com velocidade » na Fig. {-9c, assim no haveria necessidade de corrego devido ao movimento da Terra através do éter, 0 raio de luz seria varrido junto com o éter, assim como 0 vento carrega a onda sonora consigo. Portanto, se existisse um éter, éle niio seria arrastado pela Terra, mas, ao invés, a Terra mover-se-ia livre mente através déle. Por conseguinte, nés ndo podemos explicar 0 u BASE EXPERIMENTAL DA. TEORIA. DA RELATIVIDADE ESPECIAL resultado de Michelson-Morley por meio de uma hipétese de arras mento do éter. : Um outro efeito bem estabelecido, que contradiz a hipétese de arrastamento do éter, envolve a propagagio de ondas eletromagnéticas em meios em movimento. J. A. Fresnel, em 1817, previu que a luz seria parcialmente arrastada por um meio em movimento ¢ deduziu a for- mula exala para o efeito, na base de uma hipétese de ter. O efsito foi confirmado experimentalmente por Fizeau em 1851. arranjo da experigneia de Fizeau é mostrado esquemiticamente na Fig. 1-10. A luz da fonte S incide s6bre um espelho M, parcialmente prateado, 0 qual divide o feixe em duas partes. Uma parte & transmitida ao espelho M, ¢ retorna em um sentido antichorario para M, apés reflexes em M,, Mz My. A outra parte é refletida por My e prossegue em um sentido horario de volta para M, aps reflexdes em M;, M; € My. $bgus ssid SP Agu carat Em M, parte do primeiro feixe que retorna & transmitida e parte do segundo feixe que volta é refletida para o telescépio 7; Franjas de inter- feréncia, representando diferengas de caminho dtico dos feixes, serio vistas no telescépio. A ague corre através dos 1ubos (os quais tém seepdes terminais de vidro, planas) como é mostrado, tal que um feixe de luz sempre caminha na diregdo do fluxo e 0 outro sempre percorre ra direglo oposta ao fluxo. O fluxo de figua pode ser certamente inver- ido, mas, exiernamente as condigdes des tubos permanecem as mesmas para cada fixe Seja o aparelho o nosso sistema $. Neste sistema de laboratério a velocidade da luz na agua parada & c/n a velocidade da Agua & ry Pode o fluxo de agua, 0 meio através do qual a luz passa, afetar a velo- cidade da luz medida no laboratorio? De acérdo com Fresnel a res- Posta & sim. A velocidade da luz, v, em um corpo de indice de refragio n, se movendo com velocidade v, relativa ao observador (isto é 20 sistema de referéncia Sno qual a velocidade da luz no vacuo seria ¢) € dada por Fresnel como sendo v =fee.( -2) (1-12) © fator (1 -1/n?) € chamado de coeficiente de arrastamento de Fresnel. A velocidade da luz & alterada do valor c/n devido a0 movi- mento do meio, mas, por cavsa do fator ser menor que a unidade, a variardo (eumento ou diminuigo) da velocidade é menor que a velo- cidade », do meio, dai o témo “arrastamento”. Por exemplo, para @ luz amarela do sédio na gua, 0 aumento da velocidade (ow dimi- nuigdo) € de 0,565 r,. Note-s: que para n=1 (‘um vacuo em movi- mento”) equagao 1-12 reduz-se razoavelmente para v—c. Este resul- tado pode ser compreendido considerando a luz como sendo carregada juntamente, tanto pelo meio reirator, como pelo éter na qual ela penetra Entéo, com o éter em repouso e 0 meio refrator se movendo através do éter, a luz atuard, para o observador em repouso, como se somente luma parte da velocidade do meio fosse adicionada a ela. O resultado pode ser deduzido diretamente da teoria eletromagnética. Li, n63.u Mos 0 vetor deslocamento elérico D que é uma soma (¢, F + P) de dois térmos. O primeizo témo depende do campo elétrice E no vacuo © 0 segundo térmo é a polarizaydo P, que se relaciona a0 meio refrator. No cileulo da velocidade das ondas eletromagnéticas em um meio refratirio em movimento, comparada aquela no meio estacionério, somente parte de B que depende de P contribui para a diferenga. 36 [BASE EXPERIMENTAL DA TEORIA DA RELATIVIDADE ESPECIAL Na experiéncia de Fizeau, a gua fluia através dos tubos com uma velocidade de cérea de 7m/seg. Deslocamentos de franjas foram observados desde a velocidade zero de fluxo, até velocidades de 7 m/seg, wertendo a diregdo do fluxo. As medidas de Fizeau confirmaram a previsio de Fresnel. A experiéncia foi repetida por Michelson e Morley. em 1886, © por P. Zeeman e outros, depois de 1914, sob condigdes que permitem muito maior preciso, novamente confirmando 0 coef cienie de arrastamento de Fresnel Exenplo 5, Na expertncn de Fizea, ot valresaproximados dos paime- tros ram como sesege! [== Smn-= 133,453 x 10""mevy—7 mice {Um delocamento de 0.23 de una franja foi cbservado no caso 4-0. Clee 0 cosfiente de arrastamento.e compare-o com 0 valor previ. Represnte por do cocficente de arratamento. © tempo para o fee Uawayenar a igh #entio 2 (moa © pura o feine 2 ‘m+ ad Portanto Sled Abr ogd Mstich (em? 0) © prtiodo de vibracto da tux & T= tal que, Bt _ Ao la €, com os valores acima, obtemos 48 ogy, ain? [A previsto de Fresnel (¥. Eq. 1-12) € ash = 0,44, Se o éter fosse arrastado juntamente com a Agua, a velocidade dda laz no sistema de laborat6rio, usando as idéias de Galileu, teriam sido (c/n) +b, em um tubo, ¢ (c/n)—v, no outro. Ao invés disto, a TENTATIVAS PARA MODIFICAR & ELETRODINAMICA 7 experitneia de Fizeau, como vimos, € interpretada mais simplesmente em térmos de nenhum arrastamento do ier, tanto pelo aparelho, como pela agua se movendo através déle, ¢ um arrastamento parcial devido 20 movimento do meio refratério. Realmente, a experigncia da aberragio, quando feita com um telescopio cheio de Agua (v. questao 15), leva a exatamente o mesmo resultado e interpretagdo. Portanto, a hipdtese de arrastamento co éer é contrariada pelos fatos, Parece entio ndo have nenhuma base experimental aceitavel Para a idéia de um éter, isto & para um sistema preferencial de refe- Féncia. Isto € verdade, tanto se decidirmos considerar 0 éter como estacionario, come arrastado, Devemos agora encarar a alternativa de que o principio da Relatividade ¢ valido na Eletrodindmica, bem como na Mecanica. Se assim for, ou a Eletrodinamica deve ser modifi- cada de modo que sejz consistente com 0 principio da Relatividade clssica, ou ent, nds precisamos de um ndvo principio de Relatividade Que seja consistente com a Eltrodindmica, caso em que a Mecinica clissica necessita ser modificaca 18 Tentativas para Modificar a Eletrodindimica Consideremos agora as tentativas para modificar as leis do Ele- tromagnetismo. Uma interpretacdo possivel do resultado de Michelson © Morley (aquéle que contradiz 0 principio da Relatividade clissica) € que a velocidade da luz tem 0 mesmo valor em todos os sistemas inerciais. Se isto fsse assim, entdo a velocidad: da luz, certamente nko poderia depender da velocidade da fonte luminosa relativa ao observador. Portanto, uma modificagdo do Eletromagnetismo que se Sugete por si s6, se desejamos evitar o principio da invariincia da Yelocidade da luz como a interpretagilo correta dos resultados de Michelson e Morley, & admitir que a velocidade de uma onda de luz ligada a0 movimento da fonte, ao invés de a um éter. As varias teorias que esto bascadas nesta suposicio, sio chamadas teorias de emissio. Comum a tédas elas é a hipétese de que a velocidade da luz & ¢ em relacdo 4 fonte original. e que esta velocidade é independente do estado do movimento do meio que transmite a luz. Isto, automati- camente, explicaria o resultado nulo da experigncia de Michelson.e Morley. As teorias diferem em suas previsées quanto ao que acontece com a velocidade da luz ao se relletir em um espelho em movimento.