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Inxoducso PARTE 1— Do Paisagismo ao Desenho Ambiental Cap. 1 Os Precursores A Grescente Valosizagio do Pasagismo © Paisagismo da Década de 1950 & Década de 1970 A Inflancia Japonesa © Paisagismo Inglés Mudangas de Escala no Paisagismo + © Surgimento do Desenho Ambiental sisagem Pés-Modema ‘Quem Desenha a Paisagem Pés-Moderna? A Atte Ambiental ‘A Deconstragio. da Paisagem Mito ¢ Metéfora na Paisagem Una Volta a Ordem Cléssica Os Contestor Curis e a Pasagem A Polivaléncia Pasasstica Arquitetura e Meio Ambiente: A Busca da Totalidade A Visio Dualista do Meio Ambiente © Desenho das Méquinas eo Desenho da Natureza O Saritaremo © "Parks Movement” Pés-Modernismo ¢ Ambiente A Visio Ecossistémica © Nove Paradigma A Invengio da Palawra Ecologia A Escola de Chicago © Conceito Ecossistémico (Os Asroscossistemas A Hipétese Gaia A Visio Ecossstémica PARTE 2 — Uma experiéncia em Desenho Ambiental no Brasil 103 Cap. 5 A Escala Regional: A APA de Atibaia 105 A Politica Ambiental no Brasil As APAS 107 AAPA de Atibaia 110 Anilise ¢ Diagnéstico Ambiental 112 Zoneamento Ambiental 120 Contibuigio a0 Desenho Ambiental 131 Cap. 6 A Escala Urbana: Parque Ecolégico Norte de Brasilia 141 (© Parque Ecolésico Norte de Brasfia (PqEN) 143 A Gtiaggo de um Cenério para o PgEN. 145 Condicionantes da Paisasem Resional 150 Ordenagao Interior do Parque — Condicionantes da Paisagem Local 154 Plano Geral 159 © Deserho Ambiental Orentando Agies de Plejamento e de Avqutetua 169 © Conceito de "Parque Ecolégico” 170 “A Forma Segue os Fluxos” 170 Cap. 7A Escala Pontual: © “Condominio Balia” e 0 “Edificio San Marco” 173 O Condominio Baleia 175 © Edificio San Marco 196 © Projeto Ambiental na Escala do Lote 203 Cap. 8 Desenho Ambiental: Instrumento Fundamental , da Arquitetura e do Planejamento Teritorial 205 A btica Ecol6gica: A Nova Relogio do Homem com a Natureza 207 Valorizaggo da Paisagem 209 Ecologia Urbana: Uma Base para o Desenho Ambiental on Concluséo 215 Bibliogratia 221 rduca Bec vic exé bascado na tse de doutorado que defend em novembre de 1994, junto 3 Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Séo Pavlo, inttulada: “Deserho Ambiental: Insrumento Fundamental da Arquitetura do Planejamento Territorial”, ¢ resume reflexées de cinco anos de trabalho acacémico «e profssional nas areas de Arquitetura Paisagstca, Planejamento ¢ Desenho Ambiental Os primeitos quinze anos de minha careiraprofissional foram em grande parte dedicados a trabalhos de Arquitetura Paisaistica, No deconer desse processo defendi uma dissertacio de mestrado (agosto de 1989 —“Espaco Live e Arquitetura: O Piojeto dos Espacos Lives unto aos Edifcios Bancitios"), na qual expus idias sobre 4 relagso dos espacos interiores e exterores da arquitetua, pela andlise de uma série cde projetos de Paisagismo realzados nagvele periodo de trabalho (1974-1989) Avé entéo empregava, com frequéncia, 2s palawas pasagem, paisagismo, espsco line, espaco positive e negativo da arquitetura, ne tentativa de exprimir ¢ delimitar as reas de estudo e de interesze. No entanto, todos aqueles termes ndo conseguiam exprimir a atividade a que me referia como um todo. ‘As palavas palsagem, do francés paysage, © paisegismo, por exemplo, tém em __portugués um significado vasto edifuso. Ser pasagstando subentende, cbrigatoriamente, fazer o projeto ou o planejamento da paisagem. Pode ser alguém que pinta ou descreve aitagens. Ser um arquiteto peisesste, como sugeriu Olmstead, 0 criador do Central Park de Nova You, subentende uma especialidade do arquitetura que hoje também uet dizer arquiteto ole exterioes, © que segmenta mis ainds a atvidade. Fazer Paisagisno, em nosso meio cultural, adquicu nos éltimos anos uma certe laridade € entrou num consenso de mercado que torna essa atividade sempre xesente nos empreendimentos imabilsias, principalmente. «partir da década. dle 1@. No entanto, 0 termo carrega, quase invariavelmente, uma conotagao cosmética ¥elaglo 20 projeto arquitetérico. 2 deserho anbiental introdugio 13 do mundo, a patti da década de 1950, tendo por base de estudo e de reflexdo os trabalhos em Desenho Ambiental que realizamos no Brasil na primeira metade da dé. coda de 1990. © “Landscape os ant” faz ume erica bem humorada ao consumismo € © seu - didlogo com a natureza &crativo e interativo. Hargreaves faz surgit jatos d'Agua no piso "Ga San José Plaza,“ valorizando © espaco cenogréfico desta ¢ tendo como pano de © cap. remete 8 décade de-1950, na qual surge ointeresse pelo deserho dos Me nd a vefetnca dos edificioshistvicos da cidade expagor extemos da aquitetra, que, de certa forma, fcaraesquecido pela Bauhaus e pelo Movimento Modemno. Nesse periodo o desenho da paisagem é brhantemente elaborado por Roberto Burle Marx, Luis Barragén, Thomas Church e Garret Eckbo, os, cqusis, cade um 2 seu modo e em seu meio cultual, consesuiram romper 2 inérca das © cap. 3 promove © aprofundamento maior na produgio cultural do sée. XIX, tando expicar a sede de totaidade presente no final do séc, XX, no qual o consenso {ide especializagdo e segmentagio do conhacimento é trocado pelo de generalizagSo e sitese das atuais tendencias ao holismo, influzacas radicionais do desenho paisssfstico ocidental, quais sejam: a do paisagis- Como pode ser visto neste capitulo a idéia de dualidade amplamente divulgada 1 cvlizagdo ocidental, pelo pensamento judaico-cristéo, nos éltimos dois mil anos, vé imo inglés ¢ francés, e transcender a influéncia zen do jardim japonés. — iis import , € que, neque tiodo, o dial rquitetura Sf 0 muisinpotante, no entnt, ae, neal pode, o dose dae agora exgotads seus argumentos, em deconténcia dos avangoscientcosetecnolésicos ‘com & natureza comega a se tornar visivel e indissocidvel, nios6 nos trabalhos de Thomas. ‘Church, dirigidos 8 classe média nos Estados Unidos, como no México com Barragén,, desenhando para a classe alta onde os problemas néo podem prescindir de uma visso de unidade (hipétese Gaia),” qual fo posivel no ps-guera Faz-se, no cop. 3, 2 volta aos concetos opostos entre sanitarsmo francés _tatualsmo inglés, fundiclos no Brasil na obra de Satutnino de Brito, no inicio do presente século, nos projetos de saneamento de Santos, Vitéria e numeroses cidades A décadade 1980 ¢ tratada no cap. 2, quando surge a polivaléncia nos projetos de arquitetuapaisaistica,em paralelo ao nascente planejamento e Desenho Ambiental, principalmente nas escolas americana, consolidando-se a formacéo de trabalhos co- ‘brasileiras. Estas obras mostram as raizes das tendéncias que levaram ao modernismo de - Le Corbusier e Licio Costa, no apologismo da sacionaliclade funcionalista em Brasfia, Finalmente, este capitulo revela a polivaléncia atual na producéo da arquitetura operativos de arquitetos e outros profisionais, a exemplo do SWA Group," no qual 4 vo se destacaros trabalhos do "Landscape esart",” de Peter Walker, Marthe Schwartz ¢ George Hargreaves. Estes buscam os didlogos entre as metéforas cukurise a visSo ecolésice da poisagem. Martha desenha és douradas num centro comercial. Hargreaves nna Hatlequin Plaza,’ contrapée as malhas do piso e os volumes espelhados da ar: quitetura as formas orgSnicas da paisagem envolvente. 4 No cap. 4 tratamos da mudango maior que ocorre nos dias atuais nos campos da “Hlosota © da ciencia, que & 3 mudanga do paredigma iuninista para 0 paradigma __bolisco, Este iltino, embord prenuncie @ préxima revolucio cultural, ainda néo ___tbresenta respostas formais& altura das teovias por ele enunciadas. " SWA Group ~ Fine de Araitetr Pieisice stuonte em vrs cides dos BUA cj foie de tsi é eulidecplrare 2 propée » tle spstand os ales alent sds de exc la ‘So Jou Plaza Pak — Proto de Arter Pasagitin de George Haneaves em Sin dont na Celi *sLandieape at Aa — Temo enpeso pelo auto pstasita Peter Wer pus desrr 0 deen Bua eee eran mrees cer iee omen Low cnn eines nate iti Gow = Tesi eis eo cit ings ane Lovet, ut cone Te semehat 8 Sistema sutoeauidore autoasivel como ode um inenso again vivo. © me Gaia hanenagea@ eas: do Ten * Hiteauin Plea ~ Proto de Arquitetua Pasasica do SWA Group em Greenwood Vise, no Colored, BUA. de te e a4 desenho ambiental ‘Acreditamos que a mais objetiva esposta formal possvel para o halismo esté no Desenho Ambiental, o que passamos a demonstrat nos estudos de casos apresentados 10s eapitulos 5, 6 ¢ 7 da Pate Dois No primeiro estado de caso, oda APA de Adbaia, cap. 5, demonstrasse como © Desenho Ambiental na escalaresional pée em xeque os caminhos convencionsis utiizados até agoca nos tabalhos de plonejamento, apresentando-se 0 métodlo da cringio de cenérios como forma de objetivar as propostas, que agora podem ser mil- tilas, dando 20 projto mais aidéia de processo dindmico do que de obra acabads,. (6 O cap. 6 mostia, pela experiéncia do Parque Ecolégico Norte de Brasilia (PaEN), como © Desenho Ambiental, na escala urbana, pode tomar-se no exercicio vivo do dislogo homem-natureza ¢ onde os Véros agentes sociais podem condurir, de fora cooperativa, os processos ecolésicos wbanos. A idéia de parque revestese af | deum novo contetido ~ ele passa a sero local da recilagem urbana, biofRieo quanto no sentido séco-culwal SSS Os trabalhos de Desenho Ambiental nas escalas menores esto presentes no cap. 7, nos projetas do Condominio Baleia e do Edificio San Marco, nos quais demonstra-se que as diretrizes das escalas maiores, embora determinantes, acabam perdendo a eficécia por fata de diretrizes intermedia. © cap. 8 confima, pelo estudo comparativo do que foi exposto nos capitulos anteriores, que o Desenho Ambiental destaca-se de sua disciplina de orgem, 0 paisa- sismo ou aarquitetua pasagistca, na qual 0 conceito deespacosendo substtuido pelo de ambiente peimite, i nove atividede, desempenher um papel intesrador das discipl- ras de planejamento, urbanismo e da prépria aquitetua. ; capitulo, 1 ' Os Precursores, smo da Década de 1950 3 Década de 1970 7 “Mas 0 que € a idéia? Algo entre a magia e a filosofia.” Stanley White® “Suy Wht Amen eased A Dg +1960 Wiloncoeedearudtes wenlmavereoreamonecn ee rte ae itive e neo d meate humana, Whi sahhintee Ute wllenou nanos eles, te ees Saal, Ax Crescante: \Glorizagéo do, Paisagismo, ., Nos ines cad, oprsagsmo detou de ser atvidode periféica do ramo principal da arquitetura, O novo paitagizmo, longe de ser uitéio, esté presente para afimar 0 seu lugar junto &essEncia do desenho e de seu pensamento. [No petiodo modemista, os arquitetos nunca se sentiram segures diante da pai- a técnica, 8 or- / sagem. O seu interesse maior estava ligado a0 progresso, 3 geomet deme dimagem da miquina. Com esses marcos de referéncia, era muito difellincorporar ‘a natureza orgénica da paisagem. ‘> A pioneira Bauhaus? no tinha uma escola de psisagismo e 0 desenho arquite- | L6rico por ela produrido poucas veres refesu-se ao plantio natural. Os paisa des-se periodo, por sua vez, ndo possulam um esquema estruturado moderno convincentey 0s seus projetos prendiam-se & arquitetura do século anterior, contra ¢ qual se levantaram 0s modernistas. Acontece, porém, que nos tltimos vinte anos o modemo perdeu a coroa estética Feinante entre os arquitetos ¢ “designers”. Com isso, 0 cenério muclou completamente @ um novo enfoque do desenho diliu as bareiras que 0s profissionais tinham em desenhar 3 natureza Na arquitetura pés-modema esto presentes conceitos que no periodo anterior eam probidos, como o ecletismo, a hagmentagio, a estatficagio de sistemas des- canexos de ordenagso, ohistoviismo, a iroria e a metéfore, Com esses elementos em M305, 08 paisagistas passaram a assumir atitudes radicais, que podiam ou nio ter rela 7 Nae Gross FurdadordaBavhassechefe do Deaatarerto de Ate bor vss enosen Hav eon Pr EUA motas ares eoicis evi como ait, el, ote ttl deveho geo ea acters, ernie tet pti 20 deserho ambiental -<20 com as posturas dominantes da arquteturae que, 8s vezes,surgiam com autoridade \ esttica superior 8 do desenho arquitet6nico Por cura lado, cabe lembrar que a predominincia dos conceitospaisagisticos em pojetos, cue apesentam o nove dentro do campo da arqitetura, deverse, em parte, 20 movimento ambientalista mundial e 8 contbuigo de uma série de outros proisio- ais de dreas fins, atuando na patagem por diciplinas como a pinta, a escultura, a arouitetura € 2 arte do meio ambiente, Portanto, pode-se afimar que atualmente a paisagem projetada € plural, é um produto de numerosas fontes e disciplinas ‘A fase atual do paisagismo, porém, deve seu ponto de partida 2 dois fatores: 0 primero consist naatividade de uma série de profissonais que intermediaram 0 contex- to do pés-guera com o presente momento e deram as bases forms e técnicas aos | designers da peisagem pés-modema. Dessas figuras destacamos as de Roberto Busle < Mans, Thomas Church, Sylvia Crowe, Einest Cramer, Luis Bavragén, Garret Eckbo, Kevin Lynch, Donald Appleyard, Jane Jacobs, Lawrence Halprin e lan McHarg, 22 O segundo fator surge a partir do estudo académico da historia do paisagismo, que sé ganhou corpo em meados da década de 1970 nos Estados Unidos. Nesse petiodo os simples relatos de visitas a paisagens no exterior ou pequenos textos esporadicos, publicados em revistas de arquitetura, transformaram-se, de repente, em linhas de pesquisa histérica des tredig6es americans, européia ¢ oriental do desenho dos jardins. (A pesquisa histérica foi capital para dar creibilidade e suto-estima ao exercicio | do paisasismo. E a respeito da era ps-modema, t40 cSmoda com o edetismo e his- / toricismo, a histéria do pesasismo Ihe proporcionou designers que tinham 20 alcance dda mo enormes fontes de inspiragéo e um caudal de teoria, © mederno cafa excut- do € vetado. Agora era possivelreexaminare experimentar as posture, formes, solu- (C qbes de detathe & postulados de toda a gama de desenho de paisagens. O livro The History of Landscape Architecture de George B. Tobey, publica do em 1973, ilustra bem a que nivel de preacupagia chegau a pesquisa histéxica do paisagismo. Nessa obra o autor descreve cientfica ¢ pocticamente como e a partir de / ff Ty os preausoves a ‘quando as marcas do homem aparecem na paisagem, relacionando-es & histéria do planeta desde as eras pré-histéricas. Seguem-se a Tobey, na linha historcista do paizagimo, 2 dupla Geotfrey e Susan Jellicoe com seulivio, datado de 1975, The landscape of man, operando numa mesma linha © descrevendo a antropizagSo do terrtério por meio de