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chamadas elementos. Ao longo deste texto, buscaremos relacionar as propriedades da matéria com a composicio, isto 6, aos elementos especificos que ela contém. ‘mos, que sdo suas particulas infinitamente pequenas. Cada elemento é composto de um tinico tipo de atomo. Vere- ‘mos que as propriedades da matéria relacionam-se ndo apenas aos tipos de dtomos que ela contém (composi), mas também aos arranjos desses étomos (estrutura). specifica. No decorrer deste livro voc® verd moléculas representadas poresferas coloridas para demonstrar como seus étomos componentes conectam-se entre si (Figura 1.1). A.cors te de se distinguir os étomos de diferentes elementos. As moléculas de etanol eetilenoglicol, representadas na Fi- sgura 1.1, diferem de alguma maneira na composicio. O etanol contém uma esfera vermelha, a cual representa um Atomo de oxigénio, enquanto o etilenoglicol contém duas esferas vermelhas. diferencas profundas em suas propriedades. O etanol, também chamado de élcool de cereais, 60 élcool presente em bebidas como cerveja e vinho. Oetilenoglicol, por outro lado, é um liquido vviscoso usado como aditivo automotivo anticongelante. As propriedades des: sas das substancias diferem em varios aspectos, incluindo as temperaturas nas quais elas congelam e evaporam. Lim dos desafios dos quimicos ¢ alterar as moléculas de maneira controlada, criando novas substancias com proprie- dades diferentes. ‘mos combatem as viroses invasoras — tem sua base no mundo nao observavel dos stomos e moléculas. Assim, & medida que prosseguirmos com nosso estudo sobre quimica, perceberemos que estamos pensando em dois uni- versos: 0 universo macr dtomos, Realizamos nossas observacdes no universo macroscpico com nossa percepcao cotidiana—no laboratério € a0 nosso redor. Entretanto, para entender esse universo devemos visualizar como os étomos se comportam. Por que estudar quimica? mente prética que tem grande impacto no dia: problemas que preocupam a todos: melhoria no tratamento da satide, conservacio dos recursos naturais, protegao do meio ambiente e suprimento de nossas necessidades diarias de alimentos, vestudrio e moradia. Usando a qui- mica, descobrimos medicamentos que melhoram a satide e prolongam vidas. Aumentamos a produgio de alimentos por meio do desenvolvimento de fertilizantes e pesticidas. Criamos plésticos e outros materiais que so usados em todas as reas. Infolizmente, alguns prodiutos quimicos apresentam grande potencial de causar dano a Figura 1.1 Modelos moleculares. As esferas brancas, pretas e vermelhas representam, respectivamente, os étomos de hidrogénio, carbono e oxigério. a ciéncia central ‘A quimica também proporciona uma base para a compreensao das propriedades da matéria em termos de ato- (Os dtomos podem se combinar para formar moléculas nas quais dois ou mais étomos estio ligados de forma ;plesmente proporciona ium meio convenien- Mesmo diferencas aparentemente insignificantes na composicao ou.na estrutura das moléculas podem causar MoDELOS 3-0 Oxigirio, Agua, Didxido de carbono, taro), Etlenoglcol, Aspirin ‘Toda mudanga no mundo observavel — de Agua fervente a trocas que ocorrem A medida que nossos organis- cépico de objetos ce tamanho normal (1acr0 = grande) ¢ 0 universo submicroscépico dos A quimica fornece explicagoes importantes sobre nosso mundo e como ele funciona. f uma ciéncia extrema- lia. De fato, a quimica encontra-se proxima do ceme de varios wa ) 4 (b) Agua (©) Diéxido de carbono (e) Etilenoglicol (O Aspirina Capitulo 1 Introducdo: matéria e medidas satide ou ao meio ambiente. Nosso maior interesse como cidadaos e consumidores conscientes é entender os pro- fundos efeitos, tanto positivos quanto negativos, que um produto quimico pode provocar e chegar a um consenso sobre sua utilizacdo. Entretanto, muitos de vocés estéo estudando quimica nao apenas para satisfazer curiosidades ou tornar-se consumidores ou cidadaos mais informados, mas porque é uma parte indispensavel da grade curricular. O curso pode ser biologia, engenharia, agronomia, geologia ou qualquer outro. Por que tantos temas diferentes contém um vinculo indispensavel com a quimica? A resposta é que a quimica, devido a sua propria natureza, é a ciéncia central. Nossas interag6es com 0 mundo material levantam questdes basicas sobre os materiais ao nosso redor. Quais as suas composicoes e propriedades? Como eles interagem conosco e com o ambiente? Como, por que e quando eles sofrem mudancas? Essas questées so importantes quer o material seja parte de chips de alta tecnologia de um computador, um pigmento antigo usado por um pintor renascentista ou o DNA que transmite informagées genéti- cas em nossos organismos (Figura 1.2). A quimica fornece respostas para essas e outras incontdveis perguntas. Estudando quimica, vocé aprendera a usar a linguagem e os conceitos que se tém desenvolvido para descrever e melhorar o entendimento da matéria. A linguagem da quimica é uma linguagem cientifica universal, largamente utilizada em outras disciplinas. Além disso, o entendimento do comportamento de 4tomos e moléculas fornece uma larga compreensao de outras areas da ciéncia moderna, tecnologia e engenharia. Por essa razdo, a quimica pro- vavelmente tera importante papel no seu futuro. Vocé estaré mais bem preparado se ampliar seu entendimento dos principios quimicos, e é nosso objetivo ajuda-lo a alcancar isso. 1.2 Classificacdes da matéria Vamos comecar nosso estudo da quimica examinando algumas formas fundamentais de classificar e descrever amatéria. As matérias podem ser classificadas de duas maneiras principais: de acordo com seu estado fisico (como gas, liquido ou sélido) e de acordo com sua composic&o (como elemento, composto ou mistura). Estados da matéria Uma amostra de matéria pode ser um gas, um liquido ou um sélido. Essas trés formas de matéria séo chama- das de estados da matéria, os quais diferem em algumas de suas propriedades observaveis mais simples. Um gas (também conhecido como vapor) néo tem volume nem forma definida; mais especificamente assume o volume ea forma do recipiente que o contém. Um gas pode ser comprimido, para ocupar um volume menor, ou expandido, para ocupar um volume maior. Um liquido tem um volume definido, independentemente do recipiente que 0 contém, mas ndo tem uma forma definida; assume a forma da parte do recipiente que ele ocupa. Um sélido tem tanto forma quanto volume definidos; é rigido. Nem os liquidos nem os sélidos podem ser comprimidos a qual- quer escala aprecidvel. As propriedades dos estados podem ser entendidas em nivel molecular (Figura 1.4). Em um gas, as moléculas estéo muito distantes umas das outras e movem-se com velocidades muito al- tas, colidindo repetidamente entre si e contra as paredes do recipiente.Emum (@) ANIMACAO — liquido, as moléculas est&éo mais empacotadas, mas ainda se movem rapida- ? Fases da matéria mente, permitindo-lhes desviar-se umas das outras; assim, liquidos vertem-se facilmente. Em um sélido, as moléculas est&o presas entre si, geralmente com arranjos definidos, nos quais elas podem apenas oscilar superficialmente em suas posig6es fixas. Portanto, sdlidos tém formas rigidas. Figura 1.2 (a) Viséo de um chip de computador no microscépio. (b) Pintura renascentista, A virgem que é, de Vittore Carpaccio (1472-1526). (c) Um filamento longo de DNA que escapou de uma célula danificada de certa bactéria. 4 ‘Quimica: a eigncia central ‘Substancias puras A maioria das formas de matéria que encontramos — por exemplo, o ar que respiramos (um gés), a gasolina ppara carros (um liquido) ¢as calcadas por onde caminhamos (um sélido) — nao sao quimicamente puiras. Entre- tanto, podemos decompor ou separar esses tipos de matéria em substancias puras diferentes. Uma substancia ura (em geral, chamacla simplesmente de subsiincia) 6a matéria que tem propriedades distintas e uma composi- ‘40 que no varia de amostra para amostra. Agua e sal de cozinha comum (cloreto de s6clio), componentes basicos da gua do mar, so exemplos de substincias puras. A A quimica no trabalho A quimica e a indtistria quimica Biyriesd pects toes Gan oraee ea oe eee Peace eee Quests urs ed aS Cina eee eee oe patios wien ucunanmeer aeons ae eee fi qunicy mab a eres ese ee ee ros cig og Se ee ee ee eee remem aN Sa Ga eet tamil asa pclae caes ra {iia decreiviaeay easctn/ olaee Rtone Gebel pemudineataeaheane arate (reasesevign) Gurmacneuineyeronasoreonnct’ pyuet3 sancs eagenae cc consan to Josentataharcons fcnssou dene Seconanin, GWELS_ os po deo dems, Biltmanbemcaneiasatnanespamnguncumgusnde OMCs es pera ea a en ee pacientes eigen client tuna Year cso otal ef gic gered ica ee de patents cae mE Produto quimico Férmula—-‘Produsoem 2000 Principaisusos finals (bithoes de libras) 1 Keado sulfirico HSO, a7 Fertlizantes, bricagio de produtos guimicos 2 Nitzogenio N; i Ferilizantes 3 Oxigénio ° 55 Ago, soldagem 4 Eéleno cn, Plisticos, anticongelantes 5 cal a0 “4 Papel, clmento, ago 6 Aménia NH, 36 Fertlizantes 7 Propileno GH, 2 Plisticos 8 Acido fosfrico HPO, 26 Fertilizantes 9 loro ch 2% Alvejantes, plisticos, purificagio de 0 Hidréxido de s6dio NaOH 24 Produgao de aliminio, sabi “A maloria dos dados & da Chea! end Engineering New, 25 jun. 200, pp. 5,46. Capitulo1 Introducdo: matéria e medidas 3 Figura 1.4 Os trés estados fisicos da agua sao vapor de dgua, agua liquida e gelo, Nesta foto vemos os estados liquido e sélido da aqua. Ndo podemos ver o vapor de agua. © que vemos quando olhamos para a fumaca ou para as nuvens sao gotas mindsculas de agua liquida dispersas na atmosfera. A visio molecular mostra que as moléculas no estado sdlido sao arranjadas de maneira mais ordenada do que no estado liquide. As moléculas no gas estao muito mais separadas do que no liquido ou no sdélido. | Sdlido Liquido Gas Todas as substancias sao elementos ou compostos. Os elementos nao podem ser decompostos em substAncias mais simples. Em nivel molecular, cada elemento é composto de somente um tipo de 4tomo [Figura 1.5 (a e b)]. Compostos sao constituidos de dois ou mais elementos, logo eles contém dois ou mais tipos de dtomos [Figura 1.5 (c)]. A Agua, por exemplo, é um composto constituido de dois elementos, hidrogénio e oxigénio. A Figura 1.5 (d) mostra certa mistura de substancias. Misturas sio combinacdes de duas ou mais substancias nas quais cada uma mantém sua propria identidade quimica. Elementos Na atualidade, existem 114 elementos conhecidos. A abundancia desses elementos varia bastante, como mos- trado na Figura 1.6. Por exemplo, apenas cinco elementos respondem por mais de 90% da crosta terrestre: oxigé- nio, silicio, aluminio, ferro e calcio. Em contrapartida, apenas trés elementos (oxigénio, carbono e hidrogénio) respondem por mais de 90% da massa do corpo humano. de j ane Ser 2 VP %~ (a) Atomos de um (b) Moléculas de um (c) Moléculas de um (d) Mistura de elementos elemento elemento composto eum composto Figura 1.5 Cada elemento contém um tinico tipo de 4tomo. Os elementos podem ser constituidos de atomos individuais, como em (a), ou moléculas, como em (b). Os compostos contém dois ou mais 4tomos diferentes unidos quimicamente, como em (c). Uma mistura contém unidades individuais de componentes, mostrado em (d) tanto como a4tomos quanto como moléculas. ‘Quimica: a cincia central Figura 1.6 Os elementos em Aluminio pporcentagem de massa na (a) ye aoe ‘crosta terrestre (Incluindo oceanos Calcio.” Z Hidrogénio © atmosfera) e (b) no corpo 34% 10% human, Silicio| ) Carbone 257%, | 3% J Crnsta terrestre Corpo hummano @ © or Carbono c Aluminio al Cobre’ Cu (de cupraum) Flior F Birio Ba Ferro Fe Hidrogénio Caleio ch Chumbo Po (de plumb) Todo I loro a Merciirio Hig (de hyrargyrue) Nitrogénio N. Helio He Potissio K (de alum) Oxiginio —«o. Magnésio = Mg rata Ag (deargentun) Fésforo P (de phesphorns) Platina Pe Sodio Na (de natriu) Enxofte S(desulfur) Silico si Estanho Sn (de stan) Alguns dos elementos mais comuns estdo relacionados na Tabela 1.2, com as abreviaturas quimicas — ou sim- bolos quimicos — usadas para simbolizé-los, Todos os elementos quimicos conhecidos e seus sfimbolos esto rela- cionados no encarte deste livro. A tabela na qual o simbolo quimico pata cada elemento esta dentro de um cubiculo é chamada de tabeia peridien. Na tabela periddica os elementos sio arganizados em colunas vertieais de forma que clementos intimamente