* 8 ASE EXPERIMENTAL DA. TEDRIA. DA RELATIVIDADE ESPECIAL Nao obstante tddas as teorias de emissio so contrariadas direta- mente por dois tipos de experiéncia. © primeiro & simbolizado pelas observagies de Sitter sobre estrelas duplas (ou bindtias) (v. ref. 9 problemas 14}, o segundo, pela experiéncia de Michelson ¢ Morley usando uma fonte de luz exiraterrestre. Duas estrelas que estio perto uma da outra e se movem em drbitas 20 redor de seu centro de massa comum, sio chamadas estrelas duplas. Imagine as érditas como sendo circulares. Suponhamos agora que a velocidade da Iuz pela qual nés as vemos. através do vicuo, é igual a ¢+ 0,, onde v, € a componente da velocidade da fonte em relagio a0 observador. no instante em que a luz é emitida, ao longo da linha da fonie ao observador. Entio, © tempo para a luz atingir a Terra, vindo de uma estrela, que se aproxima, seria menor do que aquéle de uma estrela que se afasta, Como conseqiiéncia, as érbitas circulares das estrelas duplas pareceriam excéntricas quando vistas da Terra, Mas as medidas 1ndo mostram tais excentricidades nas drbitas das estrelas duplas obser- vadas da Terra. 3s resultados sto consistentes com a hipStese de que a velocidade da luz é independénte da velocidade da fonte.* A conclusio de de Sitter fi que, se a velocidade da luz nao ¢ igual @ c, mas ao invés disso, & igual a c + ke,, entdo k experimentalmente deve ser menor do que 2x 107%, Experigneias mais recentes [11], usando fontes terrestres em movimento rapido, conlirmam a conclusio de que 2 velocidade da radiagdo eletromagnética € independente da velocidade da fonte. Na mais recente experiéncia (1964), so feitas medidas da velocidade da rad.acdo eletromagnética do decaimenio dos mésons n° se movendo rapidamente, produzidos no sincroton de CERN. Os mésons possuiam energias maiores do que 6 GeV (e,=0,999750) e a velocidade da ra- diacio 7 emitida destas fontes, em movimento rapido, foi medida abso- lutamente, cronomeirando, em uma distincia conhecida, O resultado coriespondeu a um valor de k igual a (-3 + 13) x 10-5 A experiéncia de Michelson € Morley usando uma fonte exirater- restte, foi executada por R. Tomaschek, que usou a luz da estrela, € D.C. Miller, que usou a luz do Sol [12]. Se a velocidade da fonte (devido 40s movimentos de rotacdo e translagao relativos ao interferémetro) afetasse a velocidade da luz, nés observariamos complicadas variagbes da ‘ranja. Tais efeitos néio foram observados em nenhuma das expe- (08 POSTULADOS DA TEORIA DA RELATIVIDADE ESPECIAL » Vimos anteriormente que a hipétese do éter & insustentavel. Pela experiéncia, somos forgados a concluir adicionalmente que as leis Eltvodindmie esto coictasenio necesita de mdifingke Are cidade da luz (isto & da radiaydo eletromagnética) é a mesma em todos fs sistemas inerciais, independentemente do movimento relative da fonte ¢ do observador. Portanto, o principio da Relatividade, aplicavel 4 ambas, & Mecdnica ¢ ao Eletromagnetismo, esti em agio. Evidente- mente, éste nto pode ser o principio de Galileu, uma vez que aquéle cxigiu que a velocidade da lw. dependesse de um movimento relativo da fonte © do observador. Nos concluimos que as transformagdes galileanas devem ser substituidas e portanto, as leis bisicas da Meci nica, que era consistentes com aquelas transformagdes, precisam ser aia gun er m aquelas transformagées, precisam s 19 Os Postulados da Teoria de Relatividade Especial Em 1905, antes que muites das experigncias que discutimos tives- sem sido realmente executadas (v. questo 18), Albert Einstein (1879. ~1955), aparentemente desconhecedor de varios dos trabalhos ante. riores importantes sObre 0 assunto, forneceu uma solucio para o dilema Que fazia frente a Fisica. Em seu trabalho “Sobre a Eletrodindmica de Corpos em Movimento” [13], Einstein esereveu ... nenhuma pro- Priedade dos fatos observados corresponde ao conceito de repouso Absoluto; ... para todos sistemas de coordenadas para os quais valem as equagies da Mecdnica, valem também as equagdes equivalentes da Eletrodingmica ¢ Otica ... A seguir nds fazemes estas suposigdes (que chamaremos subseqiientemente de Principio da Relatividade} ¢ intro. duzimos uma hipétese adicional — uma suposigio que &, a primeira vista, bastante irreconciliavel com a anterior — que a luz se propaga no vacuo com a velocidade c, independentemente da natureza do movi- mento do corpo que a emite. Estas duas hipéteses sio bastante suf © um espirito independente. Como Martin Klein (Ref. 16) assinala, 0 que é real ‘mente surpreendente a respeito dos primeiros anos da vida de Einstein & que nenhum dos seus “pais” reconheceu sua genialidade, Mas, pondo de lado tais assuntos, vejamos agors_os primeiros trabalhes de Einstein. E apropriado citar aqui as palavras de Martin Klein [16] “Em suas horas vagas, durante aquéles sete anos, em Berna, o jovern Ins petor de Patente executou uma série de milagres cientifcos; neakume palavra mais fraga seria adequada. Fle Rr nada menos do que fia as linkas principals, a0 longo das quais, a Fisica tebrica do século vinte tem se deseavolvide. Uma lista muito curia deverd ser sufciente Fle comecou trabalhando na assunto da Mecénica Estatistca, bastante independentemente, e sem conkecimento do trabalho de J. Willard Gibbs Ele levou também éste assunto com seriedade, de um maneira gue nem Gibls €-nem Boltzmaa tinham jamais feito, pois éle usou-o para dar a base téorice 4 “A Ginica coisa que me dé prazeres, além do meu trabalho, meu | violino € meu bareo a vela, € a apreciagio de meus colegas. 