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« z € Q Ww a Q a al € u CALDO DE CANA 4 Deseritivo Aad Compesig&o do Caldo de Cana Quande a cana é mofda, uma série de compostos s&o extraidos. ¢ edlulas do parénquima Cmedula) contém caldo rico em agucar @ coma fo de fucil rompimento, o caldo destas células @ © primeiro 3 ser extraido. 0 culdo remanescente esta contide nos feixes vascu lares rfgides, os quais conduzem os nutrientes entre as raizes as folhas das plantas. Este caldo é dilufdo, de baixa pureza @ de composig&o varidvel. A composi¢ée quimica do caldo de cana pode variar largamente gundo uma série de fateres, tais como yariedads, estudo de matu ‘i i jade, tipo de solo, adubacdo etc. sufmica de um caldo de cana varia dentro dos seguintes limites: dgua 750 a 88 Sacarose P4@ a 2% @gicares redutores 3a 2,5 % N&o-agiicares org4nico: @5a 45% Néo-agicares inorg&nicos Ba 0,7 % Sélidos totais ou Brix 12 a 28% mo: “nBo-agucares’ ¢ usado para expressar todas as substan soliiveis nos caldos, com excecdo dos “acdcar (sacarose, glucose, frytose). A natureza destes n&o-acicares € significati vanente importante para definir o comportamnento de uma usina ou regio em relacio a outra. Uma composic&o mais detalhada dos caldos de cana. @ dada na Tabela i. » das substGncias des Ocaldo misto oriunda das moendas, a critas, contém outras impurezas que ge incarenrem de cesso da extracie ¢ que se encontram geralmente em suspens&o. tas impurezas podem ser de origem mineral (areia, argila) ou vese fal (bagacilho). Igualmente, uma certa quantidade de ar ¢ incor porada no caldo para dissolugis no liquido ou oclus&> no bagacitho. 1.2 Propriedades ffsico~qufmicas dos componentes dos Caldos de Cana. As operagSes realizadas durante a clarificag&o do calde, dependem de alguma maneira das propriedades fisico-quimicas dos compo nentes presentes no caldo de cana. Uma breve revisio destas pro priedades so dadas abaixo. Tabela 4.4 - Composi¢&e dos Caldos de Cana % Sélidos Soluveis j 4 Aglicares 25 a 93 a ~ Sacarose 70 a ot ~ 2 a 4 2 a4 Sais a ~ Acidos Inorganicos a ~ Keides Organicos a Acidos Orsanicos a 5,5 > fcidos Carboxilicos a, 3,0 ~ Aminodc idos a 2,5 Proteinas a 0,6 amido a 0,05 Gomas, @3 a 6 Ceras € Graxas 9,05 a 0,45 Corante @ Outro: 3,0 a 5,0 foreey Sacarose 1.24.4 Ptopriedades gerais @ sacarose € o produto principal ex recuperagic, obtida por cr stente no caldo de cana @ sua talizag%o, ¢ 0 objetivo principal das usinas agucar. @ um dos alimentos mais baratos por unidade de calorias fornecidas ao corpo humano; dai a import&ncia dessa in= distria. 0 termg “agicar’ € utilizade correntemente para expressar a‘saca~ rose, que ¢ o mais abundante dos agicares existentes nas plantas. Os aciicares sf0 carbohidratos (formados de carbone @ dguiad de alto valor energdtico, sintetizades pelas plantas na presenca de luz e de clorofila (fatdésintese). 7 A sacarose ¢ um dissacarideo ¢ tem férmula molecular Cia um peso molecular de 342,3. Cristatiza no sistema monoc tem densidade de 1,588. lf oticamente ativa com rotag&o especffica 52° = 6§,53°, Funde a 498°C, decompondo-se © formando “caramelos’. 14,3740. 0 indice de refracSo de uma solugSo a 26% ¢ - & soldvel na Pouce soltivel am etanol (@,9% a-28°C), @ solu bilidade em dada ona Tabela i.2 @ a velocidade de dissoluc&o varia diretamente com a temperatura, taxa'de agitacSo, ~ srau de saturacfo © inversament® com o tamanho do cristal. 1 Tabela 4.2 - Solubilidade da Sacarose em Agua!’ segundo Vavr inecx 4) : ‘Temp g sacarose/ g sacarose/ ee 4003 solucka 100g de agua . 65,43 189,26 = 65,04 L944 ns 66,72 200,47 H 67,47 > 207,43 Set 68,29 215,35 iw 59,47 224,36. - 70,10 234,50 fire 71,097 245,89 ~ 72,42 258,63 73,18 272,84 Fe A286 288,56 et 75,37 305,96 feb 76,48 325,15 : 77,389 246,15, o 78,68 348,99 Pt 79,74 393,68 80,77 420,04 i 4 férmula estrutural da sacarose, segundo a projecdo de-Haworth (7) é a seguinte: ee GH20H - g 0. CHZOH 0. 7 4/4 Ny [7 NY - ¢ HON OH Ap INE He ZoH,0H Mm co 0: c i i i i H OH H Sacarose (a ~ D = glucopiranosil ~ 8 ~ D ~ fructo furanosideo) £.24.2 Decomposic&o em meio dcido Na presenca da dcides ou de certas enzimas a sacarose sofre de- conpesic&e, transformando-se nos seus monossacarideos (glucose @ frutose). Esta or drélise ¢ conhecida como “invers%o” ¢ pode ser representada estequiometricamente par? Caatent let) > GellssQe + Cally 2De (Sacarose) Cigua CBiddase) CPriFoser D nome .invers&o ¢ derivado do fate de que a soma algdbrica do poder rotatério da mistura de glicose @ frutose @ negativa, in vertendo, por isso, rota;#o especifica da soluge inicial que era positiva. A velocidade de inverse pode ser representada.algébricamente por uma reacéo de primeira ordem do tipo: ~ : C= Coe Onde, Co representa a concentracke inicial, C é a concentragio depois de um tempo t, @ k € a constant. A cons da velocidade de reagho. ante k (min “*) pode ser obtida da equagSe acima, donde: to In a=" & constante de velocidade & ¢ influenciada pela concentragic de acidos presentes (ions H*>, temperatura, concentragao de saca rose, concentracdo de eletrdlitos etc. Varios autores tem estu dado 9s efeites ‘individuais de cada fator acima citado ¢ ex pressées correlacionande cada fator com a constante de velacidade tem sido obtidas (2 Para solugdes puras, o5 valores encontrados par Jackson @ Gillis, para a nvesdo de uma solug&o de sacarose mantida a pH 2 so. da~ dos na Tabela 1.3 : Tabela 1.3 — Constante de velocidade para hidrélise da sacarose «@) Temperatura Const ede ‘Tempo para °c Velocidade inversio (kd a pH 2 (hut) chy A Figura i.i mostra a taxs de invers%o da sacaroze por hora em funcda da temperatura @ pH. pH 1B 7,0 6, 66 6,4] 6.2| 6,0 35,8 5,6 54] 32 3,9] 4.8] acs 44 2,0 2,5 Horas Figura 4.4 - Taxa de Inversdo da Sacarose em Fungo da Temperatu rae pH. Em solugdé fortemente dcidag, os monossacar{deos resultantes da invers&o da sacarose, slucose e frutose, sofrem decomposicXo, pascando a hidroximetil-furfural ¢ em seguida a dcidos organicos Clevulinice ¢ térmico) ¢ 98s carbénico. 442.423 Decomposi¢&o em meio. aicalino Em meio alcalino, a ligag%e entre os grupos glucosidicos dos dois Componentes Ja sacarose é muito mais estavel que am meia acido. Somente em temperaturas acima de S@°¢ ¢ que a decomposigko comeca a ocorrer. Num primeiro estdgio a sacarose ¢ decomposta em glu~ cose © frutose & ir estes monossacar(deos sdo decomposto em acide uma série de outros componentes intel mnedidrios As reagdes de decomposicio em meio alcal{no s%o igualmente influ~ enciadas pelo pH, temperatura, concentrag%o de eletrdlitos. A minima decomposi¢&o da sacarose parece estar entre pH de Ba 1%. Acima de pH 1@, a decomaosic¢&o aumenta novamente com sensivel formagSo de cor 4.2.4.4 Decomposigio térmica Un aquecimento rapido da sacarbse até a temperatura de cerca de 140°C, nfo provoca mudangas sens(veis, Mo entanto, quando o aque- cimento é demorado © os cristais s&o submetidos 8 temperaturas mais altas, observa~se lentamente o aparecimento da’ cor amarela, warron, até atingir coloracio bastante escura. Este processo _acompanhado de formacdo de espuma e despreendimento de subst&n~ 6 cias voldteis (ais carbénico, dcide térmico @ agua). A decom Posicio da sacarose inicia-se primeiramente pelo rolipimenta da acto glucosidica. @ perda de dgua se faz a seguir, Formando Produtos de condensag&s, entre,.os quais, varios trisacarfdeos. Taualmente formam-se compastos de redugSo semelhante aos obt idos por decomposic&o dcida. 