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Alexandre Cebrian e Victor Goncalves mencionado, se a diligéacia tiver que ser realizada em outro municipio, expedida precasiria. possivel. no ambito da legislagSo estadual, a criac3o de Grgaos especia. lizados dentro da Policia Civil para 2 apuragao de determinados tipos de infragio | com area de stuagao territorial mais abrangente, como Departamentos de Nar- cétioos, ow Delegacias Antissoquesiro cic. 2.4. SUSPEICAO DA AUTORIDADE POLIGAL De acondo com o art. 107 do Cédigo de Processo Penal, nao se poderé opor ex- cogSo de suspeisSo as antoridades policiais mos autos do inquérito, mas deverio elas declarar-se suspeitas quando ocorrer motivo legal. Caso a autoridade nio o faca, ca- berd 3 parte interessada pleitear o afastamento do delegado considerado suspeito 20 seu superior hierirquico —¢ no peranie o jaiz em razZo da regra do art. 107. 2.5. FORMAS DE INSTAURACAO DO INQUERITO POLICIAL O Cédigo de Processo Penal estabelece cinco formas pelas quais um inquérito pode ser iniciado: 2) de officio: b) por requisigse do juiz; ©) por requisico do Minis- tério Puiblico: d) em razio de requerimento do ofendido: ¢) pelo auto de prisio em flagrante. " @ Instauracao de oficio (art. 5° I, do CPP) ‘Significa que o inquénite ¢ iniciado por ato voluntario da autoridade policial, sem que tenha havido pedido expresso de qualquer pessoa nesse sentido. A lei deter- mina que 2 autoridade ¢ obrigada a instzurar 0 inquérito sempre que tomar conhe- Gimento da ocorréncia de crime de a¢3o piiblica em sua drea de atuagdo. Assim, Semin 0 Shoe © pels fis Shesdo da pritica de um deo deve baixar 4 chamada portaria. que: ‘2 pega que di inicio ao procedimento inquisitorial. Na por- taria a anforidade deciara instaurado 0 inguérito¢ determina as prewidencas inieiais a.serem tomadas. Oart. 5. § 3, do Cadigo de Jevar a0 conhecimento da . das fungdes. i * : : Em razio das varias. . " 2 dour fer sequins nanos ae Pate roar a note rim 2 & Inquérito Policial 55 2) de cognicSo imediata, quando a autoridade fica sabendo da infragao penal em razao do desempenho de suas atividades regulares; b) de cognicao mediata, quando toma conhecimento por intermédio de tercei- Tos (requerimento do ofendido, requisigao do juiz ou do Ministério Pablico, de- latio criminis ee); ©) de cognicao coercitiva, quando decorre de Prisdo em flagrante. O inquérito policial mo pode ser instaurado de imediato quando a autoridade policial recebe noticia anénima da pritica de um crime, desacompanhada de qual- quer elemento de prova. Segundo o Plenério do Supremo Tribunal Federal, na andli- se do Inquérito 1.957/PR, a autoridade deverd realizar diligéncias preliminares ao receber a noticia apécrifa e, apenas se confirmar a possibilidade de o crime realmen- te ter ocorrido, € que poder baixar a portaria dando inicio formal & investigacdo. A propésito: “Firmou-se a orientacao de que a autoridade policial, ao receber uma de- niincia andnima, deve antes realizar diligéncias preliminares para averiguar se os fatos narrados nessa ‘dentincia’ so materialmente verdadeiros, para, s6 ent, iniciar as in- vestigagSes. 2. No caso concreto, ainda sem instaurar inquérito policial, policiais civis diligenciaram no sentido de apurar a eventual existéncia de irregularidades cartordrias que pudessem conferir indicios de verossimilhanga aos fatos. Portanto, o procedimento tomado pelos policiais est em perfeita consondncia com o entendimento firmado no precedente supracitado, no que tange realizago de diligéncias preliminares para apu- Tar a veracidade das informagSes obtidas anonimamente e, entdo, instaurar o procedi- mento investigat6rio propriamente dito, 3. Ordem denegada” (STF — HC 98.345/RJ — I’ Turma — Rel. Min. Dias Toffoli — DJe-173 — p. 308). @_Requisicao judicial ou do Ministério Pablico (art. 5°, II, 1* parte, do CPP) is 5 a ee inquérito, 0 delegado esté obrigado a dar inicio as, 10 que as autoridades requisitantes especifiquem, no