ses lentes de andlise: 2 do ambiente, da hstéria social, da flosoia, de expresso, da aquitetuee, por timo, da propria resultante paisagistica © Paisagismo, da Década:de 1/250; 3 Década de 1970: ; . soon taram condigdes para ie pontos distantes do planeta, aparentemente ilhados e des- conexos, suigissem expbentes da arquitetura paisagistica, tair como: Roberto Bule Mans, no Bras LE os, no México; Sylvia Crowe no Reino Unido, Emest Cramer, a Suga, e Thomas Church, Garet Eclbo, Lawrence Halpin, Jane Jacobs @ tantos outros, nos Estados Unidos. elgg Essas figuras vém compensar, como jg foi dito, a primera metade do século XX, ' quando a arquiteturs paisegitica teve pouca expresso, em virude da prevaléncia de { modelos herdados dos séculos XVIII e XIX. Em parte isto ocomteu em deconténcia de as escelas © centios de pesquisa da época estarem povco interessados nas | tansformagSes que © medelo modemo progresssta impunha as paisagens, quer elas ( fossem ur-banas, agrcolas ou natura, Embore modemista, Roberto Burle Mancnio se submetew & ortodoniaimplacével daquele movimento, a respeito do despojamento das relagées complexas entte formas € cores. O elo fortssino que o artista extabeleceu entre 0 seu processo Giativo € © 28 desenho ambiental entendimento da natureza pela boténica revelou-se de forma inconfundivel e explosiva em toda a sua obra Insprado ne natureza topical, Burle Mar mosta em seu trabalho propostas pléstcas imprevsives e de inegével oviginaidade, as quais soube passar 30 universo cultural nfo 56 através do desenho da paisagem, mas também pela pintura e por meio da escultura Embore amante da natureza desde a infincia, quando, com sua mée, aprendeu 2 cultivar 0 jarcim da familia, Bure Marx sé toma conhecimento da iqueza da flora brasileira em viagem que fez 3 Alemanka ao findar de década de 1920. Sé enti ele 1é-de apreciar os filodendlos e vitviasrésias de sua terra natal nas estulas do Jardim Boténico de Dahlem.? Dessa forma, quando Burle Marx retoma ao Brasil le vem com o firme propésito de reconhecer valoizra flora nativa,acabando por juntarse a botfnicos de renome, realizando numerosas viagens de estudo da flora e seus ambientes naturas."° A ccontrbuigéo maior da obra de Burle Marx ao paisagismo esté a ciagio de padres de desenho que incorporam as fommagées natura sem imiticlas, cio Faia © jercim ings, nem submetem a vesetagio & ordem racionlista da topisi, coiso na tradigho francesa. (Fig. 1.1) Nesse sentido vale a pena citar dois de seus mats famo- 40 tabalhos de Gila ubane, que sfo 0 da calcads de Copacabana e do Aero do Flamengo, ambos da década de 1950, Flite Mots no le Rare Burks a nore vido cl asasematits so otc gosta 3 wi ote da amirente eakasio ciatva de Bule Man, ho ao fta dele mar n0 Ro de Laci, ? Cie len acu oe née os jin buts eam tds ead em mocklos exons e que cotarto» lm enpreseds nes ex exSiae,predriantenent, tach, °° Bate Men: fez inimers exeunées peo irl e ieror da Bas! econpushide de eevcloes, apedlnente batdieos, de retiio ro meio etic, ene os at Lis Enso de Mi Fiha e Henraue Latneyer de "Malla Burnt, Cra ivestirrenlton ue hoje brs execs de oe ntv econo nae do outa, ts como: Aheclncton burma, Ponteces bum, Vis lena te 1 05 precursores 23 Fis. Praga da ladependncin ~ Jose Pesos, PB,1952 Sormyie seeeenggee 38 G: # Fig. 1.16 Lxgo do Machado = Rio de Jeneito, RJ,1954 Fig. 1.16 Calgedio do Ateno ‘de Copacabana = Rio de Janzio, RJ,1970, Fig. 1.1 ROBERTO BURLE MARX Fig. 11a ~ Precespazio com foxmas geometries prec. Fig. 1.16 As formar se ara dam a velhas drvoresexstentes 1a pa Fig te © deseo poi sfstico revela-se no espago pé biico de ume forma apotestica. O aaladso receben trstamento de mossico portugués em tts 24 CP cess anbienta , § Life) Barragén' stua-se numa: posiggo indefinfvel entre os paisagistas ¢ os ~ arquitetos. Sua obra é um constante colbquio entee as formas arquitetricas puras € as complexas formas da vegetagio e da paisagem. Proveniente de uma familia abastada de Guadalajara, Barragin péde Financiar seus proprios projetos, que iam de casas a conjuntos residenciais, monumentos, parques ce fontes. Dessa forma teve o privilégio de pr em prética seus ideais sobre a arquitetura suas reloges com a paisa, Nas obras de urbanizagso residencial “Las Arboledas” ¢ “Los Clubes” Barragén demonstra sua maestria em lidar com contrastes entre a arquitetura ¢ 0 meio ambiente. Ali as formas construidas assumem formas geométricas simples, as quais adquirem aspectos ciclépicos ao se contraporem 8 complexas massas vegetadas, nuvens fugidias ou mesmo 2 viscosidades e rugosidades proprias dos elementos naturas ‘As supeticies de concreto colorido de Baragén,refletidas em srondes espelhos gua, ressaltam as formas arquitenicas que, de encontio a panos de fundo vege- tados, superam a tridimensionaldade escultrica © passem a uma dimenséo atemporl Nas Torres da Cidade Satélte,localizada na Cidade do Mésico, cinco tones de 30 2 60 metros de cores diferentes marcam a paisagem, sendo visiveis a grande dis- ‘Baca. Os cinco marcos verticals parecem navegar sobre a praga tendo como pano de fundo nuvens em movimento. © contaste entre atifcial eo natural assume um carter surealista. (Fig. 1.2) Em Estocolmo, Sigurd Lewerentz ¢ Gunnar Asplund estabeleceram no desenho do Cemitério Woodland uma relaggo entre a arcuitetura e um paisagismo ascético, ‘expresso em ondulagées do terreno atapetads por gram ¢ conjuntos abustivos. Esse Projeto veio a influenciar muito os paisagistas modeladores de solo que a eles se seguiram. (Fig. 1.3) Baran ome passe aqutena ux Supeeconitem cenadade nésstemi oping €oda cag, oxesindo, od dice, taco, odo eso, o cue en etesesea 0 aconente ater, a comunidad 20 ice Fig. 1.2 LUIS BARRAGANTTores ds Cidade Sate = Mésico, D.F, 1957, Accxqunds 2 plans, 2 deta una vista da psa Fig. 1.3 SIGURD LEWERENTZ e GUNNARD ASPLUND Cenitéio Woodland. & = Estocolma, Suécla. 2 Da mesma mancira, as pitdmides arbustivase as formas geométicas e tidimen- sionsis que Ernest Kramer dspés no "Jardim do Poeta", em 1959 na Suig,eliminaram @.velho preconceito de que a paisagem a natureza,¢ insiram nos dias de hoje 0: paisagistas pée-modernos. vetia sera rectiaggo 26 deserho anibiental Nos Estados Unidos, a¢ paisagens de Thomas Church, numa escala menor, @ assimetria ¢ estilo medemista geomético completaram as casas modernas que envol- viam, A beleza do Donnell Garden (Fig. 1.4) & oresultado de um desenho de extrema simplicidade no plano e que, visto no espaco, resulta numa forme complexa ¢ elegante Durante @ década de 1960, ¢ sobretudo nos Estados Unidos, um grupo de designers e tecnicos comegou a investigar @ paisagem por uma vertente que era considerada uma atividade de partcipacSo. Por exemplo, Donald Appleyard escreve ‘em View rom the Road sobre 8 experitacia de perceber € deslocar-se por uma pai- sagem, Lawrence Helpvin esquackinhou por sua ver a experiéncia perceptiva e emocio- nal da paisagem que se desenvolvia em sequéncias. Garret Eckbo ressaltou a importincia do fator tempo por ser a dimenséo que afets ‘em maior grauo entomo artificial. Em Landscape for Livingexpressou que o tema crucial da qualidade da peisegem depencia mais da relagio dos elementos do que da préprie paisagem, Dada ainteigacdo total dos sentidos, essa qualidade obedecia mais a0 modo de perceber a paisagem das pessoas do que a expressio real desta. Eckbo expressou essa idéia no seguinte raciocinio: "Nosso sentido da estética provém da natureza, da incidéncia desta sobre nossas reagées, no no plano pictérico, mas no plano biolésico” Conforme 0 que foi sto, © pensamento € as andlises de profisionals como ‘Appleyard, Helprin e Eckbo acrescentaram, entre as décadas de 1950 ¢ 1960, esséncia a0 corpustedrico do desenho da paisagem, que ni havie sido conseguido THOMAS CHURCH Doane! Garden = Sonome, Caliléeia, 1948. 1s of precusores 27 Japgnes . HEA Holes f D. década de 1950 em diante, surgitam no Japie outro estilo € outro enfoque da paisagem em que se viram elementos de um modelo de ressonsncia. Os jardins de areia rastelada, as rochas colocadas com delicada preciso, 2 vegetacdo € 0 marco arquitetBnico ortogonal, parecism pertencer ao espitito do modern no @cidente, Orpane de fundo zen,coma.seu reducionismo exigente ¢ implacivel, conoborou, no cultual, na sorte de natureza predestinada, que apregoave © modeimo ¢ oferecia também um contreponto visual efetivo para compensar a ética e estética austeras deste, Ngo vinha 20 caso o fato de que os jardins de rochas tivessem sido consagrados & rmeditaggo e pensedos para serem contemplados de um modo que nenhum ocidental poderia compreender. Como tampouco vinhaao caso que aqueles desenhos emanassem de um contexto cultural, religioso ¢ artistico completamente distinto, ‘Ainda que os arcuitetos palsagistas ocidentais, impacientes por asimilar¢ eala- borat os ensinamestos extraldes do Japso, tivessem de fazé-lo fora dos antecedentes culturaise misticos de orgem, a0 menos foram capazes de empregar solugées de detalhe um pouco do enfoque redutivo daquele modelo aos seus desenhos A medida que ojardim japonts ficava mais conhecido, o paisagismo vaia-se quase sempre de elementos encontrados na natureza, como rochas, area, paralelepipedos ¢ troncos de madeira dispostos em trama sul de relagSes reciprocas. Esté claro que eram mmateriis neturas, mas separacos do contexto “natural” de pattda, reunidos em con- juntos visuals que em novos contextos adguiriam novos significados, © Rycan e outros jardine japoneses estavam desprovices de vesetacio, mas © que eles descreviam em suas composigées eram “jardins”, Implicitamente, esta crcuns- tncia fez aflorar a questdo sabre a relacfo do paisasismo com a natureza, Que, uma vez 28 desenho ambiental resohide, levou a que o Ocidente aceitaste, em seauide, a nogio de paisagem dura Essa forma de encarar a plsagem s6 pb acontecerno pér-guera, uma ver que alguns anos antes, qualquer cesiser tera considerado a “paisagem dura” uma idéa absurd, ® Prisagisme, Ingles. 7 oO. esignersdo pé-guera romperam a tadigéo do pai- ¢ que concebia 0 pasagsta Humphry Repton, inspirado nos escitores Richard Payne Knight ¢ Uvedale Price Durante o século XIX a teotia do pictorcismo sofeu alteragdes introduridas por Paxton, aa lnglatera, Alphand, na Franga, e Calvert Vauxe Frederick Law Olmstead, ros Estados Unidos, Paxton translada para o dominio do espaco piblico a visio de Humphry Repton; Alphand confere um certo cramatismo aos parques parsienses pela topogratia vegetagio ¢ Calvert Vaux e Olmstead criam as grandiose paisagens pblicas dos perques urbanos na América do Norte."® fempo, 0 dogma fundamental do pictoricismo ~ a natureza como modelo issdo dolesignerpresa&corregio e ecomposicso da paisagem no intuito {de “melhoré-la” ~ signific a quebre da ordem geomético rigida do paisagismo fan- (ease italano, dominante nos séculos anteiors."* " Vercap. 3 "Vera 3 (0 precusores 29 @ veios que alimentatam a reacio do paisagismo inglés estavam ligados no +6 20s repert&rios visuals produzidos nos quadros pastoris de Claude Poussin, 3s paisagens vigorosas de Rembrandt e outros protagonistas da pinture berroca, do século XVIll, | como também 20 encanto que proporcionavam na Inglatera as ravuras paisagisticas trezidas da China © do Japio naquele perlodo. @ enfoque do paisasizmo inglés diferia radicalmente de raiz de Le Notre, herdada da kia renascentista, isto 6, a do dominio explicito do homem sobre @ natureza, expresso nas extensas paisagens que guameciam os castelos, dando énfase “e magnitude 2 arquitetura, numa espécie de gesto hersico das linhas cléssicas e ccerebrais,. No desenho inglés estava, sem divida, também presente o mesmo dominio natural, 36 que.de forma muito mais sutil ¢ dissimulads na as € 108 cenétios roménticos e picturescos. Mudancas. de. Escala; ne, Paisagismo, DA oscic da cada de 50 do século XIX, a mudenga de (-escala das intervengSes paisagisticas tomaram-se progressivamente mais claras.nes intervengbes de Joseph Paxton, Alohand e Olmstead para entidades pablicas, embora (nde tivessem desaparecido as pequenas intervengées nos jarins partculares. / ‘A penetragdo do pictoricismo ne cidede e em grande escala dé-se por inciativa dda coroa inglesa com 0 projeto de Joha Nash e Humphry Repton pare o Regent's Park Esse intervengio precede em algumas décades as intervencoes de Haussmann em Pars no sentido ds criagdo de reas verdes uroanas interligadas Tratava-s7 da coneccéo entre oRegent’s Pak, situado a norte de Londres, €o Royal Crescent, no centro da cidade por meio da Regent Street. Essa obra, inciada em 18.41, s6 foi entresue a0 paibico 30 desenho onbiertl «em 1938, Em torno do Regent's Park distibua-se ume zona residencal,antecipando, a nas de com anos, © concito de cdade- sate CO testemunho que deram as intervengbes peisasstics em srandes propriedades, «+ paraues piblicot, 05 Jardins botdicos ¢ os projetos ambicioros em prol d con Sevvagio da natute2, ab eo profisional da arauttura paagltica um horzonte ample e insuspetsvel 9 perodos anteriores Para completar a imagem desse nove profisonalpapareceu em todo 0 mundo & demande por intervengio em zonas comerciais ¢ residenciais. A principio, esses clientes petencian 3 ita empresaal, mas somaram-se ao grupo as entidedes ofc locais « murcipois,presion0das pelos problemas da vide ctadina, As razdes que lhes foram imposts apenas aterdiam & qualidade visa, sendo portanto mals prosaic e funcio ais do que at das isttuges pabicas. Ospoisasistes, raquele periodo, trabalhavam algunas vezes em colaboragfo com «scoletvidade local €, por otto lado, a nova paisagem se encontiou amide com 0 ompromisso de desempenhar vbios papéis incorporende fungBes como o lazer € jogo. —P conjunéo dessas razBes com 0 carter urbano do século XX e as pressoes de valor dos bens de iz determinou que o desenho paisagitico destes anos fosse de proporgbesreatvamente modestas. A tudo st juntou-se a averso dos clientes a gos & tar dinheiro em conservaclo e levou a que os ertérios de desenho e de eleigSo de mnteins apontasser pas férmules que implicassem manutencSo mina, Provident ada do jardin sponeses legitimou o entomno érido, constuido com materais mente, dures, [As dinicas excegbes a esses citérios se abservam na érbita do pssagismo de engeshara civil, € 905 folders holandeses,rodovias e em obras de recuperagio € melhora de terreno, assim como em grandes parques nacionais. Todas esss atividades indusam, no entanto, 2 fespostas por parte dos paitasstas que invaravelmente se traduaiam apenas em intentos de recta a natureza Te os precusores 4 ugimmento, de. Desenho Aabientall Wueiamcs ou nbc, a dimensio da cise ambiental plane- tétia s6 foi percebida no ps Segunda Guerra ¢ especialmente no coxrer da Guerre do Vietna. Sé af € que se percebeu que os recursos do planeta ndo eram inesgotiveis ¢, portanto, 0 controle da natalidade deveria ser severamente regulado em funcio da disponibilidade e producio de alimentos! Logo, como jé suspeitara o pensador inglés Keynes, 2 economia baseada no lucroimediato ena producio méxima a qualquer prego tinha os dias contados, pelo menos no nivel tedrico."