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MARX, K. 1857 = Introduction and 1859 - Preface to A Contribution to ‘ the Critique of Political Economy. London: Lawrence & Wishart, 1971 {Teadugdo brasileira: S20 Paulo: Martins Fontes, 19831) MORLEY, D, Te Natonutde Auton ondon DF, 90. MORLEY, D. Family Televison. London: Comedia, 1986. i SAUSSURE, F. ours n one Linge. Londo: Fontana 1974 CODIFICACAO/ fTradupto bases So Pal Cole, 19691 DECODIICACAO 200% e : ‘Tradicionalmente, a pesquisa em comunicagio de massa tem concebido 0 processo comunicativo em termos de um[circuito) Esse modelo tem sido crticado pela sua linearidade — emissor/ ‘mensagem/receptor; por sua concentracio no nivel daisocade mensagens; e pela auséncta de uma concepcio estcuturada dos ‘diferentes momentos enquanto complexa estrutura de relagoes. ‘Mas € também possivel (evil) pensar esse processo em termos de ‘uma estrutura produzida e sustentada através da arti 08, mas interligados —jprodus: ‘ibuigio/cousumo}|reprodugao. Isto seria pe lexa estrutura em _dominincia", sustentada conectadas, em qual, no entanto, mantém sua ¢ specifica, suas préprias formas ¢.condigdes de existér egunida abordagem, homéloga 2 que forma o esq producto de.mercadorias apresentada nos (Grundrisse de Marx ‘e em [0 capital, tem a vantagem de destacar mais claramente a forma na qual um fontinuo circuite|— produgio-distribuigio- ‘produgio — pode ser sustentado através de Ela _destaca também a espe -e, portanto, o que distingue a "produgio” discursiva de.outros tipos de produgo em nossa sociedade ¢.nos sistemas de meios de comunicagio modemnos._ [Assim — usando.o§.termos, de Marx — cirgulagio ¢ recepcio ‘momentos" do processo de produgia na televisio ‘certo alimero de feedbacks indiretos € estruturados no proprio processo de produgio. O consumo | ou a recepgio di mensagem da televisio é, assim, també mesma umn fmomiénto" Yo processo de producio no seu sent mais amplo, embora este slimo seja *predominante” porque € “o ponto de partida para concretizagio" da mensagem. Pro- “2 dugio e recepgio da mensagem televisiva 136 S40, portanto, idénticas, mas estlo relacionadas: sio momentos dliferenciados dentro da totalidade focmada pelas telagbes saciais.do processo moun todo. 0 po! devem produzir me significative, As relagbes “devem passar_sob as rey seu produto seia gificadisfna forma de um discurso institucionais € sociais itura emprega um c6digo, ¢ produz uma “mensagem"; iro momento determinado, a "mensagem” desembocana tes dé qué ESSE Fetomno As pra de recepgio ¢ “uso" da audiéncia nao pode ser entendi \ _zermos_simplesmente_cémportamentals. Os processos sta sobre elementos isolados . -relagSes_econdmicas_e socials, que moldam sua “concreti- old zagio” no ponto final da recepcio € que permitem que os 6° Significados expressos no discurso sejam transpostos para a ou a consciéacia (para adquirir valor de uso social ou dade politica), poet PROGRAMA COO Z DISCURSO “SIGNIFIGATIVO” \ ‘eodificagiio decodficacao cestruturas de sentido 1 cestraturas de sentido 2 \ enciais de conhecimento relagdes de produgio Infra-estrutura técnica identidade imediata’. Os io. podem nto ser perfei- Tamente simétricas, Os graus Sstamae ou seja, 05 graus He “compreensio' tmi-compreensiatina troca comuni ——dependem dos graus de simetria/assimet = codificador-produtor e decodificador-receptor. Mas isso, por depende dos graus de identidade/nio-identidade entre 65 c6digos. que pevfeitamente ou imperfeitamente transmiter, ‘Jnterrompem ou sistematicamente distorcem o que est sendo ‘ransmitida.. falta de adequagio entre os c6digos tem a ver ém grande parte com as/diferengas esiruturals|de relagao ¢ posiglo centre transmissores e audiéacias, mas também fem algo a ver com ‘wassimetria entre os cédige Wo “receptor no momento da transformagi pa que sio chamadas de, precisamente da falta de ccomunicativa. Mais ua define ay“autonomia relative’! \ ras também a ‘determinagio", da entrada @ safc da menisagema em seus momentos discursivos. “Aaplicagio desse paradigma nudimentar comegou a transfor ‘mar nosso entendimento do velho termo “contetido” da televisio. Estamos apenas comecando a entender como ele também pode 0 transformar nosso entendimento da recepglo da audigncia, bem “como sua “leita” resposta. Comecos ¢ finais foram antinciados ‘anteriormente na pesquisa ¢m comunicagio, portanto devemos sser cautelosos. Mas parece haver alguma razdo para se pensar stigante na chamada pesquisa de Ao uso do paradigm semictco Prom: pare persistente haviorisio que fem persegu @ pesquisa dos mass media por tanto tempo, sobretudo na sua ‘ahordagent dé contetido, Embora saibamos que 0 programa {elevisivo nio é um estimulo comportamental, como uma batida \gens sobre violencia"? Porém, continuamos a pesquisar a ‘da violencia, por exemplo, como se fSssemos.incapazes ‘O signo televisivo ¢ um signo complexo, Fle € consttuido pela tipos de discurso, 0 visual ¢ o auditivo. Além na terminologia de Peirce, porque “possui algumas das propriedades da coisa representada’.* Este é ‘im ponto que tem Jevado a grandes confusdes e tem sido 0 ter- reno de uma intensa controvérsia no estudo da linguagem visual. Uma vez que o discurso visual traduz um mundo tridimensional Je nfo pode, € claro,(ser o referente) ‘O cio, no filme, pode latir, mas nio ide existe fora da Tinguagem, mas € ‘cofistantemente mediada pela inguagem ou através dela: € 0 que inds podemos saber ¢ dizer tem.de ser produzido no discurso através dele, O “conhecimiento” discursive & o produto nto da iransparente representacio d nguagem, mas da anicu- “Tago da linguagem em condigoes e relagdes 1 im, na if inte ‘sem a operacao de um cédigo. Os signos , portant, sighos Codificados também — mesmo daquela de que signi “realisnio" — a aparente Fidslidade da represe ao conceito representado — é o resultado, 0 ef _iniculaglo especien da lingmaigem sobre 6 "Fel" o resultado de, - ica discursiva, ZO 370 Certos cédigos podem, € c! lidade", embora permanegam evid3ncias de que até mesmo codigos visuais aparentementé sejam especificos de fica que nenhum cédigo tenha ‘mas, antes, que os_c6digos foram profundamente dos revela Isso produz leas de codificagIs pt sardncias nos enganem. Na verdade, o que os eciprocidade — a consecugic de una Tados codificador ¢ decodificador de uma troca de significados. O funcionamento dos ‘cédigos, no lado da_decodificagio, is freqiientemiente assumir o status de percepgdes naturalizad: Isso nos leva a pensar que o signo visual para “vaca” realmente (em vex de representa) animal. Mas se nés pensarmos na sual de uma vaca em um manual de pecudria —e, ainda mais, no signo linglistico *vaca" — nés podemos ver que ambos, em graus diferentes (Gao arbitrdriospm relacio _ao-conceito do animal quecepresentam_A articulagao de um ‘signo arbitririo — seja visual ou verbal — com o conceito de um referente € 0 produto nio da natureza, mas de u 3 dscusos requer a inervengio 5. Dessa maneira,|Eco, wrgumenta que os “Signas icénicos “pa _feproduzem as condigdes pe u sea, “Quem os ve"? Contido, eisas “condigbes de perce Teiullado de um conjunto de dperagoes altamente. co ‘ainda_que_vitualmente inconscientes — sia_decodi Isto é verdade para as imagens fotogrificas ou televi como para qualquer outro signo. Signos icbnicos s20, entre: an cos(nreobnr as cH de € + os cédigos de percepsio visual sto amplamente distribuidos © “Borqueresse ipa de signa menos arbiiiiowo qv um signo Tinguistico. O signo ico “vaca” nto possui nenbuema das tala, 20 asso que o Signo vis propriedades da coisa repr parece