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UM VO DESTINO

Nas brenhas do ser me abismo


confins do sonho, penhascos
velados por ces famintos.
Sou parente mais drstico
do Grande-Enorme-Empecilho.
E me exibo em pedaos.
Quando abro, irado, a boca
ao sul dos Tristes Abrigos,
o espectador v l dentro
quatro infernos, dez ventos,
uma rdio
pirata
e cento e cinco homicidas.
Quando abro a boca ladram
o Quase, a Coisa, o Bandido.

DUO
Tenho um mestre que no conheo
e que me guia sem saber.
No sabe meu endereo,
no sei seu nome: pra qu?
S sei que me guia, e bem
ou mal
me deixo reconduzir
aos mesmos vos do real
em que me perco sem ir.
E ele, sem me dizer,
me diz que tudo est certo;
ao que eu, sem responder,
respondo: fique por perto,
mestre,
que estou perdido.
E ele, sem existir, me diz:
sim, meu filho, sim.
E tudo perde o sentido.

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