relacionados so agrupados. Descrevemos essa importante ferramenta com mais detalhes nna Secio 25. Osimbolo de cada elemento consiste de uma ou duas letras, coma primeira maitiscula, Esses simbolos sdo ge- ralmente derivados do nome do elemento em latin. Vocé precisara saber esses simbolos e aprender outros medi- da que se deparar com eles no livro, Compostos ‘A maioria dos elementos pode interagir com outros elementos para formar compostos. O gés hidrogénio, por exemplo, incendeia-se em presenca do gis oxigenio para formar agua, Reciprocamente, a 4gua pode se decompor nos ele- mentos que a compdem com passagem de uma corvente elétrca, como mostra- do na Figura 1.7. A agua pura, independentemente de sua origem, consiste de \ 11% de hidrogénio e 89% de oxigen por massa, Essa composi macrosce pica correspande a composicio molecular, que consiste de dois étomos de hidro- génio combinados com um de oxigénio. Como visto na Tabela 1.3, 8 proprieda- des da égua ndo mantém nenhuma semelhanca com as dos elementos que a E = compoem. Hidrogénio, oxigénio ¢ agua sio substincias distintas. | LiL Ackservacio de que a composicao elementar de um composto puro 6 sem- preamesma é conhecida como lei da composicio constante (ou lei das propor- 66s definitivas). la foi divulgada primeizo pelo quiimico frances Joseph Louis Proust (1754-1826) por volta de 1800. Apesar de essa lei ser conhecida ha mais de 200 anos, permanece entre algumas pessoas a crenga geral de que existe uma por ela. O volume de hidrogenio (@diferenga basica entre compostos preparados em laboratério e seus correspon- ireita) & duas vezes maior que dentes encontrados na natureza. Entretanto, um composto puro tem a mesma volume do oxigénio (@esquerds). _composicio e propriedades independentemente de sua origem. Tanto 0s qi micos como a natureza tém de usar os mesmos elementos e trabalhar sob as ‘mesmas leis naturais. Quando dois materiais diferem na composiglo e nas propriedades, sabemos que so constita dos de compostos diferentes ou que eles diferem na pureza. Figura 1.7 A agua decompoe-se fem seus elementos constituintes, hidrogénio e oxigen’ Capitulo1 Introdugao: matéria e medidas TABELA 1.3 Comparacao entre agua, hidrogénio e oxigénio Agua Hidrogénio Oxigénio ANIMACAO Estado’ Liquido Gas Gas e Eletrélise da Agua Ponto de ebulicao normal 100 °C —253 °C 183°C Densidade* 1,00 g/mL 0,084 g/L 1,33 ¢/L Combustao Nao Sim Nao * A temperatura ambiente e pressdo atmosférica. (Veja Secao 10.2.) Misturas A maioria das matérias que encontramos consiste de misturas de diferentes substancias. Cada substancia em uma mistura mantém sua propria identidade quimica e, conseqiientemente, suas préprias propriedades. Enquan- to substancias puras tém composicGes fixas, as composicées das misturas podem variar. Uma xicara de café adoga- do, por exemplo, pode conter pouco ou muito acticar. As substancias que compéem uma mistura (como acticar e agua) sao chamadas componentes da mistura. Algumas misturas, como areia, pedra e madeira, nao tém a mesma composic¢ao, propriedades e aparéncia por toda a mistura. Elas sao lieterogénens [Figura 1.8 (a)]. Misturas que sdo uniformes sao homogéneas. O ar é uma mistu- ra homogénea das substancias gasosas nitrogénio, oxigénio e menores quantidades de outras substancias. O nitro- génio no ar tem todas as propriedades que o nitrogénio puro porque tanto a substancia pura quanto a mistura contém as mesmas moléculas de nitrogénio. Sal, acticar e muitas outras substancias dissolvem-se em Agua para formar misturas homogéneas [Figura 1.8 (b)]. Elas sao também chamadas de solugées. A Figura 1.9 resume a clas- sificagdo da matéria em elementos, compostos e misturas. Figura 1.8 (a) Muitos materiais comuns, incluindo pedras, sao heterogéneos. Esta foto tirada de perto é de malaquita, um mineral de cobre. (b) Misturas homogéneas séo chamadas de solucdes. Muitas substancias, incluindo o sdlido azul mostrado nesta foto (sulfato de cobre), dissolvem-se em agua para formar solucdes. COMO FAZER 1.1 O ‘ouro branco’ usado em jéias contém dois elementos, ouro e palddio. Duas amostras distintas de ouro branco dife- rem em relacdo as quantidades de ouro e paladio que contém. Ambas apresentam composicéo uniforme. Sem saber mais nada sobre os materiais, como vocé classificaria 0 ouro branco? Solugéo Vamos usar 0 esquema mostrado na Figura 1.9 a seguir. Uma vez que o material é uniforme, ele é homogéneo. Uma vez que sua composicéo varia de uma amostra para a outra, nado pode ser um composto. Contrariamente, tem de ser uma mistura homogénea. Pode ser dito que ouro e paladio formam uma solucao sélida. PRATIQUE A aspirina é composta de 60,0% de carbono, 4,5% de hidrogénio e 35,5% de oxigénio por massa, independentemente de sua origem. A aspirina é uma mistura ou um composto? Resposta: um composto porque sua composicao é constante. (Quimica: a eéncia central E toda Tem compasicio variavel? Nao _| Pode ser separada @ |ANIMACAO. Figura 1.9. Esquema de classificaga0 da matéria. Em nivel quimico, toda matéria é ea classificada basicamente como elementos ou compostos. 1.3. Propriedades da matéria Toda substincia tem um conjunto tinico de propriedades — caracteristicas que nos permitem reconhecé-las € distingui-las de outras substancias, Por exemplo, as propriedades relacionadas na Tabela 1.3 permitem-nos dife- renciar entre hidrogénio, oxigénio e égua. As propriedades da materia podem ser classificadas como fisicas ou qui- micas. As propriedades fisicas podem ser medidas sem alterar a identidade e a composigio das substancias. Essas propriedades incluem cor, odor, densidade, ponto de fusto, ponto de ebulicao e dureza. As propriedades quimi- cas descrevem como uma substancia pode se alterar ou reagir pera formar outras. Uma propriedade quimica co- mum €a capacidade de sofrer combustio, ou seja, de queimar-se na presenga de oxigénio. Algumas propriedades — como temperatura, panto de fusio e densidade— no dependem da quantidade de amostra analisada. Fssas propriedades, chamadas propriedades intensivas, so particularmente uiteis na quiimica porque muitas podem ser usadas para identiicar substancias. As propriedades extensivas das substancias depen- dem da quantidade de amostra e incluem medidas cle massa e volume. Elas estdo relacionadas com guartidade de substncia presente. Mudangas fisicas e quimicas Do mesmo modo que suas propriedades, as mudancas que as substancias sofrem podem ser classificadas como fisicas ou quimicas. Durante as mudancas fisicas uma substancia apresenta alteracao em sua aparéncia fi- sica, mas nao em sua composicao. A evaporacéo da agua é uma mudanca fisica. Quando a égua evapora, ela pas- sa do estado Iiquido para 0 gasoso, mas é ainda composta de moléculas de agua, como representado anteriormente na Figura 1.4, Todas as mudangas de estado (por exemplo, de liquido para gas ou de liquido para sélido) sao mudancas fisicas. Capitulo 1 Introduc4o: matéria e medidas Figura 1.10 Em reagdes quimicas, as identidades das substancias mudam. Neste caso, uma mistura de hidrogénio e oxigénio sofre uma mudan¢a quimica para formar agua. Mistura de hidrogénio e oxigénio Agua Nas mudancas quimicas (também chamadas de reacées quimicas) uma substancia é transformada em uma substancia quimicamente diferente. Quando o hidrogénio queima no ar, por exemplo, sofre uma mudanga quimi- <= porque combina-se com oxigénio para formar 4gua. Uma visao em nivel molecular desse processo esta repre- ‘sentada na Figura 1.10. Mudangas quimicas podem ser dramaticas. No relato a seguir, Ira Remsen, autor de um livro popular de qui- ica publicado em 1901, descreveu sua primeira experiéncia com reagSes quimicas. A reacdo quimica que ele ob- servou é mostrada na Figura 1.11. Ao ler um livro de quimica, deparei com a seguinte afirmacao: “Acido nitrico age sobre 0 cobre” e resolvi ver o gue isso significava. Tendo conseguido um pouco de Acido nitrico, queria apenas compreender 0 que a palavra “2air sobre’ significava. Em prol do conhecimento, estava disposto a desperdigar uma das poucas moedas de cobre gee tinha. Coloquei uma delas na mesa, abri uma garrafa com a etiqueta ‘acido nitrico’, derramei um pouco do li- @cido no cobre e me preparei para observar. Mas o que foi essa coisa extraordinaria que presenciei? A moeda ja ti- ehe se transformado, e nao foi uma pequena transformacgéo. Um liquido azul-esverdeado espumou e lancgou =smaca sobre a moeda e a mesa. O ar ficou vermelho-escuro. Como poderia parar isso? Tentei pegar a moeda e ela pela janela. Aprendi outro fato: acido nitrico age sobre os dedos. A dor conduziu-me para outro experimen- *) nao premeditado. Esfreguei meus dedos na calca e descobri que acido nitrico age sobre calgas. Esta foi a expe- _Séncia mais impressionante que ja fiz. Mesmo agora, falo disso com preocupacao. Foi assustador para mim. _Obviamente a tinica maneira de entender esses notdveis tipos de agdo é observando os resultados, experimentan- 20 trabalhando em laboratério. gura 1.11 Areacao quimica entre uma moeda de cobre de um centavo norte-americana e acido nitrico. O cobre ‘Sssolvido produz a soluc4o azul-esverdeada; 0 gas marrom avermelhado é diéxido de nitrogénio. 10 (Quimica: a ciéncia central Figura 1.12 Separacio por filtrago. Uma mistura de um sélido e um liquide & derramada através de um filtro de porosidade media, neste caso, papel. O liquide ppassa pelo papel enquante o sélido € retido por ele FUME Misturas e compostos Separasao de misturas ‘Uma vez que cada componente de uma mistura mantém suas propriedades, podemos separar uma mistura em seus componentes, tirando vantagem das diferencas em suas propriedades. Por exemplo, uma mistura hetero- ggénea de limalha de ferro de ouro pode ser separada uma a uma pela cor do ferro e do ouro. Um modo menos tra- bbalhoso seria o uso de tum {ma para atrair as limalhas de ferro, deixando o ouro para trés. Podemos também tirar vantagem de uma diferenca quimica importante existente entre eles: muitos Acidos dissolvem o ferro, mas nao 0 ‘ouro, Assim, se colocissemos a mistura em dcido apropriado, o ferro se dissolveria e 0 ouro seria ignorado. Os dois poderiam entao ser separados por filtragio, procedimento ilustrado na Figura 1.12. Terfamos de usar outras re- agées quimicas, as quais aprenderemos mais tarde, para transformar o ferro dissolvido em metal. Podemos separar misturas homogéneas em seus componentes cle maneira andloga. Por exemplo, a 4gua tem um ponto de ebulicao maior do que o dosal de cozinha; ela é mais voldtil.Se fervermos uma solugao de sal em gua, a dgua, que é mais volitil,evapota, eo do sal é gnorado. O vapor de égua é convertido de volta a forma liquida nas paredes do condensador (Figura 1.13). Esse processo é chamado destilago. Figura 1.13. Uma apareiho simples para a separac3o de uma solugdo de cloreto de sédio (Agua salgada) em seus componentes. ‘Ao ferver a solugto, a gua evaporada condensa-se © &, entzo, coletada em um frasco receptor. DOs. Gateeidtes eee = evaporada, o cloreto de sbato a < ee ee del — aos © Yoscleane| F a Frasco de 4 i aquocimente || entrada de gus fie fig” _| > Destlagio de égua salgata ~Bico de Bunsen 7 ox Ge @ ANIMAGRO asco receptor (a) mostrado na Figura 1.14. Um olhar mais de perto “ quimica é uma ciéncia experimental. Na atualidade, a de usar experimentos para entender a natureza parece padrdo natural de pensamento para nés, mas houve €poca, antes do século XVIL, que os experimentos rara- e eram utilizados. Os gregos antigos, por exemplo, nao sntavam com eles para testar suas idéias. _ Embora dois cientistas diferentes dificilmente abordem o smo problema exatamente do mesmo modo, existem al- s diretrizes para a pratica da ciéncia, que vém a ser co- das como método cientifico. Essas diretrizes estao tizadas na Figura 1.15. Comecamos coletando in- Ges, ou dados, observando e experimentando. Entre- _ a coleta de informagées nao é o objetivo final. O o é encontrar um padrao ou significado de regras em observagoes e entender a origem dessas regras. edida que realizamos nossos experimentos, podemos ra ver padroes que nos levem a uma fentativa de ex- “se80, ou hipétese, que nos direciona no planejamento de (b) Figura 1.14 Separacao por cromatografia de papel da tinta de caneta em dois componentes. (a) A agua comeca a = bir no papel. (b) A Agua move-se acima da marca de tinta de caneta, dissolvendo seus diferentes componentes em S*erentes