46 BASE EXPERIMENTAL D4 THORIA DA. RELATIVIDADE ESPECIAL Para uma prova final da natureza atOmica da matéria. Suas reflexSes sObre os problemas eletrodindmicos de Maxwell e Lorentz levaram-no a criar a teoria Especal da Relatividade. Antes de deixar Berna, de tinha ormulade o principio dda equivaléncia e estava se debatendo com os problemas da gravitago, os quais, setiam resolvidos mais tarde com a teoria da Relatividade Geral. E, como se estas ago fossem suficientes, Einstein introduziu uma outra ideia nova na Fi- sica, uma que mesmo éle descreveu como “muito revoluciondria’” a idéia de que a luz consisie de particulas de energia. Seguindo uma linha de raciocinio rela- cionaca com a de Planck, porém, bastante diferente, Einstein no sbmente in troduziu a hipétese do quantum da luz, mas continuou quase imediatamente explorar suas implicagdes em fendmenos 130. diversos quanio a foloqui: ‘mica ¢ a dependéncia com a temperatura do calor especifico dos sélidos. “Mais ainda, Einstcin f@z tudo isto completamente por conta propria, sem nenhuma conexdo académica de qualquet natuteza, e essencialmente sem nenhum contato com os mais antiges em sua profissio, Anos mais tarde, éle fez. uma observagdo a Leopold Infeld que, até quase 0s 30 anos de idade, éle ‘nunca havia visto um fisico tebrico real. A qual, cerlamente, devemos adicionar a frase (como Infeld quase fez em vor alta, e como Einstein nunca teria feito) ‘exceto no espelh Até aqui a discussdo 44 énfase & independéncia de Einstein em relagio 4 outros pesquisadores contemporineos em Fisica. Caracteristico, também, de seu trabalho € 0 fato de que éle sempre fez previsdes especificas de possiveis experiéneias para verficar suas teorias. Em 1905, em intervalos inferiores a oito semanas, Einstein enviou para o Annalen der Physik tr8s trabalhos excepeionais prineiro trabalho [22] sobre a teoria quaintica da luz continha explanagio do efeio fotoelétrico. As experiéncias sugeridas, as quais deram a prova do va- lidade das equagées de Einstein, foram realizadas com sucesso por Robert A. Milliksn, nove anos mais tarde. O segundo trabalho [23] sdbre aspectos es- tatistioas da teoria molecular incluia uma anilise tedrica do movimento Brow. iano. Einstein, mais tarde, escreven sdbre isio: “Meu maior objetivo nisto foi encontrar fatos, os quais pudessem garantr, tanto quanto possivel, a exis: ‘éncia de atomos de tamanhos definidos. No meio disto eu deseobri que. em con cordénzia com a teoria atomistica deveria haver um movimento de particulas ‘microscépicas suspensas, abertas & observagdo, sem saber que as observagies concernentes ao movimento Browniano eram jt familiares de ha muito tempo" © tercriro trabalho, sSbre Relatividade Especial, encerrava aplicagdes & Ele- trodinimice, tais como a massa relativistica de um corpo em movimento, em sequids tudo foi confirmado experimentalmente Nestas circunstincias, ndlo & particularmente frutifero preacupar-se @ res: peito de se, ou até que ponto, Finstein estava cieate da experiéncia de Michelson © Morly** (a evidencia ¢ que éle tenha ouvido a respeito do resultado, mas, EINSTEIN EA ORIGIM DA. THORIA DA RELATIVIDADE a nfo dos detathes) ou os trabalhos diretamente relevantes de 1904 de Lorentz ¢ Poincaré* (a evidéncia ¢ forte dz que éle no os havia lido) — tanto é que todos (0 patticipantes reconheciam Einstein como o autor original da teoria da Re- latividade. Em lugar disto, nds deveriamos notar uma outra caracteristica do trabatho de Einstein, que sugere porque 0 seu modo de tratar um problema uusualmente no era aquéle da corrente principal; a saber, sta tentativa de res tringir as hipéteses 20 niimero minimo possivel e & espécie geral. Por exemplo, Lorentz, que realmente nunca aceitow a Relatividade de Einstein, usow nume- rosas hipoteses “ad hoc” para chegar is mesmas Iransformagdes, em 1904, como Einstein fz em 1905 (¢ como Voigt féz em 1887); além disto Lorentz tinha admi- ‘ido estas equagies a priori" a fim de obterainvariante das equagbesde Maxwell no vacuo. Einstein por outro lado, deduziu-as dos postulados mais simples ¢ mais gerais — 0s dois principios fundamentais da Relatividade Especial. F éle foi orientado por sua solugio ao problema, que havia ocupado seu pensamento desde que éle tinha 16 anos de idade: a natureza do tempo. Lorentz Poincaré aceitaram o tempo universal de Newton (¢ =’, ao passo que Einstein abandonou. aquela nosio. Newton, ainda mais que muitas geragSes seguintes de cientistas, estava ciente das dificuldades fundameniais inerentes em sua formulagio da Mecanica, baseada como ela estava em conceitos de espago e tempo absolutos. Einstein expressou uma profunda admirazdo pelo método e mancira de atacar 0 pro blema de Newton, e pode-ser considerado como tendo imitado muitas das mesmas atitudes basicas para guiar sua andlise do problems. Em suas Notas Autobiograticas [18], depois de ter examinado criticamente a Mecinica Nev. toniana, Finstein escreve: “Isto basta. Newton, perdoe-me; vocé encontrou o tinico meio, que na época, era 0 tinico possivel para um homem do mais elevado pensamento e Poder criative Os conceitos, que vacé criou, esto ainda até hoje guiando nos- ‘08 pensamentos em Fisica, embcra nés agora saibamos que és terdo que ser substituidos por outros, removidos, mais além, da esfera da exper s© n6s pretendemos uma compreensio mais profunda das relagses, Perece inteiramente apropriado que Einstein tivesse estendido o alcance do principio da Relatividade de Newton, generalizado as leis de Newton do movimento, e mais tarde incorporado a lei de Newton de gravitagio em seu esquema de espago-tempo. Nos capitulos subsequentes poderemos ver como isto foi conseguido, Questies 1. Pode uma particula mover-se através do meio com uma velocidade maior do quea velocidadeda luznaquele meio? Explique v. R. Resnick eD. Halliday, Physics, p. 517-518), 4s BASE EXPERIMENTAL DA. TEORIA. DA RELATIVIDADE ESPECIAL a soma dos angulos internos de um tridngulo igual a 180° em uma super- fie esferica? Sobre uma superficie plana? Sob que circunstincias a geome- twia esferica se reduz a geometria plana? Mosire a analogia entre a Meci- nica Relativistea e Mecinica Classica Concordariam 0s observadores no pélo norte com os do pélo sul, quanto ‘adiregio “para cima” ¢ “para baixo”? Com que definigio dos térmos po- deriam concordar? DB exemplos de sistemas de referéneia nfo inerciais, Como 0 conceite de simultaneidade faz parte da medida de comprimen- to de um corpo? Poderia uma experiéneia mecinica ser realizada num dado sistema de referéncia, a qual revelaria a informagio sObre a aceleragiio daquele sistema, rdetivo a um outro inercial? Discuta 0 seguinte comentirio, que se aplica & maioria das figuras: “A figura em si pertence a algum particular sistema de referencia, isto 6a ima- gem representa medidas feitas em algum sistema particular” Nos podemos ver onipotentemente sistemas em movimento, frentes de onda, similares, sem censiatar, primeiramente, em que sistema nés estamos? Em uma colisio inelastica, a quantidade de energia térmica (energia cine ‘ica mecanica interna) desenvolvida ¢ independente do sistema de releréncia inercial do observador. Explique o porgué, em palavras. Desereva a experiéncia acistica de Michelson-Morley por anlogia com 1 experigncia Stica. Que diferengas e semethangas vocé esperaria, compa- rando a experiéncia acistica € ética? A hiipétese de contragio de Lorentz-Fitzgerald contradie a nogio classica de um corpo rigide? ‘Una maneira simples para testar a teoria da contragio de Lorentz seria fazer medidas da velocidade da luz num sentido (ao invés de ida e velta), Isto é nds poderiamos medir a velocidade a0 longo de uma linha reta, na na diregio do movimento da Terra, atcavis do éter e comparé-lo com a ve- Jocidade ao longo da mesma linha na direcio oposta. Explique como isto tor- naria possivel a detecgdo de um vento do éter, se © mesmo existsse. (Tal experiéncia de alta preciso, usando © eleito Mossbauer, pode ser feita hoje em dia.) Seo movimento da Terra, ao invés de ser quase circular ao redor do Sol, {osse uniforme zo longo de uma linha reta através do éter, poderia uma cexperigncia de aberragio medir sua velocidade? Como podemos usar as observagdes de aberragio para refutar o modelo de Ptolomeu do sistema solar? Ofato de que a aberragio das estrelas ¢ observivel contradiz 6 principio deRelatividade do movimento uniform {isto éledetermina uma velocidade absolutay? Como, a éste respeito, ela difere da experigncia de Michelson- Norley? PRonLeMas " Se o éter f6sse arrastado junto com a gua, que resultado seria esperado. da experigncia de aberragdo, quando feita com um telescépio de agua? (Os resultados reais s40 os mesmos com ou sem agua A experiéncia foi {kita por Sir George Airy em 1871 e confirmou a eq, 1-12. Pata uma analise completa veja Rosser [3]}, ‘Das varias teorias da emissio, somente a da fonte original é consisteate com 0 resultado dtico comum do ekito de Doppler para um espelho em movi- mento. Explique Quais divisdes da tabelu 1-2 foram consideradas neste capitulo? Das experiéncias discutidas nese capitulo, quais ndo estavam a disposi tna época do trabalho de Einstein, de 1903? (v. re) blemas Justifique as relagSes y—y' € 2s" da eg. I-1a por argumentos de simetria, © momento ¢ conservado em una colisio de dois objetos, quando & medido Por um observador num trem, que se move wniformemente. Mesire que o movimento & também, conservado para um observador em terra. Repita 0 problema 2 com a suposiglo de que, apds & colisdo, as massas dos dois objetos sto diferentes daquelas que eram antes, isto & suponha ‘gue a transferéncia de massas teve lugar no decurso da colisio. Mosire que, para © momento ser conservado para o observador em terra, a con servagdo da massa deve ser verdade. Por definigio a energia cinética € conservada, em uma colisdo elistica. Mostre, usando as equagdes de transformacio Galileana, que se a colisio Ecclastica em um sistema inercial, ela € eldstiea em todos os sistemas inerciais. Considere dois observadorcs, um cujo sistema é ligado a terra e 0 outro ujo sistema é ligndo, digamos, a um trem se movendo com velocidade tuniforme u, com respeito ao solo. Cada um observa que uma particula ini cialmente em repouso, com relagio ao trem, é acelerada por uma forea cons- tante aplicada a ela por um tempo 1, na direqo para a frente. ‘a) Mostre ‘que, para cada observador, o trabalho realizado pela forga ¢ igual ao ganho de energia cinética da particula, mas que um observador mede estas quan. tidades como sendo $ma?t? + maul. Aqui a & a aceleracio comum da particula da massa m. (b) Expique as diferencas no trabalho realizado pela mesma forga, em térmos das distincias diferentes pelas quals os obser- vadores medem a forga, que ag: durante o tempo t. Explique a diferente eenergia cinética final, medida por cada observador, em térmos de trabalho, que a particula poderia realizar a0 ser conducida ao repouso em relag2o a cada sistema de observador. Suponha, no problema anterior, que ha fricgao entre a particule, digames, © chao do trem, © que a forga aplicada di 4 particula a mesma accleraga0 durante © mesmo tempo que anies. Note que nio ha mudanga na energia, inética final e inicial, mas ume forca extra € necessiria para se opor i so BASE EXPERIMENTAL DA THORIA DA. RELATIVIDADE ESFECIAL Iricgdo. (a) Mostre que a quantidade de energia calorifica desen volvida € ‘a mesma para cada observador. (SugestZo. O trabalho feito contra a friceio depende do movimento relativo da superiicie). (6) A fOrga aplicada realiza trabalho sdbre o trem, de acdrdo com 0 observador da terra, em adica ‘a0 desenvolvimento da energia calorifica ¢ aumento da energia’ cinética dda particula, Caleule a quantidade déste trabalho, Existe uma realizagio equivalente de trabalho pelo observador no trem? Explique. Esereva equacces de transformagio Galileana para 0 caso da velocidade relativa arbitra dos sistemas. (Sugestde. Suponha que ¥ tem componentes Mostte que @ equagio de onde cletromagnética O78 8d Lay ae ay * a ae nao retém sua forma (isto & no é invariante) com as equacdes de trans formagio Galileana (eg. I-1)- (Sugestdo. Use a regra de cadeias na qual sex=f (ei. 2, 1°) Entio a ax ‘Supde-se que um piloto vou para este, de A para B,€ enti, outra ver de volta a A para este. A velocidade do avido no ar éu' ea velocidade do ar ‘com respeito a0 solo &». A distancia entre A ¢ Bé Ie a velociéade do ar no vill, 1! & constante, (@) Se »—=0 (ar parade) mostre que o tempo para ida volta & fy = 2iju’. (6) Suponha que a velocidade do ar esta dirigida para este (0 este), Mostre que 0 tempo para ida ¢ volta & enido er (6) Suponha que a velocidade do ar ¢ dirigida para norte (ou sul). Mostre que o tempo para ida e volta é entdo t Vi-euy (d) Nas partes (6) © (c} devemos supor que v ion). De fate, nés mediriamos a distancia fA AFP — 391-9 m. © wempo devorrido em cobrir esta distancia & /0.99¢ ou 39m /1 ODF 0,996 LTT 1078 seg, ‘oxetamente a meia-vida medida no sistema do pion LUMA VISKO DAS CAFACTERISTICAS D\ EQUAGKO DE TRANSFORMAGAO DE LORENTZ. &3 Por conseguin.e, dependends de que sistema escolhemos para farer as redidas, éste exemplo ilusira a ralidade fisica das previsdes da Relatividade, ou da dilatagaio do tempo, ou da contragdo do comprimento. Cada pion carrega seu proprio reldgio, que determiza o tempo proprio de desintegragio, mas ‘© tempo de decaimento visto por um observador no laboratério & muito maior. ‘Ou, equivalentemente expressadc, o pion em movimento vé as distancias no laboratério, contraidas e durante seu tempo proprio de decaimento pode cobrit distincias no laboratério, maiores que aquelas medidas em seu préprio sistema, Note-se que nesta regio de » = ¢ os efeitos relativisticas sto grandes. Nao pode haver divida se, em nosso exemplo, a distincia & 39m ou 53m. Se o tempo proprio fdsse aplicivel para o sistema de laboraterio, 0 tempo (1,3 x 107 seg) para percorrer 39m corresponderia a mais de 7 meias-vidas (isto & 1,3 x 10-7sew/18 x 10-*seg = 7). Em lugar do feixe ser reduzido fa metade de sua intensidade inical,éle seria redvzido a (1/2)" ov 1/128 de sua intensidade inicial percorrendo 