* Sé assim a ingcia das intervencées paisagiticas baseadas no pictoresco ou no A mes racionalsmo pode ser compida, @ deserho da paisagem baseado apenas nos valores/ fe, 7 estticos ¢mafnciondidade perderam a raxho de ser. O fto ficou eis evidenciado “J “J quando foi aprovado 0 “National Environmental Policy Act" (NEPA)'® pelo Con: aresso dos Estados Unidos em 1969, estabelecendo os citames da poltica ambien: rv2a« Vania ques tb re ye PET ee A patti dai cria-se nos Estados Unidos uma nove linha de trabalho para os arquitetos paisagistas, beseade ne visio ecolégica do mundo, que é a linha de pla- tal americana sob bases conservacionistas. nejamento e Desenho Ambiental iniciada por lan McHarg, na Escola da Pennsylvania, ¢ por L. Halprin, © primero ficou conhecido por seus planos ambientais de nivel regional baseados no conceito de desenvohimento sustentado e na minimizagdo de co, Maa de Asn Ribevo, Crago sJonh Menard Keyes, doseacSa de meso, “Exoag Live & ‘Asyatesu: 9 Pit cs Escaces Lives unto ao eos bani’, 9. 9S "S NEPA —NotonslEnvtcrmenl Poly At Poin Nucana do Miso Abin, nich en 1969 nos Eades Unidos. 32 esenho ambiental impactos sobre os recursos natureis ¢ culturais.'° O segundo destacou-se por trabalhos ambientais de paticipagso comunitiia, como € 0 caso do Plano para a Comunidade de Everett, para o qual foram organizados vérios workshops. (Fig. 1.6) ‘Sem diivida um dos mais interessantes trabalhos de Halprin foi o “Sea Ranch” localizado na costs da Califémia, onde o plano ambiental orientou nio s6 a localizagio dos conjuntos residenciais como também a sua forma arquiteténica, de acordo com a topograia e diregio dos ventos ¢ o posicionamento das massas vegetais. (Fig. 1.7) McHarg'” © Halprin’? inspiraram-se no trabalho do omitélogo Eugene P. Odum, Fundamentals of Ecology, publicado em 1953, 0 qual veio a se transformar num livo bSsica de todo estudante de ecologia, Os conceitos do livo relacionados aos ecossistemas, 205 ciclo biogeoquimicos e, principalmente, os princpios relacionados om 8 eneisia dos sistemas ecolégicos revolucionatam © método de abordagem do planejamento urbano eresiona,cviando ume nova fente de trabalho para os arquitetos e planejadores, que passou a chamar-se Planeiamento e Desenho Ambiental Lawrence Halprin foi um dos primeiros paisagistas a se preocupar com 0 projeto dos espacos piblicos no conceito de Qualidace Ambiental Urbana. Veja-se a "Seqiéncia de espacos abertos de Portland”. (Fig.1.8) No Plano Ambiental “The Valleys” (Fig. 1.9), em Baltimore, McHarg fez uma Fig. 2.3 MARIA DE ASSUNCAO RIBEIRO FRANCO Banco sé S.AJAg, Alphaville, So Pas, 1979 ‘Ac ko, planta de lesiasao,absino, plants com ses lal dls, seqiinci de imagens de 2. pasagem pbs-modema a 49 deserho ambiental A Atte Ambiental AA obacdot arises do meio ambiente é ue dasinfudncies mais liberadoras do paisagismo cultural. Por caminhos insuspeitos tiveram a influéncia contréria & do modo oitocentista, daquele em que desenhistas da paisagem, como Kent ‘¢ Repton, pretenderam fazer seu trabalho conforme os principios da composicio ¢ dos modelos visuais que ensinaram os pintores paisagistas do século XVIIk ‘Acai ambiental é um trabalho de completa intragso do autor com omeio ambiente, ce sefazem stentamertosertentes, Cela devriosatelstose estrus provitoas, “and “aut Altera por completo as qusidades do lug, absindo as pessoas um novo horzonte de “possibilidades de vivenciar os espagos, em geral vulgares, que utiiza cotidianamente, Muitos paisagists da década de 1980 tiveram como fonte de inspracio cbras polémicas que artistas ambientsis realizaram no década de 1970, como os tabalhos de ‘Walter de Maria, Chisto, Call André, Gary Duvyet, Andy Goldsworthy, Robert Smithson e Richard Long ‘Walter de Maria consti, entre 1971 e 1972 perto de Quemado (Novo ‘Mézico), uma obra que ocupou uma érea de 1,6 km no sentido leste-oeste ¢ 1 km no sentido norte-sul. Nese grande retingulocriou ume quackicula regular onde dispés, em quadrados de 67 m de lado, 400 mastros ce ago inosidével, de 5 em de diémetro € é mde altura (Fig. 2.4). Os mastros emitiam um fulgorinquietanteno meio da paisagem do deserto, Quando nuvens tormentosas aprovimavam-se, em meio as tempestades, 03 imastos translomavan-se em condutores luminosos das faiscas eléticas heqientes que cafam na regito. (Fig. 2.4) ‘W Enbor bon pate dos tals squ manconacs tea sida eldbxada om cso de 1970, ces ve eer presenter neste cpilo em vtude de teem sco fone de inpreto para o& tabahos de acuteture ptogitice pés-modeina da décade segurte (1980), que tetaras epedaimente neste cop, B. paisagem pésmodemne 4a Fig. 2.4 ‘WALTER DE MARIA "The Lighining Fil ‘Querado, Novo Masco, cada de 1970. Maswos metdcesanhadosesuerdom a tempestade; uslqer i poded tarsormélos, subitomente, em hates seiplandescenes de igo ente as enegas do cdo e da Fig, 2.5 — CHRISTO “Running Fen” — Avzona, EUA, 1976. Una ezrea de loa clo percomre enone lstnciacrsndo paagens inustadhs€ sugeriado nova lagdes do homem com a pasasen A atividade artstica de Christo (Fig. 2.5),foi uma das mais controvertides da década de 1970. Abarca desde envolver edilcios até criar no deserto do Avizona 8 ampla “Running Fence”. Esta obra consistiu em fazerpencler uma lana brilhante ¢ colorida 120 longo de cabos de ago, como se fosse um varal de dimenséo longitudinal infin. histo fer essa corti percorrer um longo percusso no deserto do Avizona. Ao 44 desenho anbientl conclut-se @ cbra, ela foi fotografada em profusio e depois foi desmontada. Ai ndo houve intengdo nenhuma de desenhar uma paisagem, induziu-se apenas uma nova manera dereleticacerce da relacso convencional que associa os materiais¢asformagGesnatuais ‘com 0 mundo artificial, que desenha o ser humano. Nese tipo de obra 0 artista ndo contempla a paisagem — ele participa dela [As forcat da natureza preocupam a muitos atistastectonicos. Um destes, Gary Duet, emaiou no projeto “My Fault, estabelecer uma linguagem que resisteia © movimento que experimentava 0 Vale Elkhom Scarp, a Flha de Santo Andié. A idéia do Elkhon Scarp era uilizar a antiga escita celta Ogham, composta por rasgos tragados no solo cominclnagSes diferentes em relagfoa uma linha base. Essessimbolos de Ogham seriam colocados 20 longo da falha, numa sucesso gigantesca, em fica de dots metros meio de largure, confeccionada com um tecido de fbr rexstente 3 erosto. A cada centardecer, owvia-se uma banda sonora composta por um discipulo de John Cage,** cajo som fcaria gravado assim que se produzisse um movimento sismico. Assim, 08 distintos deslocamentos que sofrese 2 crosta terrestre de um @ outro lado da falhs redundaiam em que 05 25905 transvesas do escrita Osham mudassem de posigso, formando outs palavras ao longo da linha base que define afalha. Gracasaesteartfiio 2 tera poder fla. O desenho tectBnico de Divyer marcou ume linha de pensamento que dava 20 artista 0 papel de responder 8 Forgas atrozes,ingoverniveis e oculas da natureza, De forma semelhante Robert Smithson e Richard Long tracaram na paisagem formas enormes ‘emisteiosa. A "Spiral Jetty” que Smithson tragou no Great Salt Lake (Fig. 2.6) era uma espital de temanho colossal, constituide de pedias ¢ seixos rolados do lugor. ‘Atualmente ela s8 pode ser vista do ar ou de um ponto elevado das imediagbes, pois ‘encontra-se submersa no mat, sofrendo, como se previ, 0 efeito erosive da égua. Jofn Cove, narado enlLos Anges en 1912 € um dos ws conrovonidescompactoers note-ameianos Traderncs, Cechecido por nus experiendes com misc alentia & qusionado pox egunsctos ave cdvidam ce su seiedsde; em compencagio alguns stores ce miss de venguardo ecestam em seu tabalho como demerto de rupture dot valores da misc adore 2. palsegem pOsemodeins 45 Sond ee MN at ROBERT SMITHSON “Spiral Jet” Andy Geldsworthy segue uma trajet6xa similar a Dwyer. A princfoio crave formas de tamanho pequeno fazia miniaturas com material recolhido na regiéo, como folhas, pedias, elo e madeira, mas agora dedica-sea desenhostectGnicos de maior envergadure ue consistem em composigées estrutuades em elementos natu, colocados diretamente sobre 0 solo. Goldsworthy compés um desses desenhas em cubos de gelo, escul ono prdpri Palo Nexte. A gzometia da forms circular que cou, naquele pontoremoto do slobo, evocava as esrturas megalticas, atinentes& configuacdo do Universo e da Terra. Um dos mais prestigidos artistas ambientas da atualidade, onorte-americeno Cad Andre (Figs, 2.7, 2.8, 9.9 e 9.10), utiliza seivos rolados, vigas de madeira e residuos industiais, obtides por um trabalho de busca, para compé-los de acerdo com una ordem geométrica restrils. Suas obres, expostes em galeriss © espagor abertas conhecidos, mostra-se como um forte vetor de instigagso de processos crativos em certos meios culturais dos Estados Unidos. + péisagem pés-moderna a7 46 desenho ambiental 2 psisagem pos-mo ma Fig. 2.7 ‘CARL ANDRE ‘Stone Field Sculpture Fig. 2.9 Fi ig. 2.10 ore : ‘CARL ANDRE Blocks and Stones “Aluniniam and Steel Plan” Fig. 2.8 CARL ANDRE "Secert" 48 deseaho ambiental ‘Acobeasdosartstes ambientaisctados, também chomadas de minimalist, foram aqui expostas por terem sido permanente Fonte de inspiacSo pare os assis desenhistas da paisagem, de maneita dire ov indireta, como pode ser visto 2s obras de Walker, Schwartz e Hargreaves, 05 quais, decaradamente, se dizem influenciados por Robert Smithson, Gary Dwyer e Carl Andre. A “Harlequin Plaza’, de George Hargreaves (1983), porexemplo, mostra no desenho e cores dopisoainfluence cireta das eticulas que Cal Ande realizou dez anos antes. (Fig. 2.11) Fig. 2.11 GEORGE HARGREAVES Harlequin Plata — Greenwood Village, Coloado, 1983. ‘Acui sinllteds nitida do 37 Ds Viee, Buenos Aves, 1942, ctado1en Opensamento vive | Bechllad em A post do expo. 0. 235. A Visi Dualista do, Meio, Ambiente Aiassicsse ‘do pensamento humano nas diversas culturas, cexpressa nas tendéncias opostas © complementares das formas retas ¢ curs (yung € vin), foi devidamente explorada na obra Topofila de Y-Fu-Tuan, Nesse livro Tuan ‘expe, por diversas cosmologias, que tém norteado as civlizagSes no Oriente e no Ocidente, a0 longo da histéria, as diferentes relagdes homem-natureza.?? Referindo-se aos hébitats humanos, Tuan afirma que a maneira do homem se ‘elecionar com 0 meio ambiente tem muito a ver com as formas topogrélicas e 0 grau de visbilidade nas paisagens onde instala seu hébitat. O autor faz uma simples com- paracéo entre lugares “carpintejados” e “no carpintejades”. O “mundo carpinteiado” ests repleto de linhas retes, ingulos ¢ objetos retangula- res par excellence. A natureza e o campo, em contraste, carecem de retangulavidace, Na Paisogem de cultura primitiva, mesmo os abrigos podem ser redondos como as colméias. Para provar que o meio ambiente natural ¢ a visio do mundo estdo estrtamente ligados, Tuan compara duas culturas diametralmente opostas: os pigmeus da floresta Equatorial do Congo ¢ os indios do sudoeste americano. ____ No primeiro caso, nafloresta equatorial de natureza completamente envolvente, te no hi nenhuma marca visual importante (colina ou dnote isclada como marco), 3 cultura ndo dé importéncia as exrelas nem 30 préprio scl, exjo disco biihante no & “HO no céu mas apenas em manchas temeluzentes, no cho da floresta. O seu sentido dE tempo & restito e sua meméria € euta FRANCO, bina de Asuna Reto. Op tp 7,8, 104 68 desenho ambiental Por outro lado os indios Pueblo do sudoeste americana, | habitantes de um plat semi- sido, ten anaviso de mundo conpletanenteesntuads no espagoerotenpone ail ‘olugar, a localizagio ea diregso, desempenham papéis fundamentais em sua cosmologia. 134 baseia-se em pesquisas neurofisiolégicas para explicar que & omemnaturez tem suo riz nos dois hemisios cerebrait: © hemistério cerebral esquerdo. controlando o lado diteito do corpo, asfung6es cognitivas, ‘co.uso da palavia ea abstragdoy © hemisfério direito, regendoo lado-esquerdo do corpo, tarbém chamado “sinistro”, regendo 2 intuigdo ¢ @ compreensso, Roberto Crema dualidade da tlacéo hi Para Crema os dos hemsfrios do cérebro do homer reacinam-se a0 Oriente ira, & Géncia € 4 mistica, sugerindo que a crise de dada pela cultura, ao hemisfrio fro) em prejulzo das fungSes do ¢ Oriente geosticos da Ter fragmentagdo do mundo atval deve-se & énfase maior, cidental (correspondendo ao lado esquerdo do cérel Jébulo osiental meditative (lado direito do ctrebro). © Desenho, das, Maquines 9, Desenho, fa, Natureza . DN tncratsrs ccidental a polaridade entre razdo e emogio 5 que se atemam no tempo, De & conhecida por movimentos apolineo ¢ dionisiaco, Ja ordem ou pelo caos, mangira mais simples essa idéia pode ser expressa como 0 gosto pel FCRENMA Reber, Intadigo 3 sto haiti.» 