0 aumento da cor quando a sacarose é aquecida ¢ devido a formacko de uma mistura de pigmentos chamados “caramelos’. Estes caramelos fo misturas de carbohidratos pobres em agua, contendo erodutos da degradagdo da sacarose. Quando a sacarose impura em estado sdlide ¢ aquecida, as inpu 3 presentes influenciam a fuse, bem como a formac¢o de cor. alcalinas tendem a retardar o tempo de fusioe a formacio de dcidos, contudo a destruigdo da sacarose ¢ acompanha da de intensa formagSo de cor. L245 Decomposigio bioqufmica Dentre os intimeros caminhos em que ocorre decomposi¢&o bioquimica da sacarose pode-se citar: a Invers%o enzimatica, a produgio de icidos organicos ¢ a formacSo de dextrana. A Visag%o glucosidica existente na moldcula da sacarose pode ser facilmente rompida através de catalizadores bloqufmicos, denomi nados enzimas. Ne caso, a enzima causadora da invers&o ¢ denomi nada “invertase™. Esta enzima se encontra em muitds seres vivos, desde bactérias, levedurag, fungos, até no re@ino animal e vegetal (ou seJa, na erépria canavdeagiicar) . Necassario observar que uma “yex “quebrada” a molécula de sacarese, podem ocorrer outrae reagdes além da hidrdlise, dependendo da origem da enzima invertase e das condicées Tisico-quimicas onde ocorre a reacko. Por exemplo sob a agio de certos fungos pode haver a formacio de oligosacar{deos, com 2, 4, 3 ou 6 moléculas de frutese ou glicose. fs invertases de algumas leveduras, das rafzes de beterraba we@sma da cana tem atividade como a descrita acima, embora poucg importante em comparagio com, a hidrdlise simples. Estas reaches sfo chamadas transglicosilagSes ¢ seus pradutos sé so Identi- Picdveis por cromatogratia. A destruigié da sacarose durante o processo de fabricac&o do agit car, devido a uma infeccSo micrablana, ce inicia pela inversde & em seguida coma formagdo de varios compostos, principalments scidos org&nicos ¢ polissacarfdeos. Estas infeccSes que ocorrem, geralmente s8o devidas a bactérias mesofilicas. Nos as quais form tura de 30 a! fusores pode ocorrer a presenga de bactdrias termofilicas, m dcida latico. Assim, quando se aumenta a tempera PC, um efeito seletivo pela temperatura ocorre ¢ a OR possib nd ig lidade de formacie de dcido Iitico aumenta, de assepsia nfo forem mantidas. boas 0 polissacarideo dextrai sintetizada principalmente por bac~ “ivias Leuconostoc mesenterdides @ L. dextranicum. A dextrana & uma massa mucilagenosa de alto peso molecular, @ 4% de dextrana é suficiente para duplicar a viscosidade das solugSes de sacarose. Microorganismos formaderes de dextrana encontram condigées dtimas de crescimento durante o processamente de cana-de-agiicar, devido ca de aminodcidos, fatores’ de crescimento de micro-nutri~ entes, prevocanda infecgées caracter{sticas nas moendas © nos equipamentos por onde passa o caldo, 4 temperatura ideal de crescimento é da ordem de 20 a 36°C. A determina¢So da presenga de dextrana no caldo de cana ¢ hoJ considerada como um modo vidvel para yerificar a qualidade da cana depois de cortada. Este procedimento ainda néo é adotado rot ramente em virtude de tas dificuldades nag determi nagdes analfticas. Resta finalmente citar a degradag%o bioquimica da sacarose como Fonte de energia para uma grande variedade de micreorganismos, come por exemplo, a formagdo de etanol € COs pela agio de le duras ¢ algumas bactérias na auséncia de ar. 1.2.4.6 Formac&o de sacarose Quando se trata solug@es de sacarose com dxidos ou hidrdxidos doz metais alcal ino: os0s (cdlcio, estréncic, biriod, obtem~ compostos d@ diferentes composigGes, dependendo das concentracées dos reagentes. fs solugées obtidas podem ser oticamente claras, ou tornarem-se coloidais, gelatinosas ou precipitados cristalinos podem ser separad A solubilidade do dxido de cdlcio na Agua a 42°C de 0,487%. No entanto, muma solugio contendo 29,29 de sacarose e 2,53 de dxida de cdicio podem dissolvidos, resultando compostos chamados sacaratos de calcio. Dmonossacarato de cdlcio (Caataatis . Cao) € 0 dissacarato de cdlcio (Cyataa@.4 . 2 Cao) sXo totalmente soliiveis enquanto que o trissacarato de calcio (CaoHaad., . 3 Cao) é Insoluvel. Os sacaratos so bastant instaveis @ se hidrolisam facilmente, mesmo na presenga de dos fracos. G fato de alguns sacaratos serem insoliveis propiciou o desenvolvimento de uma série de pro cessos para a recuperagso do agicar nos melagos de beterraba. 4.2.2 (gicares redutores 4 denominag&o agdcar redutores (AR) ¢ empregada para desisnar a glicose (dextrose) ¢ a frutose (levulose), devido = propriedad tes compostos juz ie utilizado algumas au mo Sxido de cobr ezes 2 nome “agdcares invertidos’. QD contelida de slicose © frutase presentes no caldo de cana ¢ geralmente diferente. Arelag&o glicese/frutose desta forma ¢ diferente de i; valores de 0,78 “a 2,43, foram encontrados, no agicar demerara, 4 férmula molecular tanto da glicose como da frutose ¢ CaHiade ¢ © peso molecular & 180,2, A rotacSo especifica da glicose ¢ deas* = 52,70° da frutose ¢ de apt de slicos nawanto que a ~_%2,4%. Uma soluc&o com igual proporcko @ frutose apresenta uma rotasio espec(fica de go* = Tanto a slicose como a frutose s&o relat ivailente estdveis, em pH acido , ‘sendo bastante estdveis a pH 3. No entanto, um aq mento prolongado & temperatura de 100°C, provoca a formacko de compostos de condensag&o, devido & perda de agua, resultando dis sacar ideos. En solucdes fortemente dcidas, ocorre desidratagio com a fermacdo de hidroximeti1~fur fural dcidos — orgdnicos — (térmico, Tevulinico). Em solugdes neutras © temperaturas de 400 a 440°C a frutose se decompSe para formar dcido ldtico. Numa segunda reacko a dcido latico se decompée como em mgio acide, formagdo hidr: til fur fural @ dcidos levulinico © formico. solugdes alealinas fraca: a glucose @ a frutose so transformadas em outros monos sacar{deos, como manose, sorbose, alose, psicose, resuitando ainda a formagio de outras substancias, provavelmente dcido sacarinico. Em solugdes alcalinas fortes e¢ temperaturas moderadas, ha for mage de “acidos carboxilicos (fdérmico e acétido) © dcido latico. Em temperaturas de 100°C forma-se o dcida latica © gliceraldeido, eeste: por sua vex, decompde-ce a formaldefde © acido formico, esultando ainda varios outros compostas que d&o formac%o a core Uma reagSo tipica dos acicares redutores com aminodcides, em pre senga de alcalinidade ¢ temperatura ¢ a chamada “reacSo de Mail lard", resultando produtes de cor marrom chamados “melanoidinas” 4s melanoidinas sio produtos melassigénicos, devido ao aumento de viscosidade que provocam. @ presenca dos agucares redutores, em si, nfo prejudica a alizacdo da sacarose. do contrdrio, considera-se atualmente um parametro importante no Jjulgamento da esgotabilidade’ dos, melacos a relacdo redutores/cinzas. Assim, quanto malor esta re lag&o, maior ¢ a esgotabilidade de um melaco. C¢ ¢ & ¢ OEE ¢ ce CRE a ’ E desejdvel que os apicares redutores permanecam constantes ao passar pelo processo de fabricagSo de forma que -ném sejam pro duzidos, devido & alcalinidade © temperatura, pols o& produtos de decompnsig&a destes s%0 bastante indeseJaveis. 4.263 fcides organicos Caldos obtidos de cana madura e recentemente cortadas apresentam un pH da crdem de 5,0 2 5,4. Canas velhas ou deterioradas apés geada, ou canas queimadas tendem a ter caldos com pH mais baixos. Esta acidez é devida a presenga de dcidos organicos. Um grande nimero de dcidos est&o presentes nos caldos, .dos quais pode~si citar, em ordem de maior incidéncia os seguint aconitico, citrico, mdlico, oxdlice, glicdlicg, mesacds succinico, fumario e siringico. Destes, o teor de acido acon! representa cerca de 3 vezes o teor de todos os outros juntos. Canas deterioradas apresentam ainda a présenga de dcido acético & Tdtico, que nfo s¥o dcidos normais existelites na cana. Uma certa quantidade de dcidos organicos é formada ‘durante o pre cessamento da cana, especialmente nas moendas @ tanques de caldo, quando nfo sao tomados os cuidados sanitdrios apropriados. a for macko de dcidos org&nicos também ocarre como resultado de decom posicko da sacarase ¢ dos agicares redutores, como visto anterior mente, @ dos outros compostos presente: no caldo. Amaioria destes dcidos sXo soliiveis em dgua, bem como seus sais alcalinos, sendo portanto responsdveis pela retenc&o de cal © muitos deles (aconitico, odlico) tem sido encontrados nas in crugtracbes dos aquecedores @ evaporadores, na forma de sais de calcio. Durante a clarificagSe, os acidos s%0 neutralizados pela adicio de cal, formando-se sais de calcio. 