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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

CENTRO DE TECNOLOGIA
DISCIPLINA: SANEAMENTO II
PROFESSOR: MANOEL COELHO SOARES FILHO

APOSTILA:

INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ÁGUA FRIA

TERESINA – PIAUÍ
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TERMINOLOGIA

A Norma NBR 5626/82 adota as seguintes definições:

ALIMENTADOR PREDIAL
Tubulação compreendida entre o ramal predial e a primeira derivação ou válvula de
flutuador do reservatório.

APARELHO SANITÁRIO
Aparelho destinado ao uso de água para fins higiênicos ou para receber dejetos
e/ou águas servidas.

AUTOMÁTICO DE BÓIA
Dispositivo instalado no interior de um reservatório para permitir o funcionamento
automático da instalação elevatória entre seus níveis operacionais extremos.

BARRILETE
Conjunto de tubulações que se origina no reservatório e do qual se derivam as
colunas de distribuição.

CAIXA DE DESCARGA
Dispositivo colocado acima, acoplado ou integrado às bacias sanitárias ou
mictórios, destinados à reservação de água para suas limpezas.

CAIXA DE QUEBRA-PRESSÃO
Caixa destinada a reduzir a pressão nas colunas de distribuição.

COLUNA DE DISTRIBUIÇÃO
Tubulação derivada do barrilete e destinada a alimentar ramais.

CONJUNTO ELEVATÓRIO
Sistema para elevação de água.

CONSUMO DIÁRIO
Valor médio de água consumida num período de 24 horas em decorrência de todos
os usos do edifício no período.

EXTRAVASOR
Tubulação destinada a escoar os eventuais excessos de água dos reservatórios e
das caixas de descarga.

INSPEÇÃO
Qualquer meio de acesso aos reservatórios, equipamentos e tubulações.

INSTALAÇÃO ELEVATÓRIA
Conjunto de tubulações, equipamentos e dispositivos destinados a elevar a água
para o reservatório de distribuição.
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INSTALAÇÃO HIDROPNEUMÁTICA
Conjunto de tubulações, equipamentos, instalações elevatórias, reservatórios
hidropneumáticos e dispotivos destinados a manter sobre pressão a rede distribuição
predial.

INSTALAÇÃO PREDIAL DE ÁGUA FRIA


Conjunto de tubulações, equipamentos, reservatórios e dispositivos, existentes a
partir do ramal predial, destinados ao abastecimento dos pontos de utilização de água do
prédio, em quantidade suficiente, mantendo a qualidade de água fornecida pelo sistema
de abastecimento.

INTERCONEXÃO
Ligação, permanente ou eventual, que torna possível a comunicação entre dois
sistemas de abastecimento.

LIGAÇÃO DE APARELHO SANITÁRIO


Tubulação compreendida entre o ponto de utilização e o dispotivo de entrada de
água no aparelho sanitário.

LIMITADOR DE VAZÃO
Dispositivo utilizado para limitar a vazão em uma peça de utilização.

PEÇA DE UTILIZAÇÃO
Dispositivo ligado a um sub-ramal para permitir a utilização da água.

PONTO DE UTILIZAÇÃO
Extremidade de jusante do sub-ramal.

PRESSÃO DE SERVIÇO
Pressão máxima a que se pode submeter um tubo, conexão, válvula, registro ou
outro dispositivo, quando em uso normal.

RAMAL PREDIAL
Tubulação compreendida entre a rede pública de abastecimento e a instalação
predial. O limite entre o ramal predial e o alimentador predial dever ser defindio pelo
regulamento da Cia. Concessionária de Água local.

REDE PREDIAL DE DISTRIBUIÇÃO


Conjunto de tubulações constituído de barriletes, colunas de distribuição, ramais e
sub-ramais, ou de alguns destes elementos.

RAMAL
Tubulação derivada da coluna de distribuição e destinada a alimentar os
subramais.

REFLUXO
Retorno eventual e não previsto de fluídos, misturas ou substâncias para o sistema
de distribuição predial de água.
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REGISTRO DE FECHO
Registro instalado em uma tubulação para permitir a interrupção da passagem de
água.

REGISTRO DE UTILIZAÇÃO
Registro instalado no sub-ramal, ou ponto de utilização, destinado ao fechamento
ou regulagem da vazão da água a ser utilizada.

REGULADOR DE VAZÃO
Aparelho intercalado numa tubulação para manter constante sua vazão, qualquer
que seja a pressão a montante.

RESERVATÓRIO HIDROPNEUMÁTICO
Reservatório para ar e água destinado a manter sob pressão a rede de distribuição
predial.

RESERVATÓRIO INFERIOR
Reservatório intercalado entre o alimentador predial e a instalação elevatória,
destinado a reservar água e a funcionar como poço de sucção da instalação elevatória.

RESERVATÓRIO SUPERIOR
Reservatório ligado ao alimentador predial ou à tubulação de recalque, destinado a
alimentar a rede predial de distribuição

RETROSSIFONAGEM
Refluxo de águas servidas, poluídas ou contaminadas, para o sistema de consumo,
em decorrência de pressões negativas.

SISTEMA DE ABASTECIMENTO
Rede pública ou qualquer sistema particular de água que abasteça a instalação
predial.

SOBREPRESSÃO DE FECHAMENTO
Maior acréscimo de pressão que se verifica na pressão estática durante e logo
após ao fechamento de uma peça de utilização.

SUBPRESSÃO DE ABERTURA
Maior decréscimo de pressão que se verifica na pressão estática logo após a
abertura de uma peça de utilização.

SUB-RAMAL
Tubulação que liga o ramal à peça de utilização ou à ligação do aparelho sanitário.