39m. Tais diferengas sA0 muito facilmente dotectaveis, Este exemplo é de modo nerhum, um resultado isolado (v. por exemplo, problemas 27 30 € ref 4) Todas as medidas cinematicas (e dinémicas) na Fisica de alta energia sio consisteates com os resultados da dilatagio de tempo e contragio do comprimento. As experiéncias ¢ os aceleradores sio projetados para levar em conta, por si mesmos, os efeitos relativisticos. Realmente, a Rela- tividade é uma parte rotineira do mundo diario da Fisica de alta velocidade e da engenhari Exempla 4 Poderiamos defnie 0 comprimento de uma barra em moviment, como sendo © produto de sia velocidad peo inieralo de tempo entre 0 ins: {ante em que uma das extremidades da barra passa por um marco fiko, € 0 instante em gus a outra enremivade passa peo mesmo marca, Monte gue csts defnigdo amber, condur ac resullado da contagte do comprimento da Equagio 210 Suponhamos ques barra ea em repouso no sistema coma linha. Entio = VP onde x ¢ x; sio as entremidads da barra exjo eomprimento & x) — x). As posgdes das exremidades no sistema sem linha sto nye <, medidas nos ins tants, « espectivamente. Centudo porgue 0 marco é ine x; "7 ito nos permanccemos ma mesma posi + n0 ssfema 5 ¢ observamos a bara passa’ Portanto, tal que & crxewirica retavistica © comprimento definido da barra ¢ u(t, ~f,). Do acima exposto segue-se que H(t, (Xx) 1B que ¢ contragio do comprimento proprio x ~ <}, dada pela equagao 2-10. 25 0 Observador em Relatividade Ha muitas expresses abreviadas na Relatividade, que podem ficilmente ser mal interpretadas por um leigo. Assim a frase “relogios em movimento avangam devagar” significa que um reldgio que se move com uma velocidade constante relativa a um sistema inercial, contendo relégios sincronizados, seri encontrado como avancando vagerosamente, quando cronometrado por aquéles relégios. Ns com- paramos wn reldgio em movimento com dois relogios estaciondrios sin cronizados. Aquéles que admitem que a frase significa qualquer outra coisa, muitas vézes encontram dificuldades. De modo semelhante, muitas vézes nds nos referimos a “um obser- vador”. O significado déste térmo é, também, bastante definido, mas pode ser mal interpretado. Um observador € na realidade wm conjunto infinito de reldgios registradores, distribuidos pelo espago todo, em re- pow ¢ sincronizados entre si. As coordenadas do espaco-tempo de tum svento (x, y, 2, t) Sio registradas pelo relogio na posigdo (x, y 2) do evento no instante (t) em que éle ocorre. As medidas assim regis- tradas pelo espago-tempo (podiamos chamé-las de medidas locais) sio entao disponiveis para serem escolhidas e analisadas por um expe- rimentador. Assim 0 observador pode, também, ser pensado como sendo um experimentador que recolhe as medidas feitas déste modo. ‘Cada sistema inercial & imaginado como tendo tal conjunto de relégios de registro ou tal observador. As relagdes entre as coordenadas do espago-tempo de um evento fisica, medido por um observador (S) € as coordenadas do espago-tempo do mesino evento fisico, medido por tum outro observador (5'), Slo as equagdes de transformagio, Uma nogao errdnea do térmo “observador” surge da. confus entre “medindo” e “vendo”. Por exemplo, tem sido comumente admi- tido por algum tempo gue a contragdo relativistica de comprimento obrigaria rapidamente 0s objetos em movimento a se tornarem visiveis como sendo encurtados (menores) na dire¢io do movimento. A locali- zago de todos 08 pontos do objeto, medida ao mesmo tempo, daria fa imagem “verdadeira”, de acdrdo com nosso uso do térmo “obser- 0 OBSERVADOR EM RELATIVIDADE &s vyador” na Relatividade. Porém, nas palavras de V. F. Weisskopf [5] “Quando vemos ou fotografamos um objeto, nos regisiramos os quania de luz emitidos pelo objeto, quando éles chegam simultineamente a retina ou ao filme fotograficy. Isto implica que éstes quanta de luz ndo foram emitidos simultincamente por todos os pontos do objeto. Os pontos mais afastados do observador tém emitido a sua parte da imagem mais cedo do que os pontos mais préximos. Portanto, se 0 objeto esta em movimento, a vista ou a fotografia obtém uma imagem destorcida do objeto, uma ver que éste tem estado em diferentes posi- @@es, quando partes diferentes déle tém emitido a luz vista na foto- grafia.” Portanto, para fazer uma comparagao com as previsdes relativi ticas, devemos, primeiro, levar em conta 0 tempo de veo dos quanta de luz de diferentes partes do cbjeto, Sem esta corregdo, vemos uma dis- torgdo devida tanto ao eitito stico como ao relativistica. Neste sentido, a contragdo de Lorentz € visivel, particularmente para as observagbes feitas em Angulos retos ao movimento de objetos, se movendo ripida- mente (v. ref. 6), Mas, o térmo “observador” ndo significa “ na Relatividade, e continuaremos a usd acima desert. 26 A Adigéo Relativistica das Velocidades Na Fisica classica, se tivermos um trem se movendo com uma velocidade ¥ com respeito ao solo, © um passageiro no trem se movendo com uma velocidade Wi’ em relacio ao trem, entio a velocidade do passageiro relativa ao solo W é, exatamente a soma vetorial das duas velocidades (r. equagdo 1-5), isto & a=u4y 5) Este é simplesmente, 0 teorema classico ou galileano de adigao das velocidades na teoria da Relatividade Especial Consideremos, por ora, © caso especial em que t6das as veloci dades estio a0 longo da dirego comum x—x' dos dois sistemas iner- Giais Se S’. Seja S 0 sistema do solo e S’ 0 do trem, cuja velocidade relativa ao solo € v (v. Fig. 2-7). A velocidade do passageiro no sistema S’éu',€ a sua posi ser deserita por x’ no trem, a medida que o tempo corre, pode WW’, Qual a velocidade do passageiro observado 86 canetirica RELATIVISTICA Passazciro Pear Tren ST Se do solo? Usando as equagdes de transformagio de Lorentz (eqs. 2-7), temos xout a VJi-o%e Combinando estas equagSes' obtém-se (3s), 4 qual pode ser escrita como we *=Tawae) ‘t. (2-16) Se chamarmos de w a velocidade do passageiro em relacio so solo, entic a sua localizagao no solo, a medida que o tempo avanga, é dada por rut. Comparando esta com a eq. 2-16, obtemos wee “Tew oe Este ¢ 0 teorema relativistico, ou de Einstein, de adigao das velocidades. Se ue v 80 muito pequenos comparados com ¢, eg. 2-17 se reduz ao resultado clissico, eq. 2-15, u =u’ + v, pois, entdo, o segundo térmo. no denominador da eq. 2-17 torna-se desprezivel comparado com um Por outro lado se wc, Segue-se Sempre que u—c, qualquer que seja 0 valor de v. E claro que wu’ = significa que 0 nosso “passageiro” & A ADIGAO RELATWVISTICA DAS VELOCIDADES a um pulso Iuminoso, ¢ sabemos que uma hipétese usada para deduzir as férmulas de transformagio foi exatamente ésse resultado; isto é, que todos os observadores medem a mesma velocidade ¢ para a luz Com uc, obtemos formalmente: Portanto, qualquer