proporcées. (c) A agua separou a tinta em seus diferentes componentes. As diferentes capacidades das substancias em aderir as superficies de va- Sos sélidos, como papel e amido, podem ser usadas para separar misturas. Esta é a base da cromatografia (literalmente ‘a escrita das cores’), uma técnica ue pode dar resultados maravilhosos e dramaticos. Um exemplo de separacao cromatografica de tinta de caneta é Capitulo 1 Introducdo: matéria e medidas 11 (c) FILME Cromatografia de papel de tinta de caneta & O método cientifico experimentos posteriores. Eventualmente, podemos ser ca- pazes de unir um grande ntimero de informag6es em uma tinica sentenca ou equacao e chamé-la de lei cientifica. Lei cientifica é uma sentenca verbal concisa ou uma equacio mate- mitica que resume grande variedade de observacées e experiéncias. Temos a tendéncia de pensar nas leis da natureza como regras basicas segundo as quais esta opera. Entretanto, nao é que a matéria obedega as leis da natureza; mais especifica- mente, as leis da natureza descrevem 0 comportamento da matéria. Em muitos estégios de nossos estudos, poderemos pro- por explicacées de por que a natureza se comporta de certa maneira em particular. Se uma hipotese é suticientemente geral e é continuamente efetiva em prever fatos que ainda serao observados, é chamada de teoria ou modelo. Teoria é uma explicacio dos principios gerais de certos fendmenos, com considerdvel evidéncia ou fatos para suportd-la. Por exemplo, a teoria de Einstein sobre a relatividade foi uma maneira nova conhecidas como teorias. Observacoes ‘} Encontrar pedites |_| Formular e t tegna } e experimentos - tendéncias e leis ‘| _ testar hipoteses ] Figura 1.15 © método cientifico é uma abordagem geral de problemas que envolvem observar, procurar padroes nas observac6es, formular hipéteses para explicar as observacoes e testa-las em experimentos posteriores. Essas hipdteses que resistem a tais testes e mostram-se tteis em explicar ou prever um comportamento tornam-se € revolucionaria de se pensar sobre o espaco e 0 tempo. Entretanto, foi mais do que apenas uma simples hipstese [Porque era possivel usé-la para fazer previsSes que podiam Ser testaclas experimentalmente. Quando esses experimen tos foram realizados, os resultados em geral estavam de acoreo com as previsdes e néo cram explicados pot iworias anteriores de tempo e espayo baseadas no trabalho de New- ton. Portanto, a excelente tearia da relatividade foi ampaca- dda, mas nio provada. Na realicade, nunca podemos provar que uma teoria ests absolutamente correta. A medida que prosseguirmos, raramente teremos a oportunidade de discutir as dvidas, 03 conflitos, a dise cordancia de pontos de vista e a revolucao de percepca0. 1.4 _Unidades de medida ‘que nos levaram as idéias atuais, Precisamos estar atentos a fato de que apenas porque sabemos decifrar os resulta- dos da eiéncia tio eficazmente em livros nao significa que © progresso cientifico seja regular, certo e previsivel, -Algumas das idéias que apresentamos neste livro levaram séculos para ser desenvolvicias e envolveram grande ni ‘mero de cientistas. Adquirimos nosso entendimento do mundo natural apotando-nos nas obras dos cientistes \quenos precedieram. Tire vantagem desse entendimento, Conforme for estudando, exercitesua imaginacao. Nao ie- nha medo de fazer perguntas audazes quando elas vierem A suiamente. Voce pode ficar encantada com o que vai des= cobrie. Muitas propriedacles da matéria sao quantitations;isto é, do associadas a ntimeros. Quando um niimero repre- senta uma medida quantitativa, as unidades de grandeza devem sempre ser especificadas. Dizer que o compri= mento de um lapis € 17,5 nao significa nada. Dizer que é 17,5 centimetros descreve adequadamente seu comprimento. As unidades usadas em medidas cientificas so as do sistema métrico, O sistema meétrico, desenvolvido inicialmente na Fran i, no final do século XVII, é usado como o sistema de ‘medidas na maioria dos paises do mundo, Vérios paises adotam o sistema inglés de medidas, embora o uso do sis tema métrico esteja se tornando cada vez mais comm nesses paises. Unidades SI Em 1960, chegou-se a um acordo intemacional especi ificando uma escolha particular de unidades métricas Para uso em medidas cientificas. Essas unidades preferenciais sao chamadas unidades SI, abreviatura de Syst2me International d’Unités.O sistema SI tem sete unidades basicas das quais todas as outras sio derivadas. A Tabela 14 re- laciona essas unidades basicas e seus simbolos. Neste capitulo abordaremos as unidades basicas de comprimento, ‘massa e temperatura Os prefixos sao usacos para indicar fragbes decimais ou muiltiplos de varias unidades. Por exemplo, o prefixo mili Tepresenta uma fracio 10” da unidade: um miligrama (mg) é 10° grama (g), um milimetro (mm) 6 10° metro (m) ¢ assim por diante. Os prefixes empregados com mais freqiiéncia em quimica estio relacionados na Tabela 1.3. Ao usar o sistema Sle resolver os exercicios deste livro, & preciso saber utilizar notacio exponencial. Se vocé nao est familiarizado com esse conceito ou quer revisé-lo, recorra ao Apéndice A.1 Apesar de unidades fora do SI estarem sendo abandonadas, ainda existem algumas que sio freqiientemente ‘wsadas pelos cientistas. Sempre que depararmos com uma unidade fora do SI pela primeira vez, a unidade SI cor- reta serd dada, Comprimento e massa A unidade SI basica de comprimento é 0 metro (mn). As telagies entre as unidades dos sistemas inglés e métrico que usaremos com mais freqiiéncia neste livro estaono encarte. Na Selo 1.6 abordaremos como converter unida- des do sistema inglés para o sistema métrico e vice-versa. Grandeza fisica Nome da unidade Abreviatura ‘Massa Quilograma Kg Comprimento Metro m Tempo Segundo s Temperatura Kelvin rs ‘Quantidade de materia Mol mol Corrente elétrica Ampere A Intensidade luminosa Candela cd Capitulo 1 Introducdo: matéria e medidas TABELA 1.5 Alguns prefixos usados no sistema metrico Prefixo Abreviatura Significado Exemplo 10 1 gigametro (Gm) = 1 x 10° m 10° 1 megametro (Mm) = 1*10°m 10° 1 quilémetro (km) = 1 x 10°m 10° 1 decimetro (dm) = 0,1 m 1 centimetro (cm) = 0,01 m 10° 1 milimetro (mm) = 0,001 m 10° 1 micron (wm) = 110° m 10° 1 nanémetro (nm) =1 «107° m 9 Giga Mega Quilo Deci Centi Mili Micro Nano 10” 1 picémetro (pm) = 1x10" m Femto 1 femt6metro (fm) = 1x 10° m eee Pico mS SE gO aR EO “Essa é a letra grega mi. Massa’ éa medida da quantidade de material em um objeto. A unidade SI basica de massa € 0 quilograma (kg). Essa unidade basica 6 singular uma vez que usa o prefixo quilo-, em vez de usar somente a palavra grama. Obtém-se outras unidades para massa adicionando-se prefixos 4 palavra grama. COMO FAZER 1.2 Qual é o nome dado para a unidade que é igual a (a) 10” grama; (b) 10° segundo; (c) 10° metro? Solugao Em cada caso recorremos & Tabela 1.5 para encontrar o prefixo relacionado a cada fracéo decimal: (a) nanograma, ng; (b) microssegundo, “4s; (c) milimetro, mm. PRATIQUE (a) Qual fracdo decimal de um segundo corresponde a um picossegundo, ps? (b) Expresse a medida 6,0 x10? m usando um prefixo para substituir a poténcia de dez. (c) Usea notagao exponencial padrao para expressar 3,76 mg em gramas. Respostas: (a) 10” s; (b) 6,0 km; (c) 3,76 x10" g. Temperatura Compreendemos temperatura como a medida de calor ou frieza de um objeto. De fato, a temperatura determi- naa direcdo do fluxo de calor. O calor sempre flui espontaneamente de uma substancia a temperatura mais alta para outra a temperatura mais baixa. Logo, sentimos a afluéncia de energia quando tocamos um objeto quente e sa- bemos que 0 objeto esté A temperatura mais alta do que a de nossas mdos. As escalas de temperatura normalmente empregadas em estudos cientificos so Celsius e Kelvin. A escala Celsius também empregada no dia-a-dia na maioria dos paises. Ela foi originalmente baseada na atribuigdo de 0 °C ao ponto de congelamento da Agua e 100 °C ao ponto de ebulicao da agua no nivel do mar (Figura 1.16). A escala Kelvin éa escala de temperatura no SI e a unidade SI de temperatura é 0 kelvin (K). Historicamente, 2 escala Kelvin foi baseada nas propriedades dos gases; sua origem sera abordada no Capitulo 10. O zero nessa es- cala éa temperatura mais baixa que se pode atingir, 273,15 °C, uma temperatura conhecida como zero absoluto. As escalas Celsius e Kelvin tém unidades de mesmo tamanho ~ isto é, um kelvin é do mesmo tamanho que um grau Celsius. Assim, as escalas Kelvin e Celsius relacionam-se da seguinte forma: K= °C + 273,15 [1.1] O ponto de congelamento da gua , 0 °C, 6 273,15 K (Figura 1.16). Observe que nao usamos o sinal de grau (°) com temperaturas na escala Kelvin. Aescala comum de temperatura nos Estados Unidos é a escala Fahrenheit, que geralmente nao é empregada em estudos cientificos. Na escala Fahrenheit, a 4gua congela a 32 °F e ferve a 212 °F. As escalas Fahrenheit e Celsius re- lacionam-se da seguinte forma: i Massae peso nao sao termos permutaveis e freqiienternente se pensa, de maneira equivocada, que sao a mesma coisa. O peso de um objeto é a forga que a massa exerce devido 4 gravidade. No espaco, onde as forcgas gravitacionais sao muito fracas, um astronauta pode no ter peso, mas terd massa. Na realidade, a massa do astronauta no espaco é a mesma que se ele estivesse na Terra. 14 ‘Quimica: a eiéncia central Figura 1.16 Comparacio entre as esscalas de temperatura Kelvin, Celsius Fahrenheit. g x 5 a —Ponto de ebutigto da Sgua x | 4 Temperatura normal do corpo |+Intervato de 100 graus | intervalo do 100 gras |} y 5 | 4 — Ponto de congelamento da agua Escala Kelvin Escala Celsius Escala Fahrenheit 5 (op =2¢0) + =5(F- 92) ou Fa ECC) +2 COMO FAZER 1.3, Sea previstio do tempo diz quea temperatura do diaatingiré 31°C, qual éa temperatura prevista (a) em; (b) em*F? Solugio (a) Usando aBquagdo 11, temos - K=314273< 30K (b) Usando a Equagzo 1.2, temos 201) +92=96+ 92-88 °F PRATIQUE Etilenoglicol,o principal ingrediente de anticongelantes, congela a ~11,5 °C, Qual o ponto ce congelamento (a) em K; ()em"F? Respostas: (a) 261,7 K; (b) 1,3 °F. Unidades derivadas do Si As tunidades basieas do SI que esto na Tabela 1.4 so usadas para derivar as unidades de outras quantida- des. Para se fazer isso, usamos a equacto que define a quantidade, substituindo as unidades basicas apropria- das, Por exemplo, a velocidade ¢ definida como a razio da distancia percorrida com o decorrer do tempo. Logo, a unidade SI para volocidade é a unidade SI de distancia (comprimento) dividida pela unidade SI de tempo, m/s, que lemos ‘metros por segundo’, Encontraremos, posteriormente neste livro, muitas unidades deriva: das, como as de forga, pressio e energia. Neste capitulo examinaremos as unidades derivadas para volume e densidade. Volume O rolume de um cubo é dado por seu comprimento cibico (comprimento)’. Logo, a unidacle basica SI de volu- me 6 0metro cibico, ou m’,o voltime de um cubo que tom 1 mem cada aresta, Unidades menores,tais como centi- metros cibicos, cm’ (escrito algumas vezes como Cc), séo freqiiertemente usadas em quimica. Outra unidade de volume quase sempre usada em quimica € 0 litro (L), que é igual a um decimetro ctbico, dm’, e ligeiramente maior que uma quarta. O litra é a primeira unidade métrica que encontramos ¢ que fo € uma unidade SI. Existem 1.000 1iliitros (mL. em um litro (Figura 1.17), e cada millitro tem o mesmo volume de um centimetro cibieo: 1 mL =1 mn’. Os termos mililtro e centimeiro ctbico so permutéveis quando expressamos volume. Capitulo1 Introducao: matéria e medidas 15 Os dispositivos mais comumente usados em quimica para medir volume est4o ilustrados na Figura 1.18. Seringas, buretas e pipetas permitem verter li- guidos com mais precisdo do que provetas. Bales volumétricos séo usados para conter volumes especificos de liquidas. Densidade A densidade é muito utilizada para caracterizar substancias. E definida como a quantidade de massa em uma unidade de volume de substAncia: massa Densidade = [1.3] volume A densidade de sélidos e liquidos é, em geral, expressa em unidades de =ramas por centimetro ctibico (g/cm*) ou gramas por mililitro (g/mL). As densidades de algumas substancias comuns estdo relacionadas na Tabela 1.6. O fato de a densidade da Agua ser igual a 1,00 ¢/mL nao é uma coincidéncia; a =rama foi definida originalmente como a massa de 1 mL de Agua 4 temperatura especifica. Uma vez que a maioria