54 sevias quidades op tase conplementas. O pinsto, des regundo, dvs do deltiomtice 9 As divindades gegas Apolo Dienst so at dak, epresentao poder derexiv «2 dainpose da mene concent 0% 1 pred nos on gn, epetent as frat ncnscenes de mente humana Na erat snes plies, Apolo te fae representa 90 Cis no « Dione no Baneco 35 ocquitetuc € meio ambiente “9 60 gosto pelas formas retas (desenho das mécui 5 (desenho das mécuinas), ov pelas formas complexas sinvosas da natareza i aa Desde tempos remotos as invengées sempre fascinaram os desenhistas. Ni : lesenistas. No en- ae part co Renasciment, a cago do sitema de representacbopespectva veo sro a ite do homem pela linhas reta, a8 quais enganam o lho no deseno, parecend atravessar 0 espaco na diregSo do innit, dando- lh 4 : infinito, dando-the a sensagio de dominic maior do espago e do objeto. ee ‘O desenho de ordenaggo do espaco em formas geométricas puras e especialmente cos desenhos em malha, s80 conhecidos desde o tempo dos esipcios e babilénios no alinhamento dos templos e nos canais de inigagdo agricola, No entanto, foi na Grécia que 0 urbanismo assumiu seu caréter de imposiggo da geometiia sida ao suport biolisico do teritério (cardter apolineo). a Os principios do ur ee cdo urbanismo em malha quadrangular foram enfatizados a partir da gslagio de Hipodamo, no século V a.C.,e empregadas nas vias cidades coloniais s505, entre as quai as de Mileto e Priene. (Figs. 3.1 e 3.2) Mileto © 200 300 ~40c0m Fa. 3 ig. 3.2 Ei st en de Mle, Arr Cidide clot ga de Prine. Agu os iidorea ia © urbanismo em malha state Hipodamo foram seguidas tots sn E90 70 eseaho ambiental Na adoragio das formas geométicas pura pelos gregos ¢ depois pelos romanos, flea evidenciads ainfludeeio dos pensadorespré-socidticos, entre eles Pitsgoras Tales de Mileto, para os quais 0 pensamento abstato, expresso em nimeros e formas g¢0 mmévicas perete, era a ponte entre 0 homem e as forcas suis do univer CO imperador romano Adriano tomnou-se célebre por sua refinada culture ¢ por sua admiragSo pels conauistas abstratas do cvlizagio greg. Essa face de Actiano tomou forma na Villa Adana que ele mandou esr em Tivoli nas proximidades de Rema. A Villa Adtiana consistie numa seqiéncia de construgbes, prags, teas para aprtica de 12 refinada técnica urbanistice de ‘espottes ¢ 0 lazer a0 ar live, revelando um Dentre as obras mais aproveitamento de vistes e desniveis do terreno colinaso de Tivali belas do complexo ubanistioo de Adriano, destaca-se o Canopus, uma grende piscina cercada por arcades e ica estatusia, emelduradas por um bosque natural. (Fig. 3.3) Fig. 3.3 reece eee sveesaae scgee mene ee indvidslzad em fons de sa sensibidace Benden ‘20 suparte colinase de Tivoli. Acima, ume vista do Canepes. “ 6 Banhos af ‘dicta, plant ger da Vila Adin ? eS : Asda, o/ 3 aiquitetus e meio anbiente n (O século XV trowxe & tona 0 ressurgimento dos ideas cléssicos na arquitetura e no urbanismo por meiada obra de Leon Battista Albert, cu tis iti, cujo escrito De arquitecte 6 comparada a de Vitwivio, oe Como urbanista, Alberti destacou-se por suas idéias utopicas de cidades idesis de foumas geométricas putas, as quas influenciaram numerosos de seus contemporéneos. As fomas das cidades ideais atendiam principalmente a questdes de defesa militar ¢ sobre- vivenca ainda nas fortfcagbes das cidades renascentistas. Segundo Spretegen,** o Pen- tégono, em Washington, revelaainfluéncia das cidades ideas italanas. (Figs. 3.4 3.8). Z2q DEIR, = eae Fig. 3.4 LEONARDO DA VINCI Cede vial em forms dese. \_ Cc] Fig. 3.5 FILARETE IN A Cidade Ideal estelads aise Z) W VASA ho elliot Cidade Ideal. Fig. 3.8 ALBRECHT DURER Cidade Ideal com zonas clstintas: or coda aide ™ SPREIREGEN. Compecto oe Arqutectns Ubon. 9. 21 72 uma comunidade bidtica no pode ser diferenciada de seu ambiente abidtics, Entio © ecossistema pode ser consideredo a unidade fundamental da ecolosia.”® \ Lup Cow at Ince, ax dunes parades cu vanconai a dns psivas ou Thadar. As cana rads passa pot ass dives, calnando lise nesta decidua mesolic, tp aemal do clinaxna e930 dosages (..) 1 psi encontamos as adaptager saoftice is etienss nessa lattude e, aavesando a sie de dus ‘evoaadas mas acim na oon genta de sas sucess, esas estutus xeroicas oman cade vex mas pronurcieda pte cuminaren na extue mescic pce de una lesta decidua". Act, p. 44 M ACOT. Op et, p43. "ACOT. Op. cit, p. 88 96 desenho ambiental © pensomento.ecossstenica de Lindeman substi um espago eccsico dividido por um espago ecolégico eunificado, no qual os fatores abidticos € bidticos Jenne bente no representa mais do que dois aspectos de una mesma realidad De 1935 em diante uma nova discuss junta fricose bidlogos, quando o ico Max Delbruck intiodue conectos da fica 8 genética Dez ancs depos o iio Ervin Schrodinger publica aobra Orden, desorcem eentropi, na qual tatad temodinamnica “osu vivo levanta a questo: de por que os sees vivs parecem desobedecer 20 serundo painco. da temadininics, que nda que um sstene isco evalui cepontaneanente para um estado de equi que coresponde&ensopie matin sto 3 maior devordem. O ser viv €engnstico no sentido de que eva a decomposisio tdpida em diegSo 2 um extad inate de “equlbro pelo comer, bebe espiar © similar, cujo temo téenico € metabolismo.”* Dessa forma o ser vivo, alimentando-se de entropia negativa, retarda a vinda inevitével do momento de sua entropi maxima, que éoda morte. No caso das plantas, 2 potente provisio de entopia negativa€ precisamente 2 luz do sol. Essa andlise faz ‘ocorrer aos ecdlogos que: todo ecossistema se comporta, no plano termodingmico, como tum organismo vivo. Precisamente nesse raciocinio entram os irméos Odum com a ‘obra Fundlamentals of Feology que se toma famose, empregando pela primeira ver a linguagem da termodindmica para descrever os ecossstemas: "Os organisms vivos, 08 ecossistemas ‘toda a biosfera possuem a caractersticatermodindmica essencial de serem capares de ciiar e de manter um estado de ordem interna, ou de baixa entropia...”.”* Para manterem aquele estado de ordem interna, of ecossistemas possuem mecanismos de equilrio que so tanto mais numerosos quanto mats eles sejam ricos em expécies, Dessa forma as sucessbes biocendticas delendem o ecosstema conte agressées externas ou os desregramentos internos que pdem em perigo. Os ccomistemas evoluem atin para 0 estigio cimécico na qual se mantém em estado de # ACOT. Op tp. 99. % ACO. Op. at, 9-99. 4 visdo ecosistémics 7 equilfbrio dindmico. Lm bom exemplo de ecossistema em estado limécico é a floresta tropical imide da Amaz6nia ‘As formagées sucessoralss80 as mais rumerosas e variadas em decowéncia de viétios agentes, tas como a agio milenar do homem, catéstofes naturis vatiagées climsticas. No entanto, € por meio delas que somos eapazes de predizer © cade de um ecossistema num tempo t2 em funcéo de seu estedo num tempo t1 Em 1948 oamericano Norbert Wiener ciador da ciberntica, enfatizoua enalosia entre informagio e entropia, no sentido em que a quantdade de informagio de um sistema a medida de seu sau de orgarizacio ea entrpia de um ssteme &a medida de seu grau de desorganizagéo e que, portanto, 0 primeito é 0 inverso do segundo. O: Agroecossistemas. Cosumase ctr, feotetemente, «ubiizigo cone uma das mais importantes agées humanas sobre o meio ambiente, esquecendo-se que © impacto agrcola devasta do mesmo modo srandes extensbes da superficie da Terra, que a agticukura nada mais € do que extensio do fendmeno utbano. : __Opoblemacenal da atonomia conten ato de que oda pti clue opse 7 attificialmente & dindmica natural da vegetagio, na medida em que todo o eee do De de espécies naturalmente presentes na zona cue Ae oe espécies: jaa acarreta também o das espécies eco rismoshomeststicos fcam empobrecdos ou desaparecem, ‘como € 0 caso das monoculturas extensivas, com a destruicSo das adventicias.”* Hines do who, tae dit do pia oe dag anges © composigio guna de seus fides e tides. Dciostio Aur de Lingus Portugues. *ACOT. Op ot, p. 104, 98 Sues de tenecameto: or oraoe eo esta falas veapndo at eva dee, composts de um cial veya quenteceptam a Jas do ensades, acndo-s irae no slo ates quan o# ok {Tagu, Dever st consuls depots de eidades plaoneto tio 0 que ecw lcngo 9 P0 com nivel de engerhati, segundo dmerionamento adenuide 5. 2 exc regione 195 Zona de Uso Disciplinado Il — Compreendendo dreas situadas nas meies encostas, com declves acentuades entre 19%6 e 259% que, pela alta suscetibitdade 2 erosdo, no sdo recomendéveis para lavouras que requetdo revolvimento (eragio) constante do solo. Contudo, prestam-se ainda pera pastagem desde que bem manejadas,e de importante manutencSo na S1e3 por se stuarem em resifo de produgso de lete. Além das pastagens e em extensdolimitada, podem, sem prejuzo 20 solo, ser for eleta em pontos devidamentepreestabeeides para averisuasio de 2 qualidade crcncaminkamento a0 orgasm de conele do meio ambiente, Pe verilicagio ¢ fiscalizagSor —o muicpi deve ear nomas probindoo dispsigo de avalaver Pe de lixo no solo da APA. Para a producto desses efeitos, recomenda-se especicamente —aconsugo de una ETE Estagio de Tatamento de Essotos 2 e3 urbana ee ibn no tatarento de 90% 2.95% de emogto de DBO, do municipio, Jodos afluentes¢ do io Atibaia para conduzr ‘aimplantagio de interceptores 20 long sr egotos até a ETE a expanséo dered pba par oleta pros? de 100%, Pa at instsas da dea, com ato potencial polbidor, deve ser PHO pre tatamento, para que 2 rede pba pose receber seus elutes — esabelecinent par des ris ede produo aga do médulo ce lote sintno de 5.000 m, com a disposigio dos esgotorem fossa séptics e sumidouros ry comunieaso ao ergrisno de defesa do meio ambiente, dos produtos ¢ das uantidadesvblizada de defesvesageolas¢feizantes serena 308 moradoreseusubios da APA do Biro de Using pate acondiionem o ino er sazos pins eos depostem er loci das prevents ecabelecidos para a coleta pela Prefeitura Musicipale — a contatagio de projeto pare o estudo deta assnlogo de Repres da sina eda APA, a inde insrumenaizar o sen? % de defesa do meio ambiente. do da capacidade de | Be excl regions 197 ‘Mineragio—Considerando o caréter predatério da atividade mineradora, quanto 0s processas comumente utilizados no pais, ¢ em face d fod , e em face da pequena extensso do Bairro de Usina, recomenda-se: seacaeeaetat —a proibicio de novaslicengas ou autorizacd 40 de mi ae vas licengas ou autorizagées pata a extracso de minéros na ~ a exigéncia da elaboracio de plano de recuperagio da drea minerada, em atendimento 3 Resolugio SMA n° 18, de 23 de outubro de 1989. : Gestéo — 7 fo da A iste) Recomenda-se armunicipalizacio da Area de Protegso Ambiental de sia, uestéo ue eavolve, preponderantemente,diagnéstico da dis constitucional dle comoeténca para a ceguagso da APA, ‘A materia € bastante incipiente na doutrna e na jurisprudéncia, como se pode cw sendo as APAS insttuto recente. Desse manera, nada poderia ser avaiado gorcamente, sigrficando a ofientagojudica mero bakizamento de caréterinttucional As vanta regula tagens da regulagio municipal referem-se fundamentalmente 8 propria pace fiscaizadora e ofientadora de que dispée a estrtura administrativa local viabilizanc 2cisdes fosses Ne ; . lo que decisdes fossem tomades com maior rapideze eficéncia. Mais do que , restigindo-se @ APA a0 ambito municipal apenas, e em consonéncia com a Consttuigio jurica pertinent i Por tuclo quanto esté aqui exposto, & de se concluir que deve ser da competéncia — ; cde Atibaia a egulagio da APA em questio, evidentemente sem que isso 18 de forma absoluta, ndo sendo excluidas as competéncias constitucionalmente asseguradas ao Estado e & Unio Federal Limites — ca ~ Uma vez superado © processo de municipalizagso da APA, a quando de sua consumacio, a extensdo de seus limites devem fer-se para toda a vérzea do tio Atibaia, dentro dos limites do municipio. 5. 9 scale resioal 129 128 desenho ambiental Essas recomendagées tém por objetivo a protegio da extensa de vérzea ainda - - i pouco ocupads do rio Atibaia, tendo em vista a frasilidade deste ecossistema & g q iH ie 4 cocupacio humana. gk ee 4 Anda, esta recomendagio vem 20 enconto dis propostas elaboradas para Ee = be i esta érea pele Socienco, empresa contratada pela Prefeitura Municipal para eleborar lB sf £ E : i ‘0 novo Plano Diretor. Nele é proposto um sistema de parques para Atibaia, com 3 le odd [le fis 2 ‘a destinagdo da vérzeas do rio Atibaia e dos ribeitses Taboio ¢ Itapetininga para 3 [3 get a i iy i parques lineares urbanos. ls a 3 a a2 ak 3 3 le fs 2a$ EG Begs 2 De acordo com 0 Plano Diretor, 0 objetive do parque linear do rio Atibaia € dl a aig Pal a & ls turstico, com a preservacso do curso d’égua eo incremento da pesca, atividade de lazer 3 a re 8 a aes 2 {3 tradicional na resi80, que vem sendo desestimulada pelo crescimento da ocupacéo na z [2 332 Bak set s |3 virzea, O parque proposto nas margens do sio Atibaia ocupa a vérzea junto 3 érea al i, i a Ae aR i Gola urbana, desde a interseegdo do rio com a Rod. D. Pedko | até seu cruzamento com gl Bu F ale aed 44/8 Rod. Fernéo Dias. A jusante, até as proximidades da érea oeupada pelo “Indo”, 4 Eseeaie ees bale siua-se a &ea de influéncia do parque, zona de uso destinada a atividades ig g complementares aquele. z ig i & 5 ae 2 S Em vista do exposto, a recomendacio de ampliagio da APA a toda vérzea do 2 Be ed 3 fio Atibaia toma-se procedente, desde que seja considerada sua municipalizagio, 0 oe Be =a que leva para perto de sociedade civil de Atibaia o controle ea fiscalizacSo de par- Bae ag 3 le g Fy 3 a (4, ae AE te de seu patriménio ambiental a be aite EE be n $ a3 [Eas ge. Segue-se sumo expliavo do Zoneanento Anbientel propos para a APA, sig ia kee G iH ehg ce uma seqiéncia de paisagens ilustrativas da érea de estudo (Figs. 5.16 ¢ 5.17). see 2388 IS 33 3; lez £38 Geeisigetss tre ev bile Jia 4 gig eabige mide oa il peu Beni oD sale HHABAL AG nas i bihad st i oi Ela Hs Z i iE 5 ak i= e- i 2 EE IP 5 ig 2 130 deserho saints Fig, 5.17 Inagene da APA de ‘Aiba, Ao alto 0 Pico da eda Branca, panto relerencal mais levado de ‘Atala, Pico da Pere Branca visto da APA de ‘Aiba, Lazer na Represa do Baio da Usina. Vista do Rio ‘Aiba a jusante de Usina ini au a We om ee as 0 iy ae 3. 2 excala regional 131 Contibuig a0, Desenho, Anbiestall i Bese tabi ¢ de exten iota no nvel profisional pessoal, uma vez ‘que € por meio dele que sentimos dissolverem-se e reformularem-se alguns conceitos demasiado rigides, trazidos de minha formacéo académica da década de 1970, quando © planejamento, em boa pane caleado em postulados da economia, da sociclogia e da extatistca da époea, utlizave as questées ambientais como pano de fundo ou, sendo como elemento passvo € quate estanque e, poitanto, com pouces possibilidades de interagio com as demas éreas de estudo, evidenclando uma visso recanicista € segmentada de mundo, E pelo contato com a complexidade apresentade por este trabalho, que des- Pertamos para as teméticas ambientais ligadas aos ecossistemas ¢ a0 equilibrio ecolé: dante. ico, nas quais nos embasamos para seguir Nessa ocasio tivemos acesso a obras literérias transdisciplinares como: O tao dla ‘ice, de Fetiof Capra; Gaia — uma teoria alo conhecimento, de William Thompson; O tniverso holosrélico, de Michael Talbot, e outras, acabando por incorporar essas. teméticas ao nosso procedimento de trabalho cotidiano, no sentido filos6fico da procura de uma nova base paradigmética pars a arquitetura e para o planejamento, tendo como base a questo ambiental Neste capitulo, exjpomos uma abordagem de um tema ambiental do infcio da década de 1990-0 zoneamento de uma APA — feita para SMA. Decorridos alguns anos, hoje 05 principios ¢ @ metodologia empregada neste trabalho precisam ser setiamente revistos. © principal motivo para tal revisSo prende-se a0 procedimento empregado naquele momento que, embora sob temstica inédlta, pouco conseguiu ceminhar no sentido de uma evolugio das formulas de planejamento de décedes 32 deserho ambiental anteriores, onde a eaboracio do trabalho obedecta a uma seaiiéncie linear de enélises cestanques, para ao final seem cruzadas, induziram a uma propos Nesse proceso foi impossivel vivenclar realmente 3 to propalada interdis- ciplinaidade, mesmo porque por mais reunides que a eavipe tenica WEA ringuém ava disposi a abandonar ou modiicar seus métodes tradicioals de trabalho. Um exemplo disso foi a elaboragio de cartas € anélises que, para efeito da escala do trabalho ou a problemstica da APA, tinham pouca importancia €, no: ‘entanto, foram feras"por nbc", princpament porque esseerao modelo enpresedonasinsiies de planejamento. 