poss lessas propriedades. < 9 TONE ¢ Isso nos ajuda a esclarécer uma confusio na teoria lingiiistica atval e a definie precisamente como alguns conceitos-chave esto sendo usados neste texto: A teoria linguistica frequentemente 10 ‘que esse. Set .cido, 3obretudo quando se trata do discurso -m sido muitas vezes confundida com a transcri¢io portant, mais convenciona: ‘que variam claramente ortanto, devem depender da dos ¢ mutiveis, sentidos ass wstincia para instancia ¢, intervengo de cédigos. NOs nao utlizamos a distingao entre denotagio € conotagto nosso ponto de vi i ico que distingue aqueles aspectos de um si ser considerados, cm qualquer, cor de ‘qualquer tempo, combo, seu sen ‘Significados que. se_gerat ssociaclo_com © signo (cono- Tagio). Mas as distingdes analiticas nao devem ser confundidas com as distingdes do mundo: if Em um discurso de fato emitido, a maioria dos signos combinar ‘seus aspectos denotativas ¢ conotativos (conforme redefinido _acima). Pode-se, entio, perguntar por que manter essa distingio. E, et grande medida, uma questi de valor analitico. £ porque os signos parecem adquirir seu valor ideolégico pleno — parecem a 10 com discursos € sentidos ideol6gi 1 dos seus sentidos “asso da conotagio) — pois aqui-os sentidos.nao sto parentemente fixadas numa percepcio natural (ov seja, eles ‘do estio plenamente naguralizados) ¢ a Ouidez de seu sentido an ace peepneet He ce associagio pode ser mais completanente explorada ¢ transfor- mac Portanto, é no nibe 1m _e transformam Jo, Nesse nivel, podemos ver intervengao ativa da ideologia dentro do dis- aqui o signo esti aberto para novas énfases ce, segundo Volochinoy, entra plen: ideologiasc 0 discursos se cruzam, | deiseologia na lingwagem* “Onivel de conotagto do signo tual e de seu posicionamento end sentido eassociagio, ¢jusamente ‘cultura ¢, assim, assumem dimensdes ideologicas adicionais er “ativas, Podemos tomar um exemplo do discurso public tampouco, hi “denotagio pura" e certamente nenhuma repre~ dade, todo signo visual conota uma 108 especializados da moda, 0 suéter em yoga na baule couture ou, informal de se vestir. Mas, colocado eto € posicionado pelo subcédigo nga caminhada de outono no bos- digos dessa ordém claramente estabelecem relagdes romantico, pode conotar que’? para o signo com o universo mais amplo das ideologias em \ iedade. Esses cédigos sto 08 meios pelos quais 0 poder logia so levados a significar em discursos especificos. Eles remeter os signos aos|"mapas de sentido" Hentro dos quais qualquer cultura € classifica; e esses “mapas da realidad social” a 2 inotativo do signo que as ideologias contém “in sos, poder € dos significante “conhecimento, a histéria e é através deles, por assim dizer, que ~o meio ambiente invade o sistema intico. Eles sfo, de alguma forma/os fragmentos da ideologit ramado.nivel denotativo do signo televisive é fixido por _certos cédigos (restrtos ou “fechados”) bastante complexos. Mas ‘o nivel conotativo, apesar de também ser limitado, € mais aberto, sendo objeto de trans(o ivas, que exploram seus [Os cédigos con: a (ov cultura tende, com diversos graus de clausura,a impor suas classificagdes do mundo s @ politico. Fssas classifi- ‘cagoes consti do ser nem “dS discursos em dominancia” é um ponto crx reas da vida social parecem ser dispostas dentro, de domi iscursivos hierarquicamente organizados através de_Sentidos de nantes ou preferenciats. Atontecimentos novos, polémicos ou problematicos que rompem nossas expectalivas ou vao contra ~os “constitos do senso, comum’, o conhecimento “dado como certo” das estruturas sociais, devem ser atribuidos ov alocados _aos seus respectivos. dominios discursivos, antes, que “Tagam “sentido”, A maneira mais comum de!