das substancias varia o volume quando é equecida ou resfriada, as densidades séo dependentes da temperatura. Quando relatamos densidades, a temperatura deve ser especificada. Geralmente supo- mos que a temperatura 6 25 °C, proxima da temperatura ambiente, quando ela nao é fornecida. mL 0 1 2 3 4s Es 4s P| 46 |= 47 48 © 49 50 Torneira, hes uma valvula para controlar — ey o fluxo de 2 ( SS liquido Bureta Pipeta Baldo volumétrico Proveta Seringa TABELA 1.6 Densidades de algumas substancias a 25 °C 1L=1dm? = 1000 cm? > «lem <10cm 3 =1ldm Figura 1.17 Um litro equivalea um decimetro ctibico, 1 L=1 dm’. Cada decimetro ctibico contém 1.000 centimetros ctibicos, 1 dm’ = 1.000 cm*. Cada centimetro cubico é igual a um mililitro, lem’ =1mL. Figura 1.18 Dispositivos comuns usados em laboratérios de quimica para medir e verter volumes de liquidos, A proveta, seringa e bureta sdo usadas para verter volumes variados de liquido; a pipeta é usada para verter um volume especifico de liquido. O baldo volumétrico suporta um volume especifico de liquido quando cheio até a marca. Substancia Densidade (g/cm’*) Ar 0,001 Balsa de madeira 0,16 Etanol 0,79 Agua 1,00 Etilenoglicol 1,09 Acticar refinado 139 Sal de cozinha 2,16 Ferro 7,9 Ouro 19,32 16 ‘Quimica: a ciéneia central errr rea areata erea ea ee eee er A A quimica no trabalho A quimica no noticiario A quimica € um campo muito vivido e ative da ciéncia, Por fazer parte de nossa vida, surgem reportagens sobre _questdes relativas a quimica nos noticidrios praticamente to- dos os dias. Algumas mencionam avangos recentes no do senvolvimento de novos medicamentos, materiais © ‘processos. Outras tratam de problemas de moio ambiente e seguranga publica. A medida que estudar quimica, espera- _mos que desenvolva habilidades para entender melhor 0 im- ppacto dela na sua vida. Essas habilidades so necessévias [para que voce possa participar de discuss0es e debates pii- Dlicos sabre questoes relacionacias A quimica, as quais afe- tam sua comunidade, seu pais e 0 mundo. Como exemplo, resumimos aqui algumas das mais recentes histérias nas quais a quimica toma parte. ““Células de combustivel produzem energia diretamente de hidrocarbonetos” A chegada de carros elétricos, tal como o mostrado na Fie gura 19, como um meio pratico de transporte, tem sido adiada por anos devido a problemas em encontrar uma fonte de energia adequada. As baterias, que so disponiveis a um custo razoavel, sio multo pesadas e permitem apenas uma quilometragem limitada antes da necessidade de recarga. A célula a pilha, na qual ocorre uma reagio quiimica usada para fornecer energia eltrica diretamente, uma alternativa para abateria, Até o momento célulasa pilha ficazesneces- sitam de hidrogenio como combustivel. © hidrogénio tem ‘uma produgo cara e estoci-lo € problematico, além de apre~ sentar perigo potencial. Recentemente, pesquisadores da Universidade da Pensil- vania demonstraram que combustiveis mais adequados, mais baratose potencialmente mais seguras, como bustano (leo diesel, podem ser usados para produzir eletricidade di- retamente em uma ostula 2 pilha mais moderna. Butano e leo diesel sio constituides de hidrocarbonetos, moléculas {que contém apenas dtomos de hidrogénio e carbono, O se- zgtedo da nova tecnologia é0 desenvolvimento de um novo, material para eletrodos de células a pilha, o qual contém o elemento eobre, que presumivelmente ajuda a catalisar a re- ‘acto eletroquimica no eletrodo. Figura 1.19 Seco reta de um carro alimentado por ‘élulas a plha, _Apesar de essa nova tecnologia parecer muito promissora, ‘vocé ainda nao poder’ fazer seu pedido ce um carro elétrico incorporando essa teenologia. Varios problemas de engenha- tae de custo precisam ser resolvides antes de ele tomnar-se ‘uma realidade comercial. No entanto, muitas companhias au- ‘tomobilisticas estabeleceram como meta colocar um automé- vvel movide a pilha no mercado até 2004 ou um pouco antes. “Adicionar ferro ao oceano estimula a fotossintese” A wida vegetal microscopica — fitoplancton — esta es- ccassa em certas partes do cceano (Figura 1.20), Ha varios, ‘anos, 05 cientistas propuseram que essa escasse7 fosse cat sada pela falta de nutrientes vegetals, basicamente ferro. ‘Uma Vez que o fitoplancton absorve difxido de carbono na {otossintese, foi proposto também que quantidadesrelativa- mente pequenas ce ferro distribuicas em regices apropria~ das dos oceanos poderiam reduzit 0 diéxido de carbono atmosférico, dessa forma diminuindo o aquecimento terres ‘re. Seo fitoplneton for a0 undo do oveano quando morrer, © didxido de carhono nao pode retornar para a atmosfera ‘com a decompasiga0 dos microorganismos. Recentemente, tém-se realizado estuclos nos quais ferro {04 adicionado & Superticie dos oceanos do sul préximos & Antértida para estudar seu efeito no fitoplancion. A adicao {do ferro resultou em aumento substancial na quantidade de fitopléncton eno ménimo uma diminuicio por um periodo ‘earto na quantidade de diGxido de carbono no ar imediata- mente acima deles, Esses resultados estavam compativess ‘com experimentos andlogos realizados anteriormente na re- gio equatorial do Oceano Pacifico, confirmando a hipbtese de que o ferro é o nutriente limitante para esses microorga- niismos em muitos oceanos. Entretanto, nao houve aumento ‘na quantidade de microorganismos que afundavam. Assim, esse procedimento pode ser init para a reducfo do diéxido de carbono atmosférico, por periodos longos. “Nanotecnologia: propaganda e esperanca” Nos iltimos 15 anos temos assistido a uma explosao de ‘equipamentos relativamente baratos ¢ téenicas para investi- gare manipular materiais em escala de tamanho nanométri- ‘co, Escas capacidades tém levado a previsoes otimistas de Figura 1.20. Imagem de satéite, realcada em cores, dos ‘aceanos do globo, destacando a distribuicao e a ‘concentragdo de ftoplancton, As regides vermelha e laranja possuem a maior concentracao, enquanto as regides azul-claroe violet-escuro apresentam as menores concentragées. oe ee Capitulo 1 Introducdo: matéria e medidas 17 Figura 1.21 Uma secdao de nanotubo de carbono. Cada intersecao na rede representa um atomo de carbono unido quimicamente a trés outros. Eixo do nanotubo ° nanotecnologias futuristicas incluindo maquinas em escala molecular e robés que podem manipular matéria com preci- sao atémica. Muitos acreditam que tais expectativas sejam somente alarde, enquanto outros expressam a esperanca de que elas possam se concretizar. Materiais de escala nanométrica exibem propriedades quimicas e fisicas diferentes de materiais volumosos. Por exemplo, o carbono pode formar estruturas tubulares como mostrado na Figura 1.21. Esses tubos, chamados de nanotu- bos, lembram um rolo cilindrico de tela de arame. Quando os nanotubos sao formados com perfeicao, conduzem cor- rente elétrica como um metal. Os cientistas tem aprendido que as propriedades elétri- cas e Oticas de certas particulas de tamanho nanométrico po- dem ser harmonizadas ajustando-se seu tamanho e sua forma. Tais propriedades sao, portanto, de interesse para aplicagoes em dispositivos éticos de armazenamento de da- dos e sistemas ultra-rapidos de comunicacdo de dados. Embora essas aplicacdes estejam ha anos da realizagdo co- mercial, elas oferecem a promessa de mudangas dramaticas nao apenas no tamanho dos dispositivos eletronicos, senso- res e muitos outros itens, mas também na maneira que eles sao fabricados. Sugere-se que tais dispositivos possam ser montados a partir de componentes mais simples e menores como moléculas e outras estruturas nanométricas. Esse ca- minho é andlogo ao que a natureza utiliza para construir ar- quiteturas bioldgicas complexas. “Em busca de uma superaspirina” A aspirina, introduzida em 1899, foi um dos primeiros me- dicamentos desenvolvidos e ainda é um dos mais largamente usados. Estima-se que 20 bilhdes de comprimidos de aspirina 40 ingeridos a cada ano nos Estados Unidos. Planejada origi- nalmente para abrandar a dor e aliviar juntas e musculos do- loridos, mostrou-se um medicamento altamente complexo, com poderes e limitacdes inesperados. Descobriu-se que ela reduz a incidéncia de ataques cardiacos e é eficaz na diminui- cao da incidéncia da doencga de Alzheimer e cancer do trato digestério. Ao mesmo tempo, entretanto, a aspirina ataca 0 revestimento estomacal, causando sangramento ou até ulce- ras, e normalmente causa problemas intestinais. Uma das formas de acao da aspirina é bloquear uma enzi- ma (um tipo de proteina) chamada COX-2, que promove in- flamacao, dor e febre. Infelizmente, ela também interfere com a COX-1, uma enzima correlata que produz horménios essenciais satide do estGmago e dos rins. Um agente analgé- sico e antiinflamatério eficiente inibiria o COX-2 sem interfe- rir com o COX-1. O formato da molécula de aspirina é mostrado na Figura 1.22 (a). A aspirina age transferindo par- te da sua molécula, conhecida como grupo acetil, para o COX-2, desativando-o. Um substituto da aspirina tem de manter esse aspecto da molécula, o qual é salientado na Fi- gura 1.22 (a). A substituicdo deve também manter 0 for- mato geral e o tamanho da molécula de aspirina, de tal forma a encaixar-se no espacgo da enzima do mesmo modo que a aspirina. Uma variacdo promissora da molécula de aspirina € mos- trada na Figura 1.22 (b). A parte modificada consiste de um atomo de enxofre (amarelo) seguido por uma ‘cauda’ de ato- mos de carbonos (preto) ligados a dtomos de hidrogénio (bran- co). Essa molécula é um inibider em potencial de COX-2 que parece n4o afetar o COX-1. Essa e outras moléculas de ‘su- peraspirina’ devem passar por testes de seguranca por perio- dos longos antes de ser colocadas nas prateleiras das farmacias, mas a tempo de substituir a aspirina e outros medi- camentos antiinflamatérios nao-esterdides. Figura 1.22 (a) Um modelo molecular da aspirina; a parte destacada da molécula é transferida quando a aspirina desativa a enzima COX-2. (b) Modelo molecular de uma nova ‘superaspirina’ potencial cuja estrutura molecular esta relacionada com a da aspirina. 18 (Quimica: a eiéneia central (Os termos densidade e peso algumas vezes cauisam confustio. Quando uma pessoa diz que o ferro pesa mais que © ar normalmente quer dizer que o ferro tem uma densidade maior do que 0 ar; 1 kg de ar tem a mesma massa que Lkg de ferro, mas o ferro ocupa um volume menor, por isso atribui-se a ele densidade maior. Se combinamos dois liquidos que nio se misturam, 0 menos denso flutuaré no mais denso. | como raze 1.4 {@) 521,00 +10" g de mercirio ocupam um volume de 7,63 em’, qual srs sua densidade? (©) Caleule-o volume ocupado por 65,0 g de metanolliquido (alcool da madeira) sendo sua densidade 0791 g/mL. (©) Qual éa massa em gramas de um cubo de ouro (densiclade = 19,32 g/cm’) de arestas iguais a2,00 em? ‘dade #55 _ 100 x10" ‘ Densidade = 255%. — em volume 7;36em* ~ 19° 8 (0) Resolvendo a Equacao 13 para volume, ¢ usando a massa ¢ a densidade fornecidas, temos cae eet _SBEIIE 3 mal vi ‘ensidade ~ 0791 gmt ~ 2 (8 Podemos calclara massaa partirco volume do cubo ede sua densidade, O volumedocubo podesercalculadoa partir do comprimento de suas arestas Volume = (2,00 em) = (2,0) cm*=8,00em? Resolvendo a Equacio 1.3 para a massa e substituindo 0 volume e a densidade fornecidas temos que ‘Massa = volume xensidade = 8,00 em (19,32 g/cm’) = 155 g PRATIQUE (@) Calculea densidade de 374,5 g de uma amostra de cobre considerando que seu volume € 41,8 cm’. (b) Um estu- dlante precisa de 15,0 g de efanol para um experimento. Sea densidade do alcool 60,789 g/ml. de quantos milili- tros de élcoo! ete precisa? (c) Qual éa massa, em gramas, do 25,0 mL. de mercirio (densidade = 13/6 g/mL)? Respostas: (2) $96 g/cm; (b) 19,0 mL; (€) 40g. 1.5 Incerteza na medida Existem dois tipos de ntimeros em um trabalho cientifico: niimeres exntos (aqueles cujos valores sf conhecidos ‘cam exatidaio)e mimeros inexatos (aqueles cujos valores tém alguma incerteza). A maioria dos ntimeros exatos tem valores definidos. Por exemplo, existem exatamente 12 ovosem uma diizia,exatamente 1.000 gem um quilograma ‘eexatamente 2,54.cm em uma polegada, O ntimero 1 em qualquer fator de conversao entre unidades, comoem 1m = 1.000 cm ow 1 kg =2,2046 Ib, ¢ também um ntimero exato. Ntimeros exatos ainda podem ser tesuiliantes da conta- gem do ntimero de objetos. Por exemplo, podemos contar o niimero exato de bolas de gude em