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2avroons Mvi2ia01 Presidéncia da Republica Casa Civil Subchefia para Assuntos Juridicos MENSAGEM N° 1.213, DE 31 DE OUTUBRO DE 2001. ‘Senhor Presidente do Senado Federal, Comunico a Vossa Exceléncia que, nos termos do pardgrafo 12 do art. 66 da Constituigéio Federal, decidi vetar parcialmente, por inconstitucionalidade e contrariedade ao interesse piiblico, 0 Projeto de Lei n® 23, de 2001 (n® 3.115/97 na Camara dos Deputados), que “Altera e acrescenta dispositivos na Lei n® 6.404, de 15 de dezembro de 1976, que dispde sobre as Sociedades por ‘Agdes, e na Lei n° 6.385, de 7 de dezembro de 1976, que dispée sobre o mercado de valores mobilidrios e cria a Comissao de Valores Mobiliérios” Ouvidos os Ministérios do Desenvolvimento, Industria e Comércio Exterior e da Fazenda, decidi vetar os seguintes dispositivos. 89° do art, 141 da Lei n® 6,404/76, proposto pelo art. 2° do projeto "Art, 141, § 9° A nomeagao de membro do conselho de administragao ficard prejudicada sempre que o Conselho Administrative de Defesa Econémica - CADE considerar que a referida nomeagao envolve riscos para a livre concorréncia." (NR) Razées do veto “A regra certamente gerard incertezas no seio do mais alto poder de administragao da companhia, com reflexos nefastos para o mercado, prejudicando eventuais estratégias empresariais. A falta de critérios objetivos para o julgamento por parte do CADE — Conselho Administrative de Defesa Econémica cercara de inseguranga a elei¢éo dos membros do Conselho de Administragao, porquanto 0 CADE tera 0 poder de modificar a vontade privada dos acionistas, aos quais, com exclusividade, cabe o direito de, reunidos em assembiéia, votar a composi¢ao do conselho da companhia. Portanto, a norma contida no § 9° do art. 141 constitui interferéncia indevida do Poder PUblico na iniciativa privada, limitando a manifestagéo de vontade daqueles que compdem uma sociedade anénima, sendo, por isso, de constitucionalidade duvidosa Se houver riscos para a livre concorréncia, tais fatos decorrerdio de acées concretas e ndo de uma simples suposi¢ao decorrente de composi¢ao, em tese, do conselho de administrago de companhias. Assim, a regra exorbita da razoabilidade, j4 dispondo o CADE dos poderes necessarios para reprimir abusos eventualmente verificados em prejuizo da livre concorréncia." Caput do art, 143 da Lei n® 6,404/76, proposto pelo art, 2° do projeto “Art. 143. A diretoria seré composta por 2 (dois) ou mais diretores, eleitos e destituiveis a qualquer tempo pelo conselho de administragao, biepshwww planato gov bricev_O8leisMensagem_Veto/2001/Mvi213-01 htm aa 2avroons Mvi2ia01 ou, se inexistente, pela assembiéia-geral na qual aplicar-se-a o disposto no art. 141 desta Lei, devendo o estatuto estabelecer: (NR) Razées do veto "A regra, ao mandar aplicar 0 disposto no artigo 141 a diretoria, esta criando ‘situagao inusitada que, certamente, causaré danos as companhias fechadas. Com efeito, 0 sistema de voto miltiplo, aplicével ao Conseiho de Administragao, como formulador da politica geral de negécios da Companhia, 6 justificdvel; contudo, nao 0 é no ambito da Diretoria, a quem cabe a fungéo executiva, com responsabilidade de agdes coneretas para implementar 0 objeto da companhia, devendo, por isso, set composta por profissionais do mercado, cabendo a nomeagao ao Conselho de Administragao, ou, se inexistente, a assembiéia geral, devendo vigorar o sistema de voto simples, com 0 quorum ordinario previsto na lei Pelos mesmos motivos ndo se justifica a lei prever a possibilidade de titulares de agées preferenciais nao votantes nomearem diretores, direito que deve estar reservado aos titulares de agdes com direito a voto, que podem ser responsabilizados pelos destinos da companhia e com os riscos do eventual fracasso da implementagao da estratégia empresarial.” Caput do art, 146 da Lei n® 6,404/76, proposto pelo art, 2° do projeto "Ar. 146, Poderéo ser eleitos para membros dos érgdos de administragdo pessoas naturais, devendo os diretores e dois tergos dos membros do conselho de administragao residir no Pais, *(NR) Razées do veto “A Lei estabelece como fungéo do Conselho de Administragao, basicamente, a formulagao estratégica da empresa vedando inclusive que os conselheiros pratiquem atos de representagdo, sendo desnecessdria e, dependendo do ramo de atividade da companhia, desaconselhavel que qualquer percentual de sua composigo tenham que residir no pais. & sabido que