velocidade (inferior a ¢) somada relativisticamente ac produz um resultado c. Nesse sentido, c desempenha na Relativi- vidade 0 mesmo papel que a yelocidade infinita, no caso classico. teorema de Einstein de adigio das velocidades pode ser usado para explicar 0 resultado observado dos experimentos, destinados a testar as virias teorias de emissio do Capitulo Um. O resultado bésico déstes experimentos & que a velocidade da luz é independente da velo- cidade da fonte (v. seeo 1-8). Nos temos visto que éste € um postulado basico da Relatividade, tal cue, ndo estando ciente da sua origem fisica, podiamos ter obtido éste resultado especifico, diretamente do teorema de adigio das velocidades. Pois, suponhamos que a fonte soja © sistema S', Nesse sistema, o pulso (ou onda) luminoso tem uma velocidade ¢ no vacuo, de acirdo com as teorias de emissio. Entio, a velocidade do pulso (ou ds onda), medida pelo observador S, em a quem a fonte se move, é dada pela eq. 2-18, ¢ é também igual ac. Isto & u,=c quando uc, como mostramos acima. Segue-se, também, da eg. 2-17 que 2 soma das duas velocidades, cada uma menor do que c, nao pode exceder a velocidade da luz Exemplo 5, No exemplo 2 do Capitulo om, encontramos que, quando dois eléirons saem de uma amostra radioativa em diregSes epostas, cada um tendo uuma velocidade de 0,67 em relagio & amostra, a velocidade de um elétron relativo a0 outro € 1,34 conform: a Fisica Classica. Qual & 0 resultado relati- Podemos considerar um dos eléirons como sendo o sistema S, a ¢mosira como senido o sistema S, ¢ 0 outto elétron como 0 objeto, cuja velocidade no sisiema $ estamos procurando (¥: Fig. 1-3). Entdo wage »=06te wee O67 +O67€ 134 = e=092¢ (sweet 1+ (067? 145° ° AA velocidade de um elétron em relagio ao outro ¢ menor do que c 8s eINewitica nexarivisnics 0 teorema relativistico de adiglo das velocidades altera 0 resultado do exemplo 1, do Capitulo um? Explique Exemplo 6 Mosite que 0 teorema de Einstein de adiglo das velocidades conduz ao coeficiente de arrastamento de Fresnel observado na equagio 1-1 Neste caso, 2, &a velocidade da néavelo cidade da luz retativa & Agua, Isto é, na nossa formula temos, igus em relagio ao aparelho e Entilo, a velocidade da luz em relago ao aparelho fica « para ny/c pequeno (nas experiéncias rye —23 < 10~*) podemos desprezar os térmos de segunda ordem em v¥/c tal que, Esta ¢ exatamente a eg, I-11, 0 efeito observado de primeita ordem. Observe se que wo hé necessidade de admitir nenhum mecanismo de “arrastamento”, ou inventar teorias sobre a interagdo entre a matéria € 0 “éter”. O resultado € uma consayiiéncia inevitavel do teorema de adigdo das velocidades ¢ ilustra a pode: rosa simplicidade da Relatividade, E interessante ¢ instrutivo notar que existem velocidades superiores a Embora a materia ou encrgia (isto sinais) nde possam ter velocidades maiores do que ©. certos procestos cinematices podem ter velocidades super-luminosas (& ref 7 © questi 26). Por exemplo,a sucesso dos pontos de intersecgo das laminas de uma tesoura gigante, quando esta é ripidamente fechada, pode ser serada a uma velocidade superior a c. Aqui 0s pontos geométricos estdlo envol vidos © movimento sendo uma ilusio, enquanto que 0s objetos materia, envolvidos (étomos por ex. das laminas da tesoura) sempre se movem com velocidades inferiores a c. Outros exemplos similares s¥0 as sucesses de pontos numa tela fluorescente, quando um feixe de elétrons varre a tela, ou 0 feixe de Juz de um holofote varre as nuvens no c&u, Os elétrons ou os fétons de luz, que transportam a energia, se movem com velocidades que no excedem ¢ Até aqui, consideramos sdmente a transformagdo de velocidades paralelas & dirego do movimento dos dois sisiemas de referéncia A ADIGRO RELATIVISTIC’ DAS VELOCIDADES 9 (a dirego xx’) Para expressar isto, colocaremos indices x em u € na eq. 2-17 obtendo Tu (fe) ome Para velocidades que S20 perpendiculares diregio do movimento relativo, © resultado € mais complicado. Imaginemos que um objeto se mova paralelamente 20 exo y’ em $'. Suponhames que estejam em yj € 4%; nos instantes fe "3, respectivamente, tal que as suas velo- cidades em S° sejam u,—Av/At' =(r5~ yi) —f)- Para achar as suas velocidades em S, usamos as equagdes de transformacio de Lorentz € obtemos tal que Ay _ Ay /i—0/e? _ (ay/An Ar At—-Ax w/e) AR\ 9 (sé Agora Ay/At é u, e Ax/Ar é u, tal que Para comparagdo com 1 eg. 2-18 podemos escrever a transfor magio inversa correspondente, Mudamos somente v para ~r ¢ tro- camos as quantidades com linhas pelas sem linhas, obtendo (219) 90 CONEMATICA RELAT © estudante pode também deduzir 0 resultado procurando Ay/At diretamente, ao invés de Ay’/Ar' como foi feito acima (v. problema 31). De uma maneira exatamente igual, encontramos tambem, fl otfe2 2. i 1+ (ee) 220) Na Tabela 2.2 resumimos as equagdes relativisticas da transfor- magio de velocidade. Teremos ocasidio de usar ésses resultados, ¢ interpreti-los mais profundamente, em segdes posteriores. Porém, no Momento notemos certos aspectos das transformagdes da velocidade transversal. As componentes perpendiculares ou transversais (isto é, u, € t,) da velocidade de um objeto como sio vistas no sistema S, estio relacionadas, tanto as componentes transversais (1, ¢ u,), como & com- poneate paralela (isto é u;) da velocidade do objeto no sistema S’ O resultado nao é simples porque nenhum dos observadores é proprio. Porém, se nds escolhermos um sistema em que 1, —0, ent os resul- tados transversais tornar-se-iam u, =u, /T- ee? ew, —u, (1-2) Mas, nenhuma contragéo de comprimento esta envolvida nos inter- valos espaciais transversais, déste modo qual é a origem do fator s/1-t7/e? Nés precisamos inicamente assinalar que a velocidade Sendo uma razio entre 0 intervalo de comprimento ¢ o intervalo de tempo, envolve também a coordenada temporal, tal que a dilatacao do tempo é envolvida. Realmente, éste cuso especial de transformagao da velocidade transversal é um efeito da dilatagio do tempo. ‘Tanea 2-2. As EquagGis RELATIVIstcas a TRaNsronAcko DE VELOCIDADE Podemos também obter as equagdes relativisticas de transformagao da aceleragao, por diferenciagio cm tempo das equagdes de transfor ADERRAGRO E FFEID DOPPLER NA RELATIVIDADE 91 magio da velocidade (v. problema 42}. Por exemplo com a, —du/dt © a, = du,/dF como componentes x ¢ x da aceleragdo obtemos gate I uwiee com equagdes similares (mais complicadas) para a, a, € 4,, a,. AS principais caracteristicas a notar so (1) a aceleracdo de uma particula depende do sistema de referéncia inercial, no qual & medida (diferente do resultado Galileano, segundo 0 qual @, —a,), € (2) 0 resultado rela- tivistico se reduz ao classico cuando u ev so pequenos comparados com c(i’, + a, quando u/c € v/c-+ 0) Para enfatizar, repetimos que, embora ‘na Relatividade Especial os sistemas sejam inerciais (nto acelerados), 08 objetos cujos movimentos estudamos podem estar acelerados em relagdo a tais sistemas, 27. Aberragio e Efeito Doppler na Relatividade. Até agora mostramos como 4 Relatividade pode explicar os re- sultados experimentais das varias experiéncias de propagaglo da luz relacionadas na tabela 1-2 (por exemplo, o coeficiente de arrastamento de Fresnel € 0 resultado de Michelson-Morley), ¢ 20 mesmo tempo, como ela prevé novos resultados, também confirmados pela experiéncia (dilatagio do tempo na desintegracdo do pion ou méson, também na tabela 1-2), Aqui vamos deduzir 0 resultado da aberragio. Fazendo isto. depararemos também com outro resultado novo, previsto pela Relati- Vidade € confirmado pela experiéncia, a saber o efeito transversal de Doppler. Consideremos um trem de ondas luminosas, planas ¢ monocro- maticas de amplitude unitéria, emitidas de uma fonte na origem do sistema S', como mostra a Fig. 2-8. Os raios ou as normais a onda sio excolhidos como pertencentes (ou paralelos} ao plano x’—y’, formando um Angulo @ com o eixo x’. Uma equagao descrevendo a propagagio seria da forma x’ cos@ + y' sen 0” a cos 2x vel, 221) pois esta ¢ uma fungdo periddica simples de amplitude unitéria, repre sentando uma onda em movimento com velocidade 2'v ( = ¢) na diregao © Observe, por exemplo, que pera ” = 0 ela se reduz a.cos 2x[x/2 2 csiMinics ReLanvisticn © para @ = x/2 se reduz a cos 2x[v/2’—''], expresses bem conhe: cides da propagagao ao longo das direydes x’ positiva ey’ positiva, respectivamente, das ondas de freqiiéncia y’ e comprimento de onda 2 As diferentes formas cos (2x/2')[x'— 1'v't'] cos (2n/2’)[y'~ Zv''] mos. lam que @ velocidade da onda é #'v’ que, para ondas eletromagnétieas, € igual a ¢ No sistema S estas frentes de onda serio ainda planas, pois trarsformagao de Lorentz é linear ¢ um plano se transforma num plano. Portanto, no sistema sem linha S, a equagdo que descreve a propa tera a-mesma forma: cos 2 x cos + y/sen0 | i nds 4 e v sio o comprimento de onda e a freqiiéncia, respectivamente, medidos no sistema S, € 0 & 0 Angulo que um raio forma com 0 eixo x. Nés sabemos que, seas equagdes 2-2] ¢ 2-22 devem representar ondas cletromagnéticas, entéo Av = c, cxatamente como ZV =e, pois ¢ & a velocidade das ondas eletromagnéticas, igual para todos os observadores AMRRAGRO F EFENIO DOPPLER NA RELATIVIDADE 3 Apliquemos agora as equagdes de transformagio de Lorentz dite- tamente & equago 2-21. pondo x-1 rie? bx VF Vi-F Obtemes wo Sa ou, reordenando os térmos, 5 cos + IW" at , Weed +] Ve Como era esperado, esta tem a forma de uma onda plana no sistema S € deve ser idéntica a equagac 2.22, a qual representa a mesma coisa Portanto, o coeficiente de x, ye fem cada equagdo deve ser igua dando e059 _cos "+f a VF te 224) YC. + Boos 9 =F Temos também a relagdo dy aly wc 226) uma condigio que sabiamos de antemio. No procedimento que adotamos aqui, nds comegamos com uma onda Iuminosa em S’, para qual conhecemos 2, y', e @, ¢ queremos 4 civemricy reLativistica achar quais sejam as quantidades correspondentes 2, ve @ no sistema S. Ist 6, temos 3 incdgnitas mas 4 equagdes (eqs. 2.23 a 2.26), das quais determinamos as incdgnitas. Estas foram superdeterminadas, 0 que significa simplesmente que as equagdes no sio 1édas independentes Se nbs, por exemplo, climinarmes uma equagio, dividindo uma pela outta (isto € se combinarmos duas equagdes), obteremos trés relagdes independentes. O mais simples & dividir a eq. 2-24 pela eg nos da sen’ /i- fF 100 oO te 2274) que ¢ a equagio relativistica para a aberragdo da luz. Ela relaciona as diregdes de propagagaio, 9 € 0', como sdo vistas de dois diferentes sistemas inerciais. A transformacao inversa pode ser escrita imediata- ‘mente como sendo sen 0/18 80 cos 0-8 (2:27) onde fi da equayio 2-27a torna-se ~ € nds trocamos as quantidades com linha pelas sem linha. As experigncias em Fisica de Alta Energia, cavolvendo emissio de foton, confirmam exatamente a formula relati~ vistica. Exemplo 7. Mostre que a formula relativistca exata da aberrasio, eq. 2-274, pode ser dedurida das equagies de transformagio da velocidade, qs 2-18 ¢ 2-19. Seja ume fonte S” (um tomo, por e3.), que esti se movendo ao longo do cixo x com uma velocidade v, ¢ que emite luz segundo um angulo 6” em relagao 0 exo x do seu préprio sistema de repouso (v. Fig. 2-8, por ex.). No sistema So Angulo de emissio & 9. A velocidade da luz na diresdo 6° & c, tal que a componente da velocidade a0 longo da diregio x’ é w, = cos #e aquela a0 longo da diregio w, = sen Usando as férmulas de adicdo da velocidade, obtemos wie cco eo T+ Woe? — T+ weos@ye 4, JT-P esena Ji Tew — Ts woot Ve ABERRAGAO E EFEITD DOPPLER NA. RELATIVIDADE 95 Agora, tg 0 = ¢ sen O/ceos # = uu, (al que, com ue, como foram encontrados ‘cima, P_ sari PF eos + 2 csen ~ ecos 0 + que & a formula relativistica da aberragio, eg. 2-270. Exemplo 8, Mostre que o efeito de aberragao de primeira ordem observado, que corresponde imagem clissica, ¢ um caso especial da formula relativistica exata, Considere 0 caso de uma estrSla no zEnite, no sistema 5. Recebem-se ondas planas cuja directo de propagagdic esti a0 longo da diregio y negativa. Portanto, 6 =3n/2. Em Sy, a diregdo de propagagio ¢ 9 dada pela equagio 2-27 com 6 37/2. Isto & se0 02) JTF 199 os(3n/2)-B Quando v é muito pequeno comparado com (0 < c), ent20 ve cu B é muito pequeno comparado com a unidade. Désse modo sera desprezivel em comparagao com a unidade; desprezando térmos de segunda ordem, podemos escrever Este resultado esti em perfeita concordancia com 0 eftito de aberragdo de primeira ordem observado, correspondente & interpretagao classica da situagdo, como mosira a Fig. 2-9. Na Fig. 2-9a mostramos a diregio de propagacdo da luz de estréla em S$ e em S',e na Fig 2.96 a orientagao dos telescépios em 5 ¢ S', que observam a estré Exemplo 9, Max Born, em Teoria da Relatividade de Einstein [8], diz em rela- Gio a isto ‘ste resultado € particalarmente notivel porque t6das as outras teorias {Um diffeuidade considerivel em explicar a aberraglo, De transformaszo Gali- Jeana nilo se obiém nenhuma defexio do plano ¢ da directo da onda. © para 96 CINEMATICN RELATIVISTICN explicar a aberragio deve ser introduride 0 conceito ‘raio’, que nos sistemas em ‘movimento nio precisa coincidir com a diregio de propagagie, Na teoria de Einsicin esta dificuldade desaparece. Em qualquer sistema inercial § a direcio do maio (isio é, a dirego ao longo da qual a energia & transportada) coincide com a perpendicular 20s planos da onda, ¢ dai resulta a aberragio, da mesma maneira como o efeito Doppler 0 coeficiente de convergio de Fresnel do conczito de uma onda, com 0 auxilio da transformagdo de Lorentz. Este método de deduzir