um pote ou 0 nti- mero exato de pessoas em uma sala de aula ‘Os ntimeros obtidos a partir de medidas séo sempre inexatos. Existem sempre limitag6es intrinsecas nos equi- pamentos usados para medir grandezas (erro de equipamentos) ¢ diferencas em medicdes realizadas com 0 me ‘mo instrumento por pessoas diferentes (erro humano). Suponha que dez estudantes com dez balancas diferentes recebam a mesma moeda norie-americana de clez centavos para pesar. As dez medidas variarao muito ligeiramen- te. Asbalangas podem estar calibradas de forma um pouco diferente ¢ podera haver diferencas na leitura que cada estudante faz.da massa na balanca. Contar miimeros muito grandes de objetos geralmente acarreta erro, Considere, por exemplo, como é dificil obter exatidéo nas informagbes do censo de uma cidade ou da contagem de votos das eleigdes. Lembre-se: Senipreexistom incertezas em medidas de grandezas. Precisao e exatidao Os termos precisio e exaticito s40 normalmente usados no exame de incertezas de valores de medidas. Precisio éuma medida do grau de aproximacio entre os valores das medidas individuais. Exatidao ow acurdcia indica 0 grau de aproximagao entre as medidas individuais eo valor correto ou ‘verdadeiro’. A analogia com os dardos fin- cados em um alvo ilustrado na Figura 1.23 representa a diferenca entre esses dois conceitos, Capitulo1 Introducdo: matéria e medidas 19 Exatidao boa Exatidao ruim Exatidao ruim Boa precisao Boa precisdo Precisao ruim No laboratério geralmente realizamos varias ‘tentativas’ diferentes para um mesmo experimento. Alcancamos confianga na exatiddo de nossas medidas se chegamos aproximadamente ao mesmo valor em cada uma das vezes. Figura 1.23 A distribuicdo de dardos em um alvo ilustra a diferenca entre exatidao e precisao. Entretanto, a Figura 1.23 nos lembra de que medidas precisas podem ser inexatas. Por exemplo, se uma balanga muito precisa é calibrada de modo satisfatério, as massas que mecdimos serao constantemente altas ou baixas. Serao inexatas mesmo que sejam precisas. Algarismos significativos Suponha que vocé pese uma moeda norte-americana de dez centavos em uma balanca capaz de medir até o mais préximo de 0,0001 g. Vocé podera in- formar a massa como 2,2405 + 0,0001 g. A notagao + (leia ‘mais ou menos’) ex- pressa a incerteza de uma medida. Em muitos trabalhos cientificos despreza- mos a notacao + no entendimento de que existe uma incerteza de no minimo uma unidade no ultimo digito da grandeza medida. Isto é, grandezas medidas sao geralmente relatadas de tal modo que apenas o ultimo digito seja incerto. A Figura 1.24 mostra um termémetro com sua coluna liquida entre as mar- cas da escala. Podemos ler os digitos exatos da escala e estimar os incertos. A partir das marcas da escala, vemos que 0 liquido esta entre 25 e 30 °C. Podemos estimar que a temperatura seja 27 °C, estando de alguma forma incertos sobre o segundo digito de nossa medida. Todos os digitos de uma grandeza medida, incluindo os incertos, sao cha- mados algarismos significativos. Uma medida de massa informada como 2,2 ¢ tem dois algarismos significativos, enquanto uma massa informada como 2.2405 g tem cinco algarismos significativos. Quanto maior o ntimero de alga- rismos significativos, maior é a certeza envolvida na medida. COMO FAZER 1.5 Qual a diferenca entre 4,0 g e 4,00 g? Solucaéo Muitas pessoas diriam que nao ha diferencas, mas um cientista perceberia a diferenga no mimero de algarismos significativos das duas medidas. O valor 4,0 g tem dois algarismos significativos, enquanto 4,00 ¢ tem trés, Isso implica que a primeira medida tem maior incerterza. Uma massa de 4,0 g indica que a massa esta entre 3,9 e 4,1 ¢;a massa 64,0 + 0,1 g. A medida de 4,00 g implica que a massa esta entre 3,99 e 4,01 g; a massa é 4,00 + 0,01 ¢. PRATIQUE Uma balanca tem uma precisdéo de + 0,001g. Uma amostra que pesa aproxi- madamente 25 ¢ é colocada nessa balanca. Quantos algarismos significativos devem ser informados para esta medida? Resposta: 5, como na medida 24,995 g. 100 °C —s0°c — 60°C — 40°C — 20°C —o0°c pee ge nl pene Figura 1.24 Um termémetro com marcagao a cada 5 °C. A tempera- tura esta entre 25 e 30 °Ceé aproximadamente 27 °C. ATIVIDADE Algarismos significativos Em qualquer medida relatada apropriadamente, todos os digitos diferentes de zero sdo significativos. Zeros, entretanto, podem ser usados como parte do valor medido ou meramente para alocar a virgula. Portanto, zeros po- 20 Quimica: a ciéncia central dem ou nio ser significativos, dependendo de como eles aparecem no numero. Os seguintes procedimentos des- crevem as diferentes situagdes envolvendo zeros: 1. Zeros entre digitos diferentes de zero sao sempre significativos — 1.005 kg (quatro algarismos significati- vos); 1,03 cm (trés algarismos significativos). 2. Zeros no inicio de um ntimero nunca sao significativos, simplesmente indicam a posi¢do da virgula — 0,02 g (um algarismo significativo); 0,0026 cm (dois algarismos significativos). 3. Zeros no final de um numero e apésa virgula sao sempre significativos — 0,0200 g (trés algarismos signifi- cativos); 3,0 cm (dois algarismos significativos). 4. Quando um ntimero termina em zeros mas nao contém virgula, os zeros podem ou nao ser significativos — 130 cm (dois ou trés algarismos significativos); 10.300 g (trés, quatro ou cinco algarismos significativos). Ouso de notagao exponencial (Apéndice A) elimina a ambigitidade em saber se os zeros no final de um nime- ro sao significativos (regra 4). Por exemplo, uma massa de 10.300 g pode ser escrita em notac&o exponencial mos- trando trés, quatro ou cinco algarismos significativos: 1,08 x 10° g (trés algarismos significativos) 1,030 10'g (quatro algarismos significativos) 1,0300 x 10° g (cinco algarismos significativos) Nesses ntimeros todos os zeros a direita da virgula sao significativos (regras 1 e 3). (Todo algarismo significati- vo vem antes do expoente; 0 termo exponencial nao aumenta o numero de algarismos significativos.) Numeros exatos podem ser tratados como tendo um ntimero infinito de algarismos significativos. Essa regra aplica-se a muitas definicdes entre unidades. Assim, quando dizemos “Existem 12 polegadas em 1 pé”, o ntimero 12 €exato e é desnecessario nos preocuparmos com o ntimero de algarismos significativos nele. COMO FAZER 1.6 Quantos algarismos significativos existem em cada um dos seguintes ntimeros (suponha que cada ntimero é uma me- dida de grandeza): (a) 4,003; (b) 6,023 x 10°: (c) 5.0002 Solugéo (a) Quatro; os zeros nao sao algarismos significativos. (b) Quatro; o termo exponencial nao aumenta o numero de algarismos significativos. (c) Um, dois, trés ou quatro. Nesse caso a ambigiiidade poderia ter sido evitada usando a notagéo exponencial. Assim 5 x 10° tem apenas um algarismo significativo, enquanto 5,00 x 10° tem trés. PRATIQUE Quantos algarismos significativos existem em cada uma das seguintes medidas: (a) 3,549 g; (b) 2,3 x10 cm; (c) 0,00134 m*? Respostas: (a) quatro; (b) dois; (c) trés. Algarismos significativos em calculos Ao usar medidas de grandeza nos calculos, observe esses pontos: (1) A menor medida exata usada em um cal- culo limita a certeza dos calculos de grandeza. (2) A resposta final para qualquer cdlculo deve ser dada com apenas um digito de maior incerteza. Para observar atentamente os algarismos significativos nos calculos, faremos uso freqiiente de duas regras. A primeira envolve multiplicacao e divisao, e a segunda, adicao e subtracao. Na muiltiplicagio e divisio o resultado deve ser informado com o mesmo ntimero de algarismos significativos da medida com o menor ntimero de algarismos significa- tivos. Quando 0 resultado contém mais algarismos significativos que o correto, deve ser arredondado. Por exemplo,a area de um retangulo cujas medidas dos comprimentos dos lados s& 6,221 cme 5,2 em deve ser relatada como 32 cm™, mesmo quea calculadora mostre que o resultado do produto de 6,221 e5,2 tem mais digitos: Area = (6,221 cm)(5,2 em) = 32,3492 cm? => arredondamos para 32 cm* Arredondamos para dois algarismos significativos porque o menor ntimero preciso — 5,2 cm — tem dois alga- rismos significativos. Sempre que arredondar nimeros, preste atencdo no digito mais a esquerda a ser descartado: 1. Se ontimero mais 4 esquerda a ser removido é menor que 5, 0 mimero antecedente permanece inalterado. Assim, arredondando 7,248 para dois algarismos significativos, teremos 7,2. 2, Seo digito mais a esquerda a ser removido é maior ou igual a 5, o ntimero precedente aumenta em 1. Arre- dondando 4,735 para trés algarismos significativos, teremos 4,74, e arredondando 2,376 para dois algaris- mos significativos, teremos 2A. Capitulo 1 Introducao: matéria e medidas 21 As regras usadas para determinar o mimero de algarismos significativos na adigdo e na subtracao sao diferen- tes daquelas para a multiplicacao e para a divisdo. Na adigao e na subtragiio o resultado nao pode ter mais casas decimais do que a medida com o menor niimero de casas decimais. No exemplo seguinte os digitos duvidosos aparecem coloridos: Este numero limita 20,4 < uma casa decimal ontmero de algarismos 1,322 < trés casas decimais significativos no resultado > _§3 < nenhuma casa decimal 104,722 < arredonda-se para 105 (zero casas decimais) COMO FAZER 1.7 A largura, o comprimento e a altura de uma caixa sao 15,5 cm, 27,3 cm e5,4cm, respectivamente. Calcule o volume da caixa usando o numero correto de algarismos significativos em sua resposta. Solugao Determina-se o volume de uma caixa multiplicando a largura pelo comprimento e pela altura. Ao informar o resultado, podemos usar tantos algarismos significativos quantos forem os da dimens4o com menos algarismos significativos, ou seja, o da altura (dois algarismos significativos): Volume = largura x comprimento x altura = (15,5 cm)(27,3 em)(5,4 cm) = 2.285,01 cm? = 2,3 x 10° em? Ao usarmos uma calculadora, o mostrador fornece inicialmente 2.285,01, 0 qual devemos arredondar para dois alga- rismos significativos. Uma vez que o resultado é 2.300, ele deve ser relatado com notacao exponencial padrao, 2,3 «10°, para indicar claramente dois algarismos significativos. Observe que arredondamos 0 resultado ao final do calculo. PRATIQUE Sao necessarios 10,5 s para um velocista correr 100,00 m. Calcule a velocidade média do velocista em metros por se- gundo e expresse 0 resultado com o mimero correto de algarismos significativos. Resposta: 9,52 m/s (3 algarismos significativos). COMO FAZER 1.8 Um gas a 25 °C enche um recipiente com um volume predeterminado de 1,05 x 10° cm’. Pesou-se o recipiente com 0 gas encontrando-se uma massa de 837,6 g. O recipiente, quando vazio, tinha uma massa de 836,2 ¢. Qual a densidade do gas a 25 °C? Solugao Para calcular a densidade devemos saber tanto a massa quanto 0 volume do gas. A massa do gas é simplesmente a diferenga entre as massas do recipiente cheio e vazio: (837,6 — 36,2) g=1,4 gs. Subtraindo-se os ntimeros, determinamos o ntimero de algarismos significativos prestando atencdo nas casas decimais. A massa do gas, 14 g, tem apenas dois algarismos significativos, apesar de as massas do recipiente terem quatro. Usando o volume fornecido na questdo, 1,05 x10’ cm’ e a definicado de densidade, temos: massa _ 1Ag volume 1,05 x10° cm? =13 x10" g/cm? = 0,0013 g/cm? Densidade = Ao dividir os ntimeros, determinamos o ntimero de algarismos significativos na nossa resposta levando em conside- ragao o numero de algarismos significativos de cada parcela. Ha dois algarismos significativos em nossa resposta, cor- respondendo ao menor ntimero de algarismos significativos nos dois ntimeros que formam a razio. PRATIQUE Quantos algarismos significativos deve conter a massa de um recipiente a ser medida (come sem gas) no “Como fazer 1.8” para que a densidade seja calculada com trés algarismos significativos? Resposta: Cinco (para que a diferenca nas duas massas tenha trés algarismos significativos deve haver duas casas de- cimais nas massas do recipiente cheio e vazio). Quando um calculo envolve dois ou mais passos e vocé escreve as respostas para os passos intermedidrios, é mecessdrio manter pelo menos um digito adicional —a mais do que o ntimero de algarismos significativos — para == Tespostas intermediarias. Esse procedimento assegura que erros pequenos de arredondamento em cada passo nao 22 ‘Quimica: a cigneia central sesomem ealterem o resultado final. Ao usar uma calculadora, vocé pode digitar os ntimeros um apés 0 outro, arre- dondando somente a resposta final. Erros de arredondamento cumulativos podem ser responsiveis por diferengas entre os resullados que vocé obatém e as respostas dadas no livto para os problemas numéticos. 