TORNEIRA DE BÓIA
Válvula com bóia destinada a interromper a entrada de água nos reservatórios e
caixas de descarga quando se atinge o nível operacional máximo previsto.

TRECHO
Comprimento de tubulação entre duas derivações ou entre uma derivação e a
última conexão da coluna de distribuição.
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TUBO DE DESCARGA
Tubo que liga a válvula ou caixa de descarga à bacia sanitária ou mictório.

TUBO VENTILADOR
Tubulação destinada à entrada de ar em tubulações para evitar subpressões
nesses condutos.

TUBULAÇÃO DE LIMPEZA
Tubulação destinada ao esvaziamento do reservatório para permitir a sua
manutenção e limpeza.

TUBULAÇÃO DE RECALQUE
Tubulação compreendida entre o orifício de saída da bomba e o ponto de descarga
do reservatório de distribuição.

TUBULAÇÃO DE SUCÇÃO
Tubulação compreendida entre o ponto de tomada no reservatório inferior e o
orifício de entrada da bomba.

VÁLVULA DE DESCARGA
Válvula de acionamento manual ou automático, instalada no sub-ramal de
alimentação de bacias sanitárias ou mictórios, destinada a permitir a utilização da água
para suas limpezas.

VÁLVULA DE ESCOAMENTO UNIDIRECIONAL (VÁLVULA DE RETENÇÃO)


Válvula que permite o escoamento em uma única direção.

VÁLVULA REDUTORA DE PRESSÃO


Válvula que mantém jusante uma pressão estabelecida, qualquer que seja a
pressão dinâmica a montante.

VAZÃO DE REGIME
Vazão obtida em uma peça de utilização quando instalada e regulada para as
condições normais de operação.

VOLUME DE DESCARGA
Volume que uma válvula ou caixa de descarga deve fornecer para promover a
perfeita limpeza de uma bacia sanitária ou mictório.

OBJETIVOS DE UMA INSTALAÇÃO

a) Fornecer água aos usuários, de forma contínua, e em quantidade suficiente


b) Preservar a qualidade da água
c) Manter pressões e velocidades adequadas ao funcionamento das peças e
aparelhos
d) Minimizar os ruídos
e) Conforto dos usuários
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ETAPAS DO PROJETO

a) CONCEPÇÃO

b) DETERMINAÇÃO DAS VAZÕES

 Definição do tipo de prédio e sua utilização


 Definição da capacidade de utilização do prédio
 Definição dos sistemas de abastecimento
 Definição dos postos de utilização
 Definição do sistema de distribuição
 Definição da localização dos reservatórios e equipamentos
 Definição da localização das tubulações

c) DIMENSIONAMENTO

SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO

a) LIGAÇÃO À REDE PÚBLICA

1) Quando não houver rede no local ?

- Poços

- Riachos
- Vazões
- Qualidade da água
- Tipos de tratamento

2) Há rede de água no local ?

- Rede nova ?
- Colocação de T

- Já existe a rede
- Fecha os registros do distribuidor, isolando-se o trecho.
- Com o encanamento de distribuição em carga, usando máquina do tipo
MUELLER Co.
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TIPO PADRÃO DE LIGAÇÃO

Figura 01

Figura 02
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MEDIDORES DE CONSUMO

a) PENA d´ água
- Tubo com um estrangulamento.

b) Suplemento
- Tubo com disco ou pastilha com um orifício central. Tanto a pena d’ água como
o cuplemento não medem vazão, apenas limitam o consumo.

c) Hidromêtros
1 – Volumétricos ( para pequenas descargas)
2 – Taquimétricos ( associa a velocidade com vazão, são os mais simples, e baratos,
por isso mais empregados ).

TABELA 1: CAPACIDADE DOS HIDROMÊTROS

HIDROMÊTRO CONSUMO MENSAL DIÂMETRO


3 m3/h até 90m3 ½ 15mm
5 m3/h de 91 m3 a 150 m3 ¾ 20mm
7 m3/h de 151 m3 a 200 m3 1 25mm
10 m3/h de 201 m3 a 300 m3 1 ¼ 32mm
20 m3/h de 301 m3 a 600 m3 1 ½ 40mm
30 m3/h de 601 m3 a 1500 m3 2 50mm

SISTEMA DIRETO DE DISTRIBUIÇÃO

A alimentação dos aparelhos é feita diretamente pela rede pública e, função de


pressão existente na mesma. Não existe reservatórios. Estes sistema é pouco utilizado,
visto que não existe reserva de água.

VANTAGENS DO SISTEMA

- redução de custos
- preservação de qualidade da água
- eliminação dos reservatórios

DESVANTAGENS DO SISTEMA

- descontinuidade do abastecimento
- variação de pressão

Observação: A NBR 5626/82 recomenda que a distribuição direta ou hidropneumático


sejam devidamente justificados.
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SISTEMA INDIRETO DE DISTRIBUIÇÃO

A alimentação é feita por meio de reservatórios, evitando-se assim as


irregularidade no abastecimento de água e as variações de pressão.

Neste caso, existem duas possibilidades:

a) por gravidade (sem recalque)


Os pontos de utilização são abastecidos pelo reservatório superior.
Recomendado para edifícios de no máximo 2 (dois) pavimentos, ou para um
maior número dependendo da pressão da rede.
a-1) Com bombeamento (Recalque)
neste caso serão construídos dois reservatórios um inferior (R.I.) e, outro
superior (R.S.). Um conjunto de elevatório existente, deverá recalcar
(bombear) água do reservatório inferior para o reservatório superior.

b) hidropneumático
Consiste essencialmente em um reservatório de aço, e uma estação de
bombeamento com compressor.