*maped-los"/é atribuir ovo a algum dominio dos ‘mapas existentes da realidade social ica", Dizemos dominante e nao “determi assificar, atibuir ¢ decodificar um mapeamento". e determinado — tém leol6gica impressa neles € 3 dos “sentidos prefe- “as e crengas: 0 conhecimento c lo “modo como as coisas funcionam para todos os propésitos priticos nesta cultura; poder e dos interesses e a estrt ‘sang&es. Por isso, para esclarecer um *mal-entendido” em relagio a4 /0, devemos nos referir Catravés de cédigos) as ia social, do_poder politico © econdmico e da isso, Como esses mapas sio “estruturados em de cada item visual sua posigio dentro de um c s pré-arranjados, ‘mas sim em regras perfomativas, ov seja, regras de comperéncia _e uso, de Iégiea ‘que buscam ativamente reforgarou ‘presferir um dominio semantico a outro e incluir € exclu dos conjuntos de sentido apropriados. A sent \ ‘muito frequentemente negligenciado essa pritica de trabalbo interpretative, embora isso constitua, de fato, as reais relagoes dos dorninantes, entio, nio estamos nos referindo a um processo de rao dinica, que governa a forma ‘como todos os acontecimentos serie significados. Esse processo we no trabalho necessirio para fazer cumprir, conquistar imaniente uma decodificasio do iefinisdes dominantes nas quais ‘ado conotativamente. Do ponto Pela palavra Ietura entendemos no somente a eapacidade de fcar © de decodificar um certo ndmero de signos, mas sbém, a capacidade subjesiva de pé-los em uma relaca tiva entre si e com outros signos: uma capacidade que é, em si mesma, a condigao da plena consciénecia de todo © ambiente fem que se esti inserido.”" Nossa discordiincia aqui é em relacio & noglo de + subjetiva’ “capacidade: vo Fosse fato objetivo, mas 0 nivel interprei dual e particular, © caso parece ser 0 cont ielevisiva assume responsabilidade “obj ‘istéimica)_precisamente pel estabelecem uns com 0s outros em qualquer ocorréncia “iva e, por isso, essa pritica c d prescreve em qual “consciéncia de todo 0 ambiente” esse estio organizados. Isso nos leva & questio dos mal-entendidos. Produtores de televisio que acham que no conseguem passar sux mensagem 375 camente orientadas" ceproduz esse ol tentar descobrir quanto da mensagem a a ‘ao tentar melhorar o grau de seu entendimento. Nao ha diivida de que mal-entendidos do tipo literal existem, O telespectador nnio conhece os termos efnpregados, no conse@ve acompanhar ‘a complexa légica argumentativa ou da exposi¢io, mio esta familiariaado com a linguagem, considera 05 conceitos dema- “Giado estranhos ov dificels 00 as exposigdes narrativas v8O além “de sua capac fentanto, os produtorés se preecupam com a poss _audiéncia falhar em captar sentido por ees pi eles realmente estio dizenglo € que os telespectadores operando dentro do cédigo “preferenci ideal € o de uma “comuni¢agao perfeitamente transparente”. Ao contrario, aquilo com que eles tém realmente de se confrontar € ‘com a *comunicagao sistematicamente distorcida”.” 0 tém sido habitual- Os padrées variances das audiéncias terd, poranto, que comegar com uma critica A _teoria da “percepsao seletiva”. ‘Argumentou-se anteriormente que, jf que nto existe uma correspondéncia entre codificagio e decodificacio, a pode tentar "pre-feri", mas qo pode preserever 2 segunda, que tem suas proprias condigdes de ‘menos que seja disparadamente aberrante, a codi- ficagto produz a formagio de alguns dos limites € parimetros dos quais as decodificagdes vio operar. Se nto houvesse ‘uidiéncias poderiam simplesmente ler qualquer coisa ida, alguns mal- decodificaglo; do contcirio nto podertamos falar de uma efetiva troca comunicativa. Apesar disso, essa “correspondéncia” no 6 dada, mas construida. Nao € ‘natural’, mas produto de uma © entre dois momentos distinios. E a codificagio nto pode determinar ou garantit, de forma