hoje a viséo global é fundamental na orientagao estratégica das companhias, sendo um contra-senso estabelecer qualquer exigéncia neste sentido; 0 que nao ocorre com a diretoria, onde a lei atual j4 estabelece essa condigao de residéncia no pais. Podemos ressaltar, ainda, que tal exigéncia poderia acarretar um obstaculo ao livre exercicio do diretor dos acionistas exercerem seu direito de voto, notadamente em "joint ventures" formadas por empresas estrangeiras. As altemativas que se apresentariam, para essa empresas, seriam: 1) a nao representagao de algum sécio - 0 que geralmente inaceitavel e inconveniente - ; ou 2) Ter o triplo de conselheiros do que seria necessario — trazendo consigo um indevido aumento de custos. Tal proposta representaria, na pratica, uma reserva de mercado de cargos de conselheiro." § 4° do art. 11 da Lei n° 6.385/76, proposto pelo art. 4° do projeto "Art, 11. biepshwww planato gov bricev_O8leisMensagem_Veto/2001/Mvi213-01 htm ana 2avroons Mvi2ia01 § 42 Da decisao proferida pelo Colegiado da Comisséo, no processo previsto no § 22 do art. 9° desta Lei, cabera recurso ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional, exceto das decisées unanimes, das quais nao cabera qualquer recurso na esfera administrativa. “(NR) Razées do veto "A retirada da possibilidade de recurso a uma segunda instancia contraria todo 0 espirito de decisées sobre matéria contenciosa no Direito Brasileiro. Além do mais poderia induzir 0 colegiado da CVM a somente deliberar de forma undnime retirando a necesséria independéncia de cada um dos diretores, o que € fundamental para a justiga das decisées do érgao." Art_17-A da Lei n® 6,385/76, proposto pelo art. 5° do projeto “Art. 17-A. A Comissao de Valores Mobilidrios, a critério de sua administragdo, poderé nomear, por tempo indeterminado, ¢ a suas expensas, um diretorfiscal para participar da administragao da Bolsa, Corretora ou entidade participante do mercado de valores mobiliérios onde for constatada fraude, mé gestao ou qualquer outra irregularidade que provoque ou possa provocar prejuizos graves aos investidores ou ao mercado em geral.” Razées do veto "A CVM — agora fortalecida, detém o poder de fiscalizar os instrumentos © 0 pessoal qualificado para exercer tal fungao sem que seja necesséria a nomeacao de diretor, ademais, pelas regras da propria lei, os diretores tm responsabilidades definidas que setiam dificilmente afastadas. A loi estabelece que os énus séo de natureza personalissima. Portanto, tal disposigao, ao contrério do estabelecido, poderia levar o diretor ~ fiscal nomeado, encarregados de fiscalizar, a dividir tais responsabilidades com os diretores eleitos, retirando da CVM a isengao necessaria ao ato fiscalizatério. © Ministério do Desenvolvimento, Indistria e Comércio Exterior acrescentou veto ao seguintes dispositivos: § 5% e incisos I, Ile Ill do art. 161 da Lei n® 6.404/76, propostos pelo att. 2° do projeto, “Art. 161 § 52 Na companhia aberta, o conselho fiscal sera composto de 3 (trés) membros © suplentes om igual ntimero, acionistas ou nao, eleitos por assembléia, ¢, na sua constituigéo, serao observadas as seguintes nomas: 1-08 titulares de ages preferenciais sem direito de voto ou com voto restrito, em conjunto com os titulares de agées ordindrias, excluido 0 acionista controlador, terao direito de eleger, em votagao em separado, um membro e respectivo suplente; Il - 0 acionista controlador terd direito de eleger um membro e seu respectivo suplente; IIL - 0 terceiro membro e seu respectivo suplente serdo eleitos em biepshwww planato gov bricev_O8leisMensagem_Veto/2001/Mvi213-01 htm ana 2avroons Mvi2ia01 comum acordo, pelos acionistas referidos nos incisos | ¢ I deste pardgrafo, devendo cada grupo indicar um representante para, em assembléia, proceder a eleigao. Nao havendo consenso, a assembléia deliberard por maloria de votos, cabendo a cada ago, Independente de sua espécie ou classe, o direito a um voto.” “(NR) Razées do veto "O § 52, ora proposto, contraria o espirito da lei, uma vez que estabelece uma norma discrepante desta legislagdo que somente ages com direito a voto podem exercé-lo para a eleigao dos érgaos da Companhia. A tinica excegao a norma contida no inciso | desse § 5°, a proposta é uma interferéncia indevida da lei na iniciativa dos acionistas, Caso a companhia entenda que as elei¢ées devam seguir 0 procedimento proposto no projeto, basta que os estatutos reflitam esse procedimento. A proposta cria a possibilidade