DISTRIBUIÇÃO MISTA

Parte da instalação é abastecida pela rede pública (filtros, torneiras, pias, lavanderias) e
a outra parte indiretamente, encontra-se descrita nos itens “a” e “b” do sistema indireto.

PARTES CONSTITUINTES DE UMA INSTALAÇÃO PREDIAL DE ÁGUA FRIA

- Ramal predial
- Alimentador predial
- Reservatórios : inferior e superior
- Conjuntos elevatórios
- Canalizações de sucção e recalque
- Barriletes
- Colunas de distribuição
- Ramal de distribuição
- Sub-ramais
- Canalização de incêndio
- Extravasores
- Canalizações de limpeza
- Órgãos especiais
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Figura 03
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ESTIMATIVA DO CONSUMO DIÁRIO

O consumo diário é variável e depende basicamente:

- destinação ou finalidade do prédio


- quantidade de água fornecida
- hábitos
- costumes
- grau de desenvolvimento das populações
- nível econômico

A NBR 5626/82 apresenta as seguintes tabelas, que nos permitem fazer uma estimativa
do consumo diário.

TABELA 2: ESTIMATIVA DE CONSUMO DIÁRIO DE ÁGUA

TIPO DE PRÉDIO UNIDADE CONSUMO litro/dia


1 Serviço domestico
Apartamento Per capita 200
Apartamento de luxo Por quarto 300 a 400
Por quarto de empregada 200
Residência de luxo Per capita 300 a 400
Residência de porte médio Per capita 150
Residências populares Per capita 120 a 150
Alongamento provisório de obra Per capita 80
Apartamento de zelador 600 a 1.000
2 Serviço público
Edifício de escritórios Por ocupante efetivo 50 a 80
Escolas, internatos Pe capita 150
Escolas, externatos Por aluno 50
Escolas, semi-internato Por aluno 100
Hospitais e casas de saúde Por leito 250
Hotéis com cozinha e lavanderia Por hóspede 250 a 350
Hotéis sem cozinha e lavanderia Por hóspede 120
Lavanderias Por Kg de roupa seca 30
Quartéis Por soldado 150
Cavalariças Por cavalo 100
Restaurantes Por refeição 25
Mercados Por m2 de área 5
Garagens de postos de serviço Por automóvel 100
para automóveis Por caminhão 150
Rega de jardins Por caminhão 1,5
Cinemas, teatros Por lugar 2
Igrejas Por lugar 2
Ambulatórios Per capita 25
Creches Per capita 50
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3 Serviço industrial
Fábrica (uso pessoal) Por operário 70 a 80
Fábrica com restaurante
Usinas de leite Por operário 100
Matadouros Por litro de leite 5
Por animal abatido de
grande porte 300
Por animal abatido de
pequeno porte 150

TABELA 3: TAXA DE OCUPAÇÃO DE ACORDO COM A NATUREZA DO LOCAL

NATUREZA DO LOCAL TAXA DE OCUPAÇÃO


Prédio de apartamentos Duas pessoas por quarto 2001/hab/dia
Prédio de escritório
- uma só entidade locadora Uma pessoa por 7,0m2 de área
- mais de uma entidade locadora Uma pessoa por 5,0m2 de área
Restaurantes Uma pessoa por 1,5m2 de área
Teatros e cinemas Uma cadeira para cada 0,7m2 de área
Lojas(pavimento térreo) Uma pessoa por 2,5m2 de área
Lojas(pavimentos superiores) Uma pessoa por 5,0m2 de área
Supermercados Uma pessoa por 2,5m2 de área
Shopping center Uma pessoa por 5,0m2 de área
Salões de hotéis Uma pessoa por 6,0m2 de área
Museus Uma pessoa por 8,0m2 de área

A norma ao estimar o consumo de 200/1/hab/dia, para apartamentos, tomou por


base a seguinte distribuição:

Uso doméstico ................................................................. 100 litros


Uso no local de trabalho .................................................. 50 litros
Uso diversos (restaurantes, diversões) ........................... 25 litros
Perdas diversas ............................................................... 25 litros
TOTAL ............................................................................. 200 litros

A parcela de uso doméstico, assim distribuídos:

Asseio pessoal ................................................................ 50 litros


Bebida, cozinha ............................................................... 10 litros
W.C................................................................................... 20 litros
Lavagem de casa e roupa ............................................... 100 litros/dia

EXEMPLO 1

Calcular o consumo diário de um edifício residencial de 10 pavimentos, sendo dois


apartamento por andar.
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Cada apartamento possui 3 dormitórios (suítes), uma dependência de empregada.


O referido edifício possui ainda apartamento para zelador.

Solução

Da tabela 2 temos o consumo “per capita” q=300l/hab/dia.


Da tabela 3 temos que a taxa de ocupação = de 2 pessoas/ dormitório, logo o nº de
pessoas por apartamento será: 2 * 3+1(empregada) = 7 pessoas.
Nº de pessoas no edifício=10 * 2 * 7= 140 pessoas.
Nº de pessoas por apartamento = 2 * 3 = 6 pessoas.
1 dormitórios empregada = 1 pessoa.
Pessoa por andar – 7 pessoa * 2 apto. = 14 pessoas.
Nº pessoas no edifício = 14 * 10 = 140 pessoas.
Consumo diário = 140 * 300 = 42. 000L.
Apto zelador (tab. 2 ) = 1000L.
Consumo diário total = 43.000L ou 43M3.

VAZÃO MÁXIMA POSSÍVEL

Vazão instantânea decorrente do uso simultâneo de todas as peças ou aparelhos.