1.6 Analise dimensional Em todo o livro usamos uma abordagem chamada anélise dimensional como um apoio na resolucio de pro- bblemas. Na andlise dimensional incluimos as unidades durante todo o calculo. As unidades sao multiplicadas, di- vidicias ou ‘canceladas’ simultaneamente. A anélise dimensional nos ajudaré a ter certeza que as solugdes para 0s problemas produzirdo as unidades corretas. Além disso, essa andlise fornece uma maneita sistemiitica de resolver muitos problemas numéricos e verificar possfveis erros nas resolucées. Oelemento-chave na utilizacao ce analise dimensional é 0 correto uso dos fatores de conversio de uma unida~ de para outra. Um fator de conversio é uma fracdo cujos numerador e denominador so as mesmas grandezas ex- ppressas em diferentes unidades. Por exemplo, 2,54 em e 1 pol. significam 0 mesmo comprimento, 2,54 cm = 1 pol. Essa relagio permite-nos escrever dois fatores de conversio: 25icn , _1pol. Tpol ° 25¢en ‘Usamos o primeiro desses fatores para converter polegadas em centimetros. Por exemplo, o comprimento em centimetros de um objeto de 8,50 polegadas de comprimento ¢ dado por: psx Unidad desejada Niimero de centimetros = (§,50-pot) 2° 91,6 em pel A unidade polegadas no denominador do fator de converséo cancela a unidade polegadas do valor fornecido (8,50 polegadas). O centimetro no numerador do fator de conversio toma-se a unidade da resposta final. Uma vez que o numerador e 6 denominador de um fator de conversao so iguais, multiplicar qualquer grandeza pelo fator de conversao é equivalente a multiplicé-lo pelo nimero 1 sem ocorrer nenhuma mudanca intrinseca no valor da grandeza. O comprimento 8,50 polegadas € 0 mesmo que 21,6 cm. Em geral, iniciamos qualquer conversio examinando as uniclades dos dados fomecidos eas unidades deseja- das. A seguir nos perguntamos quais fatores de conversao temos disponiveis para levar-nos da unidade da gran- deza fornecida para a que desejamos. Quando multiplicamos certa quantidade pelo fator de converséo, as unidades multiplicam-se e dividem-se como a seguir: Unidade dada unidade desejada Unidade dada x ees * nidade dada lidade desejada Sea unidade desejada nao foi obtida nos célculos, significa que existe um erro em algum lugar. Uma verifica- Go cuidadosa das unicades em geral revela a razao de tal erro. ‘COMO FAZER 1.9 ‘So uma mulher tem massa de 115 Ib, qual é sua massa em gramas? (Use a relagio entre as unidades dada no encarte deste Livro.) Solug#o Uma vez que queremos passar de Ib para g, procuramos uma relacdo entre essas unidades de massa. Recorrendo ao encarte do livro temos ib = 453,6 g, A fim de converter bras em gramas, escrevemos 0 fator de ‘conversio com gramas no numeradore libras no denominador 453, ‘Massa em gramas = (1156) (23) =522 «10g Aresposta pode ser dada com apenas teésalgarismos significatives,o ntimero dealgarismes significatives em 1151b, PRATIQUE Capitulo 1 Usando o fator de conversdo do encarte deste livro, determine 0 comprimento em quilémetros de uma corrida auto- miobilistica de 500,0 mi. Resposta: 804,7 km. Ay Estratégias na quimica _ Respostas por estimativa Uma vez um amigo comentou cinicamente que as calcu- ladoras fazem com que vocé obtenha a resposta errada com mais rapidez. O que ele estava insinuando com essa obser- vacao é que a resposta estara errada a nao ser que vocé use a estratégia correta para resolver o problema e tenha digitado Os numeros corretamente. Entretanto, se vocé aprender a es- far respostas vocé sera capaz de conferir se os resultados facil de resolver sem o uso de calculadora. Geralmente nos referimos a esse método como fazer uma estimativa ‘grossei- ra’, no sentido de que, mesmo que vocé nao obtenha a res- posta exata, tenha uma nocdo de sua ordem de grandeza. Ao trabalhar com as unidades usando andlise dimensional e respostas estimadas, pode-se conferir rapidamente se as res- postas para o cdlculo sao razodveis. Introducao: matéria e medidas 23 dos seus calculos sao razodveis. A idéia é fazer um cAlculo preliminar usando ntimeros que sao arredondados de tal modo que a aritmética se torne Usando dois ou mais fatores de conversao Geralmente é necessario usar mais de um fator de conversao na resolugdo de um problema. Por exemplo, su- ponha que queiramos saber o comprimento em polegadas de um bastio de 8,00 m. A tabela do encarte deste livro nao fornece a relacdo entre metros e polegadas. No entanto, apresenta a relac4o entre centimetros e polegadas (1 pol. = 2,54 cm). Como temos conhecimento dos prefixos do sistema métrico, sabe- mos que 1 cm = 107 m. Logo, podemos converter passo a passo, primeiro de metros para centimetros, em seguida de centimetros para polegadas, como disposto na coluna. Combinando a grandeza dada (8,00 m) e os dois fatores de conversao, temos: Ntimero de polegadas =(8,00 m)( li lcm 1 pol. 100 car aye =315 pol. O primeiro fator de conversao é empregado para cancelar metros e con- verter 0 comprimento para centimetros. Assim, metros sao escritos no deno- munador, e centimetros, no numerador. O segundo fator de converséo é escrito para cancelar centimetros, portanto tem centimetros no denominador = polegadas, a unidade desejada, no numerador. COMO FAZER 1.10 Encontra: | | I A velocidade média de uma molécula de nitrogénio no ara 25 °C 6515 m/s. Converta essa velocidade para milhas por hora. Soluc&o Para passar da unidade dada, m/s, para a unidade desejada, mi/h, devemos converter metros para milhas e segundos para horas. Da relacgéo dada no encarte do livro, encontramos que 1 mi = 1,6093 km. Conhecendo os prefixos métricos, sabemos que 1 km = 10’ m. Assim, podemos converter metros para quilémetros e entao converter km para mi. Sabemos que 60 s = 1 min e que 60 min = 1 h. Logo, podemos converter s em mine min em h. Utilizando primeiro as convers6es de distancia e depois as de tempo, podemos montar uma equacdo longa na qual as unidades indesejaveis sejam canceladas: Velocidade em mi/h = (s1s =\( keg )f -s J\10° a =1,15«10° mi/h 1mi ( 1,6093-«m_ 2] ( as Lain th 24 ‘Quimica: a ciéncia central [Nossa resposta esti com as unidades desejadas. Pademos conferir os cSlculos utilizanda 0 procedimento de estimati- vadescrito no quadro “Estratégias na quimica” jf apresentada. A velocidad dada éaproximadamente 500 m/s, Divi- dlindo-a por 1,000 passamos ce m para km, resultando em 0,5 km/s. Uma vez que | mié aproximadamente 1,6 km, esla velocidade corresponde a(0,5//,6=0,3 mi/s, Multiplicando esse valor por 60, chegamos a aproximadamente 0,3 60=20 mi/min. Multiplicando-se outra vex por 60, temos 20 « 60 = 1.200 mi/h, O resultado da solucio aproximada {@o redor de 1.200 mi/h) eo da solucdo detalhada (1.150 mi/h) sfo bem préximos. A resposta da solugto detalhada tem irésalgarismos significativos, correspondendo ao ntimero de algazisnos significativos da velocidade em m/s, PRATIQUE Um carro roda 28 mi com wm galéo de gasolina. Quantos quilémetros ele faz com 1 lito de gasolina? Resposta:12km/L, Conversdes envolvendo volume Os fatores de conversio mencionados até aqui transformam uma unidade de medida em outra unidade de mesma medida, tal como comprimentoem comprimento. Temos também fatores de conversao para passar de uma medida para outra diferente. A densidade de uma substincia, por exemplo, pode ser tratada como um fator de conversio entre massa e volume. Suponha que quieiramos saber a massa em gramas de duuas polegadas cibicas (2,00 pol.’) de ouro, cuja densidade € 19,3 g/cm’. A densidade nos da os seguintes fatores: 3g. Lem’ Tem’ ° 193g Uma ver quea resposta que queremos éa massa em gramas, constatamos que devemos usar o primeiro desses fatores, que tern massa em gramas no numerador. Entretanto, para usé-lo devemos primeiro converter polegadas caibicas em centimetros ctibicos. A relagao entre pol.’ e cm’ nao é dada no encarte deste livro, mas a relagao entre polegadas e centimetros é: 1 pol. =2,544.cm (exates). Flevando ao cubo ambos os lados da equacdo, temos (1 pol)’ = (2,54 em)’, de onde escrevemos o fator de conversao desejado: (254m)? _(254)'em? _ 16,39 em? (ipol)’ — (1)"pal? 1 pal. Observe que tanto os ntimeros quanto suas unidades so elevados a0 cubo. Além disso, uma vez que 2,54¢ um rimero exato, podemos manter tantos digitos em (2,54)" quantos necessérios. Usamos quatro digitos, uma mais do que na densidade (19,3 g/cm’). Utilizando os fatores de conversio, podemos resolver o problema 16.98 em* (228) \apet? )\i en? } ‘A resposta final é dada com trés algarismos significativos, o mesmo niimero de algarismos significativos de 2,00 e 19,3. Massa em gramas =(2,00 pat? ) 633 g i | como Fazer 1.11 ‘Qual éa massa em gramas de 1,0 gal de égua? A densidade da dgua 6 1,00 g/mL. Solugdo Antes dle comecarmas a resolver este exercicio, abservemas o seguinte: 1. Foi nos dado 1,00 gal de agua. 2. Queremos obter a massa em gramas. 3, Temos os seguintes fatores de conversio dados,ordinariamente conhecidos ou disponiveis no encarte do livros 1WO0gdesgua 1 1L gal ImLdedgua L000mL If57qt 4qt ‘Oprimeito desses fatores de conversao deve ser usado como est (com gramas no numerador) para fornecero resulta- do desejada, enquanto o iltimo deve ser invertido para que galdes sea cancelado. A solugao & dada por Massa em gramas = (1,00 pa Capitulo1 Introducdo: matéria e medidas 25 ast) beeen ae) 1,057 Le Lah = 3,78 x10°g de agua As unidades da nossa resposta final estao apropriadas e também cuidamos dos algarismos significativos. Podemos conferir nossos clculos pelo procedimento de estimativa. Arredondamos 1,057 para 1. Fixando-nos nos numeros que nao sao iguais a 1 da simplesmente 4 x 1.000 = 4.000 g, em concordancia com os calculos detalhados. PRATIQUE (a) Calcule a massa de 1,00 gt de benzeno considerando sua densidade 0,879 g/mL. (b) Se o volume de um objeto é dado como 5,0 ft", qual é o volume em metros cubicos? Respostas: (a) 832 g; (b) 0,14 m’. A Estratégias na quimica A importancia da pratica Se vocé alguma vez j4 tocou um instrumento musical ou praticou esportes, sabe que os segredos para 0 sucesso sao pra- fica e disciplina. Vocé nao aprende a tocar piano simplesmente ouvindo musica e nao aprende a jogar basquete simplesmente assistindo aos jogos pela televisio. Do mesmo modo, vocé nao aprende quimica simplesmente vendo seu professor fazer os experimentos. Em geral, para que vocé tenha um bom desem- penho nas provas, nao basta sé ler este livro, assistir as aulas ou revisar suas anotacGes. Sua tarefa nao é sd entender como al- suém usa a quimica, mas ser capaz de usa-la vocé mesmo. Isso exige pratica regular, e pratica regular exige autodisciplina até se tornar um habito. Ao longo deste livro, forneceremos exercicios na secdo “Como fazer”, nos quais as solugdes sao mostradas em deta- thes. Um exercicio denominado “Pratique”, no qual sé a res- posta é dada, acompanha esta secao. E importante que vocé use esses exercicios como auxilio no aprendizado. Os exerci- Resumo e termos-chave cios do final do capitulo fornecem questées adicionais para ajuda-lo a entender a matéria estudada. Os ntimeros subli- nhados indicam exercicios com respostas no final do livro. Uma revisao de matematica basica é dada no Apéndice A. Os exercicios Pratique apresentados neste livro e os traba- Thos propostos por seu professor constituem a pratica minima necessaria para vocé obter sucesso em seu curso de quimica. S6 fazendo todos os problemas propostos, vocé enfrentara a variacao completa de dificuldades e abrangéncia que seu pro- fessor espera de vocé para dominar os exames. Nao existe substituto para um esforco determinado e talvez prolongado para resolver individualmente os problemas. Entretanto, se vocé ficar emperrado em um problema, pega ajuda ao seu professor, monitor ou um colega. Demorar tempo excessivo em um tinico exercicio raramente é eficaz, a menos que vocé 0 encare como um desafio particular que requer pensamento e esforcgo extensivo. a nnn nnn nnn nee LEE EEE tana nnSnSnSISEnnnEeeeennnEnnenneensatt Introducao e Seco 1.1 Quimica é 0 estudo da com- posicdo, estrutura, propriedades e mudangas da maté- ria. A composicgéo da matéria esta relacionada com os tipos de elementos