de ditadura da minoria e 0 exercicio de pressées ilegitimas por parte de quem sobrepée seus interesses particulares ao da companhia, 0 que contraria o espirito do modemo direito empresarial.” § 5° do art. 26 da Lei n° 6.385/76, proposto pelo art. 4° do projeto Att. 26... § 52 As empresas de auditoria contdbil e os auditores contabeis independentes deveréo manter seus papéis de trabalho em perfeita ordem e estado de conservacao, pelo prazo minimo de 5 (cinco) anos, a disposicao da Comissao de Valores Mobilidrios, do Conselho Federal de Contabilidade e Conselhos Regionais de Contabilidade, e do Banco Central do Brasil, no que diz respeito a instituig6es financeiras e demais instituigdes autorizadas a funcionar por este ultimo.” (NR) Razées do veto "A questéo que se apresenta & que, diferentemente das instiluigées fiscalizadoras do mercado financeiro e de capitais - CVM e BACEN, os Conselhos Federal e Regionais de Contabilidade nao estao adstritos as nomas de sigilo a que estao sujeitos os citados érgaos fiscalizadores, colocando, portanto, em risco segredos fundamentais dos negécios, 0 que poderia ser utilizado pelos fiscalizados como argumento para ndo exporem — como necessério — toda a documentacao exigida para o bom desempenho da fungao dos referidos érgéios." 0 Ministério da Fazenda também subsidiou 0 veto aos seguintes dispositivos: §§.52, 6°, 72, 82, 9° e 10 do art. 115 da Lei n® 6.404/76, propostos pelo art. 2° do projeto "Art, 115, § 5° Poderd ser convocada assembléia-geral para deliberar quanto a existéncia de conflito de interesses e A respectiva solucdo, por acionistas que representem 10% (dez por cento), no minimo, do capital social, observado 0 disposto no pardgrafo tinico, alinea c, parte final, do art. 123. biepshwww planato gov bricev_O8leisMensagem_Veto/2001/Mvi213-01 htm ana 2avroons Mvi2ia01 § 62 A assembiéia a que se refere o § 5° também poderd ser Convocada por titulares de agdes com direito a voto que representem, ‘no minimo, 5% (cinco por cento) do capital votante § 72 No curso da assembléia-geral ordindria ou extraordinéria, os acionistas a que se refere 0 § 62 poderao requerer que se delibere sobre a existéncia de conflto de interesses, nao obstante a matéria no constar da ordem do dia. § 82 Decairdo do direito de convocar a assembléia de que trata 0 § 52 98 acionistas que nao o fizerem no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data em que tiverem ciéncia inequivoca do potencial conflito de interesses § 92 Caso a assembigia-geral, por maioria de votos, delibere haver onflito de interesses, deverd especificar as matérias nas quais 0 acionista em situagao de conflto ficard impedido de votar. § 10. A assembléia especificada no § 9° poderd delegar, com a Concordancia das partes, a arbitragem a solugao do conflito.” (NR) Razées do veto "A necessidade de se vetar os paragrafos acima transcritos decorre de manifesto conflito com o interesse puiblico, em razao da constatagao de que a assembiéia para deliberagao acerca da existéncia de contflito de interesses de que tratam os citados dispositivos se afigura inécua em termos de protecao ao acionista minoritério. Com efeito, nao ha como afastar 0 voto do acionista controlador no conclave pretendido — sob pena de se atribuir aos minoritérios 0 inédito poder de, indiretamente, vetar qualquer deliberagéo a partir da alegagao de existéncia de conflito do controlador, e de se desconsiderar o proprio conflito de interesses do minoritério na assembiéia especial, 0 que demonstra a inexisténcia de efetividade na proposta apresentada. Em realidade, as regras acima enfocadas trariam, na pritica, apenas confusdo, podendo, inclusive, servir para supostamente confirmmar a inexisténcia de um conflito cuja presenga caberia ao Poder Judiciario avaliar, ou mesmo para motivar um aumento de agées judiciais envolvendo o controvertido tema de que se cuida.” § 3° do art. 118 da Lei n? 6.404/76, proposto pelo art. 2° do projeto "Art. 118. § 32 Nas condigdes previstas no acordo, os acionistas podem Promover a execugao especifica das obrigagdes assumidas e a sentenca judicial, uma vez transitada em julgado, ou a decisdo proferida por juizo arbitral, que condenarem o acionista a proferir voto nos termos de acordo de acionistas, produzira todos os efeitos do voto nao proferido, *(NR) Razées do veto "A necessidade de se vetar 0 pardgrafo acima transcrito decorre de manifesto conflito com o interesse ptiblico, eis que tal dispositive colide com 0 art. 461 do