VAZÂO À VELOCIDADE

A velocidade máxima admitida pela NBR 5626/82 é de 3,0m/s, pois acima deste valor
provoca ruídos na instalação, além de contribuir para o golpe de ariete. A velocidade
também não deve ultrapassar o valor encontrado na expressão:

V = 14 √ D

Sendo, V – velocidade de fluxo, em m/s


D – diâmetro nominal, em metro.

SOBRE O GOLPE DE ARIETE

O golpe de ariete é um choque violento produzido sobre as paredes da tubulação


quando o escoamento do líquido é interrompido bruscamente.
O golpe de ariete pode originar depressões e sobrepressões que são prejudiciais
ao desempenho das tubulações
As depressões podem permitir infiltrações para o interior das canalizações, uma
vez que a pressão interna do tubo ficará menor que a pressão atmosférica.
As sobrepressão, poderá romper as tubulações, como provocar barulho em
excesso.
Para reduzir os efeitos provocados pelo golpe de ariete, além do limite de
velocidade recomentado pela NRB 5626/82, podemos ainda utilizar-mos do seguinte:

a) emprego de válvula anti-golpe


b) emprego de caixa de quebra-pressão
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c) fechamento lento das válvulas e registro

SOBRE AS PERDAS DE CARGA

a) PERDAS DE CARGA LINEARES

A NRB 5626/82 recomenda as fórmulas Darcy-Weissbach, universal,


Hazen-Willians de Flamant e de Fair-Whipple-Hsiao, para o cálculo das perdas
distribuídas. Aconcelhamos o uso da equação de Fair-Whipple-Hsiao por ser a mais
simples.

a.1) Para tubos de PVC e cobre

J = 0,00086 Q 1,75 / D 4,75

a.2) Para tubos de aço galvanizado e ferro fundido

J = 0,002021 Q 1,88 / D 4,88

Onde: J – perda de carga unitária em m/m


Q – vazão de água em m3/s
D – Diâmetro nominal da tubulação, em metro

Observação: Essa fórmula só vale para diâmetro de até 100mm.

b) PERDAS DE CARGA LOCALIZADAS

A NBR 5626/82, recomenda o método dos comprimentos virtuais ou


equivalentes. Por esse método cada peça ou conexão, produz uma perda de carga,
semelhante à que produzida por um determinado comprimento desta canalização. Desta
maneira, procederemos como se tivéssemos apenas tubulações retilíneas.

SOBRE À PRESSÃO MÁXIMA E MÍNIMA

A pressão estática máxima de serviço é de 40 m.c.a. (400kpa)


A pressão mínima de serviço varia entre 0,5 m.c.a. à 2,0 m.c.a.

DIMENSIONAMENTO DO RAMAL PREDIAL

O ramal predial é a tubulação compreendida entre a rede pública de abastecimento


de água e a instalação predial (hidrômetro).
O limite entre o ramal predial e o alimentador predial é definido pelo órgão de
serviço público local. (AGESPISA)
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O diâmetro desta tubulação, será definido em função do consumo diário calculado.

DIMENSIONAMENTO DO ALIMENTADOR PREDIAL

Para dimensionarmos o alimentador predial, temos que definirmos o tipo de


sistema de distribuição a ser adotado na instalação, se o sistema direto ou o sistema
indireto.

a) Sistema direto de distribuição

O dimensionamento é feito utilizando-se o consumo máximo provável ou seja:

Qmin = C √ ∑ P

Onde: Qmin = vazão máxima provável em litros/s


C = coeficiente de descarga = 0,301/s
P = número atribuído à cada aparelha por comparação dos
efeitos produzidos (ver tabela 7)

∑ P = Soma dos pesos correspondentes a utilização normal dos aparelhos.

b) Sistema indireto de distribuição

O abastecimento é feito continuamente durante 24 horas por dia.

Qmin = CD / 86400

Onde:
Qmin = vazão em litros /s
CD = consumo diário em litros / dia
86400 = número de segundos em 24 horas.

RESERVATÓRIOS

A norma NBR 5626/82 faz as seguintes recomendações à respeito dos reservatórios:

a) O Volume total (VT) a ser armazenado nos reservatórios inferiores e superiores, não
poderá ser inferior ao consumo diário (CD) e nem superior a três vezes o mesmo.

CD ≤ VT ≤ 3CD

b) O Volume útil à ser armazenado no reservatório superior (RS) deverá ser de 2/5 do VT.
c) O Volume útil à ser armazenado no reservatório inferior (RI) deverá ser de 3/5 do VT.
d) Se o volume total armazenado for maior que o consumo diário o excesso ficará no RI.
e) Deverá ser acrescido ao volume total, um volume de água para o combate à incêndio.
Esse volume é calculado em função de risco e da área construída, que no caso de
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instalações prediais é de no mínimo 10 m3 , deverá ficar obrigatoriamente, no


reservatório superior.
f) A escola do local para a localização dos reservatórios, deve levar em conta
principalmente a segurança em relação a qualidade de água (RI), e, aproveitamento
da estrutura do edifício, para o reservatório superior (RS).
g) Deverão serem construídos, com materiais que não alterem a qualidade da água e
que resistam ao ataque da mesma.
h) Possuam aberturas que possibilitem a inspeção, limpeza, e eventuais reparos,
estravasores, canalizações para esgotamento.
i) Quando a área de fundo do reservatório, for superior a 2,0m2 , esta deverá ser
inclinada a fim de permitir o seu perfeito esvaziamento.
j) Apesar da norma ser omissa, mas é usual que reservatórios com capacidade superior
a 4.000 litros, sejam divididos em dois compartimentos iguais, sendo estes interligados
através de um barrilete.
k) É muito utilizado na prática, a seguinte distribuição de volume para os reservatórios:

RI = 1,5 CD

RS = CD + VI

EXEMPLO 2:

No exemplo 1, calcular a capacidade dos reservatórios inferior e superior, supondo que o


sistema de reservação seja suficiente para atender a 2 dias de demanda. Supor ainda que
o volume de incêndio seja de 10 m3.

