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QUE E Fisicn? ail A Fisica é a ciéncia fundamental da natureza. Ela nos conta o que sabemos a respeito déste mundo, como homens e mulheres descobriram ‘© que conhecemos, e como ainda estio desco- brindo nos dias de hoje, uando o clarao de um relimpago corta a es- curidio, 0 ridio produz estalidos, e seus olhos ficam ofuscados por alguns segundos. Um ins- tante depois vocé ouve 0 estrondo do trovio, e uma vidraca s6lta estremece, A milhares de qui- Jémetros de distincia, num observatério meteo- roldgico, um radio-localizador pode acusar o im- pacto do relimpago; e na cidade, 0 meteorolo- gista, ouvindo um estrondo distante, acena com 4 cabera como se estivese esperando a tempes tade. Eis ai uma seqiiéncia de fendmenos, de acon- tecimentos diversos, ocorrendo em lugares € tem- pos diferentes. Bes esto todos encadeados. Como estiio éles interligados e, exatamente, que esté acontecendo 4 vista, a0 ouvido, ao ridio, e & pro- pria atmosfera? Considere outra cadeia de acontecimentos. Nos laboratérios de ensaio de uma industria de ago vocé pode ver uma barra fina de uma nova liga sendo esticada pelas garras possantes de uma m: quina de testar do tamanho de uma casa, acio- nada por um motor elétrico que gira rapida- mente € niio maior que uma bola de futebol. A barra compacta cede lentamente ao esforco. Ela se distende como se fdsse um caramelo, e quebra, pouco depois, com um ruido. Como funciona tudo isto? O que mantém a barra compacta? Por que ela cede, finalmente? E, a propésito, por que 0 aco mais resistente que o vidro? Por que é Ge mais pesado que o aluminio? Por que en ferruja? Os homens, antigamente, temiam a “doenga do Sol”, nas ocasides em que 0 Sol desaparecia € a Terra escurecia. Conhecemos, mais tarde, 0 movimento complexo da Lua. Tornowse muito mais facil prever os eclipses do que 0 tempo que fara amanha. A Lua vem girando em volta de nosso planéta muito antes do primeiro dinossau- ro andar pela Terra. Um satélite feito pelo ho- mem pode girar em térno do globo por um lon- go periodo sem propulsor, jato, ou asas — uma mindscula lua sintética. Como se movimentam 05 satélites? Como podemos desenhar nossos pré prios satélites? Como podemos visitar a Lua? A fisica nos habilita a responder a tais pergun tas, Ela nos di a capacidade de prever e plane: jar, de compreender e de nos aventurarmos no desconhecido, Novas coisas sio feitas a partir do que aprendemos em fisica. Com novas respostas em fisica, novas perguntas estio sempre surgin- do. Muitas destas perguntas nunca teriam sido formuladas, se a prépria fisica ndo tivesse sido posta em pratica. Anteriormente a Galileu no havia telescépios astrondmicos. Depois de Galileu, que associou duas lentes para fazer um telescdpio astrondmi co, € descobriu quatro Iuas girando em volta de Jipiter, planejaram-se e construiram-se melhores ielescépios e em maior mimero. Com sua ajuda, descobriram-se novos corpos celestes, tais como 16 que & Fisica? ‘os numerosos pequenos planétas chamados aste- réides, que se deslocam entre as érbitas de Ji piter € Marte. Surgiram, entio, novas questdes, Como pode- riam ser explicados os movimentos complexos destas luas € asterdides? Foi para responder a perguntas como esta, que tomou um grande de- senvolvimento um ramo matematico especial da fisica chamado mecdnica. A partir do século de- zoito, avangou-se rapidamente neste estudo do movimento de objetos submetidos a frcas com- plexas. O ndvo conhecimento dle mecinica levou a um melhor planejamento de méquinas, Ve- mos, pois, que sem 0 telescépio, a mecinica teria tido um progresso mais lento. Mais recentemente, ha cérca de cingiienta anos, 0 inicio do entendimento dos atomos pos- sibilitou a construgZo de bombas de ar superio- res is até entiio feitas. Com estas novas bombas, era ficil obter