4 Tabela i.4 fornece a solubilidade dos sais de calcio dos princi pais dcidos acima citados. Tabela £.4 - Solubilidade dos Sais de Céicio dos Acidos exis tentes no Caldo Misto. Sais de Céicio Solubilidade em 3/1903 de agua Aconitato - Citrato 9,218 ("CD Oxalato : ©0014 SC) Maleato i 4,224 (27, 5°c) Succ inate 9,8? (Been) Fumarato Bit (3¢°0) i Lactato Soliivel em qualquer proporsiio Formiato 48,4 (400°C) acetato 29,7 (4oere) 10 4.2.4 Aminodcidos © proteinas @ maior parte doe composto: nitrogenados da cana estie contidos nas folhas @ nos internddics. Assim sendo, a quantidade destes presentes no caldo misto pode variar larsamente, segundo condi¢ées especificas. Os caldos de cana contém varios aminodcidos dos quais pode-se citar os dcidos aspdrtico = glut&mico. Por hidrdélise das prote/ has virios aminodcides também sXo formados tais como: alanina, leucina, glicins, lisina, trionina, etc. 4s amidas como asparagina © glutamina também se decompde pelo aguecimente em meio b’sico produzindo aminode idos. Parte dos aminodcides séo removides durante ®clarificag%o na forma de sais de calcios entretanto, como a solubilidade destes compostos nfo ¢ muito baixa, parte deles nfo so remavides do caldo, sendo, posteriormente encontrados nos melagog. A presenca destes no caldo clarificado pode ocasionar formagso de cor du rante a evapora¢&o ¢ cristalizac&o, pela reag%o como os agicares redutores (reacko dz Maillard). As prote(nas est8o presentes no caldo (@,5%) normalmente no forma coloidal e amaior parte so coaguladas pela aco do cal edo calor, sendo separadas pela decantacdo. As proteinas remanes centes no caldo clarificado s8o bastante prejudiciais pois, tendem Baumentar a viscosidade dos méis ¢@ retardar a velocidade de ristalizas&o, aldm de formar cor devido sua decomposicio. Dentre as proteinas encontradas no caldo de cana podemos citar albuminas, nucleinas, protefnas com atividades fisioldgicas (enzimas) e@ proteinas com atividades patoldgicas (viroses). Como exemplo de uma enziwa tense o ortodifenoloxidase responsdvel pela formac%o de cor no caldo. 1.2.5 Ceras @ graxas @s ceras estSo presentes na cana, na casca, principaimente pr: mo 30s interndédios. Ao ser esmagada, a cana libera uma pat destas ceras que sai junto com o caldo, na forma coloidal ou pen quenas goticulas. Grande parte das ceras existentes na cana par manece no bagaco, dependendo entretantc, da temperatura da agua de embebicko; agua quente tende a retird-laz, incorporando-as, a0) caldo misto. A maior parte das ceras sko removidas sem dificuldade durante, a clarificagio. Possuindo baixa densidade tendem a permanecer: Aa superficie do caldo nos decantadores ¢ saem na forma de espumas retiradas pelo compartimento existente nos decantadores. Uma parte € precipitada junto com os floces. Estes componantes do encontrados “em abundancia nas, tortas dos filtres, podendo provocar alguns problemas operacionals & sesao de’ filtros, ROR IL BR it pringipalmente quanto ao entupim que o filtro fica ‘encerado’). to das telas (costuma-se dizer Ent os dcidos graxos existent no caldo esto os dcidos. palmitico © estearico © seus dstares, os quais sstdo geralmente na forma de emulsdes. S80 facilmente removides durante a clarifi cacko. 1.2.8 Polissacar fdeos Polissacarideos so compostos de alto peso molecular, formados por unidades de acucares simples unidas de um modo definido. Dens mina~se oligossacarideos aos compostos formados por 3 a 10 moléculas de agicar ples. Conhece-se atualmente varios polissacarideos existentes no caldo de cana, alguns dos quais séo Produtos naturais existentes na cana (gemas, pectinas, pentosanas ¢ amido) © outros s&o formados como resultado de atividade micra biana (dextrana, levana) em canas deter ioradas. A auankidade de polissacarfdeos presentes na cana derende princi palmente da varigdade, condigdes de ecrescimento, clima ¢ condigGes de colheita, aumentando consideravelmente em canas ve jhas € deterioradas. 1.2.6.4 Gomas Num sentido amplo define-se gomas como todos os carbohidrates de alto peso molecular que podem ser precipitados daz soluces aqua sas por Alcool etflico acidificade. Entre esta série de compos tos, incluinse as hemicelulose, pentosanas, pectinas, dextrinas, dextranas @ levanas. 0 amida é igualmente precipitado, bem como ae proteinase compostos nitrogenados. Entre as gowas propriamente ditas, pode~se destacar as penkosanas Shemiceluloses) das quais a arabana © a xilana so as principals. 1.2.6.2 Pect inas As pectinas so compostos coloidais gelatinosos presentes na cana principalmente nas paredes celulares. A quantidade presente no caldo depende sobremaneira do processo de extrag%o. 0 aquecimento do caldo contendo bagacilho, provoca a liberagao de certa quanti dade adicional de pectinas. As pectinas dist inguem-se particular mente por serem composts que aumentam a solubltidade da sacarose entre 19@ ¢ 500 partes para cada parte de pect ina. 1.2.6.3 Dextrana Dextrana so polissacar{deos formados por molécilas de glicose, resultantes da decomposic%o da sacarose pelas bactérias Leuconos toc mesenterdides ¢L. dextranicum. Sua formacdo pode ser ex pressa pela equacSo: A Sacarose ~ (alicose) n + Frutose dextrana produzem sempre dcido latico, abolismo. Bactérias formadoras de como produto do m @ dextrana natural tem peso molecular ue pode variar entre 100.290 a 10.000.000 ou mais e@ tem rotagde especifica =, ou seja, da orden de 3 vezes maior que & sacarose. A sua pre: en Solugées acgcaradas causa desta forma erros sensiveis andlises de pol, pois, s&© soliveis em agua. 1.2.6.4 Levana Levanas siio pelissacaridecs de alto peso molecular, a maioria scliveis em agua, possuindo rotasSo especifica negativa. So for~ madas pela aco de bactérias do tipo Bacillus Subtilis ¢ sua for~ wagdo pode ser expressa pela equacdo: Sacarose + n Frutose - (Fritose) ae. + Glicose 4.2.6.8 amido fmido est’ presente na cana na forma de granulos esféricos. be posita-se, principalmante nos internddios © nos pentos de cresci- mento, servindo de reserva alimentar planta. Sua presenga aumenta a medida que @ cana amadurece por ocasigo de temperaturas baixas. A maior quantidade de amido ¢, entretanto, encontrada naz folhas verdes e varia durante o dia, devido gue aos produtos da fotossintese so acumulados temporariamente. Segunda Payne, a presenga de amido ¢ uma caracteristica varietal das canas O amido n&o ¢ soltivel em agua em temperaturas moderadas. No en- tanto, pelo aqiuecimento acima de 70°C dissolve-se @ passa ao caldo nz forma ¢oloidal. Uma pequena parte ¢ renovida durante a clarificac%o, quanto que a major parte passa aos estigios seguintes. Os teores de amido nas produtos da fabricasio do ag car variam de regifo, safra, praticas cultura condic&es de processamento, eficiéncia das técnicas de remogio e¢ métodos de andlises (6). Nos casos em que ocorrem problemas sérios com amido, faz-s@ sua eliminac&o através da hidrdlise enzimdtica. Estudos, intensos son bre o assunto mostraram que para a eliminag&o do amido o aqueci~ mento do caldo bruta a 7-75°C por um perfoda de 42 minutos ¢ normalmente suficiente, entretanto, isto provoca igualmente & in= vers&o de uma parte da sacarose. 5 @ presenca de poliscacarideos nos caldos de cana pode afetar pro~ fundamente o comportamente da fabricacko do agicar, pois So com postos que aumentam generosamente wx viscosidade das solugdes’ Caldos com quantidades anormais de dextrana sko bastante dcidos e Fequeren maior quantidade de cal para serem neutralizados. 