Solução:

Do problema 1, tomar que o C.D = 43M3 .


O volume total (V.T.) = 2*43 ---------------------------------------------------------------------------86m3
Excesso armazenado = ---------------------------------------------------------------------------------43m3
O volume do RI = 3/5 * 43+43 = ----------------------------------------------------------------- 68,80m3
O volume do RS = 2/5*43+10 =-------------------------------------------------------------------27,20m3

Em planta se estipular-mos uma altura líquida de água nos reservatórios de 2,0m


teríamos:

Reservatório Superior:

Área = 68,80 / 2 = 34,40m2


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------3,0-----
-----------5,7------------ 0,10 ------------5,7-----------

Reservatório Inferior:

Área = 27,20 / 2 = 13,6m2


------2,5-----

-----------2,7------------ 0,10 ------------2,7-----------

DIMENSIONAMENTO DA CANALIZAÇÃO DE DESCARGA DOS RESERVATÓRIOS.

O diâmetro da canalização é determinada pela expressão:

S = A √h / 4850 T,
Onde:
A = Área em planta de um compartimento em m2
T = tempo de esvaziamento (≤ 2 hboras)
H = altura inicial de água em metros
S = secção do tubo de descarga em m2.
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DIMENSIONAMENTO DO EXTRAVASOR

O diâmetro do extravasor é determinado adotando-se um diâmetro comercial


superior ao do alimentador predial ou da tubulação de recalque.

DIMENSIONAMENTO DA INSTALAÇÃO ELEVATÓRIA DE ÁGUA PARA


ABASTECIMENTO.

Existem dois tipos de sistemas de recalque:

1- Com a bomba afogada (sucção negativa)


Neste tipo de instalação, a bomba encontra-se permanentemente escovada, isto é , a
canalização de sucção encontra-se sempre cheia de àgua.
Sempre que possível, é recomendável obter por este sistema.

2- Bomba não afogada (sucção positiva)


Torna-se necessário uma válvula de pé.
A escorva não se dá automaticamente, e normalmente é realizada através de um “by-
pass”.

Para calcularmos a instalação elevatória, precisamos conhecer ainda:

a) VAZÃO HORÁRIA DE RECALQUE (Qr)


Depois de calculado o consumo diário de água, e a capacidade dos reservatórios
superiores, deve-se calcular a descarga com que a bomba deverá funcionar, sendo
necessário para isso que se façam hipóteses sobre como o consumo de água irá se
processar no decorrer das 24 horas diárias e quanto tempo a bomba irá funcionar nesse
período. Portanto esse problema é indeterminado.
Segundo a Norma NBR 5626/82, a vazão mínima deverá ser de 15% do consumo
diário, e expressa em m3 / h.
Como vemos a Norma fixa Qmin , mas não diz como compatibilizar a vazão da bomba,
com a capacidade do reservatório e as vazões de distribuições.
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Figura 04

b) PERÍODO DE FUNCIONAMENTO DA BOMBA (T)


O período de funcionamento da bomba, será função da vazão horária de recalque. No
caso de Qmin , teremos tmax = 6,66 horas.

1h 15%
x 100

VALORES USUAIS:
- prédios de apartamento e hotéis: três períodos de 1 hora e 30 minutos cada
- prédios de escritórios: dois períodos de 2 horas cada
- hospitais; três períodos de 2 horas cada.
OBSERVAÇÃO: em prédios de apartamento, se o RS = CD, se faz a bomba atuar, toda
vez que nível do reservatório, atingir a 2/3 do volume do mesmo.

OBS: fazer exercícios.

c) DIMENSIONAMENTO DA CANALIZAÇÃO DE RECALQUE


Para instalações elevatórias prediais, onde o funcionamento de bomba é
internitente, adota-se a fórmula de FORCHHEIMMER.

Drec = 1,3 X ¼ Qrec ½

Onde:
Drec = diâmetro de recalque em metro
Qrec = vazão de recalque em m3 / s
H = número de horas de funcionamento da bomba no período de 24 horas
X = h / 24 horas.

d) DIMENSIONAMENTO DA CANALIZAÇÃO DE SUCÇÃO


A tubulação de sucção é determinada, adotando-se um diâmetro comercial superior
ao do diâmetro da canalização de recalque.

OBSERVAÇÃO:
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Calculando os diâmetros de recalque e de sucção, calcula-se as perdas de cargas


nestas tubulações. Normalmente quando essas perdas ultrapassam a 15% da altura
manométrica, devemos reduzí-las aumentando o diâmetro destas tubulações, ou
recalculando-as, utilizando-se o método gráfico de SULZER, que dão diâmetros maiores
que os calculados por FORCHHEIMMER.

e) ESCOLHA DA BOMBA
A potência da bomba é calculada pela seguinte expressão:

Pot = γ h20 QREC HMAN / 75 N

Onde:

γ h20 = Peso especifico da água (1000kgf / m3)


QREC = Vazão de recalque em m3 / s
HMAN = Altura manométrica m
N = Rendimento de bomba ( é função da vazão, da altura manométrica e do
número de rotações. O valor do rendimento é obtido nos catálogos dos fabricantes.
Como estimativa, adotamos para bombas pequenas de 40 a 60% e para bombas
médias de 70 a 75% de rendimento)

Pot = Potência em CV

POTÊNCIA INSTALADA

Quando não se tem os catálogos dos fabricantes de bombas, pode-se estimar seu
rendimento em função de vazão:

Ql/s 5 7.5 10 15 20 25 30 40 50 100 200


Nb(%) 52 61 66 68 71 75 80 84 85 87 88

Para o cálculo da potência do motor que acionará a bomba, temos que :

P m = P b / Nm

Onde:
Pm = potência do motor --------- cu
Pb = potência da bomba ------- cu
Nm = rendimento motor ----------- %
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O rendimento dos motores elétricos podem serem obtidos em função de potência


de bomba.