simples, quais 0s c6- icaglo que serio empregados, De outro modo, perfeitamente equivalente e cada de “comunicagio perfeitamente bes \cio podem ser combinadas. Para indlise hipotécica lle algumas pos- iadas e refinadas. Mas 0 argu into derivam inevitavelmente das ec idénticas, reforga 0 argumento da correspondéncia *n’ “siti, Isso também ajuda a desconstruir 0 sentido comum de “mal-entendido” em termos de uma teoria da “comunica¢ho sistematicamente distorcida’ A primeira posicio hipotética refere-se & posigdo begems- ’ nica-dominante, Quando 0 telespectador se apropria do sentido conotido de, digamas, um telejomal ou um programa de atuali- dades, de forma direta e integral, ¢ decodifica a mensagem nos termos do cédigo referencial no qual ela foi codificada, podemos operando dentro do cédigo donat- ipico de “comunicasio perfeitamente ais préximo, para todos os efeitos. {que 0s profissionais da radiodifusio assumem quando codificam ‘uma mensagem que jd recebeu ado de uma ms hegeménica. O cédigo profissional dente” do cédigo dominante, jf que aplica critérios e operagbes de transformagio proprios, especialmente aqueles de nacureza técniea € pritica. O eédigo profissional, contudo, opera dentro da “hegemonia” do c6digo dominante. Na verdade, ele serve para reproduzir as definigées dominantes precisamente porque coloca entre parénteses seu cariter hegemonico ¢ opera com c6digos a7 profissionais deslocados, ue destacam questBes aparentemente ‘Técnicas e neutras, como asia qualidade visual, dos valores — da |, do “profs politica e mite: a ama exposiio, a selegio de pessoal a escolha de imagens ¢ = [encenagto dos debates sho feos ¢ ‘combinados através da ope- ago do c6digo profissional. Como os profissionais da televisto mente auté- sho capazes de operar'eom cédigos proprios “ rnomos” eo mesmo tempo agic de tal forma que sem contradicdes) a significagio hegembniea dos acontecimentos @ uma questo complexa, que no pode ser melhor explicitada aqui. Basta dizer que os profissionais esto ligados as elites dec- avés da posicho it emissoras enquanto, “apafelho ideolégico’,”* mas também pela estrutura de acesso (ou seja, 0 recurso excessivo € sistematico ite 2 sua “definigio da situagao” na televisto), dizer que 0s c6digos profissionais servem para reproduzir definigdes hegem@nicas, especificamente por ndo ineli- _narem abertamentesuas operagbes em uma diregao dominante: a reprodugio ideolégica, portanto, acontece aqui inadvertidamente, inconscientemente, “pelas costas dos homens*."* Obviamente, conflites, contradigdes'e até mesmo mal-entendidos surgem regularmente entre as significagdes profissionais e dominantes € seus agenciamentos significativos. ‘A segunda posigaio que identificariamos ¢ a_do cédigo negociado. Provavelmente, a maioria das audiéncias compreende bastante bem o que foi definido de maneira dominante e recebeu Feado de forma profissional. Entretanto, as definigdes ‘dominantes sto hegemdnicas precisamente porque representam definigdes de situagdes ¢ eventos que esto “em dominan (globais). As definigdes dominantes conectam eventos, im tamente ou explicitamente, a grandes totilizagdes, as grandes visoes de mundo sintagmsticas. Elas assumem “pers globais” sobre as questbes, associam os acontecimei “interesse nacional” ou & geopolitica, mesmo que essas rela sejam estabelecidas de manci cada, A definigo de um ponto de vist define dentro de seus termos o horizonte mental, o universo de “por melhor pagament “de uma maneira globalmente cont “significados possiveis e de todo um setor de relagdes em uma sociedade ou cultura; e (b) que carrega consigo 0 selo d timidade — parece coincidir com o que " a respeito da ordem social. Decodificar, dentro da vversdo negociada, contém uma mistura de elementos de adaptagio. e de