um bom vacuo, € com um bom vicuo iniciaram-se experiéncias que anterior mente eram de realizacio impossivel, com quisadores sondando a natureza de eléctrons € dtomos. Esta capacidade de produzir um alto va uo, € 0 conhecimento que isto trouxe, levaram as mais variadas realizagdes priticas, como vilvu- las para radio © televisdo, suco concentrado de laranja, € energia atdmica. Esta investigagio ato- mica esclareceu, também, o alicerce da quimica, por tornar possivel determinar o que mantém dois dtomos unidos ou 0 que os conserva sepa rados. © assunto, pois, vai se desenvolvendo. £ como um grande edificio em construgio, € nio uma estrutura terminada que vocé apenas deve visi tar, levado por um guia. Ainda que algu partes estejam satisfatdriamente concluidas € se jam mente tteis e belas, outras esto sd- mente semi-executadas, Outras, ainda, estiio ape- nas planejadas. Novas partes serio iniciadas € completadas por homens ¢ mulheres de sua ge- ragio, possivelmente por vocé ou seus colegas. De ver em quando, verifica-se que uma das depen- déncias j4 terminadas nesta estrutura conhecida como fisica, é pouco segura ou nio mais bastan- te ampla para novas descobertas, e a dependén: cia é abandonada ou reconstruida. Isto acontece freqiientemente, mas os grandes alicerces esto bem assentados ¢ localizados em terreno bastante sdlido. Estes alicerces permanecem inalterados, ainda que sdbre éles continuem ocorrendo mu- dangas. Constitui intengio déste livro deixi-lo ver a planta do edificio, mostrarthe 0 que os construtores fizeram, fazé-lo observar algumas day partes nas quais éles esto trabalhando agora ¢, ocasionalmente, alerté-lo nos pontos em que © projeto ainda esté incompleto. A fisica e as outras ciéncias da natureza A fisica 6 a ciéncia bisica da natureza, mas nao é a tinica déste tipo. A fisica é fundamental porque trata de varios aspectos do universo como tempo, espago, movimento, matéria, eletricida. de, luz, € radiagio; ¢ algumas caracteristicas de cada fato que ocorre na natureza podem ser xa- minadas nestes térmos. A astronomia, ciéncia que procura conhecer a Lua, os planétas, as estrélas, € 0 universo além das estrélas, esti alicercada na fisica. A geologia € uma espécie de “astrono- mia” pormenorizada do planéta que melhor co- nhecemos, nossa prdpria Terra. A meteorologia, a fisica de nossa atmosfera, procura explicar as causas do tempo em térmos de fisica. A quimica € uma ciéncia quase tio fundamental as outras quanto o é a fisica, Sua especialidade é conhecer o grande mimero de substincias que nos rodeiam aqui na Terra, como também. as novas substincias preparadas por quimicos, ¢ que nunca existiram. Um importante ramo da quimica, chamado bioguimica, a quimica da vida, ocupa-se de nossos préprios corpos € dos ali mentos que ingerimos. Ea totalidade do pré prio mundo vivo é 0 objetivo de muitas cién cias, da anatomia 4 zoologia, cada uma se espe- cializando em um tipo particular de objeto fisico, tal como plantas e animais em tédas as suas va riadas e maravilhosas formas. ituando-se, por certo, mais préximo a fisica, ha um grupo de ciéncias afins conhecidas como astrofisica, geofisica, € biofisica. A astrotisica a fisica do mundo astronémico. Voce poderia di- zer que as posigdes € a identificagio das estré. las sao problemas de astronomia, mas um estudo do que faz as estrélas brithar é uma parte da as. tofisica. A geofisica se ocupa da fisica de nossa cerma, € a biofisica da fisica das coisas vivas. 1 = 2. Fisica e engenhario A tecnologia — 0 conjunto integral de recur sos € equipamento que o homem criou para me- Ihorar sua situacio neste planéta — est basea da na ciéncia, Tédas as ciéncias contribuem para ela — e a fisica, por certo, muito freqilentemen: te, Quando os fisicos aprendem a compreender Que & Fistea? 