oficio © promotor de justica da comarca, caso receba documentos dando conta da pratica de crime pelo prefeito municipal, nao pode requisitar inquérito, e sim enca- minhar os documentos ao Procurador-Geral de Justiga, que € quem tem atribuicao processar prefeitos, uma vez que estes gozam de foro especial junto ao Tribunal fe hee fart. 29, X, da CF). Assim, a policia judiciéria local devera realizar somente os atos determinados pela Procuradoria-Geral de Justica, destinatéria do inquérito. A propésito, veja-se: “Na inicial, pleiteia o impetrante a concessio de Habeas Corpus, para trancamento de Inquérito Policial, j4 instaurado por requisicao do Promotor de Justica ao Delegado de Policia local, embora envolvendo, como indi- ciado, o Prefeito Municipal, que goza de prerrogativa de foro, em eventual acao penal, junto ao Tribunal de Justiga do Estado. 3. Nao € caso, porém, de se trancar 0 Inquérito Policial, e sim de se jinar sua remessa ao Tribunal de Justica do Estado, que, em principio, € 0 competente para receber eventual deniincia contra Prefeito Municipal e os que com ele forem denunciados. 4. Habeas Corpus deferido 56 _Direito Processual Penal Esquematizado” Alexandre Cebrian ¢ Victor Goncaives apenas em parte, ou seja, ndio para o trancamento do Inquérito Policial, mas, sim para sua remessa ao Tribunal de Justiga do Estado de Minas Gerais, que concederg vista dos autos ao Procurador-Geral da Justiga, para requerer 0 que the parecer de direito. 5. Fica, em consequéncia, confirmada a medida liminar, deferida pelo Rela. tor, no STF, que suspendeu a realizagaio do interrogatério dos pacientes, marcada no referido Inquérito Policial” (STF — HC 74.403/MG — |* Turma — Rel. Min, Sydney Sanches — DJ 21.03.1997 — p. 8507). @ Requerimento do ofendido (art. 5°, II, 2" parte, do CPP) Conforme ji mencionado, qualquer pessoa pode levar ao conhecimento da auto- ridade a ocorréncia de um delito. Quando isso ocorre, normalmente, € lavrado um boletim de ocorréncia e, com base neste, o proprio delegado da inicio ao inquérito por meio de portaria, Acontece que a lei entendeu ser necessdrio dar a vitima do delito a possibilidade de enderegar uma petigao a autoridade solicitando formalmente que esta inicie as investigagdes, Essa peticiio, em regra, € utilizada quando existe a neces- sidade de uma narrativa mais minuciosa acerca do fato delituoso, em razao de sua complexidade, o que seria dificil de ser feito no hist6rico do boletim de ocorréncia. Segundo 0 art. 5°, § 1°, do CPP, o requerimento conter4, sempre que possfvel: a) a narragio do fato, com todas as suas circunstincias; b) a individualizacao do inves- tigado ou seus sinais caracteristicos e as razSes de convicgao ou de presuncao de ser ele o autor da infrago, ou os motivos da impossibilidade de o fazer; c) a nomeagao das testemunhas, com indicagiio de sua profissao e residéncia. O art. 5°, § 2°, do Cédigo de Processo Penal dispde que tal requerimento pode ser indeferido pela autoridade e que, do despacho de indeferimento, cabe recurso para o chefe de policia (para alguns, 0 delegado-geral e, para outros, 0 secret4rio de seguranga ptiblica). Havendo deferimento, estard instaurado 0 inquérito, sem a neces- sidade de a autoridade baixar portaria. & O requerimento para instauragaio de inquérito policial pode ser feito em crimes de agiio piiblica ou privada, No tiltimo caso, o requerimento nao interrompe 0 curso do prazo decadencial, de modo que a vitima deve ficar atenta a este aspecto. Auto de prisdo em flagrante Quando uma pessoa é presa em flagrante, deve ser ‘inhada a Delegacia de Policia. Nesta é lavrado o auto de prisiio, que é um documento ficam constando as circunstncias do delito e da prisio, ese © auto, 0 fee ea instaurado. @ Representagio do ofendido crimes oe a fermcneu oot aes de acio ptiblica condicionada 2 Estabelece expressamente 0 art, 5S §. publica depender de Tepresentagiio, € necesséria a prévia ey

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