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Crente inspirado, os brados do

entusiasmo
No lhe esfriou dos homens a
indiferena,
E a venenosa taa da descrena
Dos generosos lbios arrojara!

O poeta morreu! E o Sol e os


astros
Que ele cantou, e a abbada
celeste
De lutuosas trevas se no veste;
E tu, Ptria, que ele amava
tanto,
Tu dormes ainda esse gelado
sono?!

No te acorda o seu ltimo


gemido?
Sente-lhe a morte, se no hs
sentido
De animao e glria o eterno
canto.

Mas no; os homens veem


pasmar o fretro,
Veem do sepulcro alevantar-se a
lousa,
E, olhando a nobre cara que repousa,
Quem ? perguntam com cruel frieza.
um poeta, lhes respondem
poucos.
Um poeta! palavra
incompreensvel!
Por ele a multido passa insensvel,

E a campa desampara com presteza.

E um poeta morreu! listas


palavras
Nada vos dizem, povos, que as
ouvistes?
No as h mais solenes nem mais
tristes.
Oh! nelas refleti um s momento!
No sabeis o que diz a morte do
homem
Que se encaminha campa que
lhe ergueram
Seguido apenas dos que ainda
veneram
O culto da poesia e pensamento?

No ouvis esse dobre, que o lamenta?


como a voz do sculo, que brada:
Chorai, multides, que na cruzada

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