Cédigo de Proceso Civil, exigindo sentenca transitada em julgado em questéo que, em tese, pode ser objeto de biepshwww planato gov bricev_O8leisMensagem_Veto/2001/Mvi213-01 htm 514 2avroons Mvt2ts-ot tutela antecipada. A aceitagéo do paragrafo acima acarretatia, nitidamente, um retrocesso, especialmente se considerado que a redagao atual do § 3° do art. 118 da lei societéria € satisfatéria permite aos interessados 0 uso, consentaneo com o dinamismo das rolagées sociais, das relevantes © efetivas regras do vigente Cédigo de Processo Civil atinentes & execugao especifica de obrigagées.” Inciso | do art, 172 da Lei n? 6,404/76, proposto pelo art, 2° do projeto "Art, 172, |- venda, no Pais ou no exterior, em bolsa de valores ou mediante distribuigéo no mercado de emissao piblica que assegure efetiva dispersao de titulos, a ser definida pela Comissao de Valores Mobilidrios; ou NR) Razées do veto “Impde-se opor veto presidencial ao inciso | do art. 172 do projeto de lei ‘em exame, por razées de conflito com o interesse pilblico. Com efeito, constata-se que 0 dispositive em tela estabelece, como condigdo para supresso do direito de preferéncia na subscri¢ao de aumento de capital, que a emissdo assegure "efetiva dispersdo de titulos", 0 que configura uma obrigacao de resultado, cuja obtengao jamais poderé ser garantida pela companhia emissora. A redagao deste inciso dara ensejo a interpretagdo da que a emissao ficara sujeita a uma condigao de dificil previsibilidade para que possa ser reputada como valida, podendo ocasionar inseguranga juridica e até mesmo a inviabitidade do aumento de capital, ocasionando danos para as companhias ¢ seus acionistas.” § 5° do art, 254-A da Lei n® 6.404/76, proposto pelo art. 3° do projeto "Art, 254-4, § 52 As companhias poderdo conceder aos seus acionistas sem direito de voto 0 direito previsto neste artigo em igualdade ou no com as ages com direito a voto, devendo regular no estatuto com precisdo e mindcia as condigdes do exercicio deste direito. A posterior modificagao do estatuto neste caso obedecera ao disposto no § 12 do art. 136." Razées do veto “A necessidade de se vetar o parégrafo acima transcrito decorre de manifesto conflito com o interesse piiblico, eis que 0 dispositivo prove a possibilidade de concessao de direito a acionistas sem direito de voto que j4 consta, qualificado como preferéncia/vantagem que pode ser atribuida a ages preferenciais sem direito de voto ou com restrigao ao exercicio deste direito, do art. 17 do projeto de lei ora comentado, ensejando inclusive, em face da parte final respectiva, um sério risco de inseguranga juridica. Com efeito, a supressdo do direito de que se trata que tenha sido concedido como preferéncia/vantagem, nos termos do art. 17 supramencionado, somente poderd corer com observancia do disposto no art. 136 da lei societéria, sem prejuizo da possibilidade de se exercer 0 direito de recesso estabelecido pelo art, 137 do mesmo biepshwww planato gov bricev_O8leisMensagem_Veto/2001/Mvi213-01 htm ene 2avroons Mvi2ia01 diploma legal Ocorre que a letra da parte final do pardgrafo ora examinado permite a interpretagao de que a retirada do direito ali previsto pode ocorrer sem que isso implique direito de recesso, j4 que nao ha remissao ao art 137 retro e ndo se trata, em sentido estrito, de preferéncia/vantagem, 0 que, em sendo aceita a proposi¢ao, podera acarretar a vigéncia de Tegra com pouca efetividade © desconforme relativamente ao sistema juridico e gerar inimeras discusses, inclusive no Ambito judicial Ademais, tendo em vista o disposto no art, 17, § 12, inciso III, do projeto de lei em comento, que permite a atfbuigéo as agées Preferenciais de preferéncia consistente no direito de serem incluidas na oferta publica de alienagao de controle, nas condigdes previstas no art. 254-A, poder-se-ia entender que tal preferéncia ficaria sujeita ao teor do paragrafo de que se trata, possibilitando que a participagao do acionista preferencialista se dé em condigao menos vantajosa do que a prevista no caput do art. 254-A." § 2° do art, 17 da Lei n® 6.385/76, proposto pelo art. 4° do projeto "Art, 17. § 22 Caberd as entidades referidas no § 12 exercer as competéncias previstas nos incisos | ¢ Il do art. 9°, podendo aplicar, as pessoas mencionadas nas alineas a a g do inciso I do art. 92 que forem responsavels pela pratica de atos ilicitos e préticas nao ealitativas ocorridas na sua érea de abrangéncia, as penalidades previstas nos incisos 1a Ill