nela contidos. A estrutura da maté- ria relaciona-se com a maneira que os atomos cesses elementos estao arranjados. Uma molécula é uma enti- dade composta de dois ou mais a4tomos que se unem uns aos outros de forma especifica. Secado 1.2 A matéria existe em trés estados fisicos, 24s, liquido e sélido, os quais sao conheciclos como es- tados da matéria. Existem dois tipos de substancias puras: elementos e compostos. Cada elemento tem um tinico tipo de 4tomo e é representado por seu simbolo guimico que consiste de uma ou duas letras, sendo a primeira maitiscula. Os compostos consistem de dois ou mais elementos unidos quimicamente. A lei da com- posic4o constante, também chamada de lei das propor- cées definidas, relata que a composicao elementar de um composto puro é sempre a mesma. A maior parte da matéria consiste de uma mistura de substancias. As misturas tém composicées varidveis e podem ser ho- mogéneas ou heterogéneas; misturas homogéneas sao chamadas de solucGes. Sec&o 1.3 Cada substancia tem um conjunto unico de propriedades fisicas e quimicas que podem ser usadas para identificd-la. Durante uma mudanga fi- sica, a matéria ndo muda sua composigao. Mudan- cas de estado sao fisicas. Em uma mudang¢a quimica (reacdo quimica), uma substancia é transformada em outra quimicamente diferente. Propriedades in- tensivas independem da quantidade de matéria ana- lisada e sAo usadas para identificar substancias. Propriedades extensivas relacionam-se com a quanti- dade de substancia presente. Diferencas nas proprie- dades fisicas e quimicas séo usadas para separar substancias. —— (Quimica: a ciéneia central Ométodo cientifico é um proceso dinamico usado para responder a questdes sobre nosso mundo fisico. Observacies e experiéncias levam a leis cientificas, re- {gras gerais que resumem como natureza se comporta. As observacoes também levam a tentativas de explica- ‘es ou hipéteses. A medida que a hipotese ¢ testada e ‘melhorada, uma teoria pode ser desenvolvida. Secio 14 As medidas em quimica so determina- das pelo sistema métrico. Uma énfase especial é dada a ‘um conjunto particular de unidades métricas chamadas unidades SI, as quais so baseadas no metro, no quilo- grama eno segundo como unidades basicas de compri- mento, massa e tempo, respectivamente. © sistema métrico emprega tum conjunto de prefixos para indicar fragdes decimais ou muiltiplos de uma uniciade basica, Acescala SI de temperatura &a escala Kelvin, apesar de a escala Celsius também ser freqiientemente usada. A densidade ¢ uma propriedade importante, queéiguala massa dividida por volume Seco 1.5 Todasas grandezas de medida sio até cer- to ponto duvidosas. A preciso de uma medida indica o Exercicios Classificagao e propriedades da matéria 1.1 Classifique cada um dos seguintes itens como substin- cia pura ou mistura; no caso de uma mistura, indique se homogénea ou heterogénea: (a) arroz-doce; (b) agua do mar; (€) magnésio;(d) gasolina, Cassifique cada um dos seguintesitens como substin- cia pura ou mistura;no caso de uma mistura,indique se ‘é homogénea ou heterogénea: a) ar; (b) suco de tomate; (6) cristais de iodo; () area D8. simbolo quimico dos seguintes elementos: (a) al- :minio;(b) s6dio; (9 bromo; (A) cobre;() silico; (8 nitro- genio; (g) magnésio; (h) helio. 14 Dé osimbolo quimico dos soguintes elementos: (a) car bono; (b) potissio; () cloro; (A) zinco; (@) fésforo: (0 ar {Bonto; (@) cco; (h) prata. Dé nome aos elementos quimicos representados pelos seguintes simbolos: (a) H;(b) Mg; (@) Pb; (A) Si; (e) Ff) ‘Sn; (g) Mn: (h) As, 1.6 Dé nome aos elementos quimicos representados pelos seguintes simbolos: (a) Cr; (b) T;(€) Li (€) Se; (e) Pb; (8) Vs (g) Hg; ) Ga, ‘Uma substincia branca e sélida A é fortemente aquect- dda em auséncia dear. Ela decompoe-se para formar uma, ‘nova substincia branca B e um gs C. O gas tem as mes: ‘mas propriedades que o produto obtide quando carbo- ‘no é queimado com excesso de oxigénio. Baseado nessas, observagdes, podemos determinar se 0s sélidos A eB so elementos ou compostos? Justifique suas conclusdes para cada substincia, Em 1807 o quimico inglés Humphry Davy passou uma corrente elétrica através de hidroxido de potas- sio fundido € isolou uma substincia reativa clara e Iustrosa. Fle reivindicou a descoberta de um novo ele- mento, 0 qual chamou de potissio. Naquela época, 12 13 45 18 grau de proximidade de diferentes medidas de grande- za. A exatidao de uma medida indica quao proxima ela esti do valor aceitével ou ‘verdadeiro’. Os algarismos significativos em uma medida de grandeza incluem um digito estimado, o tltimo digito da medida. Os al- _garismos significativos indicam o tamanho da incerteza da medida. Certas regras devem ser seguidas de modo que um célculo envolvendo medidas de grandeza seja informado com 0 ntimero apropriado de algarismos significativos. Seco 1.6 Na abordagem de anélise dimensional para resolver um problema, observamos atentamente as unidades a0 passo que inchuimos meciidas 98 cilculos. As unidades so multiplicadas, divididas ou canceladas como grandezas algébricas. Obter a uni- dade correta para o resultado final é uma maneira im- portante de conferir 0 método de célculo. Ao converter unidades e ao resolver outros tipos de problema, fato- res de conversio podem ser usados. Esses fatores so razGes desenvolvidas a partir de relagdes VAlidas de ou- tras grandezas equivalentes. antes da chegada de instrumentos modemnos, com ‘base em que uma pessoa poceria afirmar que uma ssubstancia era um elemento? 19 Facaum desenho, como oda Figura 15, mostrando uma :istura homogenea de vapor de agua e gas argonio (en- contrado coma dtomos de argéinio, Faca um desenho, como o da Figura 15, mostrando uma mistura heterogénea de aluminio metalico (compasto de ‘Stomos de aluminio) e gas oxigenio (composto de mols culas contendo dois dtomos de oxigénio cada uma), No processo de tentar caracterizar uma substancia, um quimico fez as seguintes observagées: A substincia & tum metal prateadlo e brilhante, funde a 649 °C e entra em ebuligio a 1.105 °C. Sua densidade a 20°C € 1,738 ‘g/cm3. Queima-se ao ar produzinco uma uz branca in- tensa, Reage com cloro para produit um slide branco ‘quebradigo. Pode ser transformada em folhas finas ou: fios. E um bom candutor de cletricidacle. Quais desses caracteristicas io propriedades fisicas e quais sio pro- priedades quimicas? Leia as seguintes descrigdes do elemento zinco e in- dique quais sd0 propriedades fisicas e quais so pro- priedades quimicas. O zinco é um metal cinza pratea- do que se funde a 420 °C. Quando granulos de zinco io adicionados a écido sulfirico diluido, ha despren- ddimento de hidrogénio e o metal dissolve-se. O zinco tom dureza de 2,5 na escala de Mohs ¢ densidade de 7,13 g/cm’ a25°C. Reage lentamente como gas oxigé- niga temperaturas elevadas para formar 6xido de zin «0, Zn0. Caracterize cada um dos seguintes itens como um [process0 fisico ou quimico: (a) corrosao do aluminio ‘etalico; (b) fusa0 do gelo; (c)trituracao da aspiri- 140 un uaz 113 1.14 na; (d) digestéo de uma bala; (e) explosao da nitro- glicerina. Um palito de fésforo é aceso e mantido sob um pedaco de metal frio. Sao feitas as seguintes observacées: (a) O palito de fosforo queima. (b) O metal esquenta. (c) A agua condensa-se no metal. (d) Deposita-se fuligem (carbono) no metal. Quais desses acontecimentos sao Unidades de medida 1.17 118 1.19 1.20 121 1.22 Qual poténcia decimal as seguintes abreviaturas repre- sentam: (a) d; (b) ¢; (ce) f; (d) zu; (e) M; (8) k; (g) n; (A) m ou (i) p? Use os prefixos métricos apropriados para descrever as seguintes mectidas sem 0 uso de expoentes: (a) 6,5 x10 m; (b) 6,35 x10™ L; (©) 2,5 x10” L; (d) 4,23 x 40° m’; (e) 12,5 x10" ke; (93,5 x10 s; (g) 6,54 10" fs. Faga as seguintes conversGes: (a) 25,5 mg para g; (b) 4,0 x10" m para nm; (¢) 0,575 mm para wm. Converta (a) 1,48 x 10° kg para g; (b) 0,0023 um para nm; (c) 7,25 x 10*s para ms. Classifique cada um dos seguintes itens como medidas de comprimento, area, volume, massa, densidade, tem- po ou temperatura: (a) 5 ns; (b) 2, 5 kg/m’; (c) 0,38 pm; (d) 540 km’; (e) 173 K; (£) 2 mm’; (g) 23 °C. Que tipo de ‘grandeza (por exemplo, comprimento, vo- lume, densidade) as seguintes unidades representam: (a) mL; (b) cm’; (c) mm; (d) mg/L; (e) ps; () nm; (g) K? (a) Uma amosira de tetracloreto de carbono, um liquido usado no passado em lavagem a seco, tem uma massa de 39,73 g e um volume de 25,0 mL a 25 °C. Qual sua densidade a essa temperatura? Tetracloreto de carbono flutua na 4gua? (Materiais que sio0 menos densos do que a 4gua flutuam.) (b) A densidade da platina a 20 °C 621,45 ¢/em’. Calculea massa de 75,00 cm’ de platina a essa temperatura. (c) A densidade do magnésio a 20 °C é 1,738 g/em. Qual é 0 volume de 87,50 ¢ desse metal a essa temperatura? (a) Um cubo de é6smio metdlico de 1,500 cm de aresta tem uma massa de 76,31 g a 25 °C. Qual é a densidade em g/cm’ a essa temperatura? (b) A densidade do tita- nio metalico 64,51 g/cm a 25 °C. Qual massa de titanio desloca 65,8 mL de agua a 25 °C? (c) A densidade do benzeno a 15 °C é 0,8787 g/mL. Calcule a massa de 0,1500 L de benzeno a essa temperatura. (a) Para identificar uma substancia liquida, um estu- dante determinou sua densidade. Usando uma prove- ta, ele mediu 45 mL de uma amostra da substancia. Entéo mediu a massa da amostra tendo encontrado 38,5 g. Ele sabia que a substancia tinha de ser alcool iso- propilico (densidade 0,785 g/mL) ou tolueno (densida- de 0,866 g/mL). Qual é a densidade calculada e a provavel identidade da substancia? (b) Em um experi- mento é necessdrio 45,0 g de etilenoglicol, um liquido cuja densidade é 1,114 g/mL. Em vez de pesar a amos- tra em uma balanca, um quimico escolhe usar uma pro- 1.15 1.16 1.26 [1.27] [1.28] 1.29 1.30 Capitulo 1 Introducdo: matéria e medidas 27 relativos a mudangas fisicas e quais sao relativos a mu- dancas quimicas? Um béquer contém um liquido transparente e incolor. Se for 4gua, como vocé determinara se existe sal de cozi- nha dissolvido? Nao experimente! Sugira uma método de separacdo em seus dois compo- nentes para cada uma das seguintes misturas: (a) acucar e areia; (b) ferro e enxofre. veta. Qual o volume de liquido ele deve usar? (c) Um cubo de metal mede 5,00 cm em cada aresta. Se o metal é 0 niquel, cuja densidade é 8,90 o/cm, qual é a massa desse cubo? (a) Depois que caiu a etiqueta de uma garrafa contendo um liquido limpido que se acredita ser benzeno, um quimico mediu a densidade desse liquido para verifi- car do que se tratava. Uma amostra de 25,0 mL do liqui- do tinha uma massa de 21,95 g. Um manual de quimica do tipo do CRC Handbook of Chemistry and Physics aponta uma densidade de 0,8787 a 15 °C para o benzeno. A densidade calculada esta de acordo com o valor tabela- do? (b) Necessita-se, para um experimento, de 15,0 g de ciclo-hexano, cuja densidade a 25 °C é 0,7781 g/mL. Qual o volume de ciclo-hexano que deve ser usado? (c) Uma bola de chumbo tem 5,0 cm de didmetro. Qual éa massa da bola se sua densidade é 11,34 g/em’? (O volu- me de uma esfera é = zer?.) \3} © ouro pode ser transformado em laminas extre- mamente finas conhecidas como folhas de ouro. Se um pedaco de ouro (densidade = 19,32 g/cm’) é transforma- do em uma lamina medindo 2,4 «1,0 ft, qual é a espes- sura média da lamina em metros? Como pode-se expressar a espessura da lamina sem 0 uso de notagao exponencial, usando-se um prefixo métrico apropriado? Um bastao cilindrico feito de silicio tem 16,8 cm de comprimento e uma massa de 2,17 kg. A densidade do silicio é 2,33 g/cm’. Qual é o didmetro do cilindro? (O volume de um cilindro 6 dado por zr’, onder é o raioe i é 0 comprimento.) Faga as seguintes conversGes: (a) 62 °F para °C; (b) 216,7 °C para °F; (c) 233 °C para K; (d) 315 K para °F; (e) 2.500 °F para K. (a) A temperatura em um dia de verao é 87 °F. Qualéa temperatura em °C? (b) O ponto de fusao do brometo de sddio (um sal) é 755 °C. Qual é a temperatura em °F? (c} O tolueno congela a—95 °C. Qual é seu ponto de congelamento em kelvins e em graus Fahrenheit? (d) Muitos dados cientificos sao relatados a 25 °C. Qual é essa temperatura em kelvins e em graus Fahrenheit? (e) O neénio, elemento gasoso usado na fabricagao de placas luminosas, tem um ponto de fusdo de -248,6 °C e um ponto de ebulicéo de —-246,1 °C. Quais sao essas temperaturas em kelvins? 