Da Civilização Vos Alistastes

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Da civilizao vos alistastes,

Chorai, um dos soldados que h cado,


Deus lhe dera a bandeira que vos guia,
O estandarte da ideia, a poesia;
Mas vs na heroica empresa o abandonastes!

Lamenta, liberdade, o teu


apstolo!
Amor, o corao que te entendia!
Tu, Ptria, o filho que melhor
podia
Entre as naes da terra
engrandecer-te!
Religio, ai! chora o sacerdote,
Que, entoando no templo os
sacros hinos,

Chamara os povos aos altares


divinos
E cultos sem iguais pudera
erguer-te!

E tu, mundo, o vs quase indiferente!


Curva a cabea ante essa campa aberta,
Ajoelha-te, e a cara
descoberta,
Venera as cinzas que deixou na
Terra;
Os restos so da mais violenta
chama,
Que o fogo do Cu no mundo
ateia;
A chama ardente de inspirada
ideia,

Fogo que a mente do poeta


encerra!

Verte, oh! verte uma lgrima


na tumba;
Uma lgrima s. Outros
desejam
Soberbos mausolus onde se
vejam
Fulgir os nomes seus em letras
de ouro;
Ele no. Flores e lgrimas, eis
tudo!
Eis o diadema a que o poeta
aspira;
Porque lho negas? Que paixo

te inspirar
Delas fizeste, mundo, o teu tesouro?
Ai, no; umas e outras as desprezas:
As flores procuram as campinas,
Porque a turba, ao passar, calca
as boninas,
E o sopro das cidades as
murchava.
As lgrimas, as flores do sentimento,
No as diviso j nos olhos do homem,
Ou das paixes as lavas as consomem,
Ou morto o sentimento que as gerava.

Fazes bem em passar, mundo, se


ignoras
Desta cena a solene majestade,
Impassvel ficar era impiedade.
Parte, vai; a indiferena era um

insulto.
Oh! mil vezes mais grato o
isolamento...
Mas no, o isolamento no
existe:
Junto da campa se rene triste
Longo cortejo de lutuoso vulto.
Ei-los; do vasto templo se avizinham,
Trazem no rosto a dor, que os consome.

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