4 prey senca de gomas retarda a decantacéo do caldo, bem como dificulta a remocdo de matéria em suspens&o. Geralmente provocam problemas Com incrustragées nos aquecedores © evaporadores. Outros efeitos conhecidos da dextrana é a reducdo da taxa de cristalizago da causada por uma deformagio des cristais de agicar e também de problemas nas operagées de, filkracio « mento para refinagSo. Corantes organicos A tonalidade tipica esverdeada de um caldo de cana ¢ 9 resultado da mistura de varios corantes oragnicos. O principal corante existente no caldo de cana ¢ & clorofila, Pigmento de cor verde intense presente nas plantas. & insoluvel na dgua e@ nas solugGes agucaradas, sendo partanto, @liminado na clarificac%o. A mantofila e os carotenos so pigmentos de cor amarela ¢, como a clorafila, so insoliveis @ removidos pela clarificag&o. A antecianina €@ outro corante encontrado nos caldos' de cana. Os corantes deste sruvo so soliveis em dpua e nas eolucées acu~ caradas; com a adigke de cal apresentam cor verde-escure. So precipitados apenas em solugSes fortemente alcalinas @ normal— mente n&e s%o removides durante a clarificagéo. 880, no entanto, descorados tenporariamente pela ardo do diéxido de enxotre. A sacaretina existe associada com a fibra da cana ¢ 4 incolor..ém condigées alcalinas adquire cor amarelo brilhante © sob condigées dcidas ¢ incolor. Sua presenga no caldo estd intimamente ligada & quantidade de bagacitho sue no é removida pelas penciras do caldo © que vo para a decantag&o. Algumas subst@ncias como polifendis (taninos) © amino~compostos so incolores, mas podem apresentar compostos de cor escura, es pecialmente en condi¢des alcalinas ¢ na pres@nca de oxigénio. 0s polifendis apresentam reacé: ficas com tons ferro, for mando compostes de cor escura. Uma parte dos polifenois ¢ removida durante a clarificac&o. Os amino-compostos s8o particularmente importantes na formac&o de cor, por reagirem com agucares redutores, segundo a reagao de fiaillard. Durante © processamento do caldo, condicées de temperatura altas por tempo prolongado so propicias para decomposigko t a dos produtos do caldo resultando sempre em formagdo de cor. as reacées de carameliza¢So desenvolvem,cor. Carameloss&o Compostos oraanicos de alto peso molecular formados pela acdo do calor so bre os aglicares, seJa no estado sélido ou em solugdes. Sais inorg&nicos Una quantidade apreciavel de elementos quimices se acham pre sentes nos caldos de cana, podendo-se citar os seguintes! 4 fio, man an Cations: Potdssio, calcio, ferro, alumfnio, sddio, m: ganés, cobre, cobalto, zinco, bora etc. : Anions: Fosfates, cloretos, sulfates, nitrates, sflicatos ete. OQ potdssio ¢o mais abundante dos constituintes minerais pre sentes no caldo cana, representande cerca de 40% do total de cinzas. Os sais inorg&nicas, usualmente denominados ‘cinzas’, sXo de grande influgncia no processe de clarificagio © nas etapas uintes da fabricag&%o do agucar. So formadores de melaco por cia e@ os problemas de incrustragSes nos equipamentos de rmice (aquecedores, evaporadores) estXo intimamente liga as caracter{sticas da cinza presente no caldo clarificado. Alguns dos sais inorganicos acima citados s&o removides parcial mente durante a clarificagfo. Entre estes tem-se: ferro, aluminio, fosfato, silica. Qutros, como cdlcic, sulfites = sulfatos aumentam, em func%o do tratamento quimico adetado. Entre 08 que nao s8o removidos pode-se citar o petdesio, eddio @ clora tos @ s&o encontrados poster iormente no melago- BIBLIOGRAFIA ar_Iecbnoloss Reviews, 4 VAYRINECZ, G. (4974). sy vol.i n® 3 pag. 194. MAUCH, W. (4974) Susar Technolosy Reviews. vol.t n® 3 pag. 252-255. 3. HONIG, P., ed. (4953). Feincieles of Susar. Technology. Amsterdan, Elsevier, vol.1 pag. >. a. HARTMAN, E. i. (4974). Sugar Techoolnay Reviews. vol. 2 n° 3 pdg. 213-252. S. CHEN, J. C. et allii. C974). Sugar lournal, Jul. a3. &. THRIE, F. ok. E. & TILBURY, R. He 1972). Susar Iechnolaay Reviews, vol. i n® 4 pdg. 320. 7 MEADE, J. P. & CHEN, J.C. PL (4970). Suge Lane Handbook. 19% ed. New York, John Wiley, 2977. pag. if. CCC ¢ 2 TRATAMENTO F¥SiKCO-Qux#nmrIcO 4 2 Tratamento fisico-quimico 2.4 Tratamentos fisicos Bhd Tratamentos preliminares O caldo extraide, antes de ser enviado para a clarificac%e, sofre um tratamento preliminar para a eliminacgo das partfculas grosseiras presentes. O material presente em Ssuspensi%o no caldo bastante varidvel em qualidade © quantidade (tipo de carregamento, eficiéncia de lavagem da cana, preparo da cana, Fibra da cana etc.), tendo sido encontrado teores de bagacilho e areia no caldo da ordem de 0,4 ~ 4,0% Cid. Resultados obtidos em algumas Usinas Cooperadas do Estado de Sio Paulo apresentaram valores na faixa de 0,3 a @,7% de bagaci iho mais areia no calda misto. 7 Apds qualquer um dos tratamentos ffsicos preliminares descritos a seguir ¢ ainda possfvel encontrar impurezas em suspens&o da ordem de ig/litro no caldo (4). QAhed Cush-cush OD tipo mais comum deste tratamento preliminar ¢ a passagem do caldo através de peneiras fixas, conhecidas como “cush~cush”. 0 bagacilho presente no caldo é retido mas peneiras, ¢ posteriormente removido por meio de raspas que o descarregam nas moendas através de uma rosca sem fim (Fig.2.4). Esta descarga deve ocorrer preferencialmente entre o 4% 2 2° terno da moenda, e€ inagSo maxima permitida na parte ascendente das racpas @ de As caracter{sticas mais comuns dos sistemas instalados atualmente eo indicados na Tabela abaixo . Tabela 2.4 - Caracteristicas mais comuns = dos “Cush~cush” existentes Material da peneira Lato, cobre ou Inox Espessura 2 = 3mm Largura 0,60 ~ 1,200 Furo @,5 — 2mm frea aberta, 20 - 26% Velocidade de raspa 25 - 3em/min eres Superficie necessdria 9,05 ~ 6,40 m/TCH Consumo de poténcia 5S = idev KARINA } ¢ Get © ‘4 g-2.4 - Cush-cush convencional 244-2 Peneira DSM 0 outro tipo de peneira bastante empregado atualmente, @ a penelira desenvolvida pela Dorr-Oliver, conhecida como DSM, que & constitufda de barras triangulares dispostas transversalmente. N&o possui pegas méveis © a separagao da materia om suspensdo ¢ efetuada em virtude do movimente tangencial do caldo sobre as barras (Fig. 2.2). Estas penciras possuem um &ngulo de inclinac&o igual a 45%, & podem ser usadas para um peneiramento primdrio ou secunddrio, podendo remover particulas inferiores & prépria abertura em virtude do fluxo do caldo ser tangencial As mesmas. A capacidade destas peneiras ¢ estimada da ordem de 86m°/h de caldo/m de largura para espagamento entre as barras da ordem de Ami « Esta capacidade ¢ reduzida aproximadamente & 80, 70. @ respectivamente para os espacamentas entre as barras. de 0,7, © 0,3 ROR AID ALIMENTAGAO ' Lc G) BARRAS ALIMENTAGEO—* oie PENEIRA——} a BAGACO-——| x CALDO PENEIRADO——- Fig.2.2 - Vista em corte de uma peneira OSM : by 2.4.4.3 Penelra vibratéria Este o de pencira, mével, possui uma inclinag&e entre 15. com a horizontal, ¢ a sua vibrac%o permite pengirar uma grande quantidade de caldo em uma pequena drga de peneira (Fig.2.3). As caracteristicas mais comuns desta pencira sis indicadas” na Tabela abaixo: : CROTON ~ Fig.2.3 ~ Vista geral de uma peneira vibratéria Tabela 2.2 ~ Caracteristicas das Peneiras Vibratérias Material da tela poliester Perfuragées = 4rea aberta - Acionamento - Sev Rotagio ~ 1.802 rem VibragSes/nin Sup. instalada = 9,06 m*/TCH 2.4.4.4 Peneira rotativa Conforme ilustra a Fig.2.4, esta peneira ¢ de forma e construcko simples podendo ser feita na propria Usina. Consta de um cilindre rotativo inclinado que gira a aproximadanente 19 rpm, ‘possuindo baixo consumo de poténcia. E construfda normalmente sobre tanques pulnBes que coletam o caldo para posterior recalque aos aguecedores. 0 bagacilho ¢ coletado num tanque onde sofre diluigdo, sendo posterjormente enviado para a moenda. as peincipais caracterfsticas desta pensira so indicadas na Tabela 2.3. Tabela 2.9 ~ Caracteristicas das penciras rotativas Hater ial da tela poliester Per furagdes 0,3 a 0)Smm fAclonamento ‘ dla Bev Rotag&o da peneira sorpm Super ficie instalada 0,43 ad, iSm2/TCH oa Fig.2.4 ~ Vista geral da pengira rotativa Na Tabela 2.4 a seguir s%0 apresentados resultados abtidos em testes com penciras em diferentes usinas cooperadas. Tabela @.4 - Resultados obtidos nos testes de performance de peneiras . Aberte| SéF so | sti sepases | vardo | Aenea peeta |" cage Temes | TB | Ga | towne |Gunlomene| lias ST ssaaes | da | aa reaizedoe| ia [almenagio] ma | malts see | caida | Toul | Adena | pensita peneica simentagio ne : (ray | 18 eh | deata [ve deat | (72MM | dm@) fC) | teP itt 1” [wbrewiis) 0.92 |~ 023 | toom> | 735 | 960 | a | ss | 2s | a? 8 (sine 1 > 0.32 mm : 2. | osm | 070 | 022 | ss0%> | ssa | sao | er | 105 | wom'| a0 ‘58 (Using 1 30.70 am 2 i 3 |vtrewia} 030 | 022 | ssom> | 65,8 | 1000 |. 