do art. 11." (NR). Razées do veto “A necessidade de se vetar 0 pardgrafo acima transcrito decorre de manifesto conflito com 0 interesse publico e de possivel inconstitucionalidade, eis que o regime constitucional e legal patrio néo aparenta se compatibilizar com a delegagao de poder de policia que se configuraria com a aceitagao do dispositive de que se cuida, sendo certo, outrossim, que a fiscalizagao exercida por esta Comissao sofreria um sétio abalo em termos de credibilidade com a sua entrada em vigor, na medida em que parte relevante do mercado mobiliério estaria, entéo, imune a interferéncia estatal direta para reprimit infratores. Note-se que a Bolsa de Valores 6 pessoa juridica de direito privado que, n&o obstante o interesse piblico que a envolve ¢ a sua caracteristica legal de auxiliar desta Comissao, ndo desempenha atividades tipicas de Estado, entre as quais se encontra 0 exercicio de poder de policia em sentido estrito previsto no dispositive acima enfocado, independentemente do tradicional poder disciplinar afeto as Bolsas relativamente aos seus membros." © Ministério da Justiga argumentou e eu acatel 0 veto aos seguintes dispositivos: Art, 5° da Lei n® 6,385/76, proposto pelo art, 4° do projeto "Art, 5° E instituida a Comissdo de Valores Mobiliétios, entidade autarquica em regime especial vinculada ao Ministério da Fazenda, com personalidade juridica e patriménio proprios, dotada de autoridade administrativa independente, auséncia de subordinacao hierdrquica, mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira biepshwww planato gov bricev_O8leisMensagem_Veto/2001/Mvi213-01 htm ma 2avroons Mvi2ia01 orgamentaria." (NR) Razées do veto "O dispositive no pode ser acolhido, uma vez que compete privativamente ao Presidente da Republica iniciar o processo legislativo para dispor sobre a criagao de érgaos da administracao publica (art. 61, § 12, Il, "e"), Poder-se-4 argilir que nao se trata de criagao, ja que subsiste a CVM. Entretanto, assim nao nos parece, e isso porque a alteragao da natureza juridica da entidade, que passaré a ser a de autarquia especial, sem subordinagao hierérquica, acarreta, na verdade, a extingo da hoje existente CVM ea criagéo de nova entidade, ainda que se mantenha a mesma nomenclatura da anterior. Evidentemente, mudada a esséncia, mudada a pessoa juridica.” Art. 62 da Lei n° 6.385/76, proposto pelo art. 4° do projeto "Art. 62 A Comissao de Valores Mobilidrios seré administrada por um Presidente e 4 (quatro) Diretores, nomeados pelo Presidente da Repubblica, depois de aprovados pelo Senado Federal, dentre pessoas de ilibada reputagao e reconhecida competéncia em matéria de mercado de capitals, § 12 O mandato dos dirigentes da Comissao seré de 5 (cinco) anos, vedada a recondugao, devendo ser renovado a cada ano 1/5 (um quinto) dos membros do Colegiado. § 22 Os dirigentes da Comissao somente perderéo 0 mandato em vVirtude de rentincia, de condenagdo judicial transitada em julgado ou de processo administrative disciplinar. § 3 Sem prejuizo do que prevéem a lei penal e a lei da improbidade administrativa, sera causa da perda do mandato a inobservancia, pelo Presidente ou Diretor, dos deveres e proibigdes inerentes ao cargo. § 42 Cabe ao Ministro de Estado da Fazenda instaurar 0 processo administrativo disciplinar, que serd conduzido por comissao especial, competindo ao Presidente da Repdblica determinar o afastamento proventivo, quando for 0 caso, e proferir 0 julgamento, § 52 0 ex-dirigente da Comisséo continuard vinculado @ autarquia, mediante remiuneragao equivalente a do cargo de dirego que exerceu, durante o periodo, nao inferior a 3 (trés) meses, comespondente a 1/10 (um décimo) do tempo de efetivo exercicio do cargo, no qual estard impedido de prestar, direta ou indiretamente, independentemente da forma ou natureza do contrato, qualquer tipo de servico as empresas sob sua regulamentagéo ou fiscalizagao, inclusive controladas, coligadas ou subsididrias. § 6° Incorre na prética de advocacia administrativa, sujeitando-se infrator as penas previstas no art. 321 do Cédigo Penal, 0 ex-dirigente da Comissao, inclusive por reniincia ao mandato, que descumprir 0 disposto no § 52. § 72 A Comissao funcionard como érgao de deliberagao colegiada de acordo com 0 seu regimento intemo, e no qual sero fixadas as atribuigdes do Presidente, dos Diretores e do Colegiado § 82 No caso de rentincia, morte ou perda de mandato do Presidente da Comissao de Valores Mobilidrios, assumird Diretor