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Caminho ausente sobre o fogo do presente

Pisando folhas azuis onde cairam chuvas salgadas naquele tempo de sol rosado

A silhueta que segue curvada é rainha do nada, sempre solta, sempre aguda

Escavando na alma chagas e no peito grutas sem fundo

Este mundo.

A beleza é finda, o fogo extinto

Certeza fugidia

Evadiu-se a alegria sadia

Como aquela visão que tive um dia

Eis a presente cegueira.

Porque é o pesar que me conduz pelas chuvas azuis

Folhas salgadas afundam-se em pauis

De afagar ânsias moribundas

Melancolias profundas.

Sentado olho o telhado de uma casa que já foi feliz

Daqui não vislumbro a raíz

Fantasma sigo. Sombra.

Baloiçante na espuma dos dias. Amanhã. Outro suspiro.

A amarga fé em renascer persigo.

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