oposigao: reconhece a legitimidade das definigoes hegemd- nicas para produzir as grandes significagoes (al qu | mais restito, situacional (| posisio privileg entos, enquanto se reserva o di mais negociada as “condigdes locais” esti, portanto, atravessada por cor ‘86 se toma visivel em algumas ocasides. Os cédigos ney cial e desigual com os discursos e as légicas do poder. © exemplo mais simples de um cédigo negociado € aquele que governa a de que um Estatuto sobre de greve ov & proposta de ‘Em termos do debate econémico iil", 0 decodificador pode adotar a definigao hegemBnica, concordando que “todos devemos nos remunerar menos para combater a infla¢30". Contudo, isso pode ter pouica ow nenhuma relagio com sua vontade de entrar em greve no chio de _dominantes ¢ decodificagdes negociadas corporativamente. S20 ‘esses desencontros de niveis que levam as elites ¢ os profissionais| a identificarem a “falha na comunicacio". conferida a um discurso, mas, 10 mesmo que ouve um debate sobre a necessidade de mas “le” cada mengao 20 “interesse nacional” como “interesse de ed “classe” Ee ou ela ext oplerando com o que chamamas de cédigo de oposigdo, Um dos momentos politicos mais significativos (eles também coincidem com os momentos de crise dentro das proprias ‘empresas de televisio, por mzbes Obvias) & aquele em que os contecimentos que silo normalmente significados e decodificados de maneira negociada comecam a ter uma leitura contestatiria. ‘Aqui se trava a “politica da significagio" — a luta no discurso. (Tradugio de Ana Carplina Escosteguy ¢ Francisco Ridiger. HALL, S.Encoding/Decoding. Culture, Media, Language: Working, Papers in Cultural Studies, 1972-1979. London: Hutchinson/CCCS, 1980.) NOTAS para uma explicaglo € um comentiio sobre as implicagbes metodol6gicas 0 argumenio de Mare, ver. HALL, S.A Reading of Mares 1857 Introduction to the Grandriss. WPCS, . 6, 1974, + HALLORAN, J. D. Undbrsianding Television, University of Leicester, 1973. ‘Trabalho apresentado no Col6quio do Conselho de Europa sobre “Come preender 3 Televisio" 2 GERBNER, G. et al Violence in TV Drama A Study of Trends and Symbolic Funetions The Annenberg School, Unversity of Pennsylvania, 1970 «PEIRCE, Chaves, Speculative Grammat. Colleced Paper, Cambridge, Mass. Harvard University Press, 1931-1958, 5 ECO, Umberto. Anicblations ofthe Cinematic Code. Cinematic, 0.2. | Ver essa dscussio em HALL, S, Determinations of News Photographs. WPS, 93,1972, > VOLOCHINOY. sarsiom andthe Philosophy of Language. The Seminar Press, 1973 secimento parecido, ver HECK, Marina Camargo. tdeological Dim f Media. Me Media, Language: ‘Working Papers in Cultural Studies 1972-1979. London: Hutchinson, 1980, p. 122-127. > BARTHES, Roland. Rhetorg ofthe Image. WPCS,n. 1, 197 ‘BARTHES, Roland. Elements of Semifoogy. Cape, 1967. Mradugio brasileira 9. ed, Sio Paulo: Cultix, 1988) © para uma eftcaextensa de “leurs preferenca”, ver O'SHEA, Alan Prefered Reading, CCCS, Universi of Birmingham. Mimeografado. 1 TERN, P.Memorandum, University of Leicester, 1973. Trabalho apres ‘no Coléquio do Conselho de Europa sobre “Compreender a Telewsto") do 380 BERMAS, J. Systematically Distorted! Communications. In: DRETZEL, P. rg). Recent Socioleg). 2, Calier Macmillan, 1970. A frase € de Habermas, tudo, usa-seaqul em outro sentido, 1s para uma formulagto sacioldgica que se aproxima, de algumas manera, 38 fussio di teoria do dlscuso, Ideology and Weological tate Apparatses. tn Books, apby and Other Essays. London: New DAL LAparelos ldeolégicos de Estado 2, ed, Traduyto de Wal sgelsta e Maria Laura Viveizos de Casto, Rio de Janeiro: Gral, 19851 ‘tate: the Independer "AMCR Symposium, Univesity ‘of Leicester, 1976. (COCS, Mimeografado). 381

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