350 ans | Ca (usina 2 _ | 2022 mm : ¢ | osm | oas | ors | axex> | 556 | sar | azo | ro] iam | 2 | “39 (Usa ay] > 0,35 mam S| vata} 0.34 sso> | ms | 922 | sos | eo} 4a | ea | 47.) (Uns 4) > 0.34 mm 5 | waive | 047 | 022 | es0%> | 750 | oss | 276 | 98 | 53 | 43 ae {Usina 5) | 59.47 ma A : (11 - Soltdos totais na alimentacdo > 104 (150 mesh (2) - Carga da peneira DSM - em mim, A JR De ea eS ¥ KI FU x CO we L a eo ceercTe BAAS Separador de areia O tecr de impurezas presentes na cana foram determinados em varias Usinas ea Tabela abaixo mostra os teores de impurezas minerais arrastadas com a'cana, de acordo como tipe de colheita empregado. Tabela 2.5 - Teor de impurezas na cana Safra 2, 2,5 colheita mecani 73/78 a4 4,8 6,2 76/77 8s 15,8 0,8 50 10,9 5 44 9,4 OA 12,8 a6 Se estas impurezas nfo forem removidas por uma eficiente lavagen da cana, elas causaram desgastes As tubulacGes bombas, vdlvulas, etc., alteram o peso real de caldo misto enviado ac processo, afetando o gontrole qufmico, aldm de sobrecarregar as secdes de dosasem, decantacio, filtragdo, aumentando as perdas e preJudicando a qualidade do aguicar final. Assim, a instalagdo de separadores de areia tornou-se necessdria @ justificdyel como parte do tratamento primsrio do caldo. 0 separador ou decantador de areia, tipo Copersucar, consiste de um tanque cénico com o fundo inclinado de 30*. O caldo misto ¢ alimentado pelo centre do cone de maneira que as particulas em suspenséo depositam no fundo ¢ 6 caldo limpo ¢ retirado na parte superior do decantador. (Fig.2.5). OQ lodo cotetado no centro do decantador é removido,do tanque, continuamente, através de raspas do tipo “cush~cush” permitindo a drenagem do caldo ¢ lavagem da areia (2). ; Qutre modele, ilustrado na Fig.2.6, tem a forma ‘cilindrica afunilada onde o caldo ¢ alimentado pela parte superior. O caldo impo € retirade em toda a extensio de um dos lados do decantador na forma de um vertedor que alimenta uma calha levemente J inclinada. 0 ledo também ¢ removide do separador por raspas tipo cush-cush. JE YS ) a) ) De RENO DO DECANTADCR DE DE Je RS RENO P/ LIMPEZA UF de yey at eS Je Fig.2.5 - Decantador de areia tipo circular be TR 8 Bs » Bevido A baixa eficiéncia @ elevada ocorréncia de infecg%o no - interior do decantador, estes equipamentos tem sido” subst ituldos aos poucos = por = Separadores — centrifuges denominados hidrociclones. Fie.2.6 - Decantador de areia tipo afunilado er er Hidrociclone Este sistema utiliza o principio da sesarasdo centrifuga, sendo as particulas mais pesadas langadas contra as paredes Jo hidrociclone e removidas pelo fundo, enquanto que o caldo, adguire um movimento ascendente pelo centro do aparelho indo ter & secdo. de descarsa onde ¢ retirado (Fig-2.7) © enviado a0 proceso. O material grosseiro removido pelo fundo, arrasta consigo uma certa quantidade de agticar e¢ necessita, portanto, de uma layagem posterior para remog%o deste, o que realizado através-de um segundo estdgio de hidrociclones. ste sistema de separagio pode ser realizado com descarga continua ou intermitente do lode, pela parte inferior do hidrocictone (Fig.2.8). Este equipamento deve ser criteriosamente selecionado em fungio da granulometria, da quantidade e do diametro de corte desejado do material a ser separado. Quanto menor o diametro do hidrociclone maior ¢ a separacto de sélidos de menor tamanho ¢ com isto maior serd a sua eficiéncia~ Se para as peneiras a granulometria de separacéo ¢ definida pela abertura da tela utilizada, nos hidrociclones @ definida ‘pelo didmetro de corte, ou seja, pelo tamanho da particula no qual SoZ sio desviados pars o overflow e 5@% para o underflow. Para uma boa eficiéncia slobal de separag%o, este diametro de corte deve ser o mais baixo possivel. ® efici€ncia de separagio de um hidrociclone é basicamente fung: de ~ Diametro do hidrociclone. O didmetro de corte ¢ proporcional a esta dimens&o. Distribuig& sranulométrica dos sdlidos minerais em suspensgo no caldo misto pe FF w 10 OVER-FLOW ALIMENTAGAO __, UNDER-FLOW -2.7 ~ Fluxa do Hidrociclone 9 ALIMENTACAO, Fig.2.8 OVER-FLOW t ~ Secées do Hidrocicione secko CiLinpnica sepio conica it c £ c¢ A Tabela 2.6 mostra os resultados obtidos nos testes com hidrociclones de diferentes diametros em Usinas Cooperadas. Tabela 2.4 - Resultados obtidos nos testes de performance de hidrociclones Eliciéncie de sepereczo Distibuigso do fluxo | Vario Aware! ci) ée.caléo (5), | o hdc. | Olémetos 7 7 7 (i lone go eon Ses | Sts mines | So a ire > 0.038 rn, 29909 mineras [Undertow | Overfow |Underflow | Ovarfow |Uncetiow [Oveow | _ (xh) (x) [00s | a3 | ia7 | 2i-| 759 | 0 | $30 | 200 | a0 36.0 i (0 r: | sis | 34} cor | a9 | 40 | so | 10 | 1s (usta Zi] 064] 0,28, | 0.40 58 | sso | 70 | 576 | 424 sas | 30 ° | om | Pee 003) 97 | tos | st fw | se | sas | a0 o | go. | ‘ 1005 | 450 | 40 |*s27 | 673 | s9 | sor | 30 e | 40 (ses 3 l : t (1) Gzoulomsvia de sétcos miners > 454 325 mesh, 4 E importante ressaltar que para o bom funeionamento dos hidrociclones é fundamental manter uma pressio constante na entrada. Para que isto seja possivel é necessdrio a existéncia de um tanque-eul, de caldo misto e um controle de nivel no tanque intermedidrict entre o {* @ 0 2% estd’gio, quando da existéncia de Qestdgios. Para que se consiga s eficiéncia esperada, o8 fabricantes recomendan que os hidrociclones seJam instalados com descarga livre. Outro penta importante ¢ quando da instalagdo de hidrociclones de pegueno diametro (9 § 6°), ¢ necessdrio fazer o peneiramento do caldo para evitar entupimentos. o do primeiro e@ segunda:estdgios, podemos Con relagdo ao rejeit afirmar o seguinte NZo_recomendade. - Envio ao Cush~cush: recirculag%o de uma carga de -sdlidos muito elevada diminuinda drasticamente a e éncia do sistema. ~ Envio ao filtro de lodo! sobrecarga da se¢&o “de filtros, aumentando o teor de sdlidos “finos", | aldm do efeito relacionads com a diminuig&o da temperatura do lodo, com provavel aumento do pol da torta. ig Recomendada: de alimentagie constants ou sujeita somente a pequenas Plutuagdes. ~ Em caso de diminui¢gXo muito acentuada da vara de caldo, isolar alguns hidrociclones através do fechamento de valyulas (controlar pela leitura de manémetros). ~~ Dimensionar o sistema para uma recirculagdo'do “overflow” de i@ a mantendo 9 nivel do ftanque de alimentagko da bomba através de uma valvula tipo béia ou através de um tanque bipartido. 2.4.2 Pesagem do caldo Bh 2ed Intradug&o 4. A obteng$o do peso do caldo a ¢er enviado para o processo de fabricagSo do agucar ou do dlcool nfo constitui uma das operagdes do tratamento fisico do caldo. Todavia, d¢ de importancia fundamental conhecer © peso ou o volume deste caldo jd que este peso é a base para o estabelecimento do controle quimico em uma Usina de agucar. Assim, esta operagko serd aqui discutida pelo simples fato de estar intercalada no fluxo normal do tratamento do caldo. 2.4.2.2 Tipos de balancas 2.8.2.214 Balanga vertical para caldo (Maxwell~Boulogne) Esta balanga consiste basicamente de 3 cagambas: acumulagSo, pesagem @ recepeio. O tanque de abastecimento ou acumulacdo tem um sistema de controle de descarga que consiste em uma grade que fecha parte da vdlvula quando o liquide do tanque de abastecimanto esta préxima do momenta de conclusdo do peso. Com a balanga na pesi¢&o de carga (Fig.2.9), a vdlvula 4) do tanque de abastecimento ¢ mantida aberta por uma barra articulada, ligada & valvula 2 do tanque de pesagem, que ¢ fechada. O tanque de abastecimento recebe continuamente o Ifquido ‘que passa para o tanque de pesagen através da valvula 4. Quando se, estd préximo do peso final pré-estabelecido a bdia flutua © ‘fax com que a grade feche uma parte da alimentacdo pela valvula 4, até que 9 contrapeso abaixe o tangue de pesagem alguns centimetros fechando a valvula 4 completamente e@ abrindo a Valyula 2 descarregando o tanque de pesagem (Fig-2.40). i | i i i4 3 sasrene surrerana | rs. ed} take peste teat anne Fig.2.