2s avessas, ito 6, comecando pela montagem de cené videde promotora de planejamento ea equine técnica envelid mss também pelos agentes e comunidades laces. Num. segundo momento € que s80 fetas as an- tees e dagnéstcos necesbios & elaboracio de solugSes e ateratives miéltiples, pare cs candi propott iniamente, em conjugaio com a capacidade de suporte dos * sb ¥ c \ 4 Hoje, a abordagem de temas simil ven, gande porte ou dispostas em rede - assentar-se em varios sistemas de paisagers, 1 meio de rodovies ‘Manchas urbanas por ¢ infra-estrutures podem, sistemas ou “lterando drasticamente 05 e=ossstema rmuitas vezes, mesmo biomas intros, reconfigurando-cs. Usidade de Paisagem ~ Seguindo um método simples & saat tartar subie até a cumecita da Sera da Vernal, erceptivo de olhar a pas#9e™ i anpaiiaa Tos Panda Peds Brac « xanina por alguns ris 2 P al is precisamente 20 Pic? vr i 7 aaonena, gre peceber HE os ctérios de formulagio de ume dea de se descotiney ee a “axa gem sernameros todos les perfeitamente justificéve protegio para Ati undo @ legisla de protesio ambiental tendo como pano de 1 que fizemos a Atibaia,subimos até 0 Pi- das numerosas vista * m gpordo-net uma de svas pedtas mais atas. De Id pudemos ssa visita sugeriusnos vidéo € beleza da passer ree PAPA aque se ofientase por uma visio holistic da pasagems 6 1s sobrepostas pudessem $2rar Certa vez, nu co da Pedra Branca, fone formulagéo pare une alos elementos it a nervengbesenris ventas de patsagen evridades de pasegem 5 excab sion 137 Resumindo, um sistema ale psisesem pode, entéo, ser ordenado tanto por predominancias Fsicas sob fore cistelizada ov por fluxos, presentes na natureza € ctiados por ago antrépic,tais como: corjuntos de seras, motos e colinas; comentes climaticas; correntes hichicas de superficie, doces ou salgadas (bacias ¢ mares), ou subterrineas (lencéis), metrépoles,cidadese ils, aticuladas por vias, redes de inka cestrtura e comunicagbes, auto-etradas e obras de engenharia como pontes, barragens atc. A unidade de paisagem é, portanto, uma subdivisio do sistema de paisagem e cesté muito mais ligada 2 eseala de percepgdo humana comum Voltando 3 Pedra Branca, € muito claro, a0 observar a0 longe as Serras da Cantareira, a dos Cristais ¢ a do Japi, que elas formam um mesmo sistema de paisagem caracterizado per linhas de cumeada, que emolduram a bacia do rio Atibaia, tomando- se ali evidente a visualizacio de um sistema de paisagem configurado por uma série de unidades de paisagem, estando entre elas a Srea da APA, que daquele sitio se destaca pelo brilho do pequeno lago da Represa do Bairro da Usina, A leitura do paisagem, feita a oeste da Sera da Pedra Vermelha, nos sugere que a formulacio da APA deve ater-se, no minimo, a ume unidede de paisagem que tenha como centro de gravidade a cidade de Atibai e a cruz formada pela jungBo das rodovias D, Pedi ¢ Feinio Dias, balizadas pela figure majestosa do cume da Pedra Branca e pelo Vale do Atibsia até a barragem do Bairro da Usina O hato de 0 crtério de eleigso de uma APA estar amarrado 20 conceito de unidade de peisagem jé facta em muito a ciacSo de cenétios no proceso de Pla- nejamento e Desenho Ambiental. No caso de Atibaia, acima citado, uma APA es- calhide tendo como perimetro minimo una unidede de paisagem reduzia a confusso cada pel legilagso ambiental de vérias competénciasincidentes sobre uma mesma érea € com perimetios tecidos sobre diferentes etérios de preservacSo ambiental e, sem precisar exclu nenhum deles, dara um nexo comum a todos Visibilidade — Todo o trebellio de planejamento incl « leitua perceptiva do paisagem como indicadora, no s6 dos pontos de maior significado visual, como tambémdos aspectos ertcos de transformacio do rlevo, das condicées de degradagio 138 deserho ambiental dot solos eda cobertura vegetal; das caracteritcas da ocupacéo urbana) ¢, Finalmente, na deteccio de voca¢ées palsagitcas, os quis se constituem no primeiro passo da ciaclo de cendtios de Desenho Ambiental Dessa forma expomos 2 seguir alguns citéios de visbilidade utiizados no Zoneamento da APA de Atibsia, tides de pontos de interesse paisagistico (Fig. 5.9 ¢ 5.10): 2) Pontos de Alta Visbidede: mapeamento de linhas de grande aleance visual (commis de 10 kmde extensio),tiads a patirdo corpo d'&gua do Baro de Using, mo sentido a montante do io Atibaia ¢ atingindo a Sena de ltapetnings, onde se destaca © Pico da Pedra Branca. 1) Pontos de Média Visiblidade: mapeamento de linhas de médio aleance (entre 3 km a 6 ki), tomados no sentido transversal da calha do rio Atibaia ) Pontos de Cura Visiiidede: mapeamento de pontos de ineresse pasasistico de-curto acance, trades unto as vas de acesso, no seu sentido transversal (Vnhas entre 50 me 500 m). Essesentérios sfo importantes no momento da ciagia de censrios de Deserho ‘Anbiental, orincipalmente como indicadoves de vocagées pasosistica. Giiagio de Cenitios Ambientats - Tomando-se como ponto de patie 0 Planejamento Ambiental de uma determinada regido selecionamos alguns crits para a eriagdo de cenérios em Desenho Ambiental 1) Gitéro dy Nio-Agio — ou continidade do manejo das teres péblices de é (0 citbio da nao-agdo € um detesminado ecossistema como ele essencialmente & (0 att “ requeric pels lets federal e ested avavts do Céad Floresta, Lei de Protegio dos Mananciais etc.) 9) Gytérin de Protegg0— 0 qual favorece a tera ¢ 05 recursos, pela conservagio de Sreas sivestes ¢ relacionadas com designagio de preservagio de plentas do ‘ecossistema, vida selvagem, cultura @ recursos paisagisticos ¢ histéricos. 5. a excala regional 139 3) Gitério de Equilbrio— o qual considera as demandes de desenvolvimento, através do manejo de recursos sob © principio de miltiplo uso, desenvolvimento sustentado e qualidade ambiental; ¢ 4) Citério de Uso Favorével -0 quel visa essencalmente & produgéo, inluindo. s¢ af 0 uso recreacional ¢ a exploragio mineral E claro que todos os crtérios expostos podem ser absorvides numa APA obedecendo-se as questées de predominincia de cada locaidade, mas isso seré obviamente esdarecido no processo de Desenho Ambiental, Em linhas gerais 0 esforgo da realizacSo deste capitulo levou-nosa alguns dos elementos formadores de uma nova base teérica, que s80 os conceitos de processo ¢ mudanca, a economia de meios ¢, conseqientemente, a economia de enersia, diversidade como base para a qualidade e educagio ambientais. Desta forma enumeromos 2 seguir algumas conclusSes: 1) Teda a ago no teritéio deve partir de cits de conservagio ambiental, 1nos quais 0s padiSes de qualidade de vide devem estar ligdos 20 eculibrio entre 2 ago antiSpica € os processos naturals 2) A metodologia de abordagem de temas ligados ao meio ambiente deve ser interativa entresintese e anélisé, do comego ao fim do trabalho, tendo como linha mestre uma visio ecossistémica, 3) As andlses, com carat excegées, devem dervar de cenit prévios e nio originar cenérios, evoluindo-se de uma metodologia de planejamento disperso para outra altamente concentrada ¢ bem mais eficaz; 4) A criagio de cenérios é holistica e, portanto, garante um processo de trabalho multi inter ¢ transdisciplinar; 5) Valorizagio da leitura perceptiva utilizando-se os conceitos de Sistemas de Paisagem, Unidades de Paisagem ¢ os critérios de visibilidade, ne eleigio de cenérios de planejamento ambiental; 6) © Desenho Ambiental é um instrumento fundamental do planejamento e da arauitetura, 0 que sexé melhor demonstrado no capitulo 8 capitulo, 6; A Eseala Urbane: © Parque Ecolbsico Nowe de Bestia (PqEN) = Cage de um Cero para 0 PEN © eons dda Paisagem Regional Ordena b igi dbo Parque ~ Concicionantes di "Brasilia, capital aérea e rodovistia cidade parque. Senko arqui-seaular do patriarca.” Lideio Costa?” "Finally, the emerging era of predictive adaptation uses the skills developed in earlier phases and adds to them our abilities for storing knowledge and for technological ‘manipulation, for reason insight, and invention, for predicting the behaviour of an imagined form in relation to its environment, and for shaping it on that basis.” John Tillman Lyle™* © COSTA, Lil, Menara eo Pino Pst 1965. © LYLE, Joe Tilnan. Design for Hunan Ecossens 9. 264. © Parque Ecolésico, Norte de Biastlia @agEN) Nove copfuo apresentamos una experiencia de Desenho ‘Ambiental na escala urbana. Trata-se do projeto para 0 Parque Ecolégico Norte de Brasilia ~ PqEN — cuja érea situa-se na Asa Norte do Plano Piloto de Brastia-DF, com cerca de 175 ha. (Fig. 6. 1) © Projeto foi o vencedor do concurso nacional de estudos preliminares para a referida érea, promovido pela Sematec (Secretaria do Meio Arnbiente, Ciéncia ¢ Tecnologia) ¢ 0 IAB (Instituto dos Arquitetos do Brasil), em 1991 Dois conceitos importantes aparecem neste trabalho: o primero, o do Desenho ‘Anbiental orientando ages de planejamento e de arqutetura (p. 165); 0 segundo, © conceito de parque ecolégico (p. 166). Além disso a implantacio de um parque urbano com as caractesticas do PaEN requer una colacagio dos conceitos de Plonejamento Ambiental e Parque Ecolésico, a qual i estar subjacente no corer da exposigio deste trabalho. + Sé muito recentemente é que a dimensio ambiental vem sendo induida na atividede de planejamento e projeto das atividades que afetam ou alteram a realidade ou sitio existentes. Na verdade, passou-se a reconhecer que toda e qualquer a¢éo ue envolva a introducfo, concrete ou virtual, permanente ou temporsra, de novos clementos em um dado ambiente, sio capazes de gerar ov induzir remanejamento de fatoresexistentes, condo novasconfiguacSesambientais,reorganizando compartimentos « meios ambientais a part da realizagio de relagbes, antes inenistentes, entre os fatores Constituintes ou 2 supressdo de outras que até entdo se realizavam. Desta forma, na introdugio de novas relagdes amibientais em um ecossistema, como no caso presente, deimplantagao do PaEN, ha de ser efetuada aandlise de todos os seus efeitos, de mo- doa enquadkéslos como benelicios ou adversidades, em razdo de suas potencilidedes | em hagldar ou fortalecer a estabildade preesstente dos cclos ecoldsicos. 144 esenho ambiental + O desenvolvimento de um Plano Ambiental norteador da implantagio de um Par- que Eccl6gico com 2 caracerticasestabelecids na propesta vencedora do “Concurso Piblico Nacional ~ Parque Ecolésico Norte” requer andlises especticas que venham a confimar, ever ou completar as proposigbes anteriores, de foma 2 ser extabelecido 0 io € as dietizes para a implantagio e gerendamento do PaEN programa defi Fig. 6.1 Imagem da Ala dos Estados, Irsergfo do PoEN 10 Plano Piloto de Bras 6. a escala uibsne 145 AA andlise prelminar dos aspectosfisiogiicos da érea do PaEN edo seu entomno imediato determina as unidaces morfo-estruturas, ou unidades paisagistcas, necessévias, para a manutengio do equiltoio paisagistco local e de suas implicagées imeciatas. Pela identificacdo do relevo, suas cotas mais elevadas e a determinagdo das linhas de ‘cumeada principais e divsores de dgua secundérios, sS0 icentificadas tés unidades bisicas na morfologia da rea: a Pendlente Nordeste, que agrega as principais manchas de cerrado inalterado; 2 Depressi Central, que contém a principal linha d'égua que ‘ruza a érea, com um processo erosivo no seu limite oeste; e a Cumeadl Su, voltada para oeixo monumental. A articulagto desses tis stores € determinada pelos as-pectos fsicos e bidticos do sto, relacées espaciais com outros usos urbanos do entor-no aspectos funcionais do programs, ‘Numa etapa posterior a0 concurso, fei desenvolvido o Plano Diretor do PEN, 420 qual foi anexada uma gleba adjacente a rea do parque, que abriga, atualmente, um ‘camping e que foi destinada a um setor indigena, proposto pela Sematec, onde se instalaia “Casa da Palavra”, ume espécle de parlamento indigena com representacSes das principais nagdes indigenas brasileiras. (Essa parte no seré inclufda como objeto deste trabalho.) A Giiagio de unm Cendrio. pare @ PaEN: . DA seco de um Pacue Feciscg na kes ubine correspondente ao Plano Piloto de Brasilia deve, no nosso entender, conjugar uma « ta articulagdo espacial com a estutue urbana e regional exstente e uma ordenagso interior decorente de um enfoque paisagistco global que inclui uma ands doi elementos naturals ¢ atificiais que compiem seu local especfico de implantagio. (Figs. 6.2 e 6.3) 146 desenho ambiental Fig. 6.2 Asticulagio espacial com 0 conterto uibano regional 6. escals ubena 147 Fig, 6.3 Esquemas Grifices do ‘Concepgio do PoEN. No ako: Astculagio 20 Plano piloto. Noses: tasPeervess — (7S\ PaEN a0 marco seferencal HN, Sapeeern vertical de Brastla: Abaino: 01 Trés Setores. Principas do PqEN sowie EBS COLD PoEN & malha urbane regular do entomno. Cort OPaEN compose, unto a0 outro grande parque de Brastia,o Parque da Cidade, uma longa fixe destinada a éreas verdes que acompanha 0 desenvelvimento linear, no sentido norte-sul, da cidade, conforme a proposta original do Plano Pilato (PaEN/ Grandes Areas Verdes de Brasfia). (Fig. 6.4) © préprio Licio Costa, no memorial descitivo que acompanhou a proposta vencedora para o Plano de Brasilia, refere-se 3s cduas grandes éreas verdes como “pulmées”, na medida em que foram “simetiicamente dispostas em relacéo a0 exo monumental", e representariam, assim, eas de respiragdo para a cidade. De ato, a sua exsténca elocalizagSo eforga a solugso linear do Plano Piloto, estabelecendo duas margens verdes de ambos os lados (os dois Parques ¢ a APA~ Acea de Protecio Ambiental do Lago Parano8), garantindo ¢ menutengéo da forma urbana propesta para a cidade. Fig. 6.4 “Aisne: Praoese Reseras Natura do Distito Fede ‘Acima: Os dois “pulnées de Braslia: © PgEN 2 Note ‘eo Paraie Cidade a0 Sul do Plano Plot. 2 escala ubsna 149 O cardter do BaEN ciferencia-se radicalmente,.no.entanto,-daquela.do Parque-da dade; enquento aquele era destinado essenciamente a vias Formas de lazer ao rine, teste € voltado essencialmente 3 educacéo ambiental, por formes de lazer informatvas & formativas. Desta forma, com a existéncia de dois equipament vel imainar um atencimento. bastante satilaério e. dvesicad populacdo urbana. de Bras, uma ampliagSo-de.sua conscién ‘Assim, 2 visio ecolégica, que fundamente a prépria concengio © idealizagio do Porque, constitu una manera de abordar os problemas ufoancs com alto teorsincrénico « holitco, & medida que todos os fenémenos s80 percebidos a sua necesstia iter sclacdo einterdependéncia, © importante, no caso, no€ deinirfungBes ou neces-sidades com respostasdiretas, mas, sim, iniciar um discurso novo,em que necessidades inesperadas surjam ¢ novss visSes ocovtam, mesmo que sobre paisagens faiares Em outras palavras,.o.