mais antigo ou 0 mais idoso, nessa ordem, até nova nomeagéo, sem prejuizo de suas atribuigdes: biepshwww planato gov bricev_O8kelMensagem_Veto/2001/Mvi213-01 htm an 2avroons Mvi2ia01 § 92 No caso de rendincia, morte ou perda de mandato de Diretor, proceder-se-4 a nova nomeagao pela forma disposta nesta Lei, para completar o mandato do substituido.” (NR) Razées do veto ‘© art. 62 da Lei n® 6.385, de 1976, que inclui requisito para a nomeagao do presidente e dos diretores da autarquia, estabelecendo para esses prazo de mandato, nao deve ser aceito, uma vez que compete ao Presidente da Republica privativamente iniciar as leis que disponham sobre servidores piiblicos, regime juridico e provimento de cargos desses (art. 61, § 12, Il, "c"). Ora, estabelecido novo requisite para a nomeacdo, alteram-se as regras de provimento do cargo, e estabelecido mandato, modificam-se as normas para a exoneragao deste, matéria essa afeita ao regime juridico do servidor. E nao se diga que quem possui mandato néo servidor, e isso porque todo aquele que ocupa cargo piiblico é assim considerado. Quanto a regra contida no § 52 deste artigo que estabelece a “quarentena" para os ex- dirigentes da CVM, além de ferir 0 principio da iniciativa, acarreta despesa, néo podendo, portanto, ser acatada sequer sob a dtica da convalidagao.” 86 12.6 2° do art 8; caput, 1, a, © §§ 12 a 62 do art. 92: §§ 5°, 10 e 11 wi, 11: § 12 do art, 15: §§ 19 e 22 do art, 22 © caput do art, 24 da Lei n° 6.385/76. propostos pelo art. 4° do projeto; além do art. 21-A, acrescido pelo art. 5° do projeto “Art, 82 § 12.0 disposto neste artigo no exclui a competéncia das Bolsas de Valores, das Bolsas de Mercadorias e Futuros, e das entidades de compensacao e liquidagdo com relagao aos seus membros @ aos valores mobiliarios nelas negociados. § 22 Sero de acesso piiblico todos os documentos e autos de processos administrativos, ressalvados aqueles cujo siglo seja imprescindivel para a defesa da intimidade ou do interesse social, ou cujo sigilo esteja assegurado por expressa disposi¢ao legal "NR) "Art, 92 A Comissao de Valores Mobilidrios, observado 0 disposto no § 22 do art. 15, poderd: 1 - examinar e extrait cépias de registros contdbeis, livros ou documentos, inclusive programas eletrénicos e arquivos magnéticos, 6plicos ou de qualquer outra natureza 9) de outras pessoas quaisquer, naturais ou juridicas, quando da ocoréncia de qualquer irregularidade a ser apurada nos termos do inciso V deste artigo, para efeito de verificagdo de ocorréncia de atos ilegais ou praticas nao eqiitativas § 12. Com o fim de prevenir ou cortigir situages anormais do mercado, a Comissao podera: biepshwww planato gov bricev_O8leisMensagem_Veto/2001/Mvi213-01 htm on 2avroons Mvi2ia01 § 22 © processo, nos casos do inciso V deste artigo, podera ser precedido de etapa investigativa, em que sera assegurado 0 sigilo necessdrio a elucidagao dos fatos ou exigido pelo interesse publico, e observard 0 procedimento fixado pela Comissao. § 3° Quando o interesse ptiblico exigir, a Comissao podera divulgar a instauragao do procedimento investigative a que se refere 0 § 2°. § 42.Na apuragdo de infragées da legislagao do mercado de valores mobilidrios, a Comissdo devera dar prioridade as infracdes de natureza grave, cuja apenagao proporcione um maior efeito educative e preventivo para os participantes do mercado. § 52 As sessdes de julgamento do Colegiado, no processo administrativo de que trata o inciso V deste artigo, seréo publicas, podendo ser restringido 0 acesso de terceiros em fungao do interesse puiblico envolvido, § 62 A Comissao seré competente para apurar e punir condutas fraudulentas no mercado de valores mobiliérios sempre que: | - seus efeitos ocasionem danos a pessoas residentes no territério nacional, independentemente do local em que tenham ocorrido; & Il - 08 atos ou omissées relevantes tenham sido praticados em territério nacional." (NR) "Ar 11... § 52 A Comissdo de Valores Mobilidrios podera, a seu exclusive Critério, se o interesse publico permitir, suspender, em qualquer fase, 0 procedimento administrativo instaurado para a apuragao de infragdes da legisiagao do mercado de valores mobilidrios, se o investigado ou acusado assinar termo de compromisso, obrigando-se a § 10. A Comissao de Valores Mobiliérios regulamentaré a aplicagaio do disposto nos §§ 5° a 9° deste artigo aos procedimentos conduzidos pelas Bolsas de Valores, Bolsas de Mercadorias ¢ Futuros, entidades do mercado de balcéo