% - Posi¢g& de enchimento Fig.2.10 ~ Posig&o de descarga um contador numérico © niimere de pesagens ragistrado po lacrada, © este Valor mualtiplicado pelo peso fixado de cada alangada fornece a quantidade de caldo que passou pela balanca. O peso fornecido por esta balanga é normalmente afetado de erro 64,07), pois a quantidade de caldo de cada descarga sofre variac®es, devido a velocidade de fluxo, residuo de espuma, sedimentagZo no fundo ou depdsites laterais, etc. 2.4.2.2.2 Servo~balanga O principio de funcionamento deste tipo de balanga ¢ id&ntico so anterior. Entretanto, a sua principal caractarfatica & qua ela totaliza a diferenca real de peso entre o peso da ‘cacamba chela @ vazia, de maneira que a precis%o ago ¢ afetada pelo peso do caldo residual qué permanece em seu interior. f checagem destas balangas deve ser realizada pelo menos 4 ve: por més através de pesos padrSes conhecidos (test weights) 2 a sua preciske ¢ da ordem da @,5% ~ 4,07 2.4.2.2.3 Sistema de medig&o Foxboro 4 determinagSo da quantidade de caldo ¢ baseada no principio de Stevin que diz: “A press%o entre qualquer ponto no interior de vum Ifsuido em repouso e a sua superficie ¢ definida pela expresso p =P ~ Hy sendo o p 0 peso especifica do liquids ¢ H a altura entre os dols rontos*. Como a contrapresséo provecada em um tubo borbulhando -ar comprimide no interior do liquide é proporcional ao nivel do liquido no tanque, diferengas de densidad? e temperatura sido compensadas ¢ os tanques descarregam o mesmo peso de caldo de acordo com o valor pré-fixado (Fig.2.44). 4s 1-7 TOTALIZADOR INOICADOR DE Ni\ ar ivec—_ | |_—-—" AUTOM ATICO- MANUAL, ey { CONVERSOR ) TANQUE+1 TANQUE-2 cALoo vAWWULA eoRsoveTA catoo “TCONTROLE ELETROPHEUMArICO Fig.2.44 ~ Sistema de tedi¢&e para Caldo Foxboro A quantidade de tanques chelos descarregados ¢ registrada por un contador de impulsos elétricos, ¢ este valor multiplicado pelo peso padr&o pré-F passa pela balanga. A precisio desta balanga ¢ da ordem de ,4% seja para caldd ou melago (conforme INPM)~ 2.4.2.2.4 @alanga eletrénica de fluxo Estas balangas s&o também constituidas'de trés tanques, ou seja! a) Tanque superior, que recebe continuamente a alimentag&o . do produto, dotado de vdlvula de descarga tipo borboleta acionada eletropneumat icamente. sdo totaliza a quantidade real de caldo que, 3 Bee ee L care ¢ ee cece’ c 16 b} Tanque de pesagem que recebe o material proveniente do tangue superior, também dotade de vdlvula borboleta’ id@ntica & anterior. c) Tanque inferior que recabe o material pesado no tanque intermedidr lo. O tanaie de pesagen ¢ apoiado sobre um sistema ‘de alavancas convencional, o qual esta acoplado a uma célula de carga. Esta transmite um sinal elétrico proporcional & carga a ela aplicada a um indicador digital, através do qual aa Ieitura e totalizacio. O sistema registra o peso bruto ¢ a tara apés cada pesagem determinando portanto 0 peso Ifquido naquele intervalo de tempo. @ preciso estimada é da ordem de 0,i% podendo atingir até 70 ciclos de pesagem/hora com capacidade desde 20''a 500t/h de liquide. = B4.2.2.5 Medidor eletromagnético para caldo As balangas utilizadas em Usinas de aciicar deseritas anteriormente, aldm de terem elevado preco de instalacdéo © razodvel manuten¢&o, exigem grande espaco para instalagdo. Por este motivo desenvolvem-se novas técnicas mais simples e precisas para medigSes de vazio de caldo. Os medidores utilizando placas de orificio e medidores de vara tipo rotametros instalados e testados apresentaram erros na faixa de 34 e@ 6% respectivamente, devido A-variagko de densidade do caldo e presen¢a de material em suspens& (areia, bagacilho, ar etc). , Optou-se ent&o por se tentar encontrar uma medida correta de volume @ densidade em um determinado instante, garantindo assim o registro exato da vazdo mdssica, o que se ‘conseguiu pela combinagdo de um fluxémetro magnético acoplado a uma camara de densidade. Escolheu-se o medidor magnético de fluxo pelo fato de ser resistente ao baixo pH, . substdncias abrasivas ete., além de nfo ter perda de carga © existir pouca manuteng%o. Este medidor utiliza o principio da indug&o eletromagnética para produzir um sinal elétrico que é diretamente proporcional a vazdo do’ fluido. Este sinal ¢ amplificado a seguir enviado a-um relé de computagio, que recebe outro sinal simultnec Informands a densidade do caldo. Este relé faz a operacdo (volume x densidade) © fornece o resultado a um regigtrador expresso em vazko mdssica (t caldo/h>. 47 O esquema abaixo ilustra o principio de operagko do aparelho Volume x Densidade Masea volun Velocidade x drea Eletromagnét ico Relé de ComputagSo || sinal gravado Este sistema de medi¢o completo compSe-se dos sesuintes elementos: = 04 medidor eletromagnético ~ 04 transmissor amplificador ~ 01 conversor de corrente/pressio (opcional para transmiss%o pneumat tea) = @1 relé de computagso ‘ = @4 transmissor de press%o diferencial para medida de densidade + Of rotametro = 04 resistrador totalizador. a Algumas das vantagens do processo em quest%o comparado com os demais sistemas de medidas sio: ~ N&o interrupe%o do fluxo de caldo = Ocupa pouco espace fisico ~ Pouca manuteng&o = Baixo custe inicial = Com aumento da moagem o sistema permaneceria praticamente o mesmo apenas com novas dimensdes de tubulagGes © recalibragio do sistema para nova taxa de moagem. A precisto . do sistema depende da preciso dos. elementos individuais, sengo estimada na faixa de 1a 2%. 4 Figura 2.42 a seguir mostra o esquema de funcionamento de um medidor eletromagnético de vaz&io para caldo, com corresdo. de densidade, usando transmissio pneumatica de sinal. 2.2 Tratamentos quimicos 2.2.4 Clarificag&o do caldo de cana Pers Principios gerais da clarificagaée do caldo : O caldo de cana contém mitas impurezas as quais devem ' ser removidas na maior quantidade . possivel. Estas Impurezas esti presentes na forma de compostos soluveis, coloidais @ insoliivel? ou em suspensio. Durante a clarificago deseja-se que pelo menos as impurezas insoliiveis possam ser totalmente removidas. A maioria :das mpurezas coloidais ¢ também alguns compostos. soliiveis sXo tanbén removidos. “ CoO Coe c r Ye Ye COOK in ece ‘ “¢ OOOO OOOO ¢ ( | | | y devidas & adsoreSo de fons sobre a sua superficie. Ao ser aplicade um campo elétrico a uma soluc%o contendo um coldide carregado elétricamente, as particulas se movem para o &nodo quando estiverem carregadas negativamentewe, para o cdtodo quanda carregadas posit ivamente. Este mavimento | denomina-se eletroforese. As particulas coloidais est&o sujeitas a duas foreas: a forca de stragéo (forsa de Van der Waals) devido 4. interacéo mitua dos elétrons ¢ os nicleos das moléculas, ¢ @ fora de repulsio eletrocinética causada pelo “potencial zeta”, devido a diferenca de potencial entre a particula (com sua camada adsorvida na superffcie) @ a solucke. A estabilidade das part(culas dispersas depende da grandeza do potencial zeta. Denomina-se ponte iseelétrico ao ponto no qual o potencial zeta ¢ nulo. 2.2.4.3 Coagulagao © floculagéo Cosgulac&o significa juntar as particulas, isto ¢ atingir 9 panto isoelétrico, ou seja, a coagulacdo é€ maximizada & medida em que este potencial se aproxima do valor zero. aglom Q terme floculag&o significa praduzir flocos, iste codgulas formando floces maiores ¢ mais pesados. Para se atingir a coagulacdo/floculagdo ¢ necessdrio (2): cial zeta - Reduzir o pot . acio promova um certo = Fornecer energia ao meio para que a agi nimero de choques entre as part {culas -—Preduzir no meio compostos floculados sue sedimentem rapidamente. : joria das solugSes coloidais naturais (caldo de cana), as Nam apresentam partfeulas s%o. carregadas negativamente, isto 4, potencial zeta negativo. Para os caldos de cana este valor varia de “£9 a ~iSmv aproxinadamente. SB coagulagio des coldides ¢ feita pela adig&o de fons ao meio. Coldides pasitivos so coagulados por fons negatives e coldides negativos por fons positives. Assim, “uma particula carregada negutivamente terd sua carga mais positiva pela adsore¢ao de fons carregados positivamente como o calcio ou aluminio, ou pela remo¢do de fons carregados negativamente camo os fosfatos*. 