“espito” do lugar ecolésico, do lugar sagrado onde 3 as demait coisas, ou onde tudo € ni natureza prevalec ige uma viséo 176Va, transcendental, na qual os objetos desaparecam em sua forma fisiea € reaparecam agua esséncia, As coisas assumem, assim, inusitadas pro-porgdes, e esté ne licida manifestagso deste estado de coisas que os desenhos desses elementos tomem sua forma definitiva e/ou provisdia © parque proposto vincul-se a0 sistema de parques de Braslia como elemen- to de conexdo entre os espagos lives urbanos e as grandes éreas de preservagéo das bases naturals cegionais. A principal atiulagko com a estrutura urbana existente visa estabelecer uma lgagio perceptivo-fisica com o grande marco referencial do eixo mo- rnumental do Plano Pioto, a Tome das Estagées Rédlo-Emissoras, descrito por Lécio Costa como "...elemento plistco itegrado na composicao geral da cidade”. (Fig. 6.9 € 6.3) Lembremos aqui aintengéo do autor do Plano Piloto de permit, 2 partir des- sa mesma tome, viswis sobre a cidade e as grandes Sreas verdes, "simetricamente ispostas em relacSo a0 eixo monumental, como que os pulmées”. Outta vinculagto jproposta com a malha urbana existente € estabelecida pela definigSo de uma malha geradora paralela ao tragado vistio da Asa Noxte como fator de organizagSo de todos cs elementos do programa do parque. 150 deresho ambiental Condicionantes; da; Paisagem, Regional ” zem)-A paisagem natural do Distito Federal & caracterzada por ondulagbes suaves,oferecendo, de sus linhas de cumeada cots mis elevades, amp vibilidade, em que. envctsioatmostéico adauire una presenga especial. Iso & percepivel a patie da linha de cumeada sobre fologia do Relevo a qual se desenvolve 0 eixo monumental do Plano Piloto, ¢ de suas ramificagées mais sigificativas, como a que secciona 2 dea do parque. (Fig. 6.5.) Em decoréncia desta estruture morfolésica, a regido apresenta um sistema hidtico tem defnido, tendo o Lago Paranoé como elemento princi. A érea do parcue, no entanto, nfo ¢ sevida por cuss dégua, caracteizando-se como um setor sido dentro da bacia, Este ftor grou a necessidade de insergSo, no parque, de recursos ickcos por via arificisl, para favorecer a presenca humana, ¢ de vegetacio fauna Uso do Solo|~ © uso do solo resional divide-se basiamente entre Seas urbanizadas e dreas de campos canados. (Fig. 6.6.) foram cedendo lugar a campos e espécies exéticas, com um claro sentido microclimatico para o sombreamento. Assim as manchas de cerrado inalterado, como as existentes na rea do parque, que sinda permanecem junto as éreas mais urbanizadas do Distito Federal, ascumem uma importancia significative Por sus localizagio a oeste do Plano Piloto, delimitando-se a0 norte com as freas cde preseracio.e pesquisa da Fundacfo Zoobotiriea edo Parque Nacional ce Brat, NY cons ve ie SZ nites ne CUBA Cy rex 6. a escals ubana 151 20 sul com amplos espacos do eixo monumental e do parque da cidade, o Parque Ecolégico pode, assim, representar uma gradagio entre as morfologias naturais ¢ construidas. cor, 0 S80 7003 2000 Fig. 6.5 Morfloga do Relevo e Drenagem (Condcionanes da Paiagem Resion). 152 deserho anlbiental Fig. 6.6 Us do Sal (Cogent ds Potgen Regn). TET ae woos. © sto ce nan _[Malha Bstratural Segundo os cdnones urbanisticos do racionalism funcionalista,— 4 estrutura urbana do Plano Piloto caracteriza-se pela regularidade da malha vida, pelo listanciamento entre eificios e vias, e pela alta incidéncia de expacos abettos nas superquadkas. (Fig. 6.7) Este conjunto configuetivo apéie-se num pequeno nimero de conexées extemas, com enxos paralelos ou perpenciculares,fortemente hierarquize- dos, que determinam unidades mosfoldsicas bem definides Por aquelas ceracteristicas do contexte ufbano local, de grande regularidade formal, contrastando com as formas natures dos campos certedos, decorrentes dos pro- cess0s de erosio, drenagem e ocupacio bibtica, 0 parque pode ser cancebide como elemento de aticulagio entre estas das estruturs ambientats. (Fig. 6.8) 64 a escila ubsra 153 ie Se rine cs Fig. 6.7 ‘Mala Estate ‘(Condisierants ds Pazagem Regional). 154 esenho ambiental Fig, 6.8 Fatores Fsiogiicos (Condiconantes da Paisagem Local) ca cee ea spo Qidenagaa. lnterion: do-Parque— Condicionantes.dé Paisagem Local FrasoresFsiogrticos A and ss da Sea de intervencio e do seu entorno imediato, determina as unidedes morto- estrututais, ou unidedes paisasistices, necessérias para a manutengao-do-ecullbrio ecolégico local e de suas implicacSes regions imediatas. (Fig. 6.8) 6. a escal uibana 155 Por meio da identificagéo do relevo, suas cotas mais elevadas e a determinagdo das lishas de cumeadas e divisores de gua secundérios, foram identificadas trés unidades bésices na mortologia da érea: a Pendente Nordeste, a Depressdo Central, que contém 2 principal ina d'égua que ciuza area, com um processo erosivo no seu limite oeste, ¢ 8 Cumeada Sul ‘Ordenagio Interior do Parque — A estruturacio intema proposte para o parque vise reconhecer e distribuir racionalmente os trés grandes setores do argue, quais sejam: 1, CUMEADA SUL (Area Administrativa Institucional);, 2. DEPRESSAO CENTRAL (Area de Educagio Ambiental), 3, PENDENTE NOROESTE (Area de Preservacéo) A atticulagéo desses ts setores € determinada por uma andlse dos aspectos fisicos e biclésicos do stio, relagdes espaciais com outros usos urbanos no entomo, ¢ aspectos funcionsis do prosrama, conforme apresenta-se no Plano Geral. (p. 155) Vegetacéo + Um dos fatores biofisicos mais importantes para a interpretagio ‘ocupacional dos setoresfisiogréficos foi o levantamento botinico da érea. (Fig. 6.9) As ocorréncias florestais relacionadas com a. érea do Parqueeram, primordialmente, de campos ceados, onde Srvores de porte baixo, como troncos torcidos ¢ recuwvados, destacam-se entre pequenos arbustos e gramineas. (Fig 6.10) De acordo com o seu nivel de preservacéo, esta vegetacio se apresentava 1a frea do Parque em tis stuagSes: érea nfo desradada, ocupando a sua pendente nordeste; ea alterada com a introducio de espécies exéticas, en manchas isoladas sobre a depressio cential;¢ éreas degradadas pela remogio dos extratos arbustivos © arbéreos, concentrades a0 sul 156 desenho ambiental Fig. 6.9 Vegetasso __--fCondesonates do A cobertura vegetal da érea do PqEN apresenta-se, sob trés formas distintas: — uma primeira érea que corresponde a mais da metade do terreno, com grau de conservacio razosvel, que pode adavitir uma fosma representativa do cerrado original, com algumes ages de reeuperagSo ambiental — uma segunda drea, onde 0 cerrade original aparece pulverizado em peque- ras manchas, 2 qual foi bastante atingida pelo pisoteio gerado por vies tithas,as quis igam duas eas ocupadas pela uberizacSo — elgumas das quais alisha de alta- tensio; 6. e excal urbana 157 Fig. 6.10 Aspecto do pisagem do sendo na ira de PaEN. Espécies natvas. Acima: Vellosie Avicans. Abaixo: Kielmeyer corse. — ume terceira apresenta o cerrado totalmente degradado que, além da acio id identificada na segunda rea, apresenta ainda a introdugio de espécies exdticas plentadas de forma aleatéria. Entomo Urbano ¢ Acessoi— O Parque Ecolégico None (PqEN) situase conforme o nome sugere, no setor noroeste do Plano Piloto, tendo a Asa Norte como contexto urboano imediato. (Fig. 6.11) 158 deserho ambiental Fig. 6.11 CCondicionantes da Paisagem Local ~ Entorno Urbano — Acesos. er He ‘As breas acjacentes que fazem divisa com o Parque so. 25 seguintes: _aceste: 0 Setor de Recreacio Pablica Noste ~ SRPN (Camping), 0 Setor de Habitacio Coletiva Noroeste— SHCNW (em fase de projeto) eo Cemitério Norte ~ CEN, passando 20 longo da divise com a adutora subterrines da CAESB; = e noite, o Setor Terminal Norte — STM, onde se leeilize 3 Fundagio Zoobotinica; 6. a escale ulbans 159 aleste: 0 Setor de Grandes Areas Norte (SGAN), onde se localizam escolas ¢ entidades assistenciais; — a0 sul: 0 Setor de Administragio Municipal — SAM (érea piblica contigua 30 Detran). Ainda deve ser destacada a proximidade a outras Sreas importantes da cidade as de cardter institucional, como 0 Centro Despottivo, 0 Palicio do Bunt e as Secre- tarias do Governo do Distito Federal; ¢ as de caréter residencial, como os duas reas habitacionals situadas nos anredores do Parque — a Asa Norte Residencial ¢ o novo Setor Noroeste. [Mais ao norte deve ser destacada a existéncia da éree do Parque Nacional, uma srande reserva natural, margeando o curso dos ibeisées Torto ¢ Bananal, que alimentam © lago Paranod. (Figs 6.5 ¢ 6.6) © fill acesso a0 Parque € garantido pelas igagdes da Asa Norte/Centro a none idagdo Zoobotinica. (Fig: 6:7) ~ Espontvo ¢ Plano, Gera! . BA seca do PaEN apresents tts ovis de desradacéo bastante diferenciados, sendo que a drea sul do Parque, @ mais prévima do Eixo Monumental, €a que sofreu maior impacto. A seguir vem a rea central, onde se distdoui a rede de altactensso que corta 0 Parque, apresentando ainda algumas manchas de cerrado em fase de recuperagio. Por fim 0 setor norte do PgEN coincide com a érea de cerrado mais preservada © Plano Geral, orentado pelo Cento Futuro, vai portanto adeptando-se 5 caractristcas biolsicas € 08 niveis de antropizacSo presentes na Srea destinada a0 PoEN. lesenho ambiental 160 : ot IN esta amento/Plano de. Mass (Figs. 6.12 © 6.13) ~ © Pafl Be vs ts grandes setores,encavados & mala estutua do Plano Pioto « = or ts beas de fontetaditintas, como explicamos a seguir: balzando-se setor 1 Cuneada Sul ~ Quando as éreas degrades def aceso a0 Exo tal, Nesta &rea esto instaladas as atvidades adminisrativas e insttuctonais, a, eas de apoio, onde sero introduzidas espécies vepetas exbtices de grande as & ca a mento pio, provedors de sombearento,entrmeando as edifcacées poste e crs aos aberos daquele stor es e : / f i 1 I Gs emrtele” 108 so~ Aba 9. sex CO ae tate 22 Smt remme. Fe] gate ars or Bea Rise EE, Bac fase AEE CO RIB. EROMTERA VERE. DE 1 Saunt ax, LE) eerie sm DE AA TENSIO fEal mse p6oA a FROMTEIRA VERDE. Fate _ eeneloaminsy PoE ig, 12 ee Zoneamento do PaEN. 6. a excels ubona 161 CO reecacons Ory sna at Suuns coos, 5 ent emo Fig. 6.13 Plano de Massas do Pa, Setor 2 ~ Deprestdo Central — Ocupando as freas alteradas de cerrado original interliganco a malha urbana no entomo com as diversas dreas do PEN. Este setor abrigaré 0 pélo central de atragio para os ususrios do Parque, composto pela Ala dos Estados, os grandes lagose as estufas piramidais, os quis expordo aos vistantes as cinco Provincias fito-geogrificas do teritério nacional, de acordo com a concepgio de Martius.” Neste setor seréo recuperadas as manchas de cerrado elterads pela ago antrépica com espécies nativas Setor 3 ~ Pendente Noroeste ~ Ocupando sreas de preservacio do vesetacSo ‘existente @ interligando 9 PEN com os grandes ‘espacos naturais da regio. (Ver "° Marts, Cal Fiedich Philipp von -botince que wstos 0 Bal ene 1817 © 1890. Em aue manuel obra Fle Bonar dsl o trite brave en since proves tie-geies,albundorthes ura nomercltu insiade ny witless sree ah forma que segue: Naiaces (Amuséis), Hlaakades (Nordte), Drades (Mata Antics); Ores (Cameos Cedar do Centor-Oeste)e Nuptis (Su). Secgbes Setoias 1 € 2 po 7 neque zmpotinco: Cal eee! Cal aaa Ca 18. yng oe. cers =I enpggen SEE I a oe eames creme CETISEE ZL MOO yt arusae alse tren come LET ee te me mane Santsiae seems Oo reo fe Penance Tiieleetaee/ Pp] macnge eormameent Oy ee nt SIEERAREE ES 5 agin burnee amare OO BEE TS waa SIE ee senso emu 2 HO S39 ea Hiet wana = meen, Sessa, OO Raa see Bealeton pe REE ee Fig, 6.4.) Este Setor conesponde 3 érea de preseragio mésima ¢ é de acessorestito 20 piblico, abrigando as fungées de estudo e pesquisa ‘As frees de honteira que aparecem na Fig. 6.14 com os ndmeros 4, 5 € 6 eram 4rees verdes destinadas 20 lazer ativo e & educagio ambiental, o que sexé melhor explicado no item a seguir 6. a escala ubbare 163 SecgSes Setoriais 1 ¢ 2 (Fig. 6.14) — Os setores 1 e 2, Cumeada Sul ¢ Depresséo Central, por concentrarem as atividades de maior atragio ao lazer piblico enaturalmente pela complexidade de equipamentos infa-estruturas que demandavam, foram detalhadas numa das pranchas do concurso. ‘A Cumeads Sul ¢ 2 Depressio Central estéo conjugadas por meio de usos e espagos prevstos de acordo com 0 Programa do PaEN ¢ com nossa proposta de recuperagio ambiental para as é1eas degradadkse alteradas da vegetacio original da resigo Os edificios propostes sio apenas ilustrativos, j6 que estes deverdo ser objeto de projetos futuros. Na Fig. 6.14 observa-se,além dos setores principals, as éreas de frontera do parque, conforme segue Setor 1 ~Corresponde ds entradas do PaEN e ds éreas de estacionamento, estas ispostas ao longo da linha petimetral ¢ em dreas desprewidas de coberturs vegetal Nesse setor esté indicado um plano de arberizagio com espécies de sombreamento e sistema radicular axial que no entrem em conflto com os pisos semipermesveis ou recobertos por saibro ou pediseo, Setor 2 —Indicando trilhas ¢ ciclovias, esté pensado de modo a que se aproveitem as tilhas jd eistentes no teen, abertas pelo uso da populacio loca. Neesses circuitos © usuétio do Parque seré incentivado a tiés "leituras” basicas de nossa proposta, que sio: a“ leitura do cerrado a “leitura do cireuito ds Sguas de Ribeiréo Bananal” expressa nos grandes lagos, nos canais ¢ nos tanques de tratamento; ¢ 2 “letra semi6tica" expressa nas cinco estufas piramidais e nas torres de vigia do Parque, dispostas 20 longo do Eixo Estrutural, & distincia de 500 metros uma da outra.