organizado e entidades de compensagao e liquidagao de operagdes com valores mobilirios. § 11. A multa cominada pela inexecugao de ordem da Comissao de Valores Mobiliétios, nos termos do inciso || do caput do art. 9 e do inciso IV de seu § 12 nao excederd a RS 5.000,00 (cinco mil reais) por dia de atraso no seu cumprimento e sua aplicagao independe do processo administrative previsto no inciso V do caput do mesmo artigo, (NR) “Art. 15. § 12 Compete a Comissdo de Valores Mobilidrios definir: biepshwww planato gov bricev_O8leisMensagem_Veto/2001/Mvi213-01 htm sone 2avroons Mvi2ia01 " (NR) “Art, 22. § 12 Compete 4 Comisso de Valores Mobilidrios expedir normas aplicaveis as companhias abertas sobre: I- a natureza das informages que devam divulgar e a periodicidade da divulgacao; II - relatério da administrago e demonstragées financeiras; IL - a compra de agées emitidas pela propria companhia e a alienagao das agées em tesouraria; IV - padres de contabilidade, relatérios © pareceres de auditores. independentes; V - informagées que devam ser prestadas por administradores, membros do conselho fiscal, acionistas controladores e minoritarios, relativas 4 compra, permuta ou venda de valores mobilidrios emitidas pela companhia e por sociedades controladas ou controladoras; VI - a divulgagao de deliberagdes da assembléia-geral e dos érgaos de administragao da companhia, ou de fatos relevantes ocorridos nos seus negécios, que possam influir, de modo ponderavel, na decisdo dos investidores do mercado, de vender ou comprar valores mobilidrios emitidos pela companhia; Vil - a realizagéo, pelas companhias abertas com agées admitidas & negociagao em bolsa ou no mercado de balcao organizado, de reunides anuais com seus acionistas e agentes do mercado de valores mobiliérios, no local de maior negociagao dos titulos da companhia no ano anterior, para a divulgagao de informagées quanto a respectiva situagao econdmico-financeira, projegdes de resultados e resposta aos esclarecimentos que Ihes forem solicitados; VIll - as demais matérias previstas em lei § 22 As normas editadas pela Comisso de Valores Mobilidrios em relagdo ao disposto nos incisos Il e IV do § 12 aplicam-se as instituig6es financeiras © demais entidades autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, no que néo forem confltantes com as normas baixadas por este." (NR) “Art. 24, Compete a Comissao autorizar a atividade de custédia de valores mobilidrios, cujo exercicio seré privativo das instituigses financeiras e das entidades de compensagao e liquidagao. “ (NR) “Art. 21-A. A Comissao de Valores Mobilidrios podera expedir normas aplicéveis natureza das informagées minimas e a periodicidade de sua apresentacao por qualquer pessoa que tenha acesso a informagao relevante nao divulgada." Razées do veto. "A criagao, estruturagao e atribuices, inclusive a organizagao e funcionamento dos érgdo e entidades da administragao publica eram, & 6poca da propositura do projeto, matéria de iniciativa reservada ao Presidente da Reptblica (art. 61, § 1°, ¢, do texto original da Constituigdo Federal). Padecem de vicio de iniciativa, portant, as biepshwww planato gov bricev_O8leisMensagem_Veto/2001/Mvi213-01 htm vine 2avroons Mvi2ia01 normas que, mediante iniciativa parlamentar, tem por objetivo atribuir competéncias 4 Comissdo de Valores Mobilidrios. Outrossim, tals matérias tomaram-se, por forga da Emenda Constitucional n° 32, de 11 de setembro de 2001, questées reservadas a Decreto (CF, art. 84, VI, a, com redagao da EC'32)." Incisos |II e IV do art, 16; caput, inciso I, ¢ alineas a, b, c. d, f, hdo art, 18 da Lei n° 6.85/76, propostos pelo art. 4° do projeto "Art. 16. IIL - mediagao ou corretagem de operagées com valores mobilidrios; e IV - compensagao e liquidago de operagdes com valores mobilidrios " (NR) “Art. 18. Compete & Comissao de Valores Mobiliérios: | editar normas gerais sobre: a) condig6es para obter autorizagao ou registro necessario ao exercicio das atividades indicadas no art. 16, @ respectivos procedimentos administrativos; b) requisitos de idoneidade, habiltagdo técnica e capacidade financeira a que deverdo salisfazer os administradores de sociedades e demais pessoas que atuem no mercado de valores mobildrios; ¢) condigdes de constituigéo e extinggo das Bolsas de Valores, entidades do mercado de balcdo organizado e das entidades de compensacao ¢ liquidagdo de operagées com valores mobiliérios, forma juridica, érgaos de administragao e seu