as leis fundamentais da Otica de corpos em movimento mostra, de ‘modo excepcional, que a tcoria da Relatividade de Einstein & superior a tdas as outras” s| Js Tr A terccita das nossas 4 equagdes acima (eqs. 2-23 a 2-26) nos dé diretamente aquéle fendmeno remanescenie, que prometemos discutir, isto &, a equacdo relativistica para o efeito Doppler, vl + Boos 0) 25a) que também, pode ser escrita inversamente como, ¥(l Boos 0) VIB AMERRAGRO F EFEITD DOPPLER NA. RELATIVIDADE 7 Verifiquemos primeito que a formula relatvistica se reduz & elissica. Isto quer dizer que, para v<¢ podemos desprezar térmos de ordem superior a primeira em t/c ou fi. € 0 resultado de primeira fordem deverin ser 0 resultado clissico, Da eq, 2-25h, obtemos (usando 6 teorema de desenvolvimento binomial até térmos de primeira ordem) VJ 1 Boos0 <1=Boose <1 + Bose) que ¢ 0 resultado clissico, Isto se torna claro na consideraga casos especiais mais familiares. Pois, com @ —0, que corresponde ao observador $ vendo a fonte se aproximando ou eniao éle se aproxi- mando da fonte, obtemos: vv 4 por (i+ 2) a qual mostra que a freqiiéncia observada v é maior do que a frequéncia propria v. Com 0 = 180°, que corresponde ao observador vendo a fonte afastando-se déle ou entio éle se afastando da fonte, obiemos ver(I-p) ( +) a qual mostra que a freqiiéncia observada v é menor do que freqiiénci propria v. Finalmente, para @ = 90°, caso em que a linha de observacao & perpendicular ao movimento relativo, clissicamente nio hi efcito Doppler, isto é, v =v, Todos éstes resultados de primeira ordem sio efeitos classicos Agora, se 1 nao fésse pequeno comparado com ¢ deveriamos obter efeitos relativisticos (segunda ordem). E conveniente pensar acérea déstes efeitos separadamente, como sendo um efeito longitudinal ou transversal, Assim, para o efeito Doppler longitudinal na Relatividade, nés usamos a eq. 2-255 e pomos 60 ou 0— 180". Isto 8, em ¥—( /1-JPY(1~B cos), com 8-—0 (a fonte ¢ 0 observador apro- ximam-se um do outro), obtemos 3 virB 98 canemirica rezarivistica © com 0180" (a fonte se afastando do observador) obtemos By, jens +o v tat" vero 29) Estes resultados foram primeiro confirmados experimentalmente, em 1938, por Ives € Stilwell, que (Seguindo a sugestio feita primeira: mente por Einstein, em 1907) usaram um feixe de atomos excitados de hidrogénio, de velocidade ¢ dirego bem definidas, como fonte de radiaao [9.10]. A experiéncia foi repetida, em 1961, com maior pre- fo por Mandelberg e Witten [11], confirmando novamente 0 efeito relativistico. Porém, 0 mais exiraordinirio & 0 fato de que a formula relativis- ca prevé um efeito Doppler transversal, um efeito que é puramente relativistic, pois no ha efeito Doppler transversal na Fisica eléssica. Esta previsio segue-se da eq, 2-25b. r= (0' /1— f*)/(I ~ Bcos 0), quando porios 6=90°, obtendo, vav /i-B (2:30) Se a nossa linha de observasiio fsse 90° em relagao a0 movimento relativo, entdo deveriamos observar uma frequéncia v que é inferior a freglléncia propria v' da fonte, que esta passando por nds. Ives ¢ Stilwell, em 1938 ¢ 1941, € Otting [12], em 1939, confirmaram a existéncia déste cfeio Doppler transversal, e mais recentemente, Kundig [13] obteve dados quantitativos excelentes confirmando a formula relativistica, dentro do érro experimental de 1, 1. E instrutivo notar que o efeito Doppler transversal tem uma inter- pretagio simples de dilatagio do tempo. A fonte em movimento é Teamente um relégio em movimento, produzindo oscilagdes eletro- magnéticas. Nos vimos que os relogios em movimento avangam lenta- mente, Portanto nds verios um certo mimero de oscilagdes num tempo que é mais longo do que o tempo préprio. Ou equivalentemente, vemos um nimero menor de oscilagdes em nossa unidade de tempo do que é visto na unidade de tempo do sistema proprio. Por conseguinte, obser- vamos uma freqiiGncia inferior a freaiiéncia propria, O efeito Doppler trarsversalé um outro exemplo fisico, que confirma a dilatagio do tempo relativistica, Em ambos, efeitos Doppler ¢ aberragdo, a teoria da Relatividade introduz uma simplificagao intrinseca sObre a interpretagdo clissica SENSO COMUM DA RELATIVIDADE ESPECIAL ” lésses efeitos, no sentido de que os dois casos separados, que sio dife- rentes na teoria classica (a saber, fonte em repouso-observador em movimento € observador em repouso-fonte em movimento) sio idén- ticos na Relatividade. Isto, também, esta de acérdo com a observarao. Note também que uma dedugio simples produz imediatamente 3 efeitos, a saber: aberragio, efeiio Doppler longitudinal e efeito Doppler transversal. Entretanto, talvez devesse ser observado que ha certas propriedades de onda eletromagnética, que nto podem ser deduzidas considerando meramente o témo de fase, como nés fizemos. A fim de determinar coisas como o grau de polarizacao, a distribuigaio do fluxo de poténcia com a diregae e o conteido do momento, necessitamos comhecer as propriedades de transformasio dos proprios campos eletromagnéticos (Capitulo quatro). 28. O Senso Comun da Relaiividade Especial. Estamos agora num ponto em que um exame retrospective pode ser itil. Posteriormente veremos mais previsdes da Relatividade Espe- cial, que slo corroboradas pela experincia, em direta contradigio aos ponies de vista clissicos. E por t6da a Fisica atémica, nuclear, de alta energia e do estado solido, a Relatividade é usada de uma maneira quase rotineira, como a descrigdo correta do mundo real microseépico. Além disso, a Relatividade é uma teoria consistente, como ja mosiramos de varios modos, ¢ continuaremos a mostrar depois. No entanto, devido a0 nosso mundo macroscépico disrio ser classico, dentro de uma boa aproximagdo, € porque os estudantes no se habituaram ainda com a Relatividade ou no a usaram o suficiente para se tornar familiar, po- dem restar nogdes erréncas sdbre a teoria, sObre a qual vale a pena discutir agora (A) A velocidade limite c de sinais. Nos vimos que, se fosse possivel transmitir sinais com velocidade infinita, poderiamos estabelecer, de uma maneira absoluta, se dois eventos sto simultaneos ou nao. A Relatividade da simultancidade dependeu da existéncia de uma velo- cidade finita de transmissio de sinais. Nos, provavelmente, admitiriamos que € nao realistico esperar que qualquer ago fisica pudesse ser trans- mitida com velocidade infinita. De fato, parece imaginirio que pudés- ssemos iniciar um sinal, que se propagasse para t6das as partes do n0ss0 universo, em um tempo zero. Na realidade, & a Fisica classica (que no fundo faz. tal hipétese) que ¢ ficticia (Fiegao ciemtifica) ¢ ndo a Fisica relativistica, a qual postula uma velocidade limite. Além disso, quando experiéncias so realizadas, a Relatividade das medidas do tempo é

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