18 que & ristea? € controlar um tipo particular de fendmeno, di- gamos as ondas de radio, surge, entio, um grupo de especialistas cujo trabalho ¢ tornar proveito- sa esta nova aquisiclo. A engenharia de radio a electrénica surgiram, déste modo, como um ramo especial da fisica, e sio atualmente estuda- das por um ntimero maior de pessoas e com mais empenho total que a prdpria fisica, Isto se repe- tiu varias vézes: para a eletricidade, para a avia- io, € para o movimento do ar e da gua (chama- dos aerodinimica ¢ hidrodinamica). Ha trezentos anos, o pioneiro fisico italiano Galileu (1564-1642) tentou descobrir como sus- tentar pesadas vigas sem rompé-las. Naquela épo- ca, uma longa e penosa experiéncia de ensaio ¢ érro havia formado mais ou menos hé- beis na arte de construir edificios, sendo porém reduzido o conhecimento cientifico sObre tais as- suntos. Hoje em dia, a compreensio desta parte da fisica € tio importante na vida disria, € est tio bem desenvolvida, que ¢ confiada a um gru- po profissional de engenheiros, muito afastados do estudo geral de fisica. Sao éles as pessoas que ptojetam e constroem arranha-céus, pontes, ¢ es tradas. Seu trabalho se baseia em princfpios fisi- 0s tio bem testados em trés séculos de experién- cia que 0 fisico no mais duvida de sua aplicabi- lidade. Ble reconhece que pouca coisa nova Thes pode ser acrescentada. De modo andlogo, a liber- tagio de energia nuclear (poténcia atomica), cria- Gio recente da fisica do século vinte, est, no mo- mento, na iminéncia de se tornar uma importan- te ¢ fascinante atividade técnica, especializada independente, chamada engenharia nuclear. Este € 0 trajeto da fisica. Ela dé origem a ou- tras ciéncias e a suas proveitosas aplicagées, que podemos denominar tecnologia. Estas ciéncias, tal como filhas agradecidas, retribuiram, freqiiente- mente, dando a fisica novos materiais, novos ins- trumentos, € movas idéias. Muitos déstes novos instrumentos sio agora priticamente indispensi- veis a fisica. O radio ¢ outros dispositivos electrd- nicos, por exemplo, originaram-se da fisica, € sio agora usados na solucio de problemas do mo- mento em fisica, Tanto a pesquisa moderna em ciéncia fisica como a inchistria de manutengio de televisio estio subordinadas & electronica, des- cendente direta do que nos laboratérios de fisica de 1900 pareciam ser fendmenos obscuros e sem importincia. 1 — 3. Os instrumentos da fisica A fisica necessita de instrumentos — instru. mentos de tédas as espécies. Como em quase t6- das as atividades dos séres humanos, o instrumen- to-chaye do fisico é sua mente. Em seguida, éle precisa de uma linguagem para tornar claro, para si prdprio ¢ para os outros, o que éle pensa € féz, € o que pretende realizar. A matemitica, que pode ser considerada como uma linguagem internacional especial de relagio e quantidade, extremamente clara e flexivel, é, também, um instrumento importante de seu equipamento — sio muito importantes, sem divida, seus pré- prios olhos, ouvidos € mios. Ble considera éstes ltimos como os principais instrumentos na ob- tengio de informagées sobre as ocorréncias do mundo que éle tenta compreender e controlar. Além disso, para auxiliar seus sentidos e produ- as circunstincias especiais que por vézes dese- ja estudar, éle deve se valer de uma grande va- riedade de outras ferramentas, outros instrumen- tos, miquinas, ou invengoes. Nossos sentidos falham freqiientemente, ¢ es to sujeitos a érro. Geralmente no nos é difi- cil, por exemplo, dizer se uma coisa aconteceu antes ou depois de outra, mas constatamos que nossas avaliagées de quanto antes ou quanto de- pois, no sio dignas de confianca. (Olhe para um relégio, depois niio olhe para os ponteiros durante um tempo que julga ser cinco minutos, € verifique, entio, quanto tempo decorreu efe- tivamente). Se voce no tivesse relégio, poderia medir 0 fluxo do tempo, de modo rudimentar, pela