Pb ½ ¾ 1 1 1/2 2 3 5 10 20 30 50
Nm 64 67 72 73 75 77 81 84 86 87 88

Nas instalações prediais, em que o funcionamento de bomba é intermitente, não é


necessário dar-se uma folga na potência calculada do motor. O simples arredondamento
de potência calculada até a potência comercial dos motores existentes já constitui uma
folga.
Nas intalações que funcionam 24 horas por dia, necessário se faz, uma margem de
segurança como vemos na tabela 4.

Tabela 4: Acréscimo de Potência sobre o Calculado

Potência calculada (C.V) Acréscimo %


Até 2 50
De 2 a 5 30
De 5 a 10 20
De 10 a 20 15
Acima de 20 10

POTÊNCIA DOS MOTORES ELÉTRICOS NACIONAIS, EXISTENTES


COMERCIALMENTE (em C.V.)

1/4- 1/3 – 1/2 – 3/4 – 1 – 1 1/2 – 2 -3 – 5 –6 – 7 1/2 – 10 – 12 - 15 – 20 – 25 –30


35 – 40 – 45 – 50 – 60 – 80 – 100 – 125 – 150 – 200.

f) Escolha da bomba utilizando os catálogos dos fabricantes (esse método já foi


visto na disciplina Saneamento I)

Exemplo:

Calcular a potência da bomba, mostrada na figura.


Dados:
QREC = 3.5 l/s
DREC = 2”
Material tubulação: P.V.C.
22

FIGURA 05

FIGURA 06 Q (m3 / h)
Gráfico de quadrículas
23

OBS: n representa o número de rotações por minuto da bomba, e o par de números internos às
quadrículas representam respectivamente o diâmetro nominal da boca de recalque (mm) e a
família de diâmetros do rotor (mm).
24

Onde: Q = vazão H=altura manométrica n=número de rotações por minuto


η = rendimento P= potência φ = diâmetro do roto

FIGURA 07 – Curvas características de alguns tipos padronizados de bombas


25

DIMENSIONAMENTO DOS SUB-RAMAIS

O sub-ramal é a tubulação, que está ligada diretamente a peça de utilização ou a o


aparelho. É dimensionado utilizando-se a tabela 5 da NBR 5626/82, que recomenda os
diâmetros mínimos a serem utilizados.

Tabela 5: Diâmetro mínimos dos sub-ramais

DIÂMETROS
Peças de utilização Nominal (mm) Referência
Aquecedor de baixa pressão 15 ½
Aquecedor de alta pressão 20 ¾
Bacia sanitária com caixa de descarga 20 ¾
Bacia sanitária com válvula de descarga
De DN 20mm (3/4) 32 1¼
Bacia sanitária com válvula de descarga
De DN 25mm (1) 32 1¼
Bacia sanitária com válvula de descarga
De DN 32mm (1 ¼) 40 1½
Bacia sanitária com válvula de descarga
De DN 38mm (1 ½) 40 1½
Banheira 15 ½
Bebedouro 15 ½
Bidê 15 ½
Chuveiro 15 ½
Filtro de pressão 15 ½
Lavatório 15 ½
Máquina de lavar pratos 20 ¾
Máquina de lavar roupas 20 ¾
Mictório de descarga contínuo por metro ou
aparelho 15 ½
Mictório auto-aspirante 25 1
Pia de cozinha 15 ½
Pia de despejo 20 ¾
Tanque de lavar roupas 20 ¾

DIMENSIONAMENTO DOS RAMAIS DE ALIMENTAÇÃO

Conhecido o diâmetro dos sub-ramais, podemos calcular o diâmetro dos ramais de


alimentação. Que é a tubulação derivada da coluna de distribuição que vai alimentar os
sub-ramais.
Para dimensionarmos os ramais de alimentação, temos que considerarmos dois
casos:

a) pelo consumo máximo possível


Neste caso admite-se que há um consumo simultâneo de todas as peças e
aparelhos. Logo a vazão total no início do ramal de alimentação, é a soma das
vazões dos sub-ramais.
26

Esse tipo de situação, ocorre em estabelecimentos onde existe horários rígidos de


consumo de água, como por exemplo:
- quartéis
- creches
- clubes esportivos
Podemos aplica-lo também em residências, onde só exista um só ramal para
abastecer toda a casa.

O dimensionamento é feito utilizando-se o método das seções equivalentes, onde


os diâmetros serão expressos em função do diâmetro de ½ (15mm). TABELA 6.

TABELA 6: CORRESPONDÊNCIA DE TUBOS DE DIVERSOS DIÂMETOS


COM O DE 15mm (1/2)

Diâmetro de encanamento Número de encanamento de


15mm com a mesma
mm Polegadas capacidade

15 1/2 1
20 3/4 2,9
25 1 6,2
32 1¼ 10,9
40 1½ 17,4
50 2 37,8
60 2½ 65,5
75 3 110,5
100 4 189,0
150 6 524,0
200 8 1.200,0

Exemplo: Dimensionar a instalação abaixo, pelo consumo máximo possível.

