Você está na página 1de 5

Quando o Sol as

alumia;
E a alva flor da
laranjeira
Ao vu de neve
prendia.

Que longo porvir


d'amores,
Que futuro de
poesia,
Que palcios
encantados
Lhe pintava a
fantasia,
Quando a flor da

laranjeira
Ao vu de neve
prendia!

E ao casto leito de
virgem
Dentro da alcova
sombria,
A noiva, de vez em
quando,
Inquieta os olhos
volvia;
E a alva flor da laranjeira
Ao vu de neve prendia.

Por entre o rosai


florido,
Que o balco lhe

entretecia
As avezinhas
cantavam
Com festiva melodia.
E ela a flor da
laranjeira
Ao vu de neve
prendia.

Alto ia o Sol,
resplendente
Na manh daquele
dia,
Cuja noite... Esta
lembrana
Da noiva as faces
tingia;

E a alva flor da
laranjeira
Ao vu de neve
prendia.

A me, vendo-a to formosa,


Julgava um sonho o que via,
Que o vestido de
noivado
As graas lhe
encarecia,
E a alva flor da
laranjeira
Do vu de neve pendia.

Vm as irms, que a
contemplam

Com inveja, eu juraria:


Ela baixa os olhos, cora,
O que mais bela a fazia,
E a alva flor da
laranjeira
Do vu de neve pendia.

Junto delas, perturbada,


Quase nem falar podia;
S as mes bem compreendem
O que a noiva ento sentia,
Quando a flor da laranjeira

Você também pode gostar