contagem das batidas de seu coracio. Vocé perceber’, entretanto, que o ritmo de seu pulso se modifica de dia para dia, da manhi para o anoitecer, e, por vézes, de minuto em minuto, Sem relégio, vocé poderia no descobrir estas mudangas, a no ser que comparasse sua pulsa- io com a de outras pessoas. As pulsacdes de dois de vocts nao corresponderiam exatamente ao me- direm interyalos de tempo, e vocés poderiam, entio, tentar descobrir alguma coisa fora de vo és que batesse mais regularmente que seus pul- 808, Ha uma histéria muito conhecida que exem plifica 0 proceso que estivemos discutindo. En- quanto observava um grande lustre oscilando no teto de uma catedral, Galileu notou que o lus- tre parecia gastar aproximadamente o mesmo in- tervalo de tempo para completar cada oscilacio. Fle imaginou, entao, poder se valer do lustre, ou de qualquer outro péndulo com movimento se- melhante, para usé-los como um bom dispositive de medida de tempo. A amplitude da oscilagio, entretanto, se modificava_consideravelmente: co- megava com um amplo arco, terminando por um movimento apenas perceptivel. Podéria realmen- 1 = 4(a). Em 1896, o fisico-quimico francs Henri Becque- tel descobriu a radioatividade pela exposigio de uma chapa fotogrifica a um sal de urinio. A chapa fotogrifica Gstava envolvida em papel préto, ¢ sdbre ela foram colo: ados cristais de acetato de urinio te acontecer que ritmo da oscilago indepen- desse do comprimento déste arco? Nio obstante saber Galilen que sua pulsagio nfo era unifor- me, tinha éle certeza que seu ritmo estivera sufi cientemente regular durante o tempo relativa- mente curto que decorrera até o lustre parar. Constatou éle que o mesmo numero de pulsa- ges caracterizava cada oscilagio, qualquer que fosse a distincia percorrida pelo lustre durante a mesma, Esta observacio de Galileu levou & idéia de que um péndulo mantido em oscilagio por uma mola ou por um péso em queda lenta, mediria 0 tempo com precisio. Tais relégios po- deriam ser testados dando partida simultinea em dois ou mais déles, ¢ observando, entio, se éles dariam o mesmo ntimero de oscilagdes em tem- po igual. Os conhecidos relégios de péndulo se originaram de tais experiéncias, € sio ainda ins- trumentos praticamente tio precisos e dignos de confianga quanto qualquer outro que 0 homem possa construir. Esta é a histéria tipica de como pode ser esta- belecida uma nocio fundamental, Comecamos com uma experiéncia pessoal precdria, como a das batidas do coracio, ¢ a transferimos para um instrumento que parece se comportar de ma- neira mais simples e digna de confianga. Testa- mos, ento, o instrumento, para verificar se éle efetivamente funciona como imaginamos. A fi- sica € edificada déste modo, partindo de nossa propria experiéncia, lancando uma hipstese ar- rojada, que é freqiientemente um verdadeiro asso no escuro — Galileu no poderia saber com certeza se a oscili¢io do péndulo nio estava sim- Que é Fisica? 19 1 = 40) A exposicéo resultante, como a aqui reprodu poderia provir de alg. fo. invi sivel, porém penetrame, do sal, desde que ndo foi p mitido que a luz ati ‘chapa fotogrifica. Eis al tum exemplo de um recurso simples usado pata obter um importante resultado bisico plesmente correspondendo & su pulsagio. irre- gular — e testando, depois, a hipdtese pela veri- ficagao do que ela deve implicar. Construimos, desta forma, microscépios que podem tornar visi- veis coisas mintisculas, € telescépios enormes que sondam as profundezas do espaco. Os instrumentos da fisica podem ser simples. Em 1896, Henri Becquerel descobriu as estra nhas propriedades radioativas do urinio, e ini ciou 0 ramo chamado fisica nuclear, sem outro equipamento além de uma chapa fotogrifica en- volvida em papel préto, e alguns cristais de um sal quimico especial. Em 1934, em Roma, Fermi € seus companheiros