preenchimento; d) exercicio do poder disciplinar pelas Bolsas e pelas entidades do mercado de balc&o organizado, no que se refere a5 negociacdes com valores mobildrios, e pelas entidades de compensacao e liquidagdo de operagdes com valores mobilidrios, sobre os seus membros, imposigdo de penas e casos de exclusao; f) administragao das Bolsas, das entidades do mercado de balcéio organizado ¢ das entidades de compensagao e liquidacdo de operagées com valores mobiliérios; emoluments, comissées e quaisquer outros custos cobrados pelas Bolsas e pelas entidades de compensacao e liquidagao de operagdes com valores mobiliérios ou seus membros, quando for 0 caso; fh) condigdes de constituigéo e extingéo das Bolsas de Mercadorias e Futuros, forma juridica, érgdos de administragao e seu preenchimento, “ (NR) Razées do veto “A criagdo, estruturagao e atribuigdes, inclusive a organizagéo e funcionamento dos érgao e entidades da administrago publica eram, a biepshwww planato gov bricev_O8leisMensagem_Veto/2001/Mvi213-01 htm vane 2avroons Mvt2ts-ot €poca da propositura do projeto, matéria de iniciativa reservada ao Presidente da Reptblica (art. 61, § 1°, ©, do texto original da Constituigao Federal). Padecem de vicio de iniciativa, portanto, as nomas que, mediante iniciativa parlamentar, tem por objetivo atribuir competéncias a Comissao de Valores Mobilidrios.” Arts. 27-A e 27-B da Lei n® 6385/7 tos pelo art. 5% do projeto "Art. 27-A. Fica criado o Comité de Padres Contabeis - CPC, entidade sem fins lucrative, que tem por objeto 0 estudo, elaboragao divulgagao de principios, procedimentos e padrées de contabilidade." § 12 0 6rgao deliberative do Comité sera integrado por até 9 (nove) membros, dotados de ilibada reputagdo e reconhecida capacidade técnica, representantes das seguintes entidades: 1 - 6rgo regulador do mercado de capitai Il - 6rgao federal de fiscalizagao do exercicio da profissao contabil; I - entidades nacionais representativas de quem elabora, audita e analisa as informagées e demonstragées contabeis; IV - universidades e institutos de pesquisas com reconhecida atuagao nna area contabil e de mercado de capitais., § 22 0 Comité ser ainda integrado por representantes de outros 6rgaos oficiais de controle, quando houver discussao e elaboragao de normas contabeis aplicaveis as sociedades que estejam sob sua regulamentagao. § 32. A maioria dos membros do érgo deliberative do Comité deverd ser de contadores. § 42 Cabera ao Ministro de Estado da Fazenda nomear e destituir as entidades referidas nos incisos Ill @ IV do § 12, aprovar o Regimento Intemo do Comit8, bem como estabelecer, com o assessoramento do Conselho Federal de Contabilidade e da Comisséo de Valores Mobilidrios, os procedimentos necessérios para sua instalagao. § 5° © Comité doliberara por maioria de votos © estabolecerd om regimento préprio a sua estrutura, recursos e as condigées de seu funcionamento. § 62 0 Comité deveré divulgar, por qualquer meio idéneo e de amplo acesso, projeto de pronunciamento ou orientagao técnica, com prazo minimo de 30 (trinta) dias, para receber sugestées ou convocar os interessados para audiéncia piblica destinada ao debate da matéria. Art. 27-B. Os pronunciamentos ¢ orientagdes emitidos pelo Comité de Padrées Contabeis - CPC poderdo ser objeto de lei delegada elaborada pelo Presidente da Republica, em conformidade com o disposto no art. 68 da Constituigdo Federal.” Razé6es do veto “Igualmente, 0 Capitulo VII-A, a ser incluido pelo art. 5° na Lei n® 6.385, de 1976, ndo pode ser acolhido, porque, ao criar 0 Comité de Padrées Contabeis, cria 0 projeto de iniciativa parlamentar entidade no Poder Executive, como se depreende da regra constante do § 42 do art. 27-A projetado, A proposta é omissa sobre a natureza juridica da biepshwww planato gov bricev_O8leisMensagem_Veto/2001/Mvi213-01 htm rane 2avroons Mvi2ia01 nova entidade, permitindo que seu regimento a fixe (§ 5% do art, 27-A), Tendo em vista que da criagdo deverd advir despesa, e isso porque regimento desta disporé sobre, inclusive, seus recursos, ndo pode a iniciativa partamentar ser aceita (art. 61, § 12, I, “e", da CF)." Estas, Senhor Presidente, as razdes que me levaram a vetar os dispositivos acima mencionados do projeto em causa, as quais ora submeto a elevada apreciagao dos Senhores Membros do Congresso Nacional, Brasilia, 31 de outubro de 2001 biepshwww planato gov bricev_O8leisMensagem_Veto/2001/Mvi213-01 htm vane

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