FIGURA 08
27

b) pelo consumo máximo provável


A determinação da porcentagem de utilização dos aparelhos, é feita, neste caso,
por métodos matemáticos e probabilidades.
Suponha que existam x aparelhos no mesmo ramal, por maio de probabilidades,
podemos obter um número y de aparelhos, os quais no intervalo de tempo T funcionam
no máximo uma vez, durante um tempo de utilização t, ocorrido o período P de demanda
máxima dos aparelhos.
Vê-se pois que estas suposições dependem da utilização do prédio, costumes,
climas, etc.
A NBR 5626/82 adotou o método de dimensionamento, baseado na probabilidade
de uso simultâneo dos peças de utilização, cuja vazão é calculada pela seguinte
expressão:

Q = C √ ∑P

Onde:
Q = vazão em 1/s
P = peso correspondente a utilização normal dos aparelhos (tabela 7 )
admensional
C = coeficiente de descarga 0,30 1/s.

TABELA 7: PESOS E RESPECTIVAS VAZÕES

PEÇAS DE UTILIZAÇÃO VAZÃO 1/s PESO


Bacia sanitária com caixa de descarga 0,15 0,3
Bacia sanitária com válvula de descarga 1,90 40,0
Banheira 0,30 1,0
Bebedouro 0,05 0,1
Bidê 0,10 0,1
Chuveiro 0,20 0,5
Lavatório 0,20 0,5
Máquina de lavar pratos e roupas 0,30 1,0
Mictório com caixa de descarga não aspirante 0,15 0,3
Mictório com válvula de descarga auto aspirante 0,50 2,8
Mictório com válvula de descarga não aspirante 0,15 0,3
Pia de cozinha 0,25 0,7
Pia de despejo 0,30 1,0
Tanque de lavar roupa 0,30 1,0

Com os valores das vazões assim determinadas, pela equação da continuidade,


determinamos os diâmetros dos ramais e suas respectivas velocidades (TABELA 8).
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TABELA 8: VAZÕES E VELOCIDADES MÁXIMAS

DIÂMETRO VELOCIDADE VAZÃO


MÁXIMA MÁXIMA
REF. (pol) DN(mm) M/s 1/s
½ 15 1,71 0,20
¾ 20 1,98 0,60
1 25 2,21 1,20
1¼ 32 2,40 2,01
1½ 40 2,50 3,14
2 50 2,50 4,90
2½ 60 2,50 7,06
3 75 2,50 11,03
4 100 2,50 19,60
5 125 2,50 30,63
6 150 2,50 44,10

DIMENCIONAMENTO DAS COLUNAS

O método das probabilidade, que estudamos para o dimensionamento dos ramais


de alimentação, poderá ser aplicado para o cálculo das colunas de distribuição. Entretanto
é muito empregado o método conhecido por MÉTODO DE HUNTER. Por esse método ,
Hunter atribuiu em “ peso” a cada tipo de aparelho e estabeleceu a dependência entre as
descargas nos aparelhos e a soma total dos pesos de todos os aparelhos.
A NBR 5626/82 objetivando uma solução de fácil aplicação para o dimensionamento de
ramais e colunas, adota um método baseado na probabilidade de uso simultâneo dos
aparelhos e peças, onde não faz distinção quanto a natureza do prédio, tipo de ocupação
e regime de horário. O método semelhante ao chamado método alemão consiste no
seguinte:
- Atribuem-se “pesos” às varias peças de utilização para definir sua demanda
(tabela 7)
- Somam-se os pesos das diversas peças de utilização: √∑P
- Multiplica-se o valor √∑P por um coeficiente de descarga C = 0,30 L/S, obtendo-
se assim a vazão em L/S.
- Com o valor da vazão assim determinado, encontramos o doâmetro do
encanamento na tabela 8.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES

- O peso é função apenas da demanda. Não leva em consideração os tempos e os


intervalos de funcionamento dos aparelhos ao estabelecê-los.
- Pelo processo adotado pela NBR 5626/82, nunca se somam vazões, mas sim
apenas pessoas para todos os trechos da rede de distribuição. Somente depois de
determinado o peso correspondente a um dado trecho é que se passa ao cálculo de
vazão correspondente.
- Os aparelhos sanitários, bom como suas instalações devem ser de tal forma que não
provoquem RETROSIFONAGEM (refluxo de águas servidas, poluídas ou
29

contaminadas, par ao sistema de consumo, em decorrência de pressões negativas).


Os fabricantes de modernas válvulas de descargas cujo êmbolo fecha tanto a favor
quanto contra o fluxo da água, afirmam não haver qualquer risco de retrosifonagem
com o emprego das mesmas, o que comprovadamente dispensam as
recomendações da norma sob o assunto.
- Quando se fecha o registro no início de uma coluna e se dá descarga a um ou mais
vasos, a água ao esvaziar o trecho superior da colina provoca uma rarefação
(vácuo), de modo que, se não houver válvula adequada a água poderá sair do vaso
e seguir para a coluna de alimentação, onde se formou o vácuo. Uma solução
relativamente barata para o caso, que permite a entrada de ar na coluna, mesmo
com o registro fechado e impede a formação de vácuo , seria instalar esses
aparelhos que provocam a RETROSIFONEGEM em colunas, berriletes, e
reservatórios comuns a outros aparelhos ou peças, desde que a coluna logo abaixo
do registro corresponde em sua parte superior seja adotada de tubulação de
ventilação, executada som as seguintes características:
- Ter diâmetro igual ou superior ao da coluna onde deriva;
- Ser ligada a coluna, a jusante do registro de passagem que a serve;
- Haver uma para cada coluna que serve a aparelho passível de provocar
retrosifonagem;
- Ter sua extremidade libre acima do nível máximo admissível do
reservatório superior.