descobriram 0 néutron len- to, base da energia atOmica. Usaram éles uma aparelhagem simples — um suprimento hospi lar de ridio, uma pia de mirmore com Agua cor. rente, alguns pedacos de prata e de cédmio, € um instrumento feito de pedacinhos de uma fina folha de metal montados mum pequeno micros. cépio. Prosseguindo no trabalho de Fermi, cinco anos mais tarde, Hahn e Strassmann descobriram a fisio do uranio. fles tabalharam com equi pamento quimico simples e um contador Geiger comum. Quem seré o préximo a descobrir um, ramo da ciéncia com equipamento simples e uma idéia efetivamente boa? Nao 0 sabemos, mas isto acontecer com certeza. Os instrumentos da fisica podem-se tornar ma- ravilhosamente complexos. O satélite equipado com aparelhos € seus foguetes de lancamento po- dem ser considerados como os instrumentos do fisico que procura estudar as camadas superiores da atmosfera e a chuva de particulas do espaco 20 QUE & Fisica? do University. of Califor mento, O homem no canto inferior gigantesco, O enorme in fquena cidade Pate grande instrumento ¢ of California Lawrence Radiation Laboratory) exterior. Para faer um eléctron se movimentar ao longo de uma trajetéria em espiral, como se mostra na fotografia da Fig. 1 — 6 (b), necessita-se de um equipamento complexo. No University of California Radiation Laboratory existe um enor me ima em forma de anel, pesando tanto quan to um navio, ¢ tirando sua poténcia de gerado. res suficientes para suprir as necessidades de po téncia de uma pequena cidade (Fig. 1 — 5). Atra ha um tubo em forma de aro, suficientemente grande de forma que néle um homem poderia rastejar. O didmetro do aro é do tamanho de uma quadra de basquete. Devendo ser éste tubo mantido livre de ar, foi néle feito um alto vacuo, como o existente em valvula de ridio. O dispositive completo ¢ operado por uma réde de interruptores, vilvulas € medidores, tao complicada quanto uma pequena central telefd- nica. E para a fotografia propriamente dita, as ndes cimaras Wevem ser focalizadas numa gr a Lawrence Radiation Laboratory constitu i direl dle anel pesa tanto quan D para obter evidénc ‘mente pequenas para serem vistas com qualquer disposi le um da uma idéia das dimendes déstc acclerador tum navio © requer tanta poténda quanto uma pe do comportamento de particulas demasiada reparado pelo homem. (Cortesia: University cuba cheia de hidrogénio liquido, que é extre mamente frio mas altamente inflamavel [Fig. 1 — 6a) 1 — 4. Quem constréi a fisica? Chamam-e fisicos as pessoas que planejam o tipo de equipamento sobre o qual voce estéve Iendo. Quando suas habilidades sio_ principal mente as de planejar e realizar experiéncias, eles sfo chamados fisicos experimentais. Quando, por outro lado, éles so peritos py almente no emprégo de matemtica em problemas de fisica Mio éles chamados fisicos tedricos. Benjamin Franklin ¢ Mme. Marie Curie foram fisicos ex perimentais. Isaac Newton ¢ Albert Einstein fo: m fi talvez os maiores. Antigamente, os instrimentos, t c tem sicos tedricos 0 OS expe bs, eram tio. sim. 1 — 6). Aqui novamente um instrumento muito com: plexo para ampliar nossos sentidos, Esta clmara de bolhas de hidvogénio liquide, em ligacio com uma fonte de elétrons de elevada energia (como o bevatron da Fig. 1 —5), foi usada para obter a imagem da espiral de Por um elétron, mostrada na Fig. 1 — 6(b). (Cortesia University of California Lawrence Radiation Laboratory). ples que um homem ou uma mulher, individual mente, poderiam se habilitar em ambos. Isaac Newton nao somente féz a emocionante expe ia de decomposicio da luz solar em cores usando um prisma, como efetivamente idcalizou, para seu proprio uso, uma das mais. proveitos formas da matemitica, 0 cilculo. Franklin con: tribuiu para o desenvolvimento da teoria sobre a eletricidade. Atualmente, alguns dos instru- mentos so tio