08 fons trivalentes s&0 mals eficazes na precipitagke de coldides que fons divalentes © estes mais que fons monovalentes. Na clarificac&e do caldo de cana ¢ mundialmente consagrado 0 uso do hidréxide de céleio, podendo-se encontrar em algumas regi8es o eventual uso do magnésio. 2.2.2 Reagées na clarificacdo Dentre os vdrios processos de clarificacde do caldo a slarificag%o por calor @ cal, & conhecida como a mais simples © o mais antigo processo de defecagéo ¢ em alguns casos o mais efetivo meio de purificago do caldo. as reacSes de clarificag&o se confundem com os objetivos da elarificacie citades por Komen, no pardarafo 4, mas podem ser assim reunidas: a) Mudanga de pH devido a adigXo de cal b) Coagulaggo de alguns coldides ©) Formacéo de sais insoliiveis de cdicio d) Remog&o de comeostos soluveis do caldo. Os autores concordam entre si que o que realmente acontece nas reacdes durante a clarificagio no ¢ muito bem entendido. De maneira geral o cal é adicionado para-neutralizar os dcidos orgdnicos presentes no caldo e apés o aquecimento, um precipitado de composi¢&o complexa ¢ formado, o qual contém sais insoluveis de calcio, albumina coagulada e proporgdes varidveis de ceras, graxas, gomas etc. O principal precipitado formado ¢ fosfato de cdicio, o & avrasta consigo matéria coloidal e@ em suspenséo presente: no caldo, sendo este material floculado separado poster iormente: pot decantagao. Assim, um minimo teor de fosfate no caldo é necessdrio no sentido’ de se obter uma melhor clarificaco, o que ocorre quando, © fostato associa-se com certos nfo acuicares tais como Si0z, Fes0s) Ala0s etc. i ye a. ak DS ¢ coe rinagke de compostos soliveis de cilcio ¢ indesejdvel por Provocar aumento do teor de cinzas no caldo bem édinio aglr como subst@ncias melassigénicas. A efici€ncia de remog%o ‘de alguns sais (aconitatos, sulfates etc.), dependem princlpalmente do pH em que o tratamento quimico ocorre, enquanto que pouco se sabe ainda hoje a respeito da remogao de silica durante a clarificag&o. Oteor de cinzas no caldo praticamente permanece inaiterado, ja que o aumento de cdlcio @ redugdo de constituintes org&nicos & palanceado pela precipitagio de fosfatos, silica, ferro, aluminio etc. A principal reag3o da sacarose ¢€ ade inverséo'a pH dcido ¢ temperatura clevada a qual por n&o ser reversivel persiste durante toda a clarificacie, 7 7 Por outro lado, 09 aquecimer en meio b&sico provoca a decomposi¢&o de agiicares redutores resultando na formagio de sais soluveis provenientes destes dcidos. Possfvel aumento de pureza do caldo durante a clarificagio pode ccorrer. Porém, isto no deve ser interpretadd como uma maior eficiéncia de clarificagde, pois 9 mesmo se deve muito mais & eliminag&o de sdlidos em Suspensa, do que propriamente a un efeito de “purificagdo”. Por outra lado, uma queda de pureza no caldo clarificada pode ser primeiramente entendido como um sinal de inversio da sacarose. Nas ocasiGes em que se produz agdcar cristal a participacko do enxofre € ge importancia fundamental para a clarificacéo do caldo. G CaSO formado possui uma ag&o similar ao precipitado de fosfato de cdlcio, arrastando consigo durante a sedimentacdo, as particulas em suspensSo. (3). 2.2.3 Processos de clarificacio Os mais comuns processes de clarifica¢%o utilizados s%o: 2.2.3.4 Defecag&o onde somente cal © calor sfo empregados- 2.2.3.2 Sulfitag&o além da adic&o de cal, também didxido de enxofre ¢ empregado com formag&o de um precipitado de sulfito de cdlcio (Casts). 2.2.3.3 Carbonatagdo ¢ 0 processo no qual didxido de carbo- na & adicionado, além de cal, formando um precipitado de carbonato de cdlcio (CaCOa). Enquanto o primeiro é usado para a produc&o de agiicar demerara (raw sugar) 03 dois ltimos processos sXo utilizados visando a produgo de agiicar branco. 9 8 Entretanto, qualquer que seja o processo empregado, o objetivo & realizar duas operagées distintas: ~ Coaguiacdo e floculacko das ‘impurezas: ~ Separagdo das impurezas floculadas por decantac&o. Intensivos estudos sobre clarificagio resultaram em um melhor conhecimento dos fundamentos tedricos envolvidos bem como das dificuldades pradticas para sua aplicagdo, mas sabe~se hoje sem sombra de duvida que @ segunda etapa do processo dapende fundamentalmente da correta execugde da primeira etapa. BIBLIOGRAFIA 4 1 Cane Sugar Handbook, J.P. Chen. 1 ANON, (1977) ~ Separador de Ar: 3 do Caldo Histo - ATCS-77 pa S445 = QSSCT - 1964 - Komen J.P.H., pa.97 * 1 Caderno Copersucar, série Industrial n® S. J LIA MK LIED } » a Ji “ JS ys kM ps pet } cree r c COCO TOLL i B CAREONATACAO 3 Carbonatagdo B.A Introdugio Ds métodos de clarificag%o por carbonatacdo utilizam um excesso de cal, sendo o mesmo neutralizado posteriormente pela acao do didxido de carbono (C04). Quando o COx, reage com leite de cal o resultado ¢ a formacko de um precipitado de carbonate de calcio, ou seja? CaCOWa + COx -) Caldy + Hed Esta reacko na yerdade ocorre en mais etapas, ocorrendo inicialmente a reag&o da sacarose com a cal formando sacarato de cdlcio, © qual sofrendo uma neutralizasio pela acko do didxido de carbono no meio do processo forma um duplo camposto de sacarato de calcio, de firmula: CraHaaDs, . 2 Ca(OH= - 2 CaCOy . n-. Ha (Hidro-Sucro ~ Carbonato de calcio), @ este decomptie-se posteriormente em agicar e un precipitado de carbonato de calcio. Durante o processo de carbonatacdo os controles de temperatura ¢ pH s&0 de importancia fundamental. 3.2 Processos de carbonatacio Dentre os varios processos de carbonatacko existentes destacan— se 3.2.4 Carbonatagdo simples Neste processo, o caldo frio ou quente ¢ tratado com cal, aquecido a 8@-"6"C, seguido da adigdo de CO, até ligeira alcalinidade remanescente © ent&o filtrado. Este processo ¢ obsoleto atualmente. 3.2.2 Dupla carbonatagio Nes lim te sistema, 0 processo de carbonatacéo néo ¢ levado até o te estabelecido para una reacko final. Aqui, efetuacse uma dosagem elevada (pH 40,5) & temperatura de 50° seguida de adiga&o de COx permanecendo ainda uma alcalinitade pronunciada (pH 8,5). Uma primeira filtragio para eliminac&o do material precipitado & entio efetuada. O caldo filtrado ¢ novamente tratado com COa até uma alcalinidade mais baixa, ocorrendo um segundo aquecimento (400°C) e também, unia segunda Piltragio, fornecendo assim um caldo bastante claro. Também n&o-é utilizado atualmente. in uo AL & 3.2.3 Carbonatagao de De-Haan 0 processo pode ser dividido nas seguintes etapas: 3.2.3.4 Primeira carbonatagio a) 0 caldo misto ¢ aquecido a 35°C (ma de carbonatagao- imo) @ enviado ao tanqu. b) A vdlvula de gds é aberta completamente ©) Leite de cal é adicionado gradualmente mantendo uma constant: alcalinidade em torno de 250mg de CaO/litro de cals (pH=1@,6). Este € 0 pH ideal para a cristalizac#o do carbonaty de calcio. d) Completar a adic&o de leite de cal até atingir Seong de CaO/litro (pH 10,5 - 14,2). ~ ©) O caldo é entdo filtrado através de filtros tipo prensa par: remocko do precipitado formado. D tempo necessdrio nesta primeira etapa é da ordem de Smin. 3.2.3.2 Segunda carbonatacéo trade é enviado por gravidade a um segundo tanque dc 0 caldo carbonatac&o tendo a sua alcalinidade reduzida atd 100 - 150mg de CaO por litro de caldo (pH, 8,6 - 8,8) e ent#o aquecido a 70 = 75°C). Este aquegiments tem como finalidade: a) Melhorar a filtrabilidade do caldos b) Prevenir a fermentagdo latica. A bactéria responsdvel pela fermentacko ldtica desenvolve-se ef PH alcalino abaixo de {0,6 € uma vez depositada nos filtros e dificil a sua remocio. O meio mais eficaz é 0 aquecimento a 70°C, sendo que em virtude desta segunda etapa ‘do ‘processo, durar somente 3 minutos pode se negligenciar o risco de formagdo de cor en meio alcalino. 