28 Quimica: a ciéncia central Incerteza na medida 1.31 1.32 1,33 1.34 Indique quais dos seguintes itens sao ntimeros exatos: (a) a massa de um clipe para papel; (b) a drea de uma moeda norte-americana de dez centavos; (c) o ntimero de polegadas em uma milha; (d) o nimero de on¢as em uma libra; (e) o ntimero de microssegundos em uma se- mana; () o ntimero de paginas em um livro. Indique quais dos seguintes itens s4o ntimeros exatos: (a) a massa de uma lata de café de 32 07; (b) ontimero de estudantes em uma sala de aula de quimica; (c) a tempe- ratura na superficie do Sol; (d) a massa de um selo; (e) o numero de mililitros em um metro ctibico de agua; (f) a altura média dos estudantes em sua escola. Qual é o comprimento do lapis na figura a seguir? Quan- tos algarismos significativos existem nessa medida? Hillier ee AL LEP IA 234 5. Um termémetro de forno com uma escala circular é mostrado a seguir. Qual é a temperatura marcada na 50 100°, S 1.35 1.36 1.37 1.38 1.39 1.40 escala? Quantos algarismos significativos existem na medida? Qual éo ntimero de algarismos significativos em cada uma das seguintes medidas de grandeza? (a) 1.282 kg; (b) 0,00296 s; (c) 8,070 mm; (d) 0,0105 L; (e) 9,7750 x 107% cm. Indique o ntimero de algarismos significativos em cada uma das seguintes medidas: (a) 5,404 «10* km; (b) 0,0234 m’; (c) 5,500 em; (d) 430,98 K; (e) 204,080 g. Arredonde cada um dos seguintes ntimeros para qua- tro algarismos significativos e expresse 0 resultado em notagéo exponencial padrao: (a) 300,235800; (b) 456,500; (c) 0,006543210; (d) 0,000957830; (e) 50,778 x 10°; (£) - 0,035000. Arredonde cada um dos seguintes ntimeros para trés al- garismos significativos e expresse o resultado em notagao exponencial padrao: (a) 143,700; (b) 0,09750; (c) 890,000; (d) 6,764 x 10°; (e) 33.987,22; (f) - 6,5559 Faca as seguintes operacdes e expresse sua resposta com o numero apropriado de algarismos significativos: (a) 21,405 + 5,80; (b) 13577 — 21,6; (c) (5,03 x10) (3,6675); (d) 0,05770/75,3. Faga as seguintes operac6es e expresse sua resposta com o ntimero apropriado de algarismos significati- vos: (a) 320,55 — (6.104,5/2,3); 0b) [(285,3 x10") — (1,200 x 10°)] x 2,8954; (c) (0,0045 x 20.000,0) + (2.813 x 12); (d) 863 x [1.255 — (3,45 x 108)]. Analise dimensional 141 142 1.43 1.44 1.45 1.46 Ao fazer conversao de unidades, como vocé decide qual parte do fator de conversao estard no numerador e qual es- tara no denominador? Usando a informacao do encarte, escreva os fatores de conyersao necessdrios para passar de: (a) mi para km; (b) oz para g: (c) qt para L. Faca as seguintes conversées: (a) 0,076 L para mL; (b) 5,0 x10°m para nm; (c) 6,88 x10" ns para s; (d) 1,55 kg/m para g/L; (e) 5,850 gal/h para L/s. (a) A velocidade da luz no vacuo é 2,998 x 10° m/s. Qual é essa velocidade em km (ne (b) Os oceanos contém aproximadamente 1,35 x 10” km* de agua. Qual é esse volume em litros? (c) Um individuo com um alto nivel de colesterol no sangue apresenta 232 mg de colesterol por 100 mL de sangue. Se o volume total de sangue de uma pessoa é 5,2 L, quantos gramas de colesterol essa pessoa tem? Faca as seguintes conversdes: (a) 5,00 dias para s; (b) 0,0550 mi para m; (c) US$1,89/gal para délares por litro; (d) 0,510 in. /ms para kan/h; (e) 22,50 gal/min para L/s; (6) 0,02500 ft* para cm’. Faca as seguintes conversGes: (a) 145,7 ft para m; (b) 0,570 qt para mL; (¢) 3,75 wm/s para km/h; (d) 3,97 yd° para m’; (e) US$2,99/Ib para dolares por kg; (£) 9 ,73lb/ ft’ para g/mL. 147 1.48 1.49 (a) Quantos litros de vinho podem ser colocados em um barril cuja capacidade é 31 gal? (b) A dose recomendada de Elixophyllin’, um medicamento usado no tratamen- to da asma,é6 mg/kg de massa corporal. Calcule a dose em miligramas para uma pessoa de 150 Ib. (c) Se um au- tom6vel é capaz de rodar 254 mi com 11,2 gal de gasoli- na, qual é o consumo desse carro em km/L? (d) Uma libra de graos de café produz 50 xicaras de café (4 xica- ras = 1qt). Quantos mililitros de café podem ser obtidos de 1 g de grao de café? (a) Se um carro elétrico 6 capaz de rodar 225 km com uma tnica carga, quantas cargas serao necessarias para se viajar de Boston, Massachusetts, para Miami, Fl6érida, uma distancia de 1.486 mi, supondo que se inicie a via- gem com uma carga maxima? (b) Se uma ave migratéria voa a uma velocidade média de 14 m/s, qual é sua velo- cidade média em mi/h? (c) Qual 0 deslocamento, em litros, de um pistéo de motor cujo deslocamento é 450 pol.’? (d) Em marco de 1989, 0 Exxon Valdez enca- Thou e derramou 240 mil barris de petréleo cru nas cos- tas do Alasca. Um barril de petrdleo é igual a 42 gal. Quantos litros de petrdleo foram derramados? A densidade do ar a pressio atmosférica normal e 25 °C 61,19 g/L. Qual é a massa, em quilogramas, do ar em uma sala que mede 12,5 15,5 « 8,0 ft? 150 Aconcentracdio de monoxido de carbono em um aparta- mento na cidade é 48 ug/m. Qual a massa em gramas de monoéxido de carbono presente em uma sala que mede 9,0 «14,5 x 18,8 ft? Uma refinaria de cobre produz um lingote de cobre com massa igual a 150 Ib. Se o cobre é transformado em fio cujo diametro é 8,25 mm, guantos pés de cobre po- dem ser obtidos desse lingote? A densidade do cobre 68,94 ¢e/ cm’. O délar de prata Morgan norte-americano tem uma massa de 26,73 ¢. A lei obriga que ele tenha 90% de prata eo restante em cobre. (a) Quando a moeda foi cunhada Exercicios adicionais 155 156 Qual o significado dos termos composicao e estrutura quando se referem a matéria? Classifique cada um dos seguintes itens como uma substancia pura, uma solucdo ou uma mistura heterogé- nea: uma moeda de ouro; uma xicara de café; uma pran- cha de madeira. Quais as ambigiiidades existentes em se determinar com clareza a natureza dos materiais descri- tos? (a) Qual a diferenca entre uma hip6tese e uma teoria? (b) Explique a diferenca entre uma teoria e uma lei cien- tifica. Qual delas explica como a matéria se comporta e qual explica por que ela se comporta dessa maneira? Uma amostra de acido ascérbico (Vitamina C), sintetiza- da no laboratério, contém 1,50 g de carbono e 2,00 g de oxigénio. Outra amostra de acido ascérbico isolada de frutas eftricas contém 6,35 g de carbono. Quantos gra- mas de oxigénio ela contém? Em que lei vocé esta se ba- seando para responder a essa pergunta? Dois estudantes determinaram a porcentagem de chumbo em uma amostra como uma pratica de labora- torio. A porcentagem real é 22,52%. Os resultados dos estudantes para trés determinag6es sao os seguintes: 1, 22,52; 22,48; 22,54 2. 22,64; 22,58; 22,62 (a) Calcule a porcentagem média para cada conjunto de dadose diga qual conjunto é mais exato, baseado na mé- dia. (b) A precisio pode ser julgada examinando-se a média dos desvios do valor médio para cada conjunto de dados. (Calcule o valor médio para cada conjunto de dados, depois calcule a média dos desvios absolutos para cada conjunto.) Qual estudante foi mais preciso? O uso dos algarismos significativos em cada uma das se- guintes declaracées esta apropriado? Justifique sua res- posta. (a) A tiragem de Selecdes em 1976 foi 17.887.229. (b) Existem mais de 1,4 milhdes de pessoas nos Estados Unidos com sobrenome Brown. (c) A média anual de chuva em S&o Diego, Califérnia, é 20,54 cm. (d) Entre 1978 e 1992, no Canada, o predominio de obesidade en- tre homens subiu de 6,8% para 12,0%. Oneénio tem um ponto de ebulicado de -246,1 °C. Qual é essa temperatura em kelvins? E em °F? Dé as unidades SI derivadas para as seguintes grande- zas: (a) acelerac4o = distancia / tempo; (b) forga =massa x aceleragao; (c) trabalho Capitulo 1 Introducdo: matéria e medidas 29 no final do século XVI, a prata valia USS 1,18 por onca troy (31,1 g). A esse prego, qual é o valor da prata no d6é- lar de prata? (b) Hoje, a prata é vendida a US$ 5,30 por onca troy. Quantos délares de prata Morgan sao neces- sarios para obter-se US$ 25,00 de prata pura? Usando as técnicas de estimativa, determine quais dos seguintes itens é 0 mais pesado e qual é 0 mais leve: um saco de 5 |b de batatas, um saco de 5 kg de aguicar ou 1 gal de dgua (densidade = 1,0 g/mL)? 1.54 Usando as técnicas de estimativa, coloque esses itens em ordem crescente de tamanho: uma corda de 57 cm, um sapato de 14 pol. de comprimento e um cano de 1,1 m. = forca x distancia; (d) pressao = forca/drea; (e) potén- cia = trabalho/ tempo. Um recipiente de 40 Ib de musgo em decomposicao mede 14 x20 x30 in. Um recipiente de 40 Ib de material da camada superior do solo tem um volume de 1,9 gal. Calcule as densidades médias do musgo em decompo- sicdo e do material da camada superior do solo em g/ cm’. Estaria correto dizer que o musgo em decompo- sicdo é mais ‘leve’ do que o material da camada supe- rior do solo? Explique. Pequenas esferas com massas ,iguais sao feitas cle chumbo (densidade = 11,3 g/cm’), prata (10,5 g/em ‘ye aluminio (2,70 g/cm’). Qual esfera tem o maior diame- tro e qual tem o menor? As substancias liquidas merctrio (densidade = 13,5 g/mL), agua (1,00 g/mL) e ciclo-hexano (0,778 ¢/mL) nao formam solucéo quando misturadas, mas sepa- ram-se em camadas distintas. Esboce a posic&o relativa dos liquidos em um tubo de ensaio. A producao anual de hidréxido de sédio nos Estados Unidos em 1999 foi de 23,2 bilhdes de libras. (a) Quan- tos gramas de hidroxido de sédio foram produzidos na- quele ano? (b) A densidade do hidréxido de sédio € 2,130 g/cm’. Quantos quilémetros ctibicos foram produzidos? (a) Voeé recebe uma garrafa que contém 4,59 cm’ de um sdlide metalico. A massa total da garrafa com 0 sélido é 35,66 g. A garrafa vazia possui massa igual a 14,23 g. Qual é a densidade do sélido? (b) O merctirio é comer- cializado por ‘frascos’, uma unidade que tem 34,5 kg de massa. Qual é 0 volume de um frasco de merctirio, sabendo-se que a densidade do mercuirio é 13,6 g/mL? (c) Um estudante de graduacao tema idéia de remover uma esfera de pedra decorativa, cujo raio é 28,9 cm, da frente de um prédio do campus. Se a densidade da pe- dra 6 3,52 g/cm’, qual éa massa da esfera? (O volume de uma esfera é V = (4/3)zr’.) E provavel que ele suma com a pedra sem a ajuda de alguém? [1.68] Uma amostra de um sélido com massa igual a 32,65 ¢ é colocada em um frasco. Tolueno, um liquido no qual esse s6lido é insoltivel, foi adicionado ao frasco até per- fazer um volume total de sélido e liquido de 50,00 mL. O sdlido e 0 tolueno juntos pesam 58,58 g. A densidade do tolueno & temperatura do experimento é 0,864 g/mL. Qual é a densidade do sdlido? 30 1.70 im 173 ‘Quimica: a cigncia central 11.68] Suponha que voc? decida definir sua propria escala de temperatura usando os pontos ce congelamento (-11,5, °C) e ebuligdo (197,5°C) do etilenoglicol Se vocé fixa 0 pponto de congelamento como 0 °G e o ponto de ebuli ‘lo.como 100°G, qual sero ponto de congelamento da ‘gua nessa nova escala? Recentemente, tum dos autores deste livzo completow uma meia-maratona, uma cortida de rua de 13 mi, 192, yd, como tempo de Ih, 44 mine 18s. (a) Qual a veloci- {dade méclia do corredor em milhas por hora? (b) Qual o ritino do corredar em minutos e segundos por milha? A distancia da Terra até a Lua ¢ de aproximadamente 240,000 mi. (a) Qual a distancia em metros? (b) © Con- coud SST tem uma velocidad aproximadamente igual 2400 km/h, Se o Conconie pudesse voar para a Lua, {quantos segundos cle gastaria? A moeda norte-americana de 25 centavos tem massa de 5,67 g e aproximadamente 1,55 mm de espessura, (@) Quantas moedas teriam de ser empilhadas para se atingir 575 ft, a altura do monumento de Washington? (© Qual o valor conticlo nessa pilha? (@) Em 1998 0 débi- to americano era de USS 49 trilhoes. Quantas pilhas jiguais & descrta seriam necessérias para liquidar esse debito? Nos Estados Unidos, a gua usada para irigacio é me- dida em pés-acre, Um péacre de agua € 0 suficiente para cobrir exatamente I fte profundidade. Um acre é 4.840 ft Um pé-acre de igua € 0 suficiente para abaste- ‘cer duas familias normais por um ano. Agua dessa- linizada custa aproximadamente US$ 2.480 por pé-ace. (a) Qual o custo por litro da agua dessalini- zada? (b) Qual seria o custo por dia de uma familia se lesa fosse a Unica fonte de égua? 11.74] Um recipientecilinarico de raio r ealtura i tem um vo- Jame de h(a) Calcule @ volume em centimetros ci bicas de um cilindro com raio de 3.55 em e altura de 75,3 cm. (b)Caleule o volume em metros cibicas de wim

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