complexos que pouces fisicos si0 suficientemente versiteis para se assenhorearem de todos. Quer tedricos ou experimentais, entre tanto, todos os que constroem a fisica so fisicos Os fisicos podem ser auxiliados por engenhei 105 € por diversos tipos de técnicos. Todos éstes — os fisicos, engenheiros, e téenicos — formam uma equipe coordenada. & evidente que nenhu individuo isoladamente poderia ter construido, ‘ou mesmo projetado, em seu todo, um grande moderno laboratério como o de Berkeley. Fisicos, entretanto, as pessoas que determinam o objetivo a ser atingido pela equipe. O engenhei ro concentra seu interésse principalmente no pro- jeto © manejo dos instrumentos, ou mquinas, ‘ou processos em mira. O fisico esti interessado no que éle pode descobrir pelo emprégo déstes instrumentos, quaisquer que éles sejam. Ficard claro que nao demos neste capitulo uma definicio cabal ¢ simples do que é a fisica. Isto 1 — 6(b). A medida que passa através do hidrogénio i quido, 0 elétron deixa um rasto visivel, semelhante i tritha de vapor deixada no ar por um avito a jato @ grande altura, como 0 que conhecemos sobre o mundo, dose, também, 0 que podemos realizar com conhecimento, Apds ter concluido éste livro, vol tando ao que viu € aprendeu, € a0 que o des- lumbrou, teré vocé uma visio muito melhor do que é a fisica do que poderiamos descrever num capitulo, Nos proximos capitulos falaremos sobre tem po, espaco, movimento, matéria, € medigio. Es. Uo todos éles relacionados, € so todos essenciais, em nossa discussio sobre fisica. Bles formam um alicerce sobre 0 qual construiremos — € nao algo que podemos estudar ¢ depois esquecer. Além disso, © que dizemos nos préximos capitulos € ente um coméco; € as idéias sobre as quais mos tornar-se-do mais claras & medida que as usamos ao longo do livro. Perceberemos nelas, mais tarde, um névo significado, Isto é parti cularmente verdadeiro no que diz respeito as idéias expostas neste capitulo introdutério. A medida que vocé avangar na fisica, esteja pre parado para voltar, de ver em quando, a éstes capituloy iniciais. A maioria dos que estudam oy fundamentos da fisica_niio serio fisicos mais tarde. Alguns continuarao seu estudo de fisica, ou trabalho cor relato, na engenharia ou em outras ciéncias. Quer prossiga ou nao, voce pode encontrar na historia da natureza, como os fisicos a véem, muita coisa que o auxiliard a compreender 0 mundo mutivel no qual vivemos. Isto porque a fisiea esti atris das manchetes dos jornais, atrés dos inventos que criamenovos emprégos, ¢ atris dos novos problemas que todo cidadao' tem de 22 ue # Fisica? enfrentar. Estudando éste assunto em crescente desenvolvimento, um dos mais significativos na histéria do homem, vocé terd a oportunidade de alimentar esta curiosidade acérca do mundo no qual nés, humanos, nos diferenciamos tio niti- LEITURA COMPLEMENTAR ANDRADE, E. N. da C,, Sir Isaac Newton. Doubleday ‘Anchor Books, 1958, CURIE, EVE, Madame Curie, Doubleday, 1919, FERML, LAURA, Atoms in the Family. University of Chicago Press, 1054. Um relato da vida e obra de Enrico Fermi FRANKLIN, BENJAMIN, Autobiography. Pocket Books. GAMOW, GEORGE, Nascimento ¢ Morie do Sot Globo ~ Porto Alegre (Cap. I: Transmutagio dos Elementos). damente dos outros animais, éste maravilhoso sentimento de querer saber, que se pode consti- tuir numa profunda satisfacio por téda uma vida, HEATHCOTE, N, H. de V, Nobel Prize Winners in Physics, Henry Schuman Co., 1953. Esb6co biogrifico € sumario do trabalho Inureado de cada um. JEANS, JAMES, The Growth of Physical Science. Cam bridge University Press, 1951. (Galileu, pags. 145-150, A/L-I78. Newton, pags. 183-196, 204-210, 225-227. Ein: stein, pigs, 239-301) TAYLOR, F. SHERWOOD, 4 Short History of Science ‘and Scientific Thought. Norton, 1949,

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