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FOLHA DE S.

PAULO - Quarta-feira, 24 de março de 2010

foco

Porções de comida são maiores em


versões mais recentes da Última Ceia
DA REDAÇÃO

A epidemia de obesidade pode ser um fenômeno moderno,


mas o aumento nas porções de comida tem raízes milenares,
afirma um novo estudo. Uma dupla de pesquisadores que
comparou 52 pinturas diferentes retratando a cena bíblica da
Última Ceia mostrou que a fartura do banquete vem
aumentando gradualmente desde o século 11. Seu trabalho
indica que os pratos principais mostrados nas obras
cresceram 69%, enquanto pães aumentaram 23% e entradas,
65%.
"O último milênio testemunhou um aumento dramático em
produção, disponibilidade, segurança, abundância e
barateamento de comida", diz Brian Wansink, diretor de um
laboratório da Universidade de Cornell (EUA) que estuda
alimentação e comportamento. Autor do best-seller
"Mindless Eating" (Alimentação Negligente), ele assina o
novo estudo ao lado de seu irmão Craig, pastor presbiteriano
e teólogo, do Wesleyan College da Virgínia.
Segundo a dupla, a ideia para o trabalho surgiu de forma
natural. "Acreditávamos que, se a arte imita a vida, essas
mudanças deveriam se refletir nas pinturas sobre o jantar
mais famoso da história", disse Brian em comunicado à
imprensa.
Tudo o que os cientistas usaram no estudo foi um
computador e um livro de arte que reunia as pinturas. Com
um software especial, a dupla passou a medir dentro das
imagens o tamanho das porções em pratos de entrada,
refeições principais e pães. As dimensões dos desenhos eram
calculadas tomando como referência o tamanho da cabeça
das pessoas retratadas nos quadros.
O resultado final, que confirmou a tese inicial dos irmãos
Wansink, está descrito em estudo no periódico científico
"The International Journal of Obesity".

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