°° “As Tames de Vi foram persads tanto no sentido de prevengio de nctnchos aes predadres quent no senido do wo lio de populace. O cdadio acensando 0 topa da ees podria vt de ponos de vibe do Pout como um todo, bem coma de seus "eontitn” com a mancha wibena de Bestia do clilogo do eto do PGEN com a Tene de Television “aire” do Pino Pilot, 164 deserho ambiental Setores 3 ¢ 4 Indicam as éreasreserradas 0 receber as edificagdes da Sema- tec, Administragio € as Estruturas de Apoio, as quais deveréo ter gabartos de altura bbaixos e a se organizarem em torno de espacos vazios ajardinados interiores, que faci litem o conforto téxmico € visual dos ambientes de trabalho, sem gusto excessivo de energie Setor 5 — Destinado & Ala dos Estados, comesponde ao Centro de Vivéncia Piincipal, cercado de lagos e organizado ao longo das marquises que se alinham a0 exo cdo PoEN e abracam as Estufas Pramas ‘© Centro de Vivéneia culmina na Praga dos Estados onde bares, restaurantes & lojas oferecem aos visitantes os pratos ¢ produtos tipicos de cada estado brasileiro, © conforto ambiental da Ala dos Estados ¢ garantido pela proximidade aos srandes lagos e por um canal de 6gua corente longitudinal, pontuado porjatos df gua ce macigos de vegetacso. A visio perspective do canal éreforgada no somente pelo boalizamento das marquises como pela presenga de duas linhas de busts (Mauris Alewoss) dspostas simeticamente a0 longo do vio artical Setor 6 — Contespondente a uma frontera veide de 200 metros de largura, dlsposta ao longo de face noroeste do PaEN, € dedicada a uma érea de amortecimen- to de impacto entre amancha urbana do Setor Habitacional Noroeste do Plano Piloto ea Area de Preservagéo Maxima do PqEN. Nessa faixa esto dispostos vérios equipamentos para a prética de esportes¢ lazer ativo que atendam principalmente &s comunidades locals. Setor 7 — Comresponde 3 fronteira verde de recuperagio. Esse fungéo surgiu em deconncia de recuperagio de tamponamento de uma vocoroca”" que existe nesse local, a qual aponta justamente para a érea centtal do PgEN. A seséo empregadas téenicas de drenagem e de replanto da vegetacio para estancar © processo erosivo. + Vegooes ~ ete temo referee uma bra Ge procene crv en fine aaa, Ene terme ompregndo ‘enasrononie queno enorme end eparscinin solo, em deconénci da ago de bagbo do careameto demteil anipotde pelaschav, oor priser em sols despovis de cobetura vegeta excals urbana 165 Setor 8 — Conesponde a frontera verde dedicade 3 Educagio Ambiental Comaanitaia. Ai destacam-se os canteiros experimentais de culturas orginicas, 0 Atelier de Astes Aplicadas, a Feira de Produtos Naturais e Aveas de Servigo e Atendinento 8 Comunidade. Fases de Implantacio — E:tio previstes quatro fases de implantagdo para a concretizacio do Cenétio proposto para o PaEN conforme disposto a seguie: (Fig. 6.15) Fase 1 —Construgdo de sede de adminstacio do Parque, a estrutues de apoio, controle acesso 8 rea do PgEN, bem como as vas de acesto prncipais. Nessa fase enfotiza-se a criagbo de viveiros de plantas tanto para 0 repovoamenta da flora natva ‘quanto para a multiplicagso de plantas exéticas a serem empregadas na arborizagdo composigéo paisasstica futuras do Parque FASE Of cpa 94 sn as FASEO2 ree oem R oY SiverS otas Aee e Es Goines ernie PASEOS sponge mons ro Be tome einen FASE OF agar os ut Ki Fig. 6.15 papas on sty Fses de Implantagio do PaEN. sete 2 stu no 166 deserho ambiental Fase 2 ~ Ceptagio das Sguas do Ribeitéo Banana e as modelagens de solo para receberem of lagos, as edifcacées, 0 sistema visrio € os estacionamentos. A terra ecorrente das escavagBes dos lagos seré empregada no proprio parque, s0b & forma cde dunas e em lugaes despojados de vegetagio rativa e dispostas a agio da erosso (como no caso do Setor 7 da Fig. 6.1.4). Nessa fase seré dedo inicio & implantagson ds estuturas aquitténicas dos Setores 1 « 2 de extudo e pesauisa e do Cento de Educacso Fase 3 — Implantacio das Antbiental Fase 4 —Implantagdo das estufss dos Ecossstemas Brasileiros ¢ a ofiizegSo dos procestos de recuperacto ¢ recicagem ambiental Nesta fase dé-se, também, a jmplantagio do museu € das instalagées de uso publico, espalhedas em pontos estratégicat do Parque. O projto prevé que a consolidagio de todas as fases e abertura dos primeires setores ao us0 publico ser vidvel num prazo minim de cinco anos. Gestio do Parque ¢ Manejo (Fig. 6.16) — A proposta fisico-ambiental do PEN conjuge-se @ uma estrutura administrativa apropriada & sue gestéo, bascada em conceitos de descentralizacio ¢ relativa eutonomia daquele. Para tanto propde-se iagio de uma fundagio sem fins lcrativos — a" Fundagio Parque Ecolésico Nowe" com autonomia administrative, baseade em cecursos préprios vindos de concessbes de so, cobranga de ingrestos a alguns setores do parque, a exploragio por mensagens comercais que utilizassem a imagem do PaEN, impostos ambientas et. [Ra nEETT] WROAO EO ENO DEENCATAO, 20080 ADMIT AVBENTAL : TRO | sore seed on ECUSOBEINANC DAG. 6. a escala ufbane 167 A Fundaggo devers ser reside por uma dietora, com 2 pattcipagso de um Conselho Ambiental, composto por representantes de entidades edrgd0s governamentais relacionados 3 questéo ambiental, representantes das comunidedes locais © da comunidade cientfica. A Fundagio do Parque Ecolégico Norte seré vinculads institucionalmente a0 seu 64380 criador, a Secretaria do Melo Ambiente, Ciencia e Tecnologia do Distrito Federal — Sematec. A Ala dos Estados (Figs. 6.17, 6.18 ¢ 6.19) - A Ala dos Estados estd projetada para ser um grande ponto de encontro de Brasilia. As estruturas de metal ¢ vidro das estufas piramidais marcam o “sky line” da Asa Norte e pressupoem uma tecnologia de pontana sua elaboracSo, uma vez que deverdo reproduzir em seuintetor as condigdes climéticas ideais dos ecossistemas brasileiros. A Ala dos Estados, vista em corte, apresenta tes niveis de circulacSo: 0 principal ou de pavimento téreo, 0 boulevard elevado ajardinado localizado sobre o teto das rmarquisesje o pavimento inferior contend éreas pare equipamentos das inra-estruturas € para acesso as extufas. A Ala dos Estados por sua complexidade de execucio ¢ rmanutencio deverd contar com a pattcipagio e recursos dainicatva privad As pirdmides-estufa estio projetadas de forma diferenciada umas das outras, atendendo a questées tanto funcionais quanto simbélicas. A estufa das Naiades € a tinica tem formato de pitimide completa; trés delas sao truncadas ¢ a representativa do ecossistema das Ondades é deconstruida. O entrada ao interior das estufas dé-se por acesso subterréneo € possui cfimaras de acimatagéo dos visitantes para se passar de um ecossistema 2 outro, sem risco de choque térmico. I 1 eT 1 ei) BABE [om] [NT faim oenesa || YO} sure, Pe s08foepanos| | otal |] "| |cema. Fig. 6.16 Gestdo do Parque © Manejo "A piri dos Orfader eae sus etre mete desprvida de vidos em vied ei 0 eos local. As bate € decnstni deen env em seu ter um recat do lago de onde emerse. O88 valor, portant, puamente esti esinbélco. (Fig. 6.17) desenho ambiental 168 Y Fig, 6.17 ‘Alla dos Estados [ALA 005 ESTADCS (im nt 5 dS Sere 122] LEGEND! nas Posge., doe Bares 5 Mo an Ee 58 pMOEs Re oe inhi. 523 eee sais tnt Cals, 528 ORADES Rng Cr» Onde /Careds Bed DibDEs/rapee latin Alton naan 3255 NIPEAS/ Saya SMa Temper i. 6. £3 SE can do Temas da opt Perspective da Ala dos Estados 84 ete c = my oN 8s sescdla urbane 169 © Desenhe: Ambiental Orientando, Agses de. Plsnejamento e- dé. Arquitetura, Cone feist norco deste capitulo, o projeto do PaEN Somsiiuse num forte vecuo de reforgo de nossas fomulagBes tesicas sobre a importincia de Desenho Ambiental, desta vex na escala urbana, Como pudemos vet 0s princibios que originatamo desenho do PaEN contastam, taclealmente, com os que moldaram o do Plano Plato de Bastia, enbore 0 primeio se ‘encaine perfeitamente 8 malha estrutural imposta pelo dltimo, A diferenciagio entre Desenho Ambiental e Desenho Paisagistico ¢ Arquitet6nico ttadicionis se dé especialmente pelos seguntes pontos: = Conesito Ecossstimico, © qual pressupée o equitbio entre os processes ‘naturais, Prexentes na érea de estudo, ¢ onde sfo respeitados os Huxos de energiae de Vide, incluindo-se af os fuxos antipicos, devidamente controlades, = Gonceito de Consewagio Ambiental, no qul sie enfizades a automa e ‘uto-suiciéncia,elatvas, de todas as exituras projetaces para o futuro, onde se Imoinzem os impactos amber, patente, ndo se scbrecareguem as erage fun, ~A visto daubarizagSo como um ecosstems human inte os ecottemas naturas, cos quais depende e com os quais intrage O desenho do PEN pressunde a preseragse ménine de dos tergos da drea total do Porque, valorizando 0 ecossistema do centedo, cujo valor dh flora © da fauna 8 ultimamente tem sido reconhecido, 170 deseaho ambiental ‘© Desenho Ambiental do PaEN origina a localizagio ¢ as formas arquitetBnicas € nfo 0 contrério como usualmente ocorre em nossa préxis profissional. © Conceito: dz “Parque Ecolégico” * Peseta Ambiental, expostos no item "O Deserho Ambiental Orientando Acées de Planejamento e de Arquitetura", pode-se entio defini como Parque Ecolésico © porque que prima por se orientar pela Visbo Ecossstémica, sendo real, pelo menos virtual, 2 titulo de " informagio" No caso do PaEN, por suas caractersticas de tamanho e localizagSo, sabemos que 6 impossive reproduce um ecossistema de cerrado, no sentido Mato sensu. A reciclagem das dguas, totalmente artficilizada de um rio “capturado” do dominio do Parque Nacional de Bras, cvjas éguas sfo utizadas e depois devalvidas limpas ao Lago Paranoé, pode Ferr duramente os conceitos de equilibro e processes vitais dos ambientalistasferenhos. No entanto, essas agSes poderdo ser fortemente instigantes @ motivadoras em processos de educagfo ambiental no mei antrépico,alterando nossos padiées de valores culturas, como os relatives ao consumo @ ao lazer. “A Forma Segue: 5. Flunos? Como shminnames antercrmarte, 0 Deseaho Ambiental do PaEN, embora amoldando-se Malha do Plano Plloto e ao constitur-se em seu "Pulméo Verde Norte", consegue afirmar-se dentro de uma base paradigmstica 172 deseaho ambiental totalmente diversa d3 que seniu a0 Plano de Licio Costa. Este, enbasado na Carta de Atenas ¢ nos ensinamentos de Le Corbusier, teve um momento de biiho inegével no gesto da cruz que oviginow a bela “cidade em forma de péssaro"; no entanto, a cruz € um arquétipo univers que traduz posse e dominio sobre o teritbio e, por conseqiéncis, sobre a natureza, que aproxima o ato de Costa 20 dos primeitos colonizadores quando fincaramn na praia baiana 0 famoso eruzeiro. A cidade péssaro, de cert form, também apresenta uma face de caéter uspico semehante& das cidades ideaisrenascentistas (come fei visto no cap. 3) , por partir de forma prefixads Nada do que acabamos de afimar desmerece 0 tabulho de Lico Costa ¢ demais arquitetos de Bria, 2 quem adhivamos e respeitames e sobre cxjas expeitcias muito ‘aprendemos sobre aruitetura e ubsnso, No entanto, of ftos do processo sécio-cutua aque 01a vivenciamos demonstem que heuve uma ruptua muito rande ene tudo que 2 humanidade vveu antes e ap6s a Segunda Guera, esa ruptura nfo era viel no tempo em que Licio Costa patcipou do Concurso de Bafa. Somente ago nos itmos anos do sécalo XX, € que temos condigBes de inaginar as dimensées dessa mudanca Podemos traduir a idéia de transigio entre © momento modemo da arquitetura «0 atual,contrapondo a frase conhecida "a forma segue a func” pea frase "a forma segue 05 fhyos”.” E importante teforcar aqui que © Desenho Ambiental, no caso do PaEN, fundamentado numa concepgéo ecossistémica, consegue responder nfo apenas as _questdes impostas pelo suport bioisco local e regional como também 3s questées funcionas eestticas ubanas, e até consegue umainversdo de certs stuacées de projeto tradicionsis, quando aarqutetura do edificio como foco principal uiava as demais agbes de projeto. Nesse caso a arquitetura derivou como resposta a0 Desenho Ambiental ¢ ‘como elemento culminante do parque com a cidade. 7A faa segue os fxr" nse que pode "a foma segue func" mito utssds pelos arqutees pasts secant, na aualéade,tetando mos ocontaste ent aise tal ea escla da Bahes. capitulo 7 Eseala, Po! WAV ‘Ambigntalifa Escala do. Lote QPesetoy “Ae ti il ui “Em sua mais ample acepgio, conservagio da natwreza significa © corjunto de procedimentos que viebilizam 9 utlizagdo pelo homem dos ecossstemas organismos vivos, bem como dos recursos marinhos, terestes @ atmostéticos, deforma a obter-se a méxima produtividade sustenteda, mas sem pr em isco a integiidade das espécies e dos demais ecossstemas, Consegientemente, conservagio englobe tanto a preservagio integral de pelo menos parte dos ecossistemas natuais como a utlizagio racional de seus recusos ¢, einda, a restauragio dos ecossistemas que jé foram degradados. Ela visa, precipuamente, @ preservagio da diversidade biolésica, © aproveitamento sustentado das espécies e dos ecossst. mas € a manutengio dos procestos ecolégices exsenciais aque permitem sua exsténca, tis como a manutengio dos solos, 2 recicagem dos nutrientes © a preservagio dos recursos hidticos. Em sintese, conservagio da natureza sisifca usar os recursos da tena sem destrutlos, ¢ g2- rantindo sua perpetuidede.” fesen de Gusmio Cémare* CAMARA, Ibsen de Gusmto. Aveta Aditi. 9. 26 OCondomifia, Baleia, Bess chao, reszado ume a una fina de ‘engenharia, trouxe-nos uma experiéncis nova que foi a de aplicar o Desenho Ambiental no projeto de um condomfnio residencia, localizado num terreno junto & Praia da Baleia. O Proje- to Ambiental foi usado pelos empreendedores coma instrument de aprovagéo do condominio, junto 8 Prefeitura local (a de Sao Sebastido) e ao DPRN, uma vez que as leis de preservacdo ambiental so muito rigorosas em faixas de restinga, © condominia Praia da Baleia, inserido num ecossistema de restinge da Bioma Ailintica, desenvolve-se em érea urbana do Distito de Maresias ¢ pertencente a0 municipio de Séo Sebastiso, daf a possibilidade de desmembramento em lotes. (Figs. 7.1.€ 7.2) No entanto, de partida, o lote apresenta uma forte linha de impacto que era a ‘passagem, em sua parte frontal, da Rod. SP-55, dvidindo-o em dois: uma parte menor, equivalente 2 20% do total, em contato com a prala, ¢ a parte maior na érea posterior 4 rodovia, num total de 80%, onde se desenvalve 0 condominio pro-priamente dito. ‘A pate fronteitga 8 praia, embore podendo ser utlizada por ei, para lazer, sofre uma série de restiigdes maiores nas leis ambientas por se tratar de fuixa de jundu.%* Na parte posterior do terreno, existe uma faixa transversal de mata de restin- 88 protegida pela legislagio, que toma a dividir 0 terreno novamente em dois, portanto o Desenho Ambiental deve possibiltar a que os projetos de arquitetura e paisagismo trabalhem com essas caracteristicas sem prejudicar o revestimento floristico semanescente, * Faha de und ~ fino de vegetaco pioncin cue revete os cordées aenorr ao longed literal, dandoshe ina kegfo patagites cacti 176 desenha ambiental am tenis ai ial ; it Fig. 7.2 Conclomfnio Baleia ~ Localzagdo. Referencias palagistica. Acima: Viste do teneno, mata cistente © sera do Mar. Abaix: Praia da Baleia, ponta da Bala eilha da Balls. Fig. 7.1 Praia do Bala. sspectos de vegetgio na 492 do Condonisio Bales 178 deserho anbiental, E bom lembrar que a rea do late havia anteriormente softido um forte impacto ambiental por ocasifo da abertura da rodovia que o atravessa, ¢ por um oleoduto que passa junto & dvisa dos fundos, servindo-hes de canteito de obras. Esse canteiro dei- ou como marcas um grande areal na frente e um lugar encharcado nos fundos com vegetagio pobre Este Projeto Ambiental cuids, portanto, de reduzir 0 impacto das obras do condominio, bem como de recuperar as partes degradadas do late. Para isso desenvolveu dois cendrios de Conservagéo Ambiental. Lm cenério de Conservagéo Ambiental ideal e outro de conservacio minima, que foioescclhido pelo empreendedor, conforme segue: Cenério de Conservagio Ambiental Ideal ~ Neste caso afaina de mata enstente Econservads € ampliads, promovendo-se, também, o plantio de mats trés manchas de mata natural, sendo uma na parte fronterige do terreno, junto 3 praia, outa seguindo paclela & SP-55, reduzindo o impacto dessa via, ea tikima stua-se nos fundos do lote, separando-o do oleoduto. (Fig. 7.3) Cabe notar que, neste caso, a sede social passa aos fundos do lote e a dra residencial propsiamente dita ocupa certa de um tergo do lote. Junto & praia hs apenas uma construcio ristca, tipo quiosque, como &rea de apoio aos banhistas do condominio. O restante das Seas lives do tereno recebe tatamento paisagistico com pisos semipernesves, arborzagéo omamenta,jardns losis e gramados. Essa opco conta também com uma passarela de ideire para pedestees por sobre a SP-55, que liga os duas partes do terreno. Cenério de Conservaggo Ambiental Minima (Cenério escalhido pelo cempreendedor) — Neste caso a mata existente & conservade enquanto o restante das reas lives do lote recebe apenas tratamento palsagistico com pisos semi-permedveis, arborizagio omamental,jarlne Ras egramados. A passarela de pedestres neste caso foi retiada. (Fig. 7.4) 7 3 excala pontual 179 Egosnalema de Leslinge. pees Urhanie ~ Lendinio de Precenvorgas Ideal LEGENDA | Bz Mate. Freservada. 77 Mat a Racypersr 5 Area Social Tralimente fausagisticn > Gea Semi Permediel Ea Brea, Impermensr|iande Camnkos de Best Comuhos de pages Prasarela de Podesipes Enradas & Bdeares Rebels 45, ese Estrada. phinea Residencia! Row Froyelada ines Udeleo de Mporo N5eleo Se Aporo Serra. do Mar Moy NT Wi Palo, 0 20 50 1004, Dceano AH Antico y) Fig. 7.3, Condominio Baleia — Centro de Consenwacéo Ambiental Ideal 180 dererho ambiental ee de Restinga. enahio de Pe zo Fscalhids tho ewe bee LEGENDA YA, ole Preserads Tratiments Passogiton Dice, Seni-Permedtel | Geo. Inpermeabiids Camubos de Pabetes Camukes de Feiibes 3 Entrada. de pe fade, de Fedesives = ee Bua Projelida. Ares. Pesidencra! Serra. do Mar Pras deeano Atlentico ~\\ / Fig. 7.4 Condominio Baeia — Centro de Conseracio Ambiental Minina. (Escolhide) 7 2 escils pontusl 181 Condicionantes Paisagistcas do Ecossistema Local ~O lote em estudo apresenta um belissimo cendrio de fundo, constituido do “sky-line” perfil da Serra do Mar, € & sua frente uma linha de costa caprichosamente recortada em forma de suave meia-ua, guardada nas duas extremidades por dois pontdes rochosos. (Figs. 7.1 ¢ 7.2) Esse conjanto constitui-se numa bata emelderade por larga faixa de praia que vé 2 sua frente uma série de ihotas que lhe dio identidede e protecio. Lima dessa ithotas tem a forma de um cetéceo que, naturalmente, deu nome 3 praia, No entanto, 0 local na condigSo de drea urbanizavel vem recebendo 2 implan- taco de numerosos condominios de classe A, que se instalam, pouco a pouco, 20 Jongo da SP-55, em linha paraela a praia, transtoxmando radicalmente a caracterstica paisagistica prinitiva do local, de quem olha do mar para o contnente ‘A Grea de solo urbanizivel encontia-se totalmente insrid em drea clastificada como ecossstema de restinga; isso significa que os refeidos empreendimentos se instalam justamente num dos ecossistemas mais hégeis,juntamente com os de mangue, € portanto muito vsados, hoje em dia, pela legislagdo ambiental, a qual vem tentando, a todo custo, protegé-los, entando portanto em choque diveto com a lesislagso municipal de uso de solo existente € que considere aquela érea como urbarizével Condicionantes do Entorno ~O lote em estudo tem acesso regional pele estrada Rio-Santos ¢ local pela SP-55, ambas localizadas em 4rea de restinga, constituindo- se em dois Fortes vetores de inducéo de ubanizagbo. (Fig. 7.2) Muitosempreendimentos convencionais foram ainstalados antes da conslidagSo dhs leis ambientais, dando a0 local, em alguns pontos, uma Feigfo comum 2 todos os cempreendimentos imobiléios especulativos que inleliamente pontuam todo © literal norte pauista, degradando uma des belas paisagens da costa brasileira Esse Projeto Ambiental faz um esforco no sentido de minmizar@ agio antépics sobre © ecossistema existente, compatibilizando-os, tag desesho ambiental Inventério Floristico/Sede Social/Levantamento Cadastral da Vegetacéo (Figs. 7.57.6) —O terreno apresenta-se de forma trapezoidal e perfaz uma Srea de 6.127 im, dando sua face sul para a Praia da Baleia ¢ a norte para a Rodovia SP-5S. © recobrimento vegetal do terreno apresenta-se em sistema de vegetacio secundssia, porinfluénciaantropica,caracterzada porduasfabasclstntes,acompanhanco 0 sentido longitudinal do terreno ¢ paralelo & praia. A primeire denominamos faixa de iundu por apresentar vegetagio xeroftica caracterstica de dunas; a segunda, onde 0 levantamento cadastral apresenta a locacéo de coqueiros ¢ Srvores de pequeno porte, denominamos de capoeira ala por apresentar cobertura vegetal em fase de 3° sucesséo natu, tipicas de solos degradados das Seas baixas costeies de inluéncia marinha, conde foram reconhecidas espécies boténicas pertencentes aos seguintes generos: Ipomoes, Canavala, Paspalum, Acicarpa, Achyroclne, Polygsls, Sportina, Vieni, Allagooters, Clusia, Cereus, Opuntia, Viiesee, Bromelia, Nidulaium, Canistrum, Aechmea ¢ Philodenchon Tendo em vista as leis de preservagio ambiental refeentes aos ecossistemas de restinga, presentes na Bioma Atlantica, ¢ 0 artigo 5° do Decreto n°. 750, de 10 de Fevereiro de 1993, que a rea de estudo se encontra em sea urbana, portanto, de interesse socal 3 futuras intervencSes de cunho antrOpico que se izerem presentes na &ea deverdo preocuparse com tés fatores de fundamental importéncia para a preservacio do ecossstema costelro, junto ao cordio arenoso: fxagio de dunas por ineio de vegetacéo xeroltica, preservacSo dos exratos de vegetacdo responsivets peas caractrsticas peculires do cenivio paisagftico natural da praia de Baleia, ¢ criagio de condigées de redugfo da velocidade dos ventos, propiciando a recuperagto da cobertura vegetal e melhores condigdes de amenidade microdimatice Inventario Floristico/Area Residencial/Levantamento Cadastral da Vegetagio (Figs. 7.7 ¢ 7.8) O terreno apresente forms tapecoidel, medindo aproximadamente 97.840 m- Ceupa 8 parte frontal do mesmo uma vasta faixa de areal, cortespondente 7 9 excels pontual 183 aproximadamente 55% da rea total, povoada de gramineas esparsas, a quel teve sua cobertura vegetal devastada por ter servide de canteiro de obras duiente a construgio da Redovia SP-55. A parte cental do tereno é ocupada por duas ainas vegetadas, caractersticos de dois estigios de recuperacio de mata de resting, &s quais denominames de mata secunditia (8% da étea) e capoeira (7% da érea), sendo que 2 primeira vara entre 15 me 30 mde largura ea segunda, de Sma 10 mde largura. A’ foram reconhecidas esnécies dos seguintes géneros: Exythraxilon, Myrcia, Eugenis, Schinus, Lytvze, Tibouchina, Miconia, Vernonia, Mitania, Brome, Vieses, Philodenchan, Acacia, ‘Mimosa e Allagoptera. Na fara de mata destaca-se uma érvore de bom porte (no identificade), omada de bromélias, que se constitui aum ponto de destaque da érea de estudo, ‘A pate dos findos do tereno, denominada ganbos, ocupando cerca de 30% da Sra total, apresenta-se alagadica, recoberta por vegetacio cla, demonstando que foi profundamente aterada em vitude das obras da passagem do oleoduto pelo loca. Av foram identticados os géneros botanioos: Pterium, Inpersta, Solanum e Pascal. 1) Tendo em vista as leis de preservacéo ambiental referents a0 Bioma Atlntico € -h expecal 3s referents aos ecosistemas de resting, consiceramos de fundomental importéncia a observincia dos seguintes princpios: preservagio e recuperagio da vegetacio existente; ¢ recobrimento vegetal das seas degradadas com vesetaco arbérea e arbutiva, plantas floras e sramineas preferivelmente natvas Observados os principios expostos anterormente, licam gavantidos os seguintes objetivos: recuperagio do peifl de mata primitva; reconstitucko paisagistica dos cenétios degradados, manutencio do regime dos aqiiferos, propiciando a continuidade dos bercéios estuarinos junto aos ecossstemas de vestinges € mangue comumente associados, manutengio dos comedoresbiolégices para a avifauna, eauilbrio das rocas limsticas das massas de ar entre 0 oceano € o continent; e intesragfo palsagsica e microclmsticaentea laa vegetada junto & praia, as margens de Rodovia SP-S5 e a érea do Condeminio Residencial, conforme mostam os cortes esquemnsticos. (Fig. 7.9) 194 deserho arbiental, Pecene At tice Fig. 7.5 lavertirio Floritico ~ Sede Social 7. 2 excale pontual LEVANTAMENTO CADASTRAL DA VEGETAGAO i AREAS LEGENDA ae ©, ieee Fane RTE t m _ [ seavelnes = e 1 [E RMR 8t8 08 | toe RN caer idee t [py [earoeini ance metas aia : [[eintr= pos TEARENOS OE WARINA 1 t i mzcuO L j =) Reina t t CONSTAUGSES EXISTENTES T } URS NRE eet aaaaEs CURVA TOPOGRAFICA ae [MURO EXISTENTE WOR DE PEOAA ERISTENTE ARE, [ESE ae Sent Heeeel| eect Fig. 7.6 Inventro floistco/Sede SacalLegends. 7. 0 escabe pontual 187 186 desenho anita SSK, SAN Pe A = ig rhe Ot Sle LEVANTAMENTO CADASTRAL DA VEGETACAO CR igh LEGENDA : pene us m2 % ue — Q BAVORE DE PORTE EXCEPOIONA eee ae gm ([soausimos Toweo 4 sew i G)_ [-avoRE be Peaveho Ponte T [curva ToPoGRAFICA ___ [EIMITE po Lore He icon iSTRUGOES_EXISTENTES. LOTE VIZINKO IMURO OE o1visa, [COTE -VIZINKO: } Set MATA DE, RESTINGA Peo fapoeina CUP Gd |#as2,08 [280% (GR 7 VEGETAGAO_RALA sits iss % JaReial_e7 [GRAMINEAS ESPARSAS | |ameA’ TOTAL 00 TERRENO | exe4030 | 100% l Praia Oc0eano Atltatico ff Fig. 7.8 Fig. 77 lnventio Rectica! ot Are eden Laventsto flrstico/Area Reece residence. Leantamento ae cadbstal do vesetaio, : 198 deserho arbiental, Fig. 7.9 Recuperacéo da vegetacioe indugSo microclinsic/Sede soc Projeto Ambiental na Escala da Gleba/Recuperacéo da Vegetacio/ Sede Social (Figs. 7.10 ¢ 7.11) — © Projeto Ambiental carecterza tes frinas de tratamento pasagitico para terreno em estudo, as quais seguem o sentido longitudinal do lote, paraelas & linha da praia e da Rodovia SP-55: A primeira faixa, con 15 ma 20 m de largura, constitui-se no recobrimento ve- getal da nha das dunas que bordejam a praia propramente dita. Como a Srea destina- 7 6 excale cotual 189 se. umuso social e, portanto, para.uso frealiente de pedestres, recarreu-sea uma mureta de pedra com junta seca de 40 cm de altura que segue mais ou menes paral 8 linha do jundu, que seré vegetads por plantas xerofiticas, promovendo a estabilizagso da una e permitindo o replantio vegetal com plantas nativas de porte arbustivo ¢ arbé- reo, além de linhas de coqueiros servindo de marco referencial pare a sede social do condominio, A segunda faixa, com 20 m de largura, ¢ a dea, destinada a0 maior uso por parte dos condéminos ¢ af esto locaizadas a sede social om 498 m* de ocupagio crcundada por rea aproximada de 1 80 mi de passeios semipermesves, perfazendo-se, assim, cerca de 8, 1% de érea impermedvel e 2,9% de érea semipermedvel. ‘Compreen-de-se por érea semipermeével aquela com piso de cimento com juntas de grama O cestante da érea da segunde faixa recebe cobertura vegetal de gramados ¢ plentas floras, além de fivores, arbustos ¢ palmeiras esparsas A terceira fixe, de aproximadamente 10 mde lagura,é totalmente recomposta com cespécies nativas de méclo porte margeando a Rodovia SP-55, incomporando-se 8 vesetacio existente expécies erbustivas e arbérea da flora nativa de pequeno e médio porte. © Projeto Ambiental tem por objetivo recompor o perl da vegetaSo da faixa clojundu até & margem da Rodovia SP-55, integrando-0 a0 do peril da massa vegetada cdo condominio residencial, localizado na margem oposta da mesma rodova, ¢ com isso criando condigées de amenidade microcimstica para 0 condominio como um todo e seu entorno imediato, conforme mostra © corte esquemético. A ocupagio proposta pelo projeto arquitetdnico decor nio 56 das restigbes prevstas por li, mas também da configuragio passgistica induzida pelo Projeto Ambiental. (Fis. 7.9) Projeto Ambiental/Recuperagio da Vegetacéo/Area Residencial (Figs. 7.12 7.13) —Tendo em vista o Decreto Federal n®.750, de 10/2/93, referente ao trato com a vegetagio na Mata A\lintica, este projeto ambiental tem como perspectiva es- sential « recupetagdo de cobertura vegetal do Srea de estudo ¢ a integragio paisagistica do condominio residencial com seu entorno, uma Sea j8 urbanizada, balizada 3 frente 190

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