Você está na página 1de 3

Tambm uma dita infinda

Te pedia o corao?
Ai, conta-me os teus segredos,
Os teus sonhos, teus anelos,
Conta-me, quero sab-los:
Os teus sentimentos meus so.

Diz-me se naquele instante,


Em que te vi meiga e bela,
Quando tu, formosa estrela,
Te elevaste no meu cu,
Uma voz misteriosa,
Prendendo-te em doce enleio,
Segredar-te ao ouvido veio:
Ama! teu dia nasceu!
Diz-me, se ao viver inquieto
Por no sei que oculta chama

No sucede, quando se ama,


Uma existncia de paz?
Se no horizonte sombrio,
Novo astro fulgurando,
Longnquas praias mostrando,
Venturas ver-te no faz?

Conta-me a vida passada


Antes do mgico instante
Em que te vi radiante
Meiga viso a sorrir.
Diz-me os teus jogos da infncia
As lgrimas que verteste,
As penas que padeceste,

Sem eu as poder sentir.

Tu choravas! quando longe


Eu de ti, talvez sorria!
Tu choravas! e eu podia
To indiferente viver!
Oh! no! mstica influncia,
Que dois entes num s liga,
Embora longe, os obriga
Um com outro a padecer.

E esse, esse o segredo


Da tristeza indefinida,
Que em certas horas da vida
Nos oprime o corao;

Você também pode gostar