A NBR 5626/82, apresenta a título de sugestão uma planilha de cálculo de


instalações prediais de água fria, para preenchê-la seguir o seguinte roteiro:
- marca-se o número de cada coluna de água. Por exemplo col. 1, col. 2. Ou AF-1,
AF-2, etc.
- indica-se os trechos compreendidos entra cada dois ramais para os vasos, a partir
da primeira derivação, que é barrilete: assim, temos: AB, BC, etc.
- coma-se os pesos em cada pavimento.
- Calcula-se os pesos acumulados, contados de baixo para cima.
- Calcula-se as vazões correspondentes aos pesos acumulados, usando-se a fórmula:
Q = 0,3√∑P
- Com os valores das vazões, calculamos os diâmetros com o auxilio da tabela 8.
- A coluna deve variar no máximo três vezes de diâmetro.

TABELA 9: PRESSÕES ESTÁTICAS NAS PEÇAS DE UTILIZAÇÃO

Peças de utilização Pressão estática


Mínima Máxima
m m
Aquecedor elétrico de alta pressão 1 40
Aquecedor elétrico de baixa pressão 1 5
Válvula de descarga DN 20mm(3/4) 12 40
Válvula de descarga DN 25mm(1) 10 40
Válvula de descarga Dn32mm(11/4) 3 15
Válvula de descarga DN 38mm(11/2) 2 6
30

TABELA 10: PRESSÕES DINÂMICAS NAS PEÇAS DE UTILIZAÇÃO

Pontos de utilização para Diâmetro nominal Pressão dinâmica de serviço


DN Ref. Min. Máx.
mm Pol. m m
Aquecedor a gás Função da vazão de Depende das características
dimensionamento do aparelho
Aquecedor elétrico Função da vazão de
Alta pressão dimensionamento 0,50 40,0
Baixa pressão 0,50 4,0
Bebedouro 15 (1/2) 2,0 40,0
Chuveiro 15 (1/2) 2,0 40,0
20 (3/4) 1,0 40,0
Torneira 10 (3/8) 0,50 40,0
15 (1/2) 0,50 40,0
20 (3/4) 0,50 40,0
25 (1) 0,50 40,0
Válvula de flutuador de caixa 15 (1/2) 1,50 40,0
de descarga (torneira de 20 (3/4) 0,50 40,0
bóia)
Válvula de flutuador de caixa Função de vazão de 0,50 40,0
de água (torneira de bóia) funcionamento
Válvula de descarga 20 (3/4) 11,5 24,0
25 (1) 6,5 15,0
32 (11/4) 2,5 7,0
38 (11/2) 1,2 4,0

Observação: Com relação às válvulas de descargas, existem tipos para funcionar com
uma só bitola de sub-ramal de alimentação e que podem ser reguladas para pressões
dsde 1,40 até 40,0m.

PLANILHA SUGERIDA PELA NBR 5626/82

Pesos Vazão Diam Vel Comprimento Pressão Perda de


Coluna Trecho l/s m/s disponível carga Pressão de
Unit Acum mm Pol Real Equit Tot Unit Tot junsante
Mca

1 ou AF-1 BC 40 80 2,68 40 1½ 2,5 3,15 0,90 4,05 22,52 0,2 2,0 25,3

DIMENSIONAMENTO DOS BARRILETES

A ligação da extremidade superior das colunas de distribuição, diretamente ao


reservatório na cobertura, ofereceria sérios inconvenientes, pois haveria casos em que o
reservatório teria dezenas dessas inserções, de estanqueidade problemática. O
BARRILETE OU COLAR DE DISTRIBUIÇÃO é a solução adotada para limitar essas
ligações ao reservatório. Trata-se de uma tubulação ligando as duas seções do
31

reservatório superior, da qual partem as derivações correspondentes às diversas colunas


de distribuição.

Podemos portanto ter duas soluções:

A – sistema unificado ou central / B – sistema ramificado

O dimensionamento de ambos os sistemas é feito, utilizando-se do mesmo


processo usado no dimensionamento das colunas, ou seja somando-se os pesos
acumulados em cada coluna. SEMPRE ACUMULAMOS PESOS, NUNCA VAZÕES.

A perda de carga unitária nos barriletes, não poderá ser superior a 8%.

TABELA 10: VAZÕES MÁXIMAS PERMISSÍVEIS NOS BARRILETES (J = 0,08M/M)

DIÂMETROS VAZÕES MÁXIMAS


mm pol 1/s M3/dia
25 1 0,50 43
32 1¼ 0,90 78
40 1½ 1,40 121
50 2 3,10 268
60 2½ 5,50 475
75 3 9,00 777
100 4 18,00 1555
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TABELA 11: ALTURA DOS PONTOS DE UTILIZAÇÃO

PEÇA ALTURA (metro)


Válvula de descarga 1,10
Caixa de descarga 2,00
Banheira 0,50
Bidé 0,30
Chuveiro 2,20
Lavatório 0,60
Máquina de lavar 0,80
Tanque 0,90
Filtro 2,00
Pia de cozinhar 1,00

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

A – NBR 5626/82 – ABNT;


B – MACINTYRE, Archibald Joseph. Instalações Prediais;
C – BORGES, Rute Silveira. Instalações Hidráulico-Sanitárias e de Gás;
D – NETTO, José Martiniano de Azevedo. Manual de Hidráulica;
E – BACELLAR, Rui Honório. Instalações Hidráulicas e Sanitárias;
F – FILHO, Manoel Coêlho Soares. Coletânea de Àbacos e Tabelas Utilizadas em
Hidraulica Geral e Aplicada – Universidade Federal de Uberlândia.
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ANEXO:

TABELAS E GRÁFICOS UTILIZADOS NA HIDRÁULICA.


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