3.2.3.3 Sulfitacso O pH do caldo ¢ ent&o reduzido 6,8 - 7,0 pela acko do didxido de enxofre, ja gue a utilizagio de didxido de carbono levaria ? formacko de bicarbonatos soluveis dos metais: calcio, potdssio ¢ sddio, precipitando coma carbonatos nos evaporadores. Na maioria do processo o caldo da segunda carbonatagdo € filtradc antes de ser enviado para sulfitag&o. e Algumas das vantagens atribuidas ao proces enumeradas: so de De-Haan podem se a) Formacio de um precipitado mais ‘gsrosso” de carbonato d c&lcio melhorando a filtrabilidade. b) Redugio da decomposi¢io da alicose ©) Caldas & caropes mais claros. d) RedugXo do consumo de cal = menor formag¢#o de torta. e) Menor perda de acucar na torta, menor lavagem nes Fiitros menor drea de filtros instalada- -f) Aunento de capacidade das instalaches. 3.3 Carbonatagie de caldo “concentrado* Caldo misto ¢ aquecido a 400°C dosado a pH 7,5 e sem nenhune remocdo de precipitado enviado aos evaparadores © concentrado z 40° Bri 0 caldo “meio concentrado” ¢ entio tratado de acordo com ¢ processo de De-Haan, com sulfitacdo apds a segunda filtracdo. En seguida o caldo retorna ao ultimo corpo da evaporac&o sende concentrado até a densidade do xarope. fs vantagens deste métoda quando comparado com o método De-Haar de acorde com Chen (4) sda: a) Economia de cal da orden de 4) b) Produtos quimicos para limpeza da evaporac%o reduzidos em é1- a7% devido a uma maior remogxo de sulfato e menor formagao de incrustragées. ©) Melhor recuperasto da sacarose, maior rendimento em asicar ¢ melhor qualidade do acicar atribuidos a uma maior remocéo, de ngo-agiicares. : 3.4 Vantagens da sulfitac&o sobre a carbonatacko As vantagens podem ser assim resumidas: a) D0 processo de carbonatacéo consome malor quantidade de'cal ¢ produz maior quantidade de lodo para os filtros. . b) A carbonatacdo requer maior revis%o e controle técnico. ©) D custo de instalacHo @ equipamentas de sulfitacko é menor que na carbonatacko. ( ¢ ¢ ¢ eee « CC ¥. IG EGEE CCEA EHE RHE Critic cree ais barato jd que consome menos a transportary menor perda d) 0 processo de sulfitacto ¢ reagente, menor quantidade de tort na torta, menor custo homens/hora. e) No processo de sulfitac&o, se ocorrer falhas no processo de calagem, a clarificac&e do caldo sera prejudicada, entretanto na carbonatac&o os caldos nao filtrario, afetando inclusive a moagem #) 0s cuidados na queima do cal s&o muito mais rigidos na carbonatagao. sg) Agucares branco e demerara poden ser produzidos interminen- temente em uma usina equipada com sulfitag&e, o que no ocorre com uma instalacio de carbonatasio- h) 0 aumento de car no caldo clarificado no caso do processa de carbonatagée ¢ maior que no caso“de sulfitagde, requerendo agsim malores cuidades. 3.5 Vantagens da carbonatacio sobre a sulfitagio a) A qualidade do caldo obtido ¢ superior, apresentando menor cor, G xarope possui menor viscosidade facilitando o cozimento, @ a quantidade de melago produzido também ¢ menor. b) 4 torta dos filtros é mais bem formada © porasa, permitindo nelhor lavagem. %~ mais elevada que no processo oa de Esta maior recureracko parece ser explicada pela melhor remocio de n&o-agicares conforme Tabela abaixa! Tabela 3.4 - Remogdo de nao-acicares em funcdo do tratamento adotado Defecaciio Sulfitagso Remocio de n&o-aciicares 42,7 d) Didxido de carbono € menos corrosivo que didxido de enxofre ¢ consequentemente menor dano é causado as tubulacdes © equipamentas. Menor formagio de incrustacdo nos evaporadores significa redugZo dos custos de limpeza. BIBLIOGRAFIA 3 3 Handbook pag. CHEN, J.P. (4977) - Cane Sui i a SULFITACSO fy hyo Loo g Dyas Eee eee who B.Ia dd I. Ia De In Dee De De Jew J De De eM De Ve De Ye or Je De De eR RRR a Sulfitacio aA Coluna de sulfitagdo aad Introducko gis é ua das varies operacdes unitdrias d: quimica, porém equipamentos utilizadas para est: sempre sko projetados e padronizados obedecenda o: principios baésicos da engenharia Quando se fala de absorg&o, é pratica comum a utilizacHo di: torres compactas ou colunas com pratos ou bandejas Torres de absore&o compactas nia sSo.ind aS para operarem cor Liquides que possuem matérias em suspensio ou ainda susceptiveds de formacio de incrustracdes. a @ssim, no caso de usinas de agiicar visando obter fluxos mais uniformes © menares alturas nas torres de absore&o, colunas cor pratos perfurados tem sido escolhidos para o manuseig da caldo dé cana Em uma destas colunae de absore¢io convencional existente na: Usinas de acucar, o caldo é bombeado ao topo da coluna, descends por gravidade dentro da mesma ¢ recebendo em contra corrente ¢ ais SOx, que € succionado por meio de um ejator ou exaustor OQ caldo sulfitado ¢ retirado do fundo da torre @ enviado aor tanques de dosageam para ajuste de pH. isento de 50m, © O ar succionado pelo ejetor, © que devert iminado no topo da torre Wa pratica, o teor de S02 presente no sds de descarga é fungde dz eficiéncia de absorego da torre utilizada, @ para uma mesma torre pu coluna ¢ funglo do teor de Sle presente no sas admitido pels inesm: 80x em dgua, Tabela «Tt, pode ser gbtida, performanre dz Considerando a enorme solubilidade eficiancia de absorcdo da or de dependendo de um correto dimensionamento @ 6: bovre utilizada. ‘ itagdo deve ser baseado nos 0 dimensionamento de uma torre de sulf é sa estudados , nz principios basicos de tranferéncia de m engenharia. 4.4.2 Dimensionamento da coluna ALBA ados basico! Hoagem: £ TCH Ke JIRA I HD WF 3 KM 2 ; KK t ¢ CO 6-06 ¢ COC O08 c c Caldo miste na = 100% Consuns de enxotre 300g /TC=0, 3ka/h Bde SOe no gas ax so molecular da mistura gasosa 23 mofecular ‘da caldo mista 1 18 Temperatura na coluns seec Peso solecular de SDs = 64 i8ncia da coluna = 99% cdlculo do nimero de estdeios ideais de uma coluna de co utilizou-se aquio metodo grdfico de NeCabe-Thiele, tracando-se as curvas de equilibrio @ operacso. ‘ Ho trecado da curva de equilibrio utilizou-se 6s valores de solubilidade de SOs em HxO de acordo com Perry, 1963, Chemical Engineers Handbook assim, escolhando-se uma faina de solubilidade entre@,20 a 0,089 80, % agus, & temperatura de S9°C @ pressko atmostdrica, pode construir a tabela das fragdes molares do SOq na fase gas liguida ssdric ac tracado da linha de equilibrio. 4.4- Fracto molar do SOx em dgua em funcdo da pr parcial do gas Tabe 3i.e 9, 0408 28,8 8, 0263 12,6 az 8, 00028 9, en014 0, 20008 A links de operazSo @ tracadsa o balango global de siassa dado pela wagiio: mx 4 - "ya fey G'mx = fluxe do Iiquida na entrada da coluna, mol/h Gimy = fluxo do gas na safda da coluna, livre de SOx, nigl/h xa = concentrac&o do liquido na entrada da coluna fo do Tiauido na safda da coluna concentra ya = concentrasiio do 94s na saida da coluna. 4 = concentrac&o do gs na entrada da coluna. KAI a a iy 44.8.8 Fase gasosa a B+ 92 -) SOx a Portante, para 309 g/TC de S teremos, 69@9 de S0q que corresponde | a 9,375 mol/h x Adotando a concentracko de SOs na mistura gasosa de 6%, 0 numero de moles da mistura sera 186,25 uoles } Isto significa {56,25 - #,975 = 446,875 moles dos demais | componentes da mistura gasosa i Para uma eficiéncia de 99% a quantidade de SOg.que sai no topo da coluna ¢ de: - 9,37 x @,94 = 8, 09375 Logo, a quantidade de S0e que ermanece na caldo sera: 975 = 0.09975 = 9.20125 moles/h 44.2.3 Fase lfquida O volume de calda entrando na coluna, considerando caldo misto % cana = {00% 6 de: 990 = moles/h 4.90 3 Reuninde agora todos os dados do problema temas yb = = 0,06 8, 00044 ar) 9, 28125 : xb OF = 0,000167 * 4.4.3 Construggo da linha de operacto Conhecendo-: equacko da